Mônica – Sobre?

Cebola – Sobre o que aconteceu antes, eu não...

Mônica –... ‘Queria ter feito aquilo, me desculpe’.

Cebola – Mas, como você...

Mônica – Você é meio previsível nesse aspecto.

Cebola – Ah, mas é verdade. Me desculpa, eu realmente não queria ter feito aquilo.

Mônica – Então por que fez?

Cebola – Eu não sei, minha cabeça estava meio cheia com tudo o que estava acontecendo e acabei descontando em você sem querer.

Mônica – Eu também não estava com a cabeça no lugar, e também descontei em você.

Cebola chegou um pouco mais perto de Mônica, tocou no rosto dela para que seus olhos se encontrassem.

Cebola – Mônica... Eu queria te pedir uma coisa.

Mônica – O que é?

Cebola – Eu...

CRACK

O barulho fez com que os dois se separassem e ficassem atentos pra qualquer coisa, logo, o responsável pelo barulho apareceu.

Mônica – Pedro? Diana?

Cebola – O que fazem acordados até essa hora? E... Molhados?

Diana – É que... A gente tava perto do rio e...

Pedro – Nos molhamos um pouco sem querer.

Diana estava um pouco corada e Pedro sem graça, eles pensaram que todos já estavam dormindo.

Mônica – Pelo visto, já fizeram as pazes né?

Diana – É...

Cebola – Diana, por que você ta corada desse jeito?

Diana se assustou com a pergunta dele, tudo bem que tecnicamente ele não era seu pai ainda, mas mesmo assim era seu pai (hã?).

Diana – Hã... E-eu? Não é nada, eu só...

Cebola – Não minta pra mim, eu sei que aconteceu alguma coisa além do banho acidental no rio. O que aconteceu?

Pedro e Diana se olharam, estavam um pouco nervosos, mas mesmo assim resolveram contar o que havia acontecido.

Pedro – Eu posso explicar Cebola...

Cebola – Então fala.

Pedro – É que... Eu pedi a Diana em namoro.

Diana – E eu aceitei.

Cebola – O quê?

Uma onda estranha de raiva toma Cebola, Mônica fica feliz pelos dois, era uma felicidade enorme saber que ela e Magali seriam parentes, mas logo percebe a mudança de expressão de Cebola.

Mônica – Eu estou tão feliz por vocês dois!

Mônica abraça os dois, logo depois encara Cebola, o mesmo não disse uma palavra.

Diana – Cebola? Você ta bem?

Cebola – Eu? Nunca estive melhor, mas vocês não são meio novos pra esse tipo de coisa?

Pedro – Novos? Claro que não, e, além disso, eu já esperei tempo demais longe dela.

Pedro se aproxima de Diana e a beija. (Na frente dos pais não... Ele ta querendo morrer?). Quando Cebola ia acabar com a ‘palhaçada’, Mônica o impede de fazer qualquer coisa.

Mônica – Olha, fico feliz que tenham se entendido, mas é melhor vocês irem dormir.

Pedro – Claro. Boa noite.

Os dois entram na cabana, Mônica resolve levar Cebola pra um lugar mais afastado antes que ele tenha a idéia de achar um bicho venenoso e matar Pedro enquanto dorme (Não é má idéia... Brincadeira!). Eles chegam perto do rio.

Mônica – Qual é o problema?

Cebola – Como assim ‘qual é o ploblema’? Esse cala tem a audácia de pedir a Diana em namolo! Namolo!

Mônica – E?

Cebola – Como você pode estar calma numa situação dessas? Eles, eles...

Mônica – Eles são pessoas e eles se amam, por que não deveriam ficar juntos?

Cebola – Por que eles são novos demais!

Mônica – Nós temos a mesma idade deles Cebola...

Cebola – É diferente! Nós viemos do passado, então somos mais velhos tecnicamente! E, além disso, eu não quero que ninguém a magoe!

