Entre O Brilho Das Estrelas escrita por Anny Andrade


Capítulo 1
Capítulo 1: Os destinos voltam a se cruzar


Notas iniciais do capítulo

Desculpem os erros gramaticais.



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-- Eu não acredito. 

-- Não acredita em que? 

-- Não acredito que estou realmente dentro desse avião, voltando... – Ela suspirou. – Depois de tudo. 

-- E você ainda não leu a carta, não é mesmo? 

-- Para que? Para ler o que eu já sei? – Ela disse séria. – Já basta ter que me lembrar daquele dia até hoje. 

-- Por que você é tão teimosa? Pode me explicar? 

-- E você me ama assim né? – Ela sorriu.

-- Na verdade eu te odeio... Primeiro por ter dispensado todos aqueles bofes lindos, e segundo por ter ficado tão linda e com um visual melhor que o meu. 

-- Flavinho... – Hermione riu, o amigo sempre conseguia fazê-la relaxar e esquecer das dores e tristezas. 

-- Gata, eu estou falando sério... Por sorte eu me arranjei né? – Ele mostrou um enorme anel cravejado de brilhantes. 

-- Casar é se arranjar? – Hermione perguntou. 

-- No mundo das pessoas normais é sim. Afinal não estamos voltando exatamente para isso? Um casamento? A louquinha vai ficar linda com o loiro sedução. Casal perfeito.

-- Só Draco e Luna para terem essa idéia maluca. – Hermione riu. 

-- Dois anos passou rápido não? – Flavinho perguntou mesmo sabendo a resposta. 

-- Para mim demorou mais que décadas ou séculos. – Hermione falou olhando pela janelinha do avião. Na noite escura não consiga enxergar nada, mesmo que sempre soubesse que elas estariam lá. As estrelas. Brilhando como aquela que levava pendurada ao pescoço e a gravada na pele. 

-- Nunca entendi o fato de você gostar tanto de estrelas. – Flavinho disse. – Normalmente nós que amamos brilho e purpurina. 

-- É uma história que eu não quero contar. – Hermione disse. – Acho que já falei isso muitas vezes. 

-- E eu já sei que tem haver com aquela pessoa cujo nome eu fui proibido de falar. 

-- Exatamente. – Hermione concordou. E mesmo sem ouvir o nome ou a descrição ela sempre o tinha em seus pensamentos. Parecia uma praga daquelas que chegam sem avisar e destroem tudo. Ele havia chegado e nada fazia com que deixasse de habitar o espaço que ela chamava de coração. 

-- E quem vai nos esperar? – Flavinho mudou de assunto percebendo que Hermione voltaria a se distrair e a se sentir mal caso permanecessem falando sobre tudo que ela ainda sentia. 

-- Consegui falar com a maluca da Gina. – Hermione sorriu. – Na verdade foi o Harry que me ligou dizendo que chegavam hoje também. Passaram dois anos viajando sem rumo, inacreditável. Na verdade nem sei como ele achou meu número. 

-- Ter publicado um livro nem facilitou isso não é mesmo? – Flavinho sorriu. – A mais nova autora de Best Sellers ignora o fato de está se tornando famosa. 

-- Ninguém sabe que sou eu. Para isso uso um pseudônimo. – Hermione disse séria. 

-- Sempre me esqueço desse detalhe. - Flavinho disse revirando os olhos. – Me diz por que usa esse negocio? Foge da fama? Eu me jogaria na frente dela.

-- Eu não preciso que todos fiquem me perguntando sobre os personagens, e se a história é real ou não... Prefiro que eles sintam o mistério. – Hermione disse confiante. – Assim é muito mais fácil conseguir leitores curiosos. 

-- Com um agente como o Léo, você consegue todos os leitores e leitoras do mundo. – Flavinho disse animado. 

-- Léo... Léo... – Hermione riu. – Vou morrer de saudades. 

-- E vou mesmo... 

-- Amor, ele vai viajar amanhã. Só não pode vir com a gente por motivos profissionais. – Hermione disse rindo do bico que Flavinho fazia. 

-- Gata, eu preciso cuidar do meu maridinho. Sei como suas leitoras são loucas para arrumar um bofe como ele. – Flavinho disse sério. 

-- Ele te ama. – Hermione disse. – Todