Entre O Brilho Das Estrelas escrita por Anny Andrade


Capítulo 3
Capitulo 3: Algumas Cartas na Mesa.




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O resto da noite não foi fácil para nenhum deles. Rony permaneceu no restaurante sentado sozinho em uma das mesas do canto, com um copo vazio a sua frente e uma garrafa de vinho vazia deitada sobre a mesa de madeira. Nos últimos dois anos ele tinha aprendido a beber, principalmente depois que Hermione tinha realmente embarcado no avião. Nem se importou com a viagem alucinada de Harry e Gina e ignorou completamente as broncas da mãe. 

Draco e Luna foram quem ficaram com ele, observando seu sangue ser tomado por álcool e sua voz sair enrolada juntamente com seus gritos que poderiam transpassar as paredes do prédio e chegar até onde Hermione estava. Era isso que ele esperava ao gritar o nome dela para o céu estrelado que parecia somente zombar de sua cara. Esperava que pelo menos o vento pudesse levar sua dor até ela e fizesse-a entender tudo que ele tinha feito. Que tinha sido tudo por ela e nunca por ele. 

Agora uma garrafa de vinho não fazia efeito algum, ainda mais quando metade do liquido tinha sido derrubado na pia da cozinha, Katty detestava quando as pessoas tentavam se embebedar na esperança de esquecer os problemas. Ela sabia que no máximo que a bebida traria era dor de cabeça, mau humor e a realidade, problemas não desaparecem em passes de mágicas. Antes de sair derrubou o restante da garrafa fora e deu uma ultima olhada no ruivo. 

Ela entendia o que era sofrer de amor, não havia sofrido quanto o chefe sofria, afinal ela nunca tinha amado como ele amava. Só sabia que não fazia sentido um amor terminar por um motivo tão tolo, tão idiota. Era algo que não entrava em sua cabeça e isso ainda renderia em muitos planos, afinal às vezes o amor precisa de empurrõezinhos.

Rony permaneceu lá, com a cabeça deitada sobre o braço de ângulo estranho. Ele preferia ter dor de cabeça, dor no corpo e aturar piadas dos funcionários a precisar voltar ao apartamento, seu coração ainda tentava entender a volta dela. A volta da garota que ele amou antes mesmo de conhecer. 

Hermione por sua vez tinha os olhos vermelhos vidrados em uma enorme xícara de café. Com o tempo tinha se viciado em altas doses de cafeína para conseguir escrever e revisar tudo a tempo. Depois de horas chorando no ombro do amigo ela simplesmente se trancou no quarto e se postou em frente à janela olhando para o nada e sentindo o vazio se apoderando de cada parte de seu corpo. Como poderia acreditar por um momento que as coisas seriam iguais, nada mais seria igual. 

Seu dia não seria nada fácil, iria buscar Brian e Leo no aeroporto e conseqüentemente teria que confessar a autoria de um dos livros preferidos de Gina, ela nem sabia que a ruiva gostava de ler, mas com Brian por perto o segredo não duraria nem um segundo, ele pode ser tímido, mas quando começa a falar pode revelar o final de um filme sem tocar no contexto anterior. 
Suspirou voltando a tomar seu café. O café acalmava. Ou ela fingia que esse era o efeito. 

-- Bom dia... – Luna apareceu com uma camiseta que Hermione percebeu está no corpo de outra pessoa na noite anterior. – Ou não... – Luna disse vendo os olhos da amiga.

-- É um bom dia sim. – Hermione forçou um sorriso. 

-- Para Luna aparentemente foi uma ótima noite. – Gina disse entrando e se jogando em uma das cadeiras. – Draco não estava com essa camiseta ontem?

-- Gina... – Luna disse corando. – Isso era uma informação desnecessária. 

-- ATA... Como se eu não te visse com camisetas assim umas três vezes por semana. Isso quando você não se esquece de aparecer no café da amanhã. – Gina disse pegando a xícara de Hermione. – Café? Credo. Prefiro Chocolate. 

-- Café me ajuda, mas esse aqui tá meio fraquinho. Parece mais um chá. 

