Então, por quem estamos lutando?

Grifinória, dando tudo para o vermelho e dourado!

E por quem nós estamos voando?

Grifinória, esta é a batalha, esta é a guerra!

Então, por quem estamos lutando?

Grifinória, nós somos uma força que você não pode ignorar!

E por quem nós estamos voando?

Grifinória, esta é a batalha, esta é a guerra!

( Ministry Of Magic - Gryffindor Rally Cry )

— Alvo! – chamou Rose. Seu primo encarava a comida sem piscar, completamente vidrado.

— O que foi, Rosinha? – perguntou Alvo, piscando algumas vezes.

— Você nem tocou na sua comida – falou ela preocupada. O garoto suspirou triste e mexeu com o garfo nas suas panquecas intocadas.

— Não estou com fome – disse por fim.

— Você sempre está com fome – insistiu Rose. – O que está acontecendo?

— Eu... –Alvo deu mais um suspiro antes de falar. – Eu estou nervoso com o jogo.

Rose não se aguentou e começou a rir do primo. Ele jogava há anos, aquilo era no mínimo uma cena de comédia.

— Espera aí! – exclamou ela quando se recuperou do ataque de risos. – Alvo Severo Potter está nervoso com um jogo? Alvo o super fodão do quadribol Potter?

— Sim. Pare de rir. Você está me fazendo parecer um idiota! – disse Alvo afundando a cabeça nos braços e soltando um grito abafado.

— Desculpa. É que você foi sempre tão confiante pra jogar...

— Eu sei, mas esse é o último ano do James e ele ficou as férias inteiras falando pra quem quisesse ouvir como ele tem certeza que a Grifinória vai ganhar esse ano.

— E ele não disse nenhuma besteira – encorajou a garota abraçando o primo de lado. Alvo levantou a cabeça e Rose deu um beijo em sua bochecha. – Além do mais, o jogo de hoje é contra a Lufa-Lufa! Não vai ser tão ruim.

— O quê? Rose, o time deles está muito bom esse ano – Alvo contrapôs e Rose revirou os olhos. – Eles tem o Daniel Longbottom e a Annabel Morgenstern, os dois não falam com ninguém mas são dois monstros no jogo! O goleiro deles parece um muralha, nem sei como ele consegue ficar em cima da vassoura!

— Você fala como se a Mackenzie Longbottom não vivesse para ganhar do irmão. Ela se esforça muito mais quando o jogo é contra Lufa-Lufa – Rose tentou incentivar o primo e ele deu um meio sorriso.

— É, isso é verdade – concordou ele pensativo.

— Eu sempre falo verdades, Alvo - ela disse rindo e ele riu junto, agora mais animado. - Se anima e come, ou vai desmaiar no meio do jogo – falou ela apontando o prato de panquecas para Alvo. O garoto comeu em silêncio, mas mais confiante.

********

— Nervosa, abelinha? – perguntou Scorpius enquanto acompanhava Mackenzie para o jogo de quadribol.

— Já disse pra parar de me chamar assim, Scorpius - ela reclamou, mas logo abriu um sorriso. - Mas não estou nem um pouco nervosa, e você? –perguntou ela olhando para a direção onde iam. Mackenzie não era o tipo de garota que ficaria nervosa com uma simples partida de quadribol, na verdade ela sempre foi bem confiante no jogo.

— Mackenzie, é você que vai jogar, não eu – Scorp ficou confuso com a pergunta da amiga.

— Ih, verdade, tinha até esquecido que o jogo era contra Lufa-Lufa –comentou ela, agora com um sorriso quase malvado no rosto só de pensar em como iria ganhar de Dan.

— Agora que sabe que vai jogar contra o seu irmão está nervosa? –perguntou ele com os olhos brilhando de curiosidade. Scorpius ainda tinha esperanças de ver Mackenzie nervosa algum dia, era um sonho de infância.

— Desista Scorp, não estou nervosa – falou Mackenzie e mantendo o sorriso em seus lábios. – Essa é minha chance de me vingar do Daniel por ter quebrado o salto do meu sapato nas férias.

— Como o Daniel quebrou o salto dos seus sapatos? – perguntou Scorpius genuinamente surpreso. - Ele tem 13 anos, o que ele pode fazer pra quebrar um sapato?

— Primeiro, ele tem 15, não treze - Mackenzie corrigiu. - Segundo, foi o salto, não o sapato. Terceiro, você não vai querer saber como ele fez isso – disse Mackenzie fazendo uma careta esquisita ao lembrar de chegar em casa e ver seu salto preferido picado em pedaços.

