Amigos, amigos, amores à parte. Será? escrita por Daiana Macedo


Capítulo 33
Capítulo 31 - Semana tensa




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Érika passa a noite acordando e dormindo, seus pensamentos não deixavam ela descansar. Assim que o sol aparece pelas frechas da janela ela decide levantar, mesmo ainda sendo muito cedo. Ela olha para Adelle dormindo tranquilamente e pensa como seria bom se ela fosse assim durante o dia também, ela então tem uma ideia, não porque ela queria se vingar, mas para mostrar que ela também é dona do quarto. Sem pensar duas vezes ela abre a janela deixando o sol iluminar todo o quarto.

- Ei fecha essa janela. - Adelle fala sonolenta.

Érika finge que não ouve nada e continua contemplando a paisagem que aquele dia lhe oferecia.

- Ou eu to falando com você. - Grita Adelle.

Érika permanece da mesma forma, sorri para o nada levantando os braço, até que ela Adelle levanta e fecha a janela com tudo.

- Eu disse para fechar a janela. - Grita Adelle mais alto na frente de Érika.

- Nossa! A corrente de ar deve estar muito forte, porque até fechou a janela. - Érika disse ignorando totalmente o grito de Adelle e reabrindo a janela.

- Você quer guerra menina?

- Eu? Tem certeza que eu que quero guerra? Você ontem mal falou comigo, me deixou para fora do quarto, gritou para quem quisesse ouvir que faria de tudo para me tirar do quarto e você diz que eu quero guerra? Era só o que faltava, agora licença que eu tenho mais o que fazer.

Ao terminar de falar Érika vai em direção ao banheiro, tranca a porta para não ser incomodada, escorrega pela porta até sentar no chão. Nenhuma lágrima desce de seus olhos, ela apenas fica um tempo com a cabeça abaixada, ela não queria agir daquela maneira, ela só queria um pouco de paz nada mais, ela fica um tempo assim antes de levantar e começar a fazer sua rotina matinal, antes de sair respira fundo, pois não sabia o que iria encontrar no quarto.

Ao sair vê Adelle sentada na cama parecendo estar esperarando ela sair do banheiro. Adelle apenas levanta, passa por Érika e fecha a porta do banheiro sem dizer nada. Érika tenta ignorar e começa a se aprontar, terminando arrumar sua cama, guarda algumas coisas, como faltava algum tempo para o café, ela pega um livro que ela tinha parado de ler devido os acontecimentos da sua vida e por sorte a Lígia havia colocado na mala, ela fica imerse a leitura, não vendo Adelle sair do banheiro, se arrumando e depois olhando para fixamente para Érika.

- Nenhuma das outras patis que veio para cá gostava de ler.

- Como? - Érika pergunta sem entender nada parecendo ter saído de um transe.

- As outras patis que expulsei não tinham o habito de lerem, pelo menos você é uma pati culta. - Falou sarcástica.

- Primeiro eu não sou pati, segundo duvido muito você ter dado oportunidade para alguma mostrar que gostava de ler.

- Pode até ser, mas mesmo assim, nunca ás vi lendo no colégio também, normalmente elas estão preocupadas com a aparência.

- Bom com o que elas estão preocupadas eu não sei, pois como disse não sou pati.

- Isso é o que você diz o que realmente você é veremos com o tempo. - Quando termina Adelle sai do quarto, mas sem bater a porta dessa vez.

Érika balança a cabeça negativamente e volta a sua atenção para o livro, termina de ler aquele capitulo, fecha-o, levanta da cama deixando-o em cima da mesma, pega suas coisas e saí do quarto. Ela vai em direção ao refeitório para tomar café da manhã, quando chega sente deslocada, mas do que na noite anterior, ela vê todos conversando, rindo, brincando um com o outro e sente uma ponta de inveja, já que fazia muito tempo que ela não tinha momentos assim, vai até a mesa onde havia frutas, pega uma maça e sai do refeitório, indo sentar em algum lugar qualquer do colégio, acha um cantinho debaixo de uma arvore e começa a comer sua maça tranquilamente, viajando em seus pensamentos.

- Porque você está isolada do povo? -Perguntou Nicholas em pé a sua frente.

- Porque … Ah! Porque sim Nicholas. - Falou sem vontade.

- Se importa de eu sentar com você?

Érika apenas dá os ombros informando que pra ela era indiferente. Nicholas então senta ao seu lado.

- Conseguiu dormir?

- Nada! Como sabe?

- Está com olheiras enormes. - Falou rindo.

- Sempre tão engraçadinho.- Falou sem vontade.

O sinal toca.

- Nossa! Ontem não ouvi sinal nenhum.

- Duas uma, ou você estava surda, ou estava em algum lugar que não dava para ouvir, tipo a detenção. - Falou em tom de brincadeira

- Ah é graças a você fui para a detenção. Agora estou me lembrando.

