Entre a Luz e a Escuridão escrita por zariesk


Capítulo 1
Capítulo 1 - destino traçado


Notas iniciais do capítulo

estou re-postando essa cap por causa de uns erros que tinha no anterior, por tanto ignorem o cap antingo.



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Luz e trevas voltarão a se enfrentar pelo direito de governar.

A guerra atingirá todos, ninguém se omitirá.

Quando a criança concebida do ventre das trevas despertar a batalha começará.

Aquela que não negará sua herança e que carrega o destino de muitos.

Aquela que caminha sob a luz e que ama a escuridão decidirá.

O lado que ela escolher vencerá.

 

Profecia encontrada no livro do destino.

 

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Uma pequena vila ardia em chamas, muitos corriam pra tentar se salvar, mas eram brutalmente mortos pelos inimigos, nem mesmo as crianças eram poupadas.

Cavaleiros em armaduras douradas lutavam contra as estranhas criaturas que encontravam pelo caminho.

Mas as criaturas não estavam atacando, só se defendendo.

Mulheres humanas corriam pra tentar proteger crianças peludas semelhantes a lobos, homens de pele cinza faziam o que podiam pra proteger amigos de pele comum, demônios alados fugiam com os filhos humanos daqueles que imploravam por sua ajuda.

Os monstros estavam sendo massacrados tanto quanto os humanos com quem conviviam, não importava se era uma fera ou um rapaz, um demônio ou uma criança, todos morriam igualmente.

Era como se tudo estivesse ao inverso, como se o mundo que conhecemos estivesse louco. Mas esse não era o mundo que conhecemos.

Um mundo onde o poder dos deuses se fazia presente, onde monstros vagavam por terras selvagens ou mesmo em meio a população, um mundo onde a magia era tão popular que ninguém questionava seus feitos.

Os homens em armaduras douradas avançavam se parar, destruindo e matando tudo que encontravam, cavaleiros montando grandes lobos de pelos brancos avançavam também com suas lanças perfurando suas vitimas, no céu homens cavalgando grandes águias disparavam flechas sobre os que tentavam fugir, o desespero podia ser visto nos rostos dos monstros que tentavam sobreviver.

Todo o exercito invasor convergia para um único ponto, um grande palácio no estilo tradicional japonês cujos muros cediam sobre o ataque, à medida que os invasores avançavam hordas de esqueletos armados tentavam defender o lugar inutilmente esmagado pela força e magias do inimigo.

No pátio central uma enorme fera negra lutava contra os inúmeros inimigos que o cercava, seu sopro corroia metal, rocha e a carne daqueles que lhe atacavam, as lanças dos cavaleiros perfuravam suas escamas e lhe tiravam sangue aos montes, magias poderosas eram jogadas sobre o réptil alado que fazia o impossível para impedir que o maior número de guerreiros entrasse no castelo, tudo para proteger a mulher que amava.

 

- Temos que nos apressar senhora! Eles entraram no castelo!

- Enquanto houver barulho lá fora significa que meu marido está lutando, temos que acreditar que ele nos dará tempo suficiente.

 

Três mulheres desciam apressadamente um conjunto de escadas, as duas de trás claramente eram servas daquela que ia à frente, a mulher da frente se vestia igual a uma sacerdotisa, com um kimono negro e laços cor de vinho, carregava algo embrulhado num manto negro.

As três chegaram a um grande portão negro, um portão que ficava no fundo de uma caverna, a sacerdotisa se concentrava em suas preces para fazer o portão abrir e este quando abriu foi como um raio de esperança para elas.

A mulher era sacerdotisa da deusa das trevas, uma deusa vista por muitos como um ser terrível e implacável que povoava a noite com monstros sedentos de sangue, uma visão que o povo dessa vila não compartilhava e por isso eram caçados.

O barulho que vinha de fora cessou, a sacerdotisa começou a chorar sendo acalmada pelas servas que sempre lhe ajudaram a orar por paz nesse reino.

 

- Zariesk-sama fez isso por você senhora, não deve lamentar, deve viver a vida que ele se sacrificou para proteger.

 

Não houve muito tempo para lamentos, barulho de gente descendo as escadas foi ouvido.

 

- Vocês vão à frente, eu vou atrasá-los! – pediu uma das servas.

- Não, se você ficar será morta! – implorou a sacerdotisa.

- Se eu na fizer nada será a senhora que morrerá, e isso não pode acontecer – respondeu ela enquanto empurrava as outras duas pra dentro do salão.

 

O portão se fechou, a sacerdotisa voltou a chorar pelos sacrifícios que os outro faziam por ela, sacrifícios que ela sabia ser necessário porem não menos doloroso.

 

- Você carrega nossa esperança minha senhora, tem que viver pelo nosso futuro – pediu a outra que ficou ao seu lado.

 

Enxugando as lágrimas ela ouviu o conselho de sua companheira, as duas foram ao centro do salão onde uma estatua gigante feita de ébano ornamentava o lugar, se prostando de joelhos perante a estatua da mulher negra ela começou a rezar.

 

- Rainha Tenebra, ouça o pedido da sua humilde serva – disse ela com carinho – proteja aquela que carrega a esperança do nosso futuro.

 

Dizendo isso ela descobriu o que carregava nos braços: um bebê de poucos meses que dormia profundamente alheio ao massacre que ocorria lá fora.

Uma luz púrpura envolveu a estatua, a sacerdotisa sorriu e derramou uma lágrima de alegria, sua prece seria atendida, nada poderia lhe dar mais conforto no momento.

O portão explodiu violentamente e das chamas oito homens de armaduras douradas invadiram o salão, eles carregavam lanças que cuspiam fogo o tempo todo.

 

- Como ousam profanar um santuário de Tenebra?!! – gritou a serva para os invasores.

- Ao contrario maculada – disse um homem que entrou logo em seguida – viemos purificar este altar das trevas.

 

Os homens com lanças apontaram suas armas para a sacerdotisa e as chamas jorraram em sua direção, mas antes que a alcançassem à serva usou o próprio corpo como escudo.

 

- Tinari!!!! – gritou a sacerdotisa vendo sua serva queimar até os ossos.

 

O líder do bando tomou a dianteira, ele usava uma armadura dourada como os outros, mas também ostentava uma capa branca e um elmo cobria seu rosto, olhava a sacerdotisa como se fosse um animal sarnento.

 

- Entregue a criança Kyara – exigiu ele – serei piedoso e ela não sentirá nada.

- Onde está a piedade em massacrar pessoas inocentes? Onde está a piedade em matar uma criança que nem teve tempo de viver ainda? – ela chorava e protegia o embrulho negro em seus braços – onde está a piedade do seu deus?

- Estamos libertando vocês da tirania de Tenebra – justificou-se o homem – quando voltarem a ver a luz de Azegher suas almas serão salvas.

- A tirania de Tenebra? – respondeu Kyara em deboche – suponho que a tirania de Azegher seja mais reconfortante não é? Tenebra cuida de seus filhos, ela não é uma tirana!

 

O homem não esperaria mais, sua ânsia por eliminar aquilo que lhe causava repulsa falara mais alto, das costas sacou uma espada de lamina larga e curvada, a cimitarra trazia fogo em sua lamina também.

 

- Que as chamas de Azegher purifiquem seu corpo e alma! – disse ela antes de corta a mulher profundamente.

 

Kyara morreu sem largar o que segurava nos braços, mas seu rosto trazia um enigmático sorriso como se sua alma estivesse em paz, o líder dos invasores recolheu o embrulho dos braços dela.

 

- É apenas um monte de ossos secos! – gritou o homem ao abrir o embrulho – procurem o bebê, ele deve está aqui!!

 

Enquanto seus soldados procuravam pelo salão a estatua de Tenebra voltou a brilhar num tom púrpuro, os homens recuaram temendo serem amaldiçoados.

 

- Nos a encontraremos Tenebra! – disse o líder apontando sua espada para a estátua – mesmo que leve mil anos nos a encontraremos!!

 

 

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Uma jovem garota colegial de cabelos longos e negros abria seus olhos, tinha acabado de ter um péssimo sonho e se sentia mal humorada por ainda ser de dia, preferia mais a noite com seu ar mais fresco e estrelas que eram poeticamente lindas, sempre teve tal preferência ao ponto de só dormir quando já era madrugada e tirar seus cochilos habituais de dia, ela também tinha grande curiosidade sobre ocultismos e coisas sobrenaturais ao ponto de decorar seu quarto com bruxinhas e bonecas de vestidos negros.

Isawa descansava sob uma árvore no pátio da escola, era hora do almoço na escola de período duplo que ele estudava, ela detestava o calor de meio dia, dormia o máximo que podia durantes as aulas para frustração dos professores.

 

- Ai está você folgada! – reclamou Akiko ao encontrar Isawa.

 

Akiko era a melhor amiga de Isawa, estudavam na mesma sala em ambos os períodos, ela tinha cabelo encaracolado e dourado como se fosse de ouro, muitos perguntavam se ela tingia o cabelo e ela negava alegando serem naturais, seus olhos azuis também não combinavam em nada com o estilo japonês fazendo todos acreditarem que ela era estrangeira.