Eles continuaram o caminho num silêncio amigável e se despediram quando chegaram ao campo. Scorpius ia para a arquibancada quando ouviu alguém o chamar:

— Scorpius! – ele se virou e deu de cara com o Matt, o garoto parecia cansado como se não dormisse há dias.

— Olha quem apareceu! O garoto que esqueceu dos amigos – falou Scorpius num tom completamente dramático.

— Desde quando virou minha mãe? – brincou Matt fazendo cara de bravo.

— Muito engraçado você – Scorpius respondeu completamente sarcástico. –O que você estava fazendo ontem que nem parou pra falar comigo e com a Mackenzie?

— Para de drama Scorpius, se você continuar a gente vai perder o jogo. –comentou Matthew desviando do assunto.

— Ok, vamos sentar ali com a Grifinória – falou o Malfoy indo em direção às pessoas pintadas de vermelho e dourado.

— Scorpius, está maluco? Por que você quer ir lá? – perguntou Matt seguindo o amigo. – É melhor a gente torcer para a Lufa-Lufa, os grifinórios não gostam muito da gente.

— Mas essa é a parte mais legal de ficar no meio deles – Scorpius sorriu travesso. – Eles todos ficam olhando com aquela cara de “eu vou te matar no seu sono, sonserino”.

***

O jogo já estava acontecendo há quase uma hora, o placar estava 100 a 50 para a Lufa-Lufa. Alvo e Daniel ainda não haviam avistado o pomo de ouro e Rose Weasley ainda tentava descobrir como a vassoura conseguia aguentar o goleiro da Lufa-Lufa.

— PASSA A PORRA DA GOLES, JAMES! – Mackenzie Longbottom gritou para James Potter quando ele cruzou o campo todo sozinho para perder a goles no final.

— Srta. Longbottom quantas vezes já pedi para não xingar nos jogos de quadribol?! – gritou a diretora McGonagall.

— Desculpa diretora, escapuliu! – ela gritou de volta sorrindo e a diretora reprimiu um sorriso.

De repente Alvo saiu voando com velocidade, parecia ter visto o pomo, e Daniel foi logo atrás. Agora eles estavam fazendo o que Rose chamaria de voar loucamente com uma vassoura atrás de uma bolinha de ouro. É, um nome comprido, mas muito explicativo.

— Esses jogos da Grifinória são tão sem graça... – comentou uma voz do lado de Rose. Ela se virou e deu de cara com Scorpius Malfoy olhando para ela com um meio sorriso e ela revirou os olhos.

— O que faz aqui, Malfoy? –perguntou Rose friamente. Ela não queria assunto com o loiro, não naquela hora.

— Você é a Rose, certo? – perguntou o garoto com um sorriso completamente cafajeste no rosto.

— Os meus amigos me chamam de Rose. Você pode me chamar de Weasley – a garota respondeu irritada.

— Então Rose, - ele disse ignorando completamente o ultimo comentário dela. – Eu vim aqui ver minha amiga Mackenzie Longbottom jogar quadribol, mas esse jogo está muito sem graça, a única coisa interessante é ver Mackenzie xingando.

Nessa hora a Lufa-Lufa marcou outro ponto, o que deixou Mackenzie mais vermelha que os cabelos de Rose e ela começou a gritar outra vez.

— Caralho, Peter! Não sabe defender não, moleque?!

— Mackenzie! – dessa vez quem a repreendeu foi o próprio pai, Neville Longbottom.

— Desculpa, pai! – gritou Mackenzie voltando a se concentrar no jogo.

— Só a Mackenzie mesmo – Scorpius riu e Rose revirou os olhos para o loiro.

— Por que você não vai ficar lá junto com os outros sonserinos? –perguntou Rose gesticulando a arquibancada verde e prata com a cabeça.

— Lá eles não cheiram a rosas – respondeu ele piscando para ela. A garota bufou irritada e se virou de volta para o jogo para ver Alvo voando com um sorriso enorme no rosto e o pomo de ouro na mão. Todos os grifinórios gritavam alegres.

Alvo dançava em cima da vassoura, um hábito estranho dele, nem acreditando que havia conseguido pegar o pomo. Seus amigos do time começaram a voar até ele, mas de repente um borrão passou voando por eles.

—Alvo! Cuidado! – ele ouviu a voz de Mackenzie e quando se virou para ela deu de cara com um balaço vindo em sua direção.

— Caralho – foi a ultima coisa que ele disse antes de ser acertado e depois só via escuridão.