Agatha e Érika ficam um bom tempo abraçadas sem dizer nenhuma palavra. Agatha não sabia o que falar para a amiga melhorar, até porque ela também não estava bem, claro sua amiga estava muito pior, mas é tão difícil achar as palavras certas quando vemos os nossos amigos sofrendo. Ela respira fundo na tentativa de achar a melhor maneira de começar.

- Desculpa Keka.

- Desculpa pelo o quê Thina? - A olhou sem entender

- Ah, por fazer sua dor aumentar ainda mais.

- Não tinha como você saber Thina, não precisa se desculpar. - Fala secando as lágrimas.

- Vamos para sua casa?

- Não posso.

- Como não?

- Se chegar em casa com essa cara de choro minha mãe vai ligar para o meu pai.

- Como assim Keka? Não entendi.

- Ai Thina, quando você ligou eu falei que aconteceu muitas coisas ontem.

- Sim, mas eu pensei que você estava falando da briga e da suspensão.

- Também, vou te contar....

Érika começa a contar para Agatha tudo que aconteceu ontem, da sua ida ao médico por causa de uma possível gravidez, fala da pírola, explica o que a medica disse, fala que logo pela manhã já veio a confirmação que não estava e principalmente que sua mãe a ameaçou contar para o seu pai caso ela a veja chorando pelos cantos.

- Keka, você poderia estar grávida? Como você não se preveniu?

- Ai Thina já te expliquei, eu sei que fui uma completa imbecil, mas agora já passou, pelo menos a suspeita, agora é só arrancar essa dor de mim.

- Nossa Keka, que barra você está passando hein? Mas o que você acha que o seu pai vai fazer?

- Além de me dar uma surra? Não faço ideia, por isso não quero correr o risco. Ele sempre foi muito surpreendente.

- Entendi. Então vamos comer alguma coisa ali na lanchonete, assim dá tempo da sua fisionomia melhorar.

Érika concorda então elas vão até a lanchonete, lá se sentam em uma mesa escondida, ficam conversando um pouco, Agatha tenta de todas as formas ajudar a amiga. Érika precisa melhorar, mas como ela poria ajudar? Que palavra serviria de insentivo, em meios aos seus pensamentos ela lembra de uma frase de uma frase que elas leram em algum lugar. Ela então pronuncia a frase para a amiga.

"Se não puder voar, corra. Se não puder correr, ande. Se não puder andar, rasteje, mas continue em frente de qualquer jeito." -M. Luther King

- Lembra dessa frase Keka?

- Nossa Thina eu não me lembrava, mas agora que você pronunciou eu lembrei dela e de outras frases desse Martin

- Então Keka, eu sei que sua dor não vai passar fácil, mas ficar alimentando ela também não vai adiantar nada. Está mais que na que na hora de você continuar.

Érika não ouve a amiga, ela continua pensando na frase, era apenas uma frase, mas era a verdade que ela precisava, não tinha como ela ficar paralisada ela precisava continuar, mesmo que fosse rastejando, mas parada ela não poderia mais ficar. É quando ela toma uma decisão sem saber como vai fazer, mas ela vai fazer e sua amiga iria ter que ajudá-la

- Thina amanhã você vai comigo ao Shopping?

- Como assim Keka? Pra quê?