-- Gosto de chás. – Luna sorriu. – Mas o café foi o Draco que fez... Ele precisa para ficar acordado ensaiando. 

-- Por acaso o loiro se mudou para cá? – Hermione perguntou rindo. 

-- Nossa! Babado amiga... O Pai da Luna surtou. – Gina disse rindo. 

-- Não sabia que meu pai era tão conservador. – Luna falou pensativa. 

XXX 

-- Não está animado com a viagem? Daqui a poucos minutos estaremos onde começou a criança do livro. 

-- É só uma viagem Brian. Por Favor, nada de escândalos. 

-- Sabia que é o gay mais chato que eu conheço? – Brian disse fazendo careta. – Se não te conhecesse a vida inteira não seria seu amigo. 

-- Jura? Isso é uma promessa? Porque posso voltar no tempo só para me livrar de você. 

-- Eu vou conhecer a Lana! CARA, a Lana! – Brian disse sacudindo Leo. 

-- Brian, Lana é um personagem. Sabe fictício. – Leo disse sério. – Não existe.

-- Mesmo que a Mi negue eu sei que é inspirado em alguma das amigas dela. – Brian sorriu. – Lana é a garota perfeita. Ela é linda, tem olhos azuis, tem uma personalidade forte, e é encantadora. 

-- Brian, eu deveria te internar. Prometi para a tia que ia cuidar de você, mas não sabia que ia piorar tanto com o passar dos anos. – Leo disse. 

-- Acha mesmo que o tal de David não é o amor secreto da Mi? – Brian riu. – O cara é destaque no livro inteiro. Os cabelos laranjas e olhos azuis. Eu entendo de livros, de filmes e de amores. 

-- De amores? – Leo riu.

-- De amores platônicos. – Brian respondeu. – E com toda certeza vou conhecer a musa inspiradora de Lana. Seu invejoso. 

-- Invejoso? Sou casado. 

-- Ah verdade, está com saudades do Flavinho. – Brian riu. 

-- Ele disse que tem tanta coisa acontecendo que se não tivéssemos com as passagens prontas ele falaria para ficarmos onde estávamos. – Leo disse. 

-- Viu... A historia acontece lá. Entre eles... – Brian sorriu. – Lana está perdida lá esperando por mim.

-- E o Leon fica aonde? 

-- Eu serei o leão dela. – Brian disse erguendo os braços. 

-- Morro de vergonha. – Leo disse voltando a ler um jornal. 

Brian e Leo eram amigos desde que nasceram, suas mães eram amigas de faculdade e uma era madrinha do filho da outra. Os dois passaram por muitos problemas juntos, Leo sofreu grandes preconceitos dos amigos e familiares quando assumiu a homossexualidade e somente Brian continuou ao seu lado. Brian perdeu a mãe muito novo, ela teve uma grave doença e a morte dela só aproximou ainda mais os dois que mesmo com personalidades e comportamentos completamente diferentes era grandes amigos. 

XXX

-- Não acredito. Eu realmente não acredito... – Ele caminhou e se aproximou do garoto deitado sobre a mesa. – E depois Harry Potter se esqueceu de amadurecer, vive na gandaia, e não tem mais responsabilidade. 

-- Harry... Melhor não implicar com ele hoje. – Draco disse se aproximando. – Parece que não teve uma noite nada boa. 

-- Que está ai? – A voz suave veio da cozinha. 

-- Ou talvez tenha sido boa. – Harry disse rindo. 

-- Nunca veio ao restaurante né? – Draco disse sério. 

-- Não, por quê? 

-- Sou eu Katty! – Draco gritou de volta. 

-- Olá. – A morena disse saindo da cozinha. – Luna não veio? 

-- Está com a amiga que chegou ontem. – Draco falou fazendo careta. 

-- Eu tentei mandar o Rony embora, mas só consegui jogar o vinho fora. – Katty disse. – Ele é teimoso e eu não podia deixar o restaurante aberto com ele morto ai na mesa. 

-- Ele contou o que houve? 

-- Contou que ela é tão teimosa quanto ele. 

-- E é mesmo. – Draco respondeu olhando o amigo. Harry fez um barulho estranho com a garganta chamando a atenção. – Esse é o Harry. 

-- Oi. – Harry disse sorrindo charmosamente. Katty era realmente bonita e chamou atenção dele. 

-- Oi. – Katty sorriu corada, sentiu os olhos de Harry a encarando e um calor invadiu seu rosto. 

-- Melhor acordá-lo e levá-lo para um banho né? – Draco disse. – Toma conta de tudo aqui né Katty?

-- Tomo, o pessoal já chegou e estão na cozinha. 

-- Ronald? – Draco tentou. 

-- Rony... – Katty tentou abaixando e cutucando o amigo. 

-- Deixa comigo. – Harry disse indo até a cozinha e voltando com uma jarra de água. 

-- Mas... – Katty tentou falar.

-- Relaxa Gata, eu conheço o cenoura a vida toda. – Harry disse sorrindo e em seguida derrubou a água sobre a cabeça de Rony e acordou assustado. 

-- O que? 

-- Bom dia Flor do Dia. – Harry disse. – Hora de tomar banho e voltar a ser o Ronald chato e dono de restaurante e não um bêbado. 

-- Harry? – Rony parecia tonto de tossia por causa da água que havia bebido sem querer. 

-- Não... Sou o super homem e vim te salvar. – Harry piscou para Katty e ela acabou sorrindo. 

-- Deixa de brincadeira- Draco disse. – Por que dormiu ai? Sabia que tem um apartamento e que divide ele com amigos? 

-- Eu não queria ficar onde tem a presença dela. – Rony disse. 

-- Vai se mudar para cá? 

-- Seria uma boa idéia. – Rony respondeu. 

-- Os dois procuraram isso, precisam enfrentar as conseqüências. – Draco disse. 

-- A doninha selvagem está certa. Vamos embora e depois eu te trago descentemente para trabalhar. – Harry disse. 

-- Harry? Nunca veio no restaurante antes e vai vim duas vezes? – Rony perguntou. 

-- Não pode atender os clientes assim, eles estão certos. – Katty disse. E Rony olhou dela para Harry e de volta para ela. 

-- Vai tentar se aproveitar da Katty? – O ruivo disse fazendo a morena corar. – Não bastou a Gina? Agora além de namorar minha irmã de sangue quer namorar a pobre funcionaria que eu considero uma irmã de consideração? É um safado. 

-- Rony! Cala a Boca. – Harry disse o arrastando para fora. 

-- Não caia na lábia dele Katty, esses olhinhos verdes enganam a todos. – Rony gritou. 

-- Você cuida de tudo né Katty? – Draco perguntou, mas a garota estava distraída. – Quando eu era safado as garotas fugiam de mim, com Harry elas se jogam. Injustiça. 

-- O que? 

-- Cuida de tudo que seu patrão volta logo, e vai trazer o safado junto. 

-- Safado? – Katty perguntou. 

-- Harry Potter. Se acostume. – Draco disse rindo e saindo. 

-- Ele é tão bonito, olhos verdes... – Katty suspirou e voltou para a cozinha.

XXX 


-- Por que se arrumou tanto? Estamos esperando o marido do Flavinho. – Luna disse. Ela vestia um vestido azul claro com flores em branco e olhava estranho para Gina. 

-- E o outro amigo deles, vai que ele é tipo assim: Gatinho! – Gina disse animada. 

-- Você nem esqueceu o Harry ainda. 

-- Quem disse? 

-- Eu moro no mesmo apartamento que você e te escuto cantando: E eu vou te levar... – Luna disse séria. 

-- Isso não significa que não o esqueci, ele que terminou o relacionamento e quis voltar antes da viagem acabar. Ele que vive nas noitadas com garotas diferentes e mal me cumprimenta. 

-- Podiam crescer né? – Flavinho disse. – AHHHHHHHHHHHHHHH

-- O que? – Luna perguntou assustada. – Invasores? 

