Feelings Of A Priest escrita por Mackenzie Carlie


Capítulo 1
Seminário


Notas iniciais do capítulo

Lá vai o primeiro capítulo!
=D aproveitem!



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"Aquelas benditas meninas estavam em volta de alguma coisa, de novo! Dessa vez devia ser importante porque até os meninos estavam ali reunidos também."pensei. Era segunda-feira e eu acabara de chegar na escola. Havia um grupo de alunos reunidos em volta de alguém no pátio.Não era uma briga porque não tinha ninguém gritando. Ao me aproximar mais reparei que só haviam alunos da minha sala lá. Por isso eu reconhecia a todos. Eu empurrei alguns alunos pedindo passagem para entrar na roda e qual não foi minha surpresa ao perceber que quem estava lá dentro era ela,meu melhor amigo: José Reyes.

Eu havia conhecido José no primeiro ano e agora que já estávamos no terceiro, éramos inseparáveis. Íamos sem falta na festa de aniversário um do outro e uma vez por semana,no mínimo, ela estava na minha casa ou eu na dele.

Olhei fixamente pra ele com a maior cara de preocupação do mundo. "O que teria acontecido?"

- Oi Lú! - disse ele e me cumprimentou com um beijono rosto como sempre fazia.

- Oi -respondi ainda confusa.- O que aconteceu?

Nesse momento bateu o sinal. Os alunos começaram a se dispersar da roda e ir para as salas de aula.

- Vamos pra sala, lá te explico.

Ele sabia que eu odiava que ele me deixasse curiosa. O que os outros alunos poderiam saber antes de mim que eu não sabia? E onde estaria minha melhor amiga Anna? Eu precisava dela, justo nesse dia ela ia faltar?

Fomos pra sala e nos sentamos. A professora entrou rápido pela primeira vez e pediu logo que todos fizessem silêncio. Parecia que ela conspirava contra mim. Ela sempre nos dava uns minutinhos para conversar antes de começar a aula e justo hoje ela escolheu pedir silêncio logo no primeiro minuto! Não me aguentei e mandei uma mensagem pro José, torcendo para que o celular dele estivesse no vibrar. Pelo jeito estava. Ele leu e deu um sorriso com a boca perfeita dele. Eu vivia lhe dizendo que não era justo ele ter nascido com uma boca mais bonita que a minha sendo homem. Ele respondeu:

"Não vou contar por mensagem. Na troca de aula vamos para o pátio e matamos a terceira aula. Quero te explicar pessoalmente."

Bufei nervosa. CURIOSIDADE CURIOSIDADE total se apoderou de mim naquelas terríveis e intermináveis aulas de historia. Eu não conseguia prestar atenção em nada do que a professora dizia, se ela me fizesse uma pergunta eu não saberia o que dizer. Torci para que isso não acontecesse. Tentei de tudo, eu olhava pra ele incessantemente fazendo minha melhor interpretação de " estou morrendo de curiosidade", mas ele apenas sorria e fazia um sinal com a mão de " espere", embaixo da carteira.Eu esperei e esperei, até que enfim bateu o sinal.

Nossa escola tinha o programa de sala ambiente. Os alunos é que mudavam de sala e não os professores. Essa era a deixa perfeita para que eu e José fôssemos para o canto escondido da escola: uma parte linda com grama verde e árvores que circundavam uma fonte em forma de baleia. José pegou em meu braço enquanto que ainda guardava meu caderno e pensava na fonte.

- Vamos, tem que ser agora.

Agora ele não sorria, estava tenso.Uma onda de pavor e preocupação tomou conta de mim. Terminei correndo de guardar meu caderno e me levantei. Nós dois corríamos pelo corredor, ele ainda puxava meu braço, por mais que soubesse que eu odiava ser puxada. Saímos do fluxo de alunos e entramos na reta que dava para o jardim. Quando chegamos lá, como era de se esperar havia um casal de ficantes, mas logo que nos viram eles foram embora. Provavelmente a cara de José os assustou. Sempre havia um expetor de alunos verificando aquela área para evitar o que havíamos acabado de ver, ou outros alunos matando aula, mas nenhum deles conhecia nosso "ponto cego". Era um local que eu e José descobrimos um dia quando matávamos aula para terminar um trabalho. Ele ficava entre a fonte e uma árvore rodeada de pedras. Era quase impossível ver alguém ali, a menos que você se esforçasse muito pra procurar alguma coisa ali. Geralmente os expetores só davam uma olhada geral.

Enfim chegamos e José olhou pra mim, como se estivesse prestes a dar a notícia de que ninguém queria ouvir.

- Lu...eu...- ele abaixou os olhos e depois os levantou- eu vou pro seminário.

Surpresa. Riso. Entendimento. Negação. Negação. Negação...

- Quan...quando...? - balbuciei com osolhos arregalados.

- Hoje. Depois do intervalo.

Uma faca entrou bem entre uma costela e outra do meu peito e acertou meu coração. Ou pelo menos, era como se tivesse acontecido isso. Não...era bem pior. A negação ainda tomava conta da minha cabeça. As ágrimas queria vir,mas eu as segurei no lugar.

- Você ta brincando né? - eu esperava que ele estivesse

- Não to brincando Lú. Hoje eu vou pro seminário. Eu tomei essa decisão e meus pais me apoiaram. Mas as aulas começam amanhã e eu ainda tenho que levar minhas coisas pra lá, fica longe, é forada cidade. Desculpe não ter te avisado antes é que eu me decidi ontem, na missa. Pra minha sorte o Frei George estava lá presente, ele disse que poderia segurar uma vaga pra mim nesse semestre mas eu teria que ir logo essa semana.

Um turbilhão de informações preenchiam minha cabeça. Eu não era Católica, mas o José era e muito. Ele já havia comentado comigo que queria ser padre, eu não achei bom nem ruim mas esperava que fosse depois da formatura. Não agora! No segundo mês de aulas!

- Mas, José você...você não pode ir ano que vem ou no próximo semestre ou sei lá!

- Não. Meus pais vão se mudar ano que vem pros Estados Unidos, lembra? Eles tem que estar aqui pra fiscalizar meu primeiro ano no seminário, que é o mais complicado. Sabe que minha mãe não confia que eu durma em nenhum lugar que então seja minha casa, né?

- Mas isso não é desculpa! José, a escola e eu!

- Você ficará bem. Eu já pensei em tudo! Você tem à Anna e vão poder continuar falado mal da minha religião a vontade porque vou estar bem longe! - disse e fechou a cara

Era verdade. Eu e Anna sempre falamos da religião dele. Não era falar mal. Nós só falávamos que não concordávamos com algumas coisas. Mas o José não sabia brincar e sempre pegava mal. 

- José, para com isso! Você sabe que é brincadeira nossa. Eu vou sentir sua falta. Tudo bem,a Anna é minha melhor amiga, mas VOCÊ  é meu melhor amigo!

Nesse momento o celular dele tocou.

" - Alô? Mãe? Tudo bem já estou indo só estou me despedindo da Luana. Tá tá, to indo!"

Despedindo? Mas nem era metade da segunda aula!

- Luana, eu preciso ir. Minha mãe veio me buscar mais cedo.Ela disse que tem umas coisas que eu ainda não coloquei na mala.

- Não! José! Como assim! Você ma me contou que vai pro seminário e já vai assim embora! Sem se despedir direito!

- Lú, eu tenho que ir!

- Não tem nada! Você nunca teve que ir pra seminário nenhum e me deixar aqui sozinha e isolada sem um amigo!

- Olha bem o que você está dizendo Lú! Que egoísmo! Você só quer que eu fique pra você ter com quem conversar? E quanto aos meus sentimentos? E quanto a minha vontade?

Sua voz havia afinado um pouco nessa última parte porque ele estava nervoso. Só agora eu havia percebido que estávamos discutindo. Isso quase nunca acontecia. Eu me arrependi do que disse na mesma hora. Eu estava confusa e desesperada. Eu não queria que ele se afastasse, eu não queria perdê-lo! José percebeu o arrependimento em meu rosto e me deu um abraço. Ele era bem mais alto do que eu e por isso seu queixo ficou aninhado nos meu cabelos no alto da cabeça. Eu o abraçava com força, como se fosse a última vez. Minha fica ainda não havia caído. Ele ia dizer alguma coisa mas seu celular começu a vibrar de novo. Ele se soltou de mim.

- Tenho que ir - deu um rápido beijo em minha testa  e saiu de nosso esconderijo

O desespero se apoderou de mim novamente quando fiquei sozinha somente com o som da água da fonte. Saí correndo delá e fui atrás dele. Mas ele também corria e já estava no portão. nem sequer olhou pra trás. Entrou no carro da mãe dele, um City  prata e se foi. Meu melhor amigo foi para o Seminário. Eu nem sequer perguntei o nome para que eu soubesse onde fica. Com sorte os pais dele não decidiriam ir pros Estados Unidos mais cedo também e eu poderia perguntar pra mãe dele que me conhecia e era muito gente boa.

Voltei pra sala pedindo desculpas pelo atraso. Olhei no relógio da sala e vi que nossa conversa não durara nem dez minutos. Isso era despedida?

Não prestei atenção no resto das aulas. Alguns me perguntaram o que hava acontecido.Outros faziam piada dizendo que era falta do meu "amor". Eu mandava que todos calassem a boca mentalmente. Anna realmente havia faltado, pra minha sorte. Eu queria ir embora depois do intervalo. Não havia o que fazer na escola. Mas justo hoje meus paisestavam trabalhando,os dois, de manhã. Não tinha ninguém pra me buscar. Aturei mais três aulas inúteis e fui para casa, andando sozinha pela rua, sem rumo,sem José...


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Notas finais do capítulo

=(
Próximo capítulo! Aguardem, mudanças na vida de Luanna!!
Bye bye