The Death Of Innocence escrita por Siaht


Capítulo 1
Capítulo único


Notas iniciais do capítulo

Oi gente!!!!:D
Nossa que saudade do Nyah!
Sério, faz muito tempo que não escrevo nada e já estava morrendo de abstinência de fics!rsrs...
Bom, é minha primeira fic de THG e espero que gostem!



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Ele sentia a dor torturante e imensurável de ter seu corpo perfurado pelos dentes das feras. Sentia o sangue escorrendo das horripilantes feridas, enquanto sua pele era lentamente arrancada. A dor era a única coisa que ainda o prendia a vida e, por mais que desejasse, com todas as suas forças, pôr um fim definitivo àquela tortura, era orgulhoso demais para se dar por vencido. Não cairia tão facilmente, não morreria sem lutar.

Enquanto as horas se arrastavam e o silêncio daquela lúgubre e gélida madrugada era quebrado apenas por seus gemidos e berros de pura agonia, Cato desejou ir para casa. Desejou ser novamente um menino que nos braços maternos encontra proteção contra todos os monstros que surgem quando as luzes se apagava. Ele há muito, deixara de ser aquele garotinho para se tornar um homem, um homem forte, corajoso e letal. Um homem que aprendera a ser frio, deixando seus sentimentos de lado, e a matar sem arrependimentos, caso fosse necessário.

Naquele momento, contudo, sentia-se o garotinho inocente e assustado que um dia fora. A morte se aproximava cada vez mais lenta e ele estava sozinho. Milhões de pessoas assistiam aquele momento, é verdade, algumas em júbilo, outras decepcionadas por seu fracasso. Pensou em sua família, eles estariam tristes ou desapontados? Talvez fosse um pouco de ambos, o rapaz, contudo nunca encontraria sua resposta. Ainda assim, e a mesmo com toda Panem o assistindo padecer, Cato nunca estivera tão sozinho. Alguém choraria sua morte? Alguém sentiria sua falta?

Inconscientemente pensou em Clove. Sua Clove... Ela teria sabido que ele a amava? Teria suspeitado, mesmo que por um instante, dos fortes sentimentos que nutrira por ela? Clove. A imagem da garota ocupou sua mente, anestesiando a dor que o devastava. Uma sombra de sorriso surgiu em seus lábios trêmulos e pálidos assim que percebeu que em breve ele estaria com ela. Talvez a morte não fosse realmente tão ruim, talvez fosse o maior prêmio que poderia receber, porque assim, e somente assim, estaria novamente perto da única coisa em sua vida que fazia algum sentido, da única pessoa que já amou.

Desejou, então, que a morte chegasse logo, mas ainda não estava pronto para desistir, aceitar a derrota não fora algo para o que fora preparado. Em toda a sua vida aprendera a ganhar, independente dos meios necessários para se alcançar tal vitória, aprendera a lutar com todas as forças que possuísse e a ser uma máquina de matar. Afinal, ele nascera no Distrito 2 e era essa sua função. Seu destino desde que o momento em que chegara ao mundo, assim como de tantas outras crianças, fora ser um estúpido peão assassino nos jogos da Capital. Sua vida inteira fora destinada a isso e só agora ele percebera como tudo aquilo era repulsivo.

A dor se intensificava assim como o frio e mais uma vez ele desejou ir para casa e, pela primeira vez, se permitiu sentir medo. Cato nunca pensara muito em como iria morrer, a ideia lhe parecia cômica e distante demais para merecer alguma atenção, mas nada que imaginasse se assemelharia àquilo. Talvez fosse uma honra ter lutado até o fim e provavelmente seria bem visto em seu distrito pela coragem e não desistência, tudo isso, contudo, já não importava.

Ele estava totalmente sozinho e assustado, não havia ninguém ali para segurar suas mãos e permanecer ao seu lado em seus últimos instantes de vida. Ninguém para se despedir e lhe dizer um último adeus. Não havia ninguém e toda aquela solidão era a pior parte, o fazia querer chorar como uma criança. A criança que fora, a criança que ainda era, porque como todos os outros que adentraram aquela arena, Cato também era apenas um menino. Uma criança que teve a infância roubada e a vida brutalmente ceifada. Um garoto obrigado a se tornar homem, obrigado a se tornar um assassino gélido e impiedoso, mas, ainda assim, bem lá no fundo ainda era um garoto, ainda era uma criança.

Sentiu o calor dos primeiros raios do sol em sua pele e chegou a conclusão de que tudo aquilo era inútil. Estava cansado de ser forte, cansado de ser a atração no show de horrores da capital, cansado daquela dor dilacerante, cansado de sentir a ausência de Clove.

Reuniu todas as suas forças para em um sussurro fazer uma súplica silenciosa:

— Por favor.... — pediu à garota em chamas.

E então tudo se tornou sombra.

Quando abriu seus olhos novamente viu um belo par de olhos verdes o fitarem com uma doçura que nunca lhes fora característicos, um sorriso surgiu em seus lábios. Enfim, tudo estava bem.


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Notas finais do capítulo

E então? Lixo total né? Mas eu precisava escrever algo sobre Cato então saiu isso, espero que tenham gostado pelo menos um pouco!
Beijinhos...
Thaís