-- Não... – Hermione riu. – Leo e Brian. – Ela disse enquanto Flavinho tentava se controlar para não sair correndo. 

-- Não vai correr? – Gina riu. 

-- Léo me mataria. – Flavinho disse. - ele é serio. 

-- Muito sério. – Hermione disse. 

-- Quem são eles? – Gina perguntou olhando para os milhares de passageiros. 


-- Olá. – Leo disse parando em frente a Flavinho que sorriu derretidamente. Gina perdeu o ar. Com toda certeza os melhores caras ou eram casados ou eram gays. Leo erro os dói. 

-- Gente esse é o Leo! – Flavinho disse sorrindo.

-- Oi. – Luna e Gina responderam.

-- E ai patroa? – Leo falou olhando para Hermione e não entendendo os gestos desesperados. 

-- Patroa? – Gina questionou. 

-- Depois... – Hermione disse rapidamente. – E Brian? 

-- Ficou preso explicando que não é um traficante de jogos eletrônicos, apenas um viciado. – Leo disse sério. 

-- O que? – Luna riu. – Meu noivo é ótimo em jogos. 

-- Ela também. – Gina disse fazendo careta. 

-- Oi. – Uma vez mal humorada surgiu atrás de Leo. 

-- Brian... – Hermione sorriu. – Não te revistaram né? 

-- Não... Queria que eles me molestassem Mi? – Brian disse indignado. – Acabar com a minha honra antes de conhecer a Lana? 

-- Eu disse que Lana não existe. – Leo disse. 

-- Quem é Lana? – Luna perguntou.

Brian a encarou por uns segundos. 

-- Loira. Olhos Azuis. – Brian disse. 

-- Do que ele está falando? – Gina perguntou. 

-- Nada. – Hermione tentou, mas era tarde demais. 

-- Lana W. uma das personagens... – Brian começou. 

-- De Entre o Brilho das Estrelas. – Gina disse empolgada. – Sou fã desse livro. 

-- Sério? – Brian sorriu esquecendo-se de Luna. 

-- Sabe, a Penélope é uma copia viva da Luna. – Gina disse. – Mas ninguém acredita em mim, só porque fisicamente a Lana é muito mais parecida com ela. Só que o jeito, o interior, é o da Penélope. 

-- Vamos mudar de assunto. – Hermione sorriu forçado. – Precisamos ir embora pensar em um lugar para eles ficarem. 

-- Mas... 

-- Nada de mas... Brian. – Hermione disse ríspida. 

-- Poderiam ficar com os meninos. – Luna disse sonhadora. – Podemos falar com o Draco. – Ela sorriu.

-- Não sei se seria uma boa idéia. – Hermione tentou dizer, mas Gina tinha começado a falar com Brian sobre o livro, Leo e Flavinho trocavam olhares amorosos e Luna. Bom, Luna no entenderia. 

XXX 

“Sozinho aqui eu tento entender, o que falta pra suprir a solidão...”

Ronald sentia a água quente caindo por seu corpo, seu cabelo grudado em seu rosto e seus pensamentos grudados em sua alma. Tudo parecia escorrer junto com a água que passava por ele menos as lembranças dela, menos a incerteza, menos o medo de tentar continuar. Ele estava preso no passado e sabia como se libertar só não sabia à hora certa de quebrar as algemas. A hora certa de obrigar Hermione a ler a carta, ou a escutá-lo. Sabia que as palavras seriam certas, só não sabia quando usá-las. 

A água passava de sua cabeça e escorria por suas costas, ele normalmente olhava para cima fazendo o liquido quente escorrer também por seu peitoral, por sua barriga. Muitas vezes tinha passado horas ali. Parado embaixo da água rezando para que quando saísse dois anos não tivessem passado. Ficava horas embaixo da água pedindo mentalmente para que o tempo tivesse parado, que tudo fosse apenas um sonho, um pesadelo ruim que chegaria ao fim quando o sol iluminasse o céu. Infelizmente não era. Não era um pesadelo e não era possível parar ou voltar no tempo. 