- Minha culpa? Perguntou erguendo umas das sobrancelhas.

- É, se você não tivesse me barrado quando estava saindo da sala de matemática, eu teria chego no horário na aula de biologia e não teria ficado do lado de fora, logo a assistente do diretor não teria me encontrado no corredor e eu teria ficado livre da detenção.

Nicholas riu. - Me desculpe.

- Ei porque está rindo é sério.

- Tá bom, eu já pedi desculpas, mas só o fato de estar no corredor não te levou para a detenção. - Falou levantando e oferecendo o braço para levantá-la

Ela segura em seus braços e levanta - É... digamos que ela tem uma implicância comigo – Falou rindo.

- Sei, implicância dela. - Falou fazendo cocegas em seu nariz e depois à olhando nos olhos.

Érika fica sem graça, olha para baixo e diz: - Melhor irmos, não quero ficar fora da sala de novo.

- Claro, até mais então.

- Até.

Érika novamente sorri, pega em seu bolso o mapa e segue para a primeira aula do dia, não demora muito ela encontra a sala de física e entra, deixando na mesa um papel para o professor que ontem o diretor lhe entregou para dar a cada professor, autorizando a sua permaneça na aula mesmo ainda não estando na lista de chamada. Olha para sala procurando um lugar e para a sua surpresa vê Adelle sentada no fundo da sala e atrás dela existia uma cadeira, ela reluta um pouco e vai em direção dela, coloca suas coisas na mesa e senta, esperando as reclamações de Adelle, mas essas não acontece, ela simplesmente ignora a presença de Érika e fica com a atenção totalmente voltada para frente. Pouco depois o professor entra na sala. Observa o papel em sua mesa e pergunta.

- Quem é a Senhorita Érika?

Érika faz um sinal mostrando que era ela, o professor saudá com um “seja bem vinda” e começa a dar a sua aula.

- Uol, finalmente alguém educado. - Érika diz para si

Érika consegue entender melhor a explicação da matéria do que ontem, mas percebe que está muito atrasada perto dos outros alunos. A aula acaba e ela segue para as outras aulas, em todas Adelle estava na sala, mas nenhuma palavra era dita entre elas, nem sequer um olhar era direcionado, assim também foi o resto da semana. Érika via Emma muito raramente, alguns professores pareciam ser legais outros extramente rigorosos. Quanto as atividades complementares Érika ainda não estava fazendo, passava a tarde na biblioteca tentando aprender as matérias que estava tendo mais dificuldades, no quarto com Adelle, parecia que existia uma lei entre elas, a lei do silêncio, Érika temia qualquer hora ser ataca por alguma coisa, mas isso não aconteceu. Nicholas sempre que tinha oportunidade se aproximava dela, ela não dava muito espaço, mas os momentos que estavam juntos era sempre divertido para ele, pois Érika sempre se irritava fácil com suas brincadeiras. Então chega o dia de voltar para casa.

Érika pensa que não sabia o que era pior, estar na escola, ou ir para casa do pai, mesmo sendo bem tratada para ela aquela não era sua casa, ela preferia quando só vinha visita-los, morar ali era muito estranho, ela arruma suas coisas, pega sua mala e sai ao encontro de Tomás que já estava a sua espera.

- Oi Tomas. - Ela fala sem empolgação

- Olá Senhorita Érika, gostou da escola? - Pergunta animado.

- Você nem imagina o quanto.

- Oi Tomas, oi Keka. - Diz Emma animada.

- Oi Pirralhinha. Érika diz com um meio sorriso.

- Olá. Acho que agora podemos ir não é verdade? - Perguntou Tomas as meninas que apenas assentiram.

Tomas abre a porta do carro para que elas entrem, Emma e Érika respectivamente entram e se acomodam. Tomas fecha a porta entra pela porta do motorista, dá partida e segue para casa.

No caminho Emma tenta puxar assunto com Érika, mas a única coisa que consegue é alguns sorrisos, nada mais. Érika parecia perdida em seus pensamentos vendo toda a cidade de Ottawa passar pela sua frente. Não demora muito eles chegam em casa, Emma saí correndo para abraçar sua mãe que as aguardava no jardim. Érika sorri ao ver a cena, ela queria poder estar fazendo a mesma coisa agora. Ela vai até o porta mala do carro para pegar sua mala e Tomas a repreende dizendo que leva a mala em seguida, Érika agradece e sorri tentando ser simpática, vai até a Alice e cumprimenta.

- Oi Alice.

- Oi Érika querida, como foi a escola? - Ela diz à abraçando

- Foi ótima. - Mentiu

- Que bom, seu pai ficará muito feliz em saber disso, mas acho melhor vocês irem para seus quartos se arrumarem, pois iremos jantar fora hoje. Comemorar a família reunida.