 

- Tome, deve estar com fome – disse ela oferecendo um sanduíche.

 

Isawa sorriu e agradecendo pego o sanduíche, ela realmente estava com fome.

 

- Hoje é a festa do meu aniversário, você vai não é? – perguntou Isawa esperançosa.

- Não posso, meus pais não gostam que eu fique até tarde na rua – respondeu Akiko.

- Puxa! Você nunca aceita meus convites, sempre tem alguma desculpa! Por acaso não gosta de ficar comigo?

 

Akiko e Isawa eram amigas a um ano, desde que Akiko chegou a cidade e passou a freqüentar a mesma escola, desde então faziam tudo juntas.

Antes que Akiko pudesse responder elas ouviram um barulho na árvore onde se abrigavam, olhando pra copa da arvores viram algo se arrastando entre os galhos.

Uma grande cobra começou a descer o tronco da arvore, Akiko de um pulo se afastou do réptil.

 

- O que essa coisa ta fazendo aqui? – perguntou ela com nojo.

- É só o Vulthar – respondeu Isawa enquanto ajudava a cobra a descer da arvore – você sabe muito bem que ele é inofensivo.

 

Vulthar era a cobra de estimação do diretor do colégio, uma cobra que vagava livremente pelo colégio o tempo todo, qualquer um que vê uma cobra de 2 metros se assusta, mas com o passar do tempo todos se acostumam e até acham graça no animal de estimação excêntrico da escola.

 

- Como uma coisa dessas pode ser inofensiva? – reclamou Akiko – ela pode sufocar alguém um dia desses!

- Vulthar mora na escola há anos e nunca atacou ninguém, ele até come os roedores!

- Espero que fique só nisso, se ela comer um aluno essa escola já era.

 

Isawa riu das suposições da amiga, Akiko só não denunciou o diretor por causa dos pedidos de Isawa.

 

- Se isso fizer você se sentir melhor eu irei com você mais tarde comprar um belo presente, o que acha?

- Você vai mesmo? – perguntou Isawa abraçando Akiko.

- Vou, assim que acabar as aulas – respondeu ela meio sem jeito pelo abraço.

 

As duas combinaram tudo e voltaram pra sala, deixando para trás a cobra sibilante.

Às 4 da tarde as aulas acabaram, Isawa e Akiko foram direto pro shopping que ficava próximo de lá, Isawa adorava sair com a amiga.

 

- E então? Gostou de algum desses? – perguntou Akiko apontando pra prateleira de jóias de uma loja.

- São todos lindo, mas não posso comprar nenhuma delas – disse Isawa desanimada.

 

Akiko sorriu e pedindo a balconista pra embrulhar uma delas se voltou para a amiga.

 

- Quem disse que você vai pagar? Esse é meu presente pra você.

- Mas é muito caro! Ta ficando maluca?

- Que maluca o que? – disse ela depois de receber a jóia – eu posso, e além disso é pra compensar minha ausência no seu aniversário.

 

Isawa suspirou desanimada, ela ainda não tinha contado a Akiko que ninguém mais iria para que ela não se sentisse culpada, as outras alunas achavam Isawa uma maluca que gostava de coisas sombrias.

 

- Tudo bem então, mas eu vou guardar um pedaço do bolo só pra você!

- Se for feito por sua Vó eu vou aguardar ansiosa – respondeu ela lambendo os lábios.

 

Ao olhar pro relógio Akiko viu que era 5 da tarde, ela odiava chegar tarde em casa pra tomar bronca da mãe, então se despedindo da amiga saiu correndo, Isawa não tinha mais nada pra fazer e queria voltar logo pra casa e dizer aos seus avós que ninguém apareceria pra festa.

 

- “Eu disse a eles” – pensava Isawa chateada – “eu disse que ninguém se importaria”.

 

Do shopping pra casa seria uma boa caminhada, ela provavelmente só chegaria depois de escurecer, sua hora favorita do dia era o pôr do sol quando o céu ficava levemente rubro e as estrelas surgiam no lado oposto.

Ela já estava quase cruzando a porta do shopping quando ouviu som de vidro quebrando e uma gritaria que parecia que o mundo ia acabar, olhando para trás ela viu a causa de tanta confusão.

 

- O-oq-que é aquela coisa?

 

Isawa via aterrorizada no centro do shopping um enorme animal semelhante a um lobo, grande como um elefante com pêlos brancos e dourados que reluzia com a luz das lâmpadas, a fera exalava fogo pela boca cada vez que respirava como se seus pulmões fossem um vulcão.