Mônica – Mas por que você...

Mônica pensou por um instante, claro, como não percebeu antes? Era tão óbvio! Um sorriso começou a formar no seu rosto e Cebola não entendeu nada.

Cebola – Que foi?

Mônica – Está com ciúmes da Diana?

Cebola – Eu? Clalo que não! De onde você tilou essa idéia?

Mônica – Hahaha.

Cebola – Pala de lir!

Mônica chegou mais perto dele e o abraçou.

Mônica – Mas eu tenho que rir mesmo, você fica tão fofo quando esta com ciúmes. E ainda mais da sua filha que acabou de conhecer.

Cebola – Há-há, to morrendo de rir...

Cebola se afastou de Mônica e virou de costas pra ela. A mesma se aproximou de novo e o abraçou por trás.

Mônica – Escuta, não tem o porquê de você ficar com ciúmes, o Pedro é um ótimo garoto e tenho certeza de que ele vai tratar ela muito bem.

Cebola – Como pode ter certeza disso?

Mônica – Ele é filho da Magali e do Quim que por sinal não fariam mal a uma mosca.

Cebola – Isso é verdade...

Cebola se vira de frente pra Mônica.

Cebola – Desculpa, eu não sei o que deu em mim.

Mônica – Ciúmes entre pai e filha, não importa a idade, você sempre acaba tendo.

Cebola – Fato.

Mônica – E então? O que você queria me pedir antes daqueles dois aparecerem?

Cebola – O que eu... Ah claro. Não é nada deixa pra lá.

Mônica – Nem pensar! Agora você vai falar!

Cebola – Me obrigue.

Mônica começou a fazer cócegas nele, o mesmo quase não se agüentava de tanto rir. Ele começou a andar pra trás, mas acabou tropeçando em uma pedra e caiu com Mônica junto. Os dois riram mais ainda.

Cebola – Hahaha! D-desculpa...

Mônica – Tudo bem. Hahaha!

Os dois se sentaram um do lado do outro na grama.

Mônica – E então? O que você queria me pedir?

Cebola – Bom eu...

Cebola olhou pra água por um tempo e depois olhou pra Mônica, a mesma não entendia o que ele queria, mas parecia um pouco nervoso.

Cebola – Eu sei que, não nos damos bem algumas vezes, e que acabamos brigando um com o outro. E eu não quero continuar com isso.

Mônica – Como?

Cebola – Olha, eu sei que nós já passamos por muitas dificuldades, em várias aventuras juntos, mas pra mim, isso parece perigoso demais, e eu não iria suportar perder alguém que é muito importante pra mim.

Cebola tentava arrumar palavras pra continuar, não poderia perder mais tempo, tinha que fazer isso.

Cebola – Mônica, você sabe que você é muito importante pra mim e eu posso estar sendo muito pessimista, mas eu me sentiria melhor se meu último desejo fosse realizado.

Mônica – E qual é?

Cebola – Ter você ao meu lado. Nem que seja por alguns dias.

Mônica – Cebola...

Cebola – Mônica. Você quer namorar comigo?

Apenas essas quatro palavras ditas por Cebola fizeram Mônica congelar. Ela não imaginou um pedido desses vindo dele, pelo menos não tão cedo.

Mônica – Ce... Eu, não sei o que dizer.

Cebola – Diga apenas sim ou não.

Mônica chegou mais perto dele e o beijou, um beijo calmo e apaixonado, quando precisaram de ar se separaram.

Cebola – Isso foi um sim?

Mônica – Claro que foi seu bobo.

Cebola acariciou o rosto dela com a mão direita e olhou no fundo daqueles olhos castanhos que tanto amava.

Cebola – Eu te amo.

Mônica – Eu também te amo Ce.

Os dois ficaram ali conversando e namorando durante um bom tempo. Mas logo o sono chegou e acabaram dormindo debaixo de uma arvore.