Era nítido que ele precisava daquele banho. Ele sempre precisava daquilo, fosse depois de uma dose a mais de bebidas, fosse por simplesmente querer se esconder dos amigos, se esconder da vida. Ali ele se isolava na ilusão de não poder ser tocado, de não poder ser marcado, na ilusão de voltar no tempo. Tinha se esquecido do relógio e deixou por um momento a água apenas acariciá-lo, deixou os pensamentos sumirem. Fechou os olhos e só relaxou. A vida não poderia se transformar em nada, não por algo que significa tudo. Talvez ele conseguisse mudar as coisas, talvez voltasse no tempo, talvez voltasse a sonhar. Talvez devesse aprender a lutar.

“Olhando em seus olhos eu posso entender, a força que me prende a você...”

Mesmo tentando convencer a todos que deixar Leo e Brian no apartamento dos meninos seria uma péssima idéia, mas eles estavam muito ocupados em conversar entre si e com Flavinho e Gina que fingiam não escutá-la. Não que fosse algo difícil, com a altura que Luna tinha ligado o som do carro alugado para buscá-los, afinal não caberia todos em um fusquinha minúsculo. 

Quando chegaram ao prédio Luna nem ao menos deixou eles passarem pelo apartamento delas os levando rapidamente para a porta da frente. Quando tocou foi Harry quem atendeu e sua expressão mudou drasticamente quando encontrou com Hermione. 

-- Tive uma brilhante idéia. – Luna anunciou. – Os amigos da Mi podem ficar aqui com vocês. 

-- O que? – Harry perguntou, mas a loira já estava o empurrando. 

-- Luna... – Draco disse se levantando e indo de encontro a ela. – Já estava com saudades de mim? Porque sabe que não estamos longe a muito tempo.

-- Eu sempre sinto saudades. – Luna sorriu. 

-- Está me provocando? Sabe que eu não resisto. – Draco riu. – Lembra do corredor né? 

-- Corredor? – Luna disse confusa. 

-- Esqueceu? 

-- Sabe que não tenho uma memória boa. – Luna disse. 

-- Eu te lembro. – Draco falou sugando os lábios dela subitamente e calorosamente. – Se lembrou? 

-- Aham... – Luna disse sem ar. 

-- Podem parar de expor a figura de vocês? – Harry disse sério.

-- Ele está na seca. – Draco disse rindo.

-- Esses são Leo e Brian. – Gina disse se jogando no sofá. – Leo é o marido do Flavinho, e o Brian? 

-- Eu divulgo... 

-- É amigo. Meu amigo. – Hermione disse fazendo Brian olhar intrigado para ela.

-- Divulga o que? – Gina não se deixou intimidar. 

-- Tá certo... – Hermione disse. – Eu conto a verdade. 

-- Que verdade? – Luna falou. 

-- Bom... Eu sou a autora de um livro. – Hermione disse corando. 

-- Um livro? – Harry se animou. – Seu sonho sempre foi escrever um livro, parabéns Hermione. – Ele se aproximou abraçando a garota. 

-- Que livro? – Gina pareceu curiosa. 

-- Não é atoa que Pámela se pareça com Luna. – Hermione disse constrangida. 

-- Hein? 

-- Eu divulgo “Entre o Brilho das Estrelas” – Brian disse envolvendo Mione pela cintura demonstrando o quanto era fã do livro. 

-- Caras, eu pensei muito e decidi... 

Todo mundo já teve aquela sensação de Djavu e naquele momento era exatamente isso que aconteceu com Hermione. A voz, o corpo envolto na toalha, os cabelos molhados, os lábios desenhados, as sardas no nariz e nas bochechas. E por fim os olhos. Azuis. Sendo encobertos por fios de cabelos molhado. Ela sabia que olhá-lo daquela maneira era um erro, mas ninguém controla os sentimentos, ou o coração. Não foi fácil disfarçar e fugir das lembranças. Do calor e do arrepio frio, da cabeça girando e ar falhando. Era exatamente que isso que o rosto sem expressão de Hermione tentava disfarçar, só que era tudo que sentia. 

Naquele momento ela conseguia entender o que prendia o coração dela a ele. Conseguia entender a força que o sentimento tinha mesmo depois da distancia e dos anos. Olhando nos olhos que tanto a compreenderam, que tanto a despia de qualquer puder, os olhos que faziam ela se afogar sem medo. Olhando os olhos entendia a força que a prendia a ele. Entendia que mesmo que tentasse fingir e negar ela sempre o amaria. 

-- O que está acontecendo aqui? – Rony perguntou coçando a cabeça constrangido. 

-- Parece que teremos hospedes. – Harry disse. 

-- Hospedes? – Rony perguntou. – Que hospedes?

-- Brian e Leo... – Luna sorriu saindo dos braços de Draco. -- E quem eles são? 

-- O marido do Flavinho, mas acho que precisam achar um lugar para ficar juntos e enquanto não acham... 

-- E quem é Brian? – Rony perguntou. 

-- Sou eu. – O loiro disse acenando ao lado de Hermione. – Ele é o David? É completamente o David. 

-- Brian... – Hermione disse vermelha. 

-- Nossa, como não percebi isso antes. – Gina exclamou. – Meu irmão é David L. 

-- O que? – Rony falou sem tirar os olhos da mão de Brian que permanecia na cintura de Hermione. 

-- David é simplesmente o melhor. Não seria o Ronald. – Gina riu. – O David é romântico, dedicado, simplesmente perfeito. Ou seja, não é o Ronald, só o físico é parecido. 

-- Quem é David? – Rony perguntou com as orelhas vermelhas, ele mesmo tinha esquecido que estava apenas de toalha. 

-- Posso explicar essa confusão... – Hermione disse com a voz fraca saindo de perto de Brian. – Mas, talvez... 

-- Talvez? 

-- Talvez você devesse se vestir. – Ela disse engolindo seco. 

-- Sabemos que o cenoura gosta de se exibir, lembra quando ele apareceu assim para seus pais? – Harry disse rindo. 

-- Cala boca Harry... Cala a boca. – Rony disse. 

-- Mas... 

-- Vou me vestir e entender essa historia de hospedes, de David, e do resto. – Rony disse se retirando. 

-- Uau... – Hermione suspirou corada e com falta de ar. – Uau... 

-- O que? – Gina olhou rindo. 

-- Acho que a Mi sentiu saudades do Ron. – Luna disse sorridente. 


-- O que? – Hermione disse seria. – Por favor. 

-- Gata, você tava babando nele... Deve ter se lembrado de cenas intimas. – Flavinho disse. – Se eu fosse solteiro eu teria imaginado muitas cenas intimas. 

-- O que? – Leo perguntou serio. 

-- Amor... Se eu fosse solteiro. Se você fosse também imaginaria. – Flavinho disse segurando a mão do marido. 

-- Ele é o David. Tenho certeza. – Brian disse. – Seu namorado cujo nome nunca era dito. -- Pode explicar essa historia de ser a autora misteriosa? Por que não contou antes? Eu quero autografo no meu livro... Posso leiloar ele, todos os fãs querem o autografo impossível e eu serei a única. – Gina sorriu. – Posso ficar rica, ser famosa... Hei... Por acaso eu seria a Lana? 

-- Podemos esperar o Ronald? Assim eu explico tudo uma vez só. – Hermione disse. 

-- Vai conseguir falar? Achei que ia atacá-lo, tipo um beijo selvagem. – Flavinho disse. 

-- O que?

-- Olhou para ele e desejou. Confessa Gata. – Flavinho riu. 

-- Eu vou explicar sobre o livro de uma vez e somente uma vez, e resolvemos o fato de Brian e Leo ficarem aqui. – Hermione disse séria sentando-se no sofá. 

-- Ela desejou muito. – Gina disse. – E ele é meu irmão. ÉCA! 

-- É ótimo ter a vida sendo discutida entre sete pessoas. – Hermione falou ironicamente. 

-- Cinco. – Gina respondeu. – Luna e Draco estão ocupados. 

-- Eles continuam assim? – Hermione riu. – Depois de dois anos de namoro? 

