Polícia - Coração De Menino escrita por judy harrison


Capítulo 1
Ídolo de Infância


Notas iniciais do capítulo

Essa fic fala da sensibilidade de Bruce e de suas lembranças tristes, Até um policial forte e destemido como ele tem seu lado sensível. Espero que gostem. Coloquei no cenário Mick Jagger. Se você é fã dele e discorda de como o representei aqui por favor me avise, pois nada sei sobre ele além de que ele é um baita roqueiro. Obrigada pela leitura!!!!! ( Judy Harrison)



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Depois de dois anos na Polícia de São Francisco, Bruce conseguiu por sua bravura um lugar na CBI – Investigação de Homicídios da Califórnia. Agora mais forte e experiente ele se relacionava com as maiores autoridades do estado, era visto como o melhor policial de seu grupo por ser destemido e nunca fugir a uma convocação.

E o chefe do pessoal não era diferente de Pontes e Sidney em sua admiração por ele.

_ Não precisa fazer isso, Carl. Eu não quero uma festa de despedida! – Bruce disse ao seu amigo de república quando se encontraram em casa.

_ Como não, rapaz? – sorria inconformado – Todo mês nós realizamos esses encontros, e você está sempre trabalhando... Agora que está de férias poderá ficar.

Como seu trabalho agora seria em outra cidade Bruce tinha que se mudar, e seus colegas queriam homenageá-lo com uma festa. Mas Carl não sabia que ele sempre pedia para ser escalado nas noites em que a turma se reunia na casa e se divertiam com música e bebidas. Ele não gostava daquilo, mas não os desprezava, apenas tinha medo de ser feliz e se decepcionar no fim. Desde sua experiência no início de sua carreira se dedicava apenas ao trabalho.

Entretanto, naquele momento ele não tinha motivos para não aceitar o convite, principalmente por ser uma homenagem a ele.

_ Está bem, mas não quero que me obriguem a beber, está certo?

Concordando com o amigo, Carl ficou satisfeito.

Na sua ausência, Carl reuniu os colegas depois de uma diligência.

_ Pessoal, eu quero que Bruce se divirta, então vamos fazer algo que ele goste de verdade. Eu fiz o seguinte...

Eles concordaram com a surpresa e combinaram o horário.

Cientes da condição de seu colega de serviço, seus amigos contrataram uma banda famosa que, segundo Laurence, era sua preferida desde a adolescência. Três integrantes de Rolling Stones concordaram em cantar numa república por considerarem que a polícia de São Francisco sempre respeitou os artistas que visitavam a cidade, e por saber que era para Bruce que teve participação fundamental no resgate de um dos sonoplastas da banda num sequestro, meses atrás.

Enfim, a noite chegou e Carl estava eufórico.

_ Gente, Mick Jagger vai chegar em breve. Eles já confirmaram que estão chegando em uma hora.

_ E onde está Bruce?

_ Sidney está segurando ele por uns minutos.

Mas não havia êxito nas tentativas de Sidney de segurar seu amigo e ex-subordinado.

_ Fique aqui mais um pouco, seu teimoso! – disse já impaciente.

_ Se eu pudesse não lhe dirigia mais a palavra, traidor! – Bruce disse em pé à frente dele e com o semblante fechado, estava aborrecido por não conseguir daquela vez que Sidney mentisse para os colegas – Eu odeio essas “festinhas de criança”.

_ É, eu sei que seu negócio é tiros e mortes, mas você precisa relaxar, Bruce! Como me pede para ligar e dizer que você foi escalado de última hora, se não trabalha mais para mim? E depois do esforço que fizeram para trazer os Rolling St...

Parou de falar de repente. Não foi um deslize como ele tentou fazer parecer, Queria que Bruce soubesse mesmo.

_ Ro... Rolling Stones? – estava pasmo.

_ Eu não ia dizer. Mas é isso. Fizeram tudo que podiam para contratar essa Banda para cantar para você.

_ Mentiroso! Não acredito que eles vão entrar naquele bordel onde moro para isso, se eles nem me conhecem! – desdenhou.

_ Só há um jeito de você saber a verdade. Espere mais um pouco.

_ Eu te odeio, Sidney. – disse confuso, pois saber que aquilo podia ser verdade o deixava muito feliz.

_ Me odeie sentadinho ai. – apontou para o sofá, e riu notou que seu “prisioneiro” estava discretamente feliz – O pessoal gosta de você, Bruce. Vamos sentir muito sua falta aqui na divisão.

Num suspiro de rendição ele sorriu, enfim.

_ Eu também... Sidney. Aprendi muita coisa aqui com você e meus colegas.

Era a casa de Sidney, morava sozinho e num apartamento muito pequeno, mas bem limpo e organizado. Sidney estava triste por perder seu melhor policial, mas feliz por ter ganhado um amigo.

A festa começou e Bruce foi liberado, Sidney mesmo o levou, pois ia participar com eles. Na casa encontraram muitos enfeites de bandeirinhas de caveiras, bexigas de preservativos e um grande boneco inflável com uma farda e um revólver de esguicho de água. Uma decoração de verdadeiros homens da lei, mas com muito senso de humor. O prestigiado achou tudo engraçado e agradeceu.

Bruce reencontrou outros amigos e conversou bastante com todos. Pediram a ele que fizesse um discurso e ele não se acanhou, mas disse poucas palavras, depois de subir em uma escrivaninha.

_ Eu vou estudar em outra sala de aula, e espero que em breve vocês estejam comigo. Então, nos veremos lá.

Apesar de sua seriedade em trabalhar, Bruce era humilde e mostrou sua emoção por deixar seus companheiros, ao dizer aquilo, e foi aplaudido.

Então, era hora da surpresa, e Carl não economizou palavras para elogiar seu amigo e distraí-lo, enquanto do outro lado da casa pela porta da cozinha Mick Jagger entrou com seus companheiros. Logo atrás seus assistentes levavam os instrumentos portáteis.

Bruce olhava para Carl, mas ouviu vozes diferentes, e ao se virar deparou-se com seu ídolo de infância em sua frente.

Mick Jagger foi sua inspiração em muitos trabalhos escolares, desenho, dissertação e biografia. Gostava do jeito irreverente do homem e artista que ele era e de ouvir suas músicas.

_ Jagger, este é o cara de quem falamos. – apresentou Carl, ajudando seu amigo paralisado diante daquela figura exótica.

Bruce tentou estender a mão.

_ Olá... Mick!

_ Oi, soldado! - pegou e apertou a mão dele com um sorriso - Bem, eu vim aqui pra beber, e você?

Bruce sorriu. Jagger o apreciava por ter salvado a vida de um de seus colegas de trabalho, mas nunca pôde agradecer pessoalmente.

_ Não sei... Trouxeram-me aqui.

Ele o encarava com insistência, mas o cantor não se acanhou, nem estranhou que um homem tivesse aquela atitude, estava acostumado.

_ Ok, eu soube que você foi o responsável por eu ter meu sonoplasta no lugar onde eu o deixei até o dia de hoje, então me prometeram muitas garotas e um bom vinho, se eu agradecesse a você por isso em forma de canção. O que quer que eu cante? - foi se posicionando no lugar onde estavam os instrumentos, diante do pedestal.

Bruce estava rindo dele, era um riso feliz. Sua surpresa e satisfação por estar sendo presenteado daquele jeito o tiraram de seu mundo recluso.

_ Qualquer coisa... – estava desajeitado ao falar – É uma honra ouvir você assim, pessoalmente!

A banda estava eu um palco improvisado na sala. Como eram 20 pessoas além deles, não foi difícil acomodar toda a parafernália do conjunto.

_ Vou dedicar cada berro que eu der aqui ao Bruce, nosso herói.

Aquelas palavras deram a Bruce seus 14 anos de volta.

Durante o “mini show”, todos se alvoroçavam e dançavam, curtiram cada canção, por mais barulhenta que fosse para alguns, mas foi contagiante e ninguém ficou parado, só Bruce. Ouvia em pé, perto da porta da sala, e concentrado, como se estivesse sonhando, mas sorria com satisfação. Uma vez ou outra balançava a cabeça lentamente acompanhando o ritmo das músicas mais agitadas. Quantas vezes batia as panelas de sua mãe, na mesa com os talheres? Ele lembrava. Sua mãe ria, mas lhe tomava a bateria, num protesto, e ele cantava exatamente aquelas que agora ouvia numa situação bem diferente. Mas ele não se lembrava da canção que mais ouviu de todas.

_ Agora eu vou soltar uma lenta, os casais ai podem se juntar, não sintam vergonha. – disse Jagger, em deboche, pois eram apenas homens ali.

Depois das gargalhadas. A luz se apagou e Bruce sentiu seu peito quase explodir quando ouviu a introdução da música.

Era “Hard Woman”, que ele ouvia muitas vezes em seu quarto, deitado na cama com a foto de Grace em seu peito, até aquele dia lamentável, quando a encontrou drogada na calada da noite.


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Notas finais do capítulo

No próximo capítulo Bruce fala com seu ídolo de homem pra homem. Particularmente, acho que é de homem para moleque. Vocês escolhem!(Rindo)
(Roberto)