As pessoas tentavam se abrigar como podiam, o grande animal começou a farejar o ar como se procurasse algo, Isawa não conseguia mover as pernas como se caso ela se movesse pudesse atrair a atenção do monstro, respirava pesadamente a medida que o medo crescia dentro de si.

 

- “Isso não pode ser real!!” – pensava ela – “isso não existe de verdade”

 

A fera focalizou sua visão em Isawa que parava de lutar contra a lógica pra prestar atenção no que via, os olhos vermelhos da fera encaravam Isawa mesmo de longe e depois de um uivo investiu contra ela.

 

- Por que essa coisa está atrás de mim? – Isawa fugia desesperadamente pra fora do shopping sendo perseguida pelo animal monstruoso.

 

Isawa corria como nunca, ela sempre foi boa nas modalidades esportivas e parecia que o medo lhe deu força extra, correu pelo meio da rua sem dar importância para nenhum carro, nada poderia lhe fazer mais estragos que as presas daquele monstro na opinião dela.

A fera continuava no seu encalço, felizmente o tamanho anormal do monstro o atrasava quando tinha que desviar dos mesmos carros que Isawa desviava facilmente, uma parte da mente dela se ocupou de questionar como ela conseguia fazer isso enquanto a outra parte decidiu que era melhor correr mais e pensar nisso depois.

Totalmente furiosa com a perseguição a fera concentrou seu hálito flamejante e soprou tudo de uma vez, um turbilhão de fogo avançou mais rápido que a fera alcançando Isawa, esta por sua vez no ato de desespero saltou, saltou mais alto que em toda sua vida desviando das chamas mortais que logo atingiram um ônibus lotado explodindo em seguida.

 

- Meu deus! – gritou Isawa vendo o resultado da destruição – todas aquelas pessoas... Todos mortos!

 

Ela não teve tempo para lamentar ou chorar, o cão infernal voltou a persegui-la, sentindo cada vez mais o perigo se aproximando ela fugiu pro bosque que ficava na praça da cidade, talvez se conseguisse sair da vista do monstro pudesse escapar.

Seu plano parecia funcionar, despistando o animal que ficou pra trás por causa do tamanho ela correu por entre as árvores, o esforço físico cobrou seu preço na forma de dor latejante nas pernas, se escondendo no meio da vegetação ela parou pra descansar.

 

- Por que isso está acontecendo? Por que eu? – ela se permitiu chorar agora pela destruição que ocorreu enquanto fugia.

- Você quer mesmo saber? – perguntou uma voz que parecia ser trazida de longe pelo vento – está preparada pra saber?

- Quem está ai? – perguntou Isawa para o vazio ao seu redor.

 

Não houve resposta, Isawa olhou ao redor procurando alguém que pudesse está escondido, nem notara que já anoiteceu e se sentia mais leve como sempre.

Mas a pequena alegria com a chegada da noite se foi quando viu a fera entre as árvores lhe observando, parecia que o animal estava fatigado e cansado, mas mesmo assim reuniu forças para derrubar as árvores que lhe impediam de atacar Isawa.

Isawa pegou um pedaço de pau que encontrou no chão, mais uma vez sua mente se dividiu em duas: uma zombando da idéia mais estúpida que ela já teve na vida e a outra que lhe apoiava e dizia que se fosse para morrer pelo menos enfiasse o pau no olho da besta, mas a besta em questão tinha outros planos, mais uma vez soprou fogo pela boca na direção de Isawa que sabia que uma simples vareta não a protegeria.

 

- “Adeus vovô e vovó, eu queria ter comido o bolo” – e na misera fração de segundo que separavam a morte da vida ela ainda lembrou-se de sua amiga Akiko – “espero que meus avós guardem um pedaço pra ela”.

 

O fogo jamais a atingiu, quando ela abriu os olhos percebeu que uma coisa maior que o cão a envolvia, antes que pudesse perceber o ser que lhe salvara atacou o cão flamejante, só agora ela pode notar que se tratava de uma serpente negra gigante, uma serpente gigante com asas negras iguais a de um corvo.

 

- É loucura demais pra um dia só!! – gritou ela testemunhando a luta que começou.

 

A serpente envolveu o cão gigante e lhe apertava com tudo que tinha ao mesmo tempo em que recebia mordidas do animal, Isawa decidiu que não esperaria pra ver quem ganharia e correu novamente.