-- Eles são tarados. – Harry falou. – Me passa essa almofada ai novato. 

-- Quem? 

-- O loirinho de olhos claros e comportamento esquisito. 

-- Brian ignore o Harry ele tem inveja de pessoas inteligentes e legais. – Gina disse. 

-- Como sabe que ele é inteligente e legal? O conhece há quanto tempo? Duas horas? – Harry disse irritado. 

-- Na verdade há quase uma hora e meia, mas o que isso te interessa? – Gina falou. – Não deveria se preocupar com a “filhinha de papai totalmente pirada”. 

-- Eu estava nervoso quando disse isso. – Harry falou. – Fazia duas semanas que estávamos em um acampamento grotesco. 

-- Estávamos vivendo, estávamos livres... 

-- Sujos, com fome, e sem uma possibilidade de continuar sonhando com um mundo perfeito. 

-- É tão mimado e fala de mim. – Gina disse. – Vive para o carro bonitinho, para as roupinhas alinhadas e graças ao padrinho querido.
-- Claro que é, mas você não consegue copiá-lo. 

-- E você tenta copiar todas essas garotinhas famosinhas, mas nunca chegará ao estrelato. 

-- Hei... – Brian disse assustado. – Ainda querem a almofada? 

-- Me passa. – Harry gritou e em seguida jogou o objeto em Draco e Luna. – Podem parar de se amassarem no meio de todos? 

-- Tudo bem Harry? – Luna sorriu se afastando do loiro. – Me parece alterado. Quer um chá? Talvez coca-cola? Um incenso? São ótimos tranqüilizantes. 

-- Luna... – Hermione sorriu. – Eu te adoro amiga. 

-- Harry, relaxa. – Draco disse. – Arruma uma namorada, ou agarra a Gina. 

-- Fique longe de mim seu nanico quatro olhos. – Gina disse séria. 

-- Nunca te agarraria pimenta estragada. – Harry retrucou. 

-- Brian, senta ali perto da Luna e do Draco. E eu sento entre os meus amigos malucos. – Hermione disse separando Harry de Gina. 

-- São animados né? – Leo comentou. 

-- Não viu nada. Na primeira vez que almocei com eles, me largaram sozinho. – Flavinho disse. – Mas são ótimas pessoas. 

-- Vou procurar um apartamento o mais rápido. – Leo disse assustado. 

-- Boa idéia. – Flavinho sorriu indo se sentar com Gina. 

A ruiva continuava brigando com Harry. 

XXX
Rony não podia acreditar que ele teria que participar de uma reunião com os novos amigos de Hermione, e ainda por cima com ela o tratando como um absoluto nada. Fora isso ainda tinha a historia de David e livro. Ele não estava entendendo absolutamente nada. Suspirou enquanto colocava uma calça jeans e uma camiseta azul marinho encoberta por uma camisa preta, bagunçou os cabelos molhados um pouco e se olhou no espelho. 

-- E agora? – Se perguntou. – Agora? – A imagem respondeu. – O que acontece agora? – Rony disse se encarando. –Agora o jogo começa. – Sua voz lhe respondeu. Ele virou de costas rumo à sala. Ali enfrentaria no mínimo uma guerra. 

-- Até que fim voltou. – Hermione disse.

-- Morrendo de Saudades de mim suponho. – Rony falou sentando-se ao lado de Brian. 

-- Há Há Há. Eu só quero resolver logos os problemas, Leo é meu assessor e sei que pode resolver tudo. – Hermione disse. 

-- Hermione, você continua mentindo mal. Depois de dois anos. – Rony disse e sorriu. De onde estava tirando força e sarcasmo só Deus sabia. 

-- Bom, eu realmente nunca fui falsa e mentirosa. – Hermione disse seria. – Diferente de algumas pessoas. 

-- Ela está falando de mim. – Rony disse para Brian. – Sabe se leu uma certa carta? 

-- Ela não leu e não deixou ninguém ler. – Brian respondeu. – Por falar nisso poderia me dar um autografo?

-- Brian... – Hermione disse do seu lugar.

-- Autografo? – Rony riu. – Não entendi isso ainda. 

-- É o David. 

-- Não. Sou Ronald. – Rony apertou a mão do rapaz. 

-- Brian. – Ele disse. – Mas seu personagem no livro se chama David. 
-- Podem explicar a historia desse livro? – Rony falou.

-- Eu ia explicar, mas algumas pessoas gostam de chamar atenção. – Hermione falou. 

-- Acho que ela ainda gosta de você. – Brian sussurrou, nunca tinha visto a amiga tão alterada. Rony sorriu. 

-- Posso falar? – Hermione perguntou irritada. 

XXX
Hermione suspirou criando coragem de dizer tudo que poderia sobre o livro que ela havia escrito, e sobre os personagens que tinham muito haver com os amigos. Ela não sabia ao certo como começar, mas depois de alguns minutos mentalizando cada passo do processo, ela começou a falar lenta e pausadamente. Muitas vezes observava na expressão deles o quanto se encontravam confusos. Mas não deixava as perguntas acontecerem. Quando chegou ao fim os únicos que pareciam satisfeitos com a historia eram Flavinho, que já conhecia todos os detalhes, Brian que só faltava conhecer os personagens reais, e Leo que esperava que logo isso acabasse acontecendo. Uma escritora não fica muito tempo sem revelar sua fonte de inspiração. 

-- Quer dizer que o caderno... – Rony falou olhando fixamente para Hermione. Por um momento a hostilidade deles tinha desaparecido. 

-- Bom... – Hermione disse. – Eles eram um tipo de refúgio. 

-- Por que não nos contou? – Gina gritou. – AMIGA! Eu sou famosa! 

-- Então tudo bem? – Hermione perguntou. – Nada de processos? Gritos? 

-- Eu nem conheço essa historia, esse livro. – Draco disse. – Mas por mim, tranqüilo. 

-- Mi, eu acho que ficaria vem de roxo e verde. – Luna disse animada. 

-- Não Lunita... Você tem cabelos lindo. – Draco disse cheirando os fios loiros dela e beijando discretamente o pescoço da noiva. 

-- Harry? Ronald? – Hermione disse com medo. 

-- Preciso ler esse livro. – Harry disse, mas sorriu e isso fez o coração de Hermione aliviar. Só faltava o ruivo responder. E ela sabia que viriam gritos e acusações, ela estava preparada para sofrer e sentir as pedras rasgando sua pele e danificando seu coração. 

-- Tudo bem... – Rony respondeu deixando Hermione surpresa. 

-- Como?

-- Tudo bem... – Ele disse. – Deve ter se dedicado para escrever tudo que acontecia aqui e depois traduzir em uma historia fictícia. Acho justo não interferíamos nos resultados. 

-- Sério? – Ela perguntou sorrindo.
-- Claro. – Ele respondeu se levantando. – Mas preciso conhecer o David né? – Rony disse. – Só que agora vou trabalhar. 

-- Eu te levo. – Harry disse animado. 

-- Mas... 

-- Draco resolve a estadia dos hospedes. – Harry disse. – Confiamos em você. 

-- Isso só porque quer cantar a pobre Katty. – Draco disse. 

-- Discutimos isso depois. – Rony disse. – Tchau. 

Hermione permaneceu paralisada vendo o ruivo desaparecendo por trás da porta. Desde de quando ele era tão maduro, tão sério, e tão educado? Ele realmente tinha mudado, e ela não sabia se para melhor ou pior. Sempre amou o Rony alegre e nervoso, mas seu coração batia mais forte por aquele novo Rony. Um desconhecido que poderia significar uma segunda chance. 

-- Sempre essa Katty. – Hermione resmungou. 

-- Sempre o ciúmes de você... Ciúmes de você... – Flavinho cantou. 

-- Que tal conversar mais sobre o livro? – Gina se animou. 

-- Em fim as cartas estão sobre a mesa. – Hermione sorriu abraçando a ruiva e sentando ao seu lado. 



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Notas finais do capítulo

Espero que estejam gostando...
Beijinhos!!



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