Emma fica bastante empolgada e logo entra na casa correndo indo em direção ao seu quarto. Érika sorri novamente tentando ser simpática e começa a entrar na casa lentamente.

- Está tudo bem com você mesmo minha querida? Pergunta Alice preocupada.

- Está Dona Alice, fique tranquila. Ao terminar a frase dirigiu-se para seu quarto, trancou a porta e se jogou na cama, olhando para o teto, se encolhe toda e perdida em seus pensamentos dorme.

- Senhorita Érika está tudo bem? - Uma voz perguntava do lado de fora do quarto.

Érika ainda sonolenta tenta concentrar no que a fez acordar.

- Senhorita Érika, responda por favor.

Agora ela lembrou uma voz a chamava, ela colocou-se de pé, passou as mãos em seu rosto e foi em direção a porta.

- Oi. - Ela disse com o rosto todo amassado.

- Desculpa Senhorita Érika, mas faz tempo em que está trancada no quarto e fiquei preocupada – Pergunta Lígia

- Faz tempo? - Érika pergunta confusa.

- Sim, cerca de duas horas.

- Nossa! Tudo isso? E meu pai já chegou eles já foram jantar?

- Não senhora, seu pai chegou agora pouco e está terminado de se arrumar, a Senhora Alice está no quarto de Emma arrumando os cabelos dela.

- Ufa, ainda dá tempo de me arrumar então.

- Precisa de ajuda para escolher uma roupa?

- Não, muito obrigada, prefiro eu mesma me arrumar.

- Tudo bem, quando precisar estou a disposição.

- Obrigada. - Érika sorri e fecha a porta.

Ela vai para o banheiro e toma um banho rápido, vai até o closet e vê todas as suas coisas arrumadas.

- Pelo menos ficou de forma fácil de achar minhas coisas, sorriu ao ver tudo organizado.

Ela pega uma roupa qualquer, pega o estojo de maquiagem que comprou junto com a Agatha quando fez a repaginada em seu visual e sorri.

- Ai Thina, que saudades suas, você me faz tanta falta.

Começa a se maquiar, depois seca seus cabelos e em pouco tempo está pronta. Olha sua imagem refletida no espelho do closet e sorri.

- Linda por fora você está keka, agora falta tratar o interior né?! - Falou rindo, lembrando de tudo que passou naquela semana.

Não demora muito Lígia anuncia que todos estão a sua espera na sala de estar. Ela agradece pega uma bolsa qualquer e desce. Quando chega na sala seu pai estendes os braços.

- Oi minha filha como foi a escola.

- Foi tudo bem pai. - Ela diz abraçada a ele.

- Que bom filha, fico muito feliz, agora vamos porque estamos atrasados para a reserva que eu fiz.

- Onde vamos? - Ela pergunta saindo do abraço.

- No meu restaurante preferido filha, tenho certeza que vai amar.

- Claro pai. - Ela responde sem jeito.

Eles saem da casa em direção a garagem, o Senhor Ethan avisa que ele mesmo irá dirigir e dispensa Tomás, em pouco tempo eles chegam ao restaurante e Érika fica encantada com o lugar que aparenta ser muito chique, ela entra ao lado do pai e de Emma, eles jantam, conversam, enquanto Érika apenas sorri para tudo que perguntam, o passeio tinha tudo para ser agradável e feliz, mas Érika não se sentia assim, na verdade ela se sentia fazia, ela via o tratamento do seu pai com Alice e Emma e desejou ter tido uma família assim completa, imaginou como teria sido se seu pai e sua mãe tivessem dado certo, talvez Emma não existisse, ou viesse como sua irma por inteira e não só por parte de pai. Como era estranho aquela sensação de vazio, de incerteza. Logo o jantar acaba e eles voltam para casa. Emma já dormia no banco de trás enquanto Alice e Ethan trocavam carinhos e brincadeiras de casal, Érika fingia dormir para se sentir menos constrangida. Quando chegam em casa Alice pede para Érika acordar enquanto Ethan pega Emma no colo e a leva para seu quarto. Érika se despede e faz o mesmo, entra no quarto e respira aliviada ali ela poderia ser ela mesma. Como havia dormido antes de ir estava sem sono, pega seu notebook e o liga, fazia dias que não via seus e-mails e suas redes sociais, já que no colégio estava envolvida com outras coisas.

Assim que abre sua caixa de entrada vê diversos e-mails e começa a olhar os destinatários.

- propaganda, trabalhos da antiga escola, mãe (é claro), Thina (ela me respondeu que fofa) e Braian. Hãm? Braian?

Assim que lê o destinatário Braian sente um gelo percorrer sua espinha e sem pensar duas vezes o abre e começa a lê-lo e com as primeiras palavras seus olhos já estavam marejados.


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Notas finais do capítulo

Oiee
Logo a fic mais interessante.... prometo
Bjus