Atravessando o bosque ela descobriu agradecida que era um belo atalho pra sua casa, quando essa loucura acabasse ela passaria a usar esse caminho regularmente, só então se deu conta que sua vida nunca mais seria a mesma, como explicar que ela foi perseguida do shopping até aqui por um cão cuspidor de fogo? Como explicar que foi salva por uma serpente com asas? Pediu uma resposta para suas duas consciências que nesse momento não queriam saber de nada além de tomar um banho e comer o maldito bolo que ela tanto queria.

 

- Agora eu to discutindo comigo mesma! – analisou ela furiosa.

 

Subiu as escadas que levava para o templo, sua família tomava conta de um templo no alto de um morro durante os períodos que ele não era usado, ao chegar ao arco que separava as escadas do templo ela rezou e agradeceu por ainda está viva

 

- Vô! Vó! Estou em casa! – gritou ela ao entrar.

 

O casal idoso correu para receber a neta querida, estavam desesperados com a demora dela.

 

- Onde você estava querida? Quando vimos o noticiário dizendo que um monstro estava destruindo o centro da cidade nos quase tivermos um ataque.

- Nos ligamos pro seu celular, mas ninguém atendia! – disse a senhora.

 

Só agora Isawa notou que deixou sua bolsa no shopping quando a correria começou.

 

- Se eu contar vocês não vão acreditar – disse ela se sentando no sofá com as mãos segurando a cabeça – nem eu acredito no que aconteceu!

- Pode nos contar qualquer coisa querida, nos confiamos em você – disse a avó.

 

Isawa suspirou, depois de tomar um copo de água oferecido pela vó ela passou a narrar o que lhe aconteceu nessa tarde.

 

- Eu estava lá no shopping toda feliz e tranqüila quando de repente um cachorro grande feito à peste apareceu do nada e começou a tocar o terror lá, até ai tudo bem né? Se não fosse pelo fato que ele me perseguiu de lá até o bosque aqui do lado estaria tudo bem eu acho.

 

Seus avós não a interromperam ficaram apenas ouvido tudo que ela me dizia.

 

- Ai eu comecei a ouvir vozes, e quando aquele bicho quis me transformar em churrasco com o fogo que saia da boca dele... – ela parou de falar como se se lembra de algo – eu cheguei a mencionar que ele cuspia fogo?

 

Vendo a resposta negativa dos dois ela continuou.

 

- Pois é, ele cuspia fogo, então ele tava quase me mandando pra junto dos meus pais quando uma cobra ENORME COM ASAS apareceu e me salvou, fora isso meu dia foi normal.

 

Ela começou a rir como se tivesse contado uma piada, estava contando que seus avós ligassem pro hospício e mandassem levá-la embora.

 

- A voz que ouviu era de uma mulher? – perguntou o avô.

- Eu acho que sim, não lembro direito – respondeu Isawa achando estranha a pergunta.

- E a cobra, ela falou alguma coisa? – perguntou a avó.

 

Definitivamente Isawa achou essas perguntas estranhas, não parecia que seus avós achavam aquilo um absurdo.

 

- Eu perdi alguma coisa? Tem algo que preciso saber?

 

Seus avós baixaram a cabeça em sinal de tristeza, eles procuravam a melhor maneira de começar uma longa historia.

 

- Parem com a enrolação e falem logo de uma vez! – exigiu uma voz que vinha de fora.

 

Isawa assustou-se com a voz rouca e arrastada que ouviu, parecia um sussurro que podia ser ouvido em qualquer lugar, ela procurou a fonte da voz e ao olhar pra porta que levava pra fora viu a mesma cobra que habitava a escola onde estudava.

 

- Como essa cobra veio parar aqui? – perguntou Isawa confusa.

- Vim salvar o teu rabo! – respondeu a cobra grosseiramente.

 

Isawa abriu a boca pra questionar o modo como à cobra lhe respondera, só então ela notou que a cobra de fato lhe respondera.

 

- Eu devo estar drogada! – disse Isawa quase perdendo o juízo.

- Eu espero que não mocinha! – reclamou sua avó se pronunciando pela primeira vez.

 

Isawa notou que a cobra olhava os seus avós, e esses pareciam não dar bola pro fato da cobra falar ou de tudo que ela contou agora pouco.

 

- Vocês dois! – começou a cobra novamente – tragam um pedaço daquele bolo ali na mesa, e você senhorita vá fazer as malas, está na hora de voltar pra casa.

 

 

Continua. (eu também quero bolo ^^)


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Notas finais do capítulo

bom, desculpe por re-postar esse cap, o proximo cap deve ser postado em breve por isso tenham só um pouco de paciencia^^

e por favor comentem, gostaria de saber a opinião de voces sobre essa historia.