Londres, 11 de Fevereiro de 2012.

Era uma manhã calma de sexta-feira, por incrível que pareça, o céu estava bem limpo, com pouquíssimas nuvens à vista.

No centro da cidade, os primeiros raios de luz começavam a entrar pela janela do quarto de Natasha, que logo acordou.

- WAA! Parece que hoje vai ser um bom dia, mesmo eu tendo que ir para aula... – falou espreguiçando-se.

Natasha tinha cabelos castanhos na altura dos ombros, olhos verdes, uma altura média e 13 anos, até aquele dia. 11 de Fevereiro era o aniversário de Naty (como preferia ser chamada); ela faria 14 anos e naquela mesma noite seria a festa.

- Melhor eu ir me trocar... Daqui a pouco eu tenho que ir para a escola.

Levantou-se num pulo. Caminhou calma e vagarosamente na direção da janela e abriu suas cortinas. Sua casa ficava bem em frente a uma praça e ela adorava o cheiro das flores que ficavam nas árvores. Observou rapidamente a paisagem e depois foi para seu armário onde pegou seu uniforme: uma blusa de mangas curtas branca e uma saia pregada preta. Como estava frio, ela também usava sua meia-calça preta e seus All-Stars pretos.

Além do habitual uniforme, ela usava um colar duplo: o mais comprido tinha um pingente de um pequeno pássaro de asas abertas e o menor tinha uma rosa; este colar tinha um valor sentimental muito grande para ela, já que sua mãe havia dado-lhe de aniversário, um ano antes da mesma se mudar para Paris. Elas pouco se viam e o colar era uma forma de Naty sentir a mãe sempre por perto.

Depois de escovar os dentes e pentear o cabelo, pegou sua mochila cheia de bottons de animes (seu hobby e paixão) e desceu as escadas. Já na cozinha encontrou seu pai que tomava café enquanto lia o jornal matinal.

- Bom dia – falou Naty sentando-se.

- Bom dia e Feliz Aniversário! – falou o pai entregando-lhe um pequeno embrulho.

- Obrigada!

- Pode abrir se quiser.

Abrindo o embrulho a menina encontrou um anel prateado com um pequeno cristal no centro.

- Que lindo! Obrigada pai – falou ela abraçando-o.

- De nada – o pai sorriu.

A menina colocou o anel e ficou admirando-o por alguns segundos e depois tomou sua caneca de café com leite em poucos segundo e também comeu um pedaço de bolo de morango.

- Pegou tudo? – perguntou o pai.

- Sim, sim – respondeu Naty.

- Muito bem. Melhor ir antes que fique tarde, lembre-se que tem que passar na casa de Henrietta.

- Eu sei! Tchau.

- Tchau.

Naty saiu de casa. Ela ia à pé para a escola todo o dia, pois a mesma ficava à poucos quarteirões de sua casa e, no caminho, ela passava pela casa de sua melhor amiga, Henrietta.

Henrietta tinha longos cabelos negros (que tinham sido tingidos de algumas mechas verdes...), olhos castanhos escuros e era uns dois centímetros mais alta do que Naty. A morena tinha nascido e morado na França por cinco anos, mas depois sua família mudou-se para Londres. Elas se conheceram na 6ª série e eram amigas desde então.

- BOOM DIIIIAA ~ - exclamou Henrietta animada, que estava na frente de sua casa.

- Bom dia. Por que toda essa animação? – perguntou Naty.

- Nossa! É seu aniversário e você não está animada?

- Estou, mas não tãããão animada assim.

- Hunpf. A propósito, Feliz Aniversário!

- Obrigada.

- Só vou te dar seu presente na festa hoje à noite.

- Tudo bem, mas é melhor corrermos senão vamos chegar atrasadas!

- É!

As duas andavam e conversavam animadas sobre os mais diversos assuntos: desde animes, mangás, fanfics, bandas e... Outras coisinhas... No caminho elas sempre passavam na frente do Big Ben, porém, naquele dia, parecia haver alguma coisa estranha com o relógio. Naty parou e olhou para cima.

- O que foi? – perguntou a morena – Naty?

- Uma águia – falou a outra.

- O que? Não estou vendo águia nenhuma...

- Uma águia sorrindo.

- Naty, você tomou alguma coisa que não deveria hoje?

- Uma águia que sorri e um falcão que dorme...

Henrietta deu um empurrão em Naty, que pareceu voltar a si.

- Ai! Por que você me empurrou?!

- Você começou a falar umas coisas estranhas... Assustador...

- Eu estava?...

- Sim! Não lembra?

- Não... Ah, deixa para lá! Temos que ir logo!

- Está bem, você tem razão.

A morena ainda não estava entendendo o que havia acontecido, mas deixou isso de lado.

Na escola a aula seguiu normalmente, tirando o fato de todo mundo dando os parabéns para Naty e o infame: “Com quem será?” na última aula, mas fora isso, foi um dia comum.

Já era hora da saída. Naty e Henrietta já estavam no portão para irem embora quando a de olhos verdes puxou a morena bruscamente para um canto.

- AIIII!! O que foi?! – exclamou Henrietta.

- Olha lá! – falou a menor apontando discretamente para o lado.

- Hm – a maior olhou.

O que tinha deixado Naty nervosa era nada menos que um menino, ou melhor, O menino de quem ela gostava: Matthew; ele tinha cabelos negros curtos e encaracolados e olhos verdes.

- Ah ta! É o Matthew – e claro que Henrietta sabia disso.

- Eu o convidei para a festa, mas não sei se ele vai...

- Calma! Se você convidou, imagino que ele vá sim!

- Espero que você tenha razão...

- Vou fazer macumba para garantir!

- HAHAHAHA! É faz mesmo.

As duas começaram a rir e forma embora em seguida.

>///

Já estava na hora da festa. Naty estava vestido um shorts-saia azul e branco e uma blusa branca de ombro baixo.

- Feliz Aniversário mina ~ - falou Henrietta ao chegar.

- Obrigada – falou a outra pegando a sacola com o presente.

- Depois você abre! BORA COMER DOCE ~

- DOCEDOCEDOCEDOCEDOCEDOCEDOCE ~~ - e lá se foram as duas juntas para a mesa de doces.

As duas se empanturravam enquanto conversavam sobre nada. Até que chegou a hora do parabéns. E neste momento, Matthew chegou. Naty corou violentamente ao vê-lo.

- Hehehehehe’ agora ele chegou! BORA CANTAR E DEPOIS COMER BOLO! – exclamou Henrietta.

- L feelings? – falou Naty.

- ISSAE.

Naty ficou atrás de uma enorme mesa com bolo e todos começaram a cantar.

Enquanto isso, no topo do Big Bem, um ser observava a cidade com um relógio de bolso feito de prata em mãos, como se esperasse um momento em especial.

- Mais um minuto... – murmurou.

De volta à festa, a música já havia acabado e Naty iria assoprar as velas.

- Faça um pedido! – falou o pai.

Ela fechou os olhos e pensou por um minuto.

- 10... 9... 8... 7... – a pessoa do relógio começava a contar.

“Eu quero que algo especial aconteça!” pensou Naty.

- 6... 5... 4... 3... 2... 1!

Naty assoprou as velas e no mesmo instante, o relógio tocou as nove badaladas.

- Que medo! – falou Henrietta.

- Isso é... – murmurou Naty.

- Chegou a hora – agora, a pessoa que estava no relógio sorriu.

Uma coisa é certa: cuidado com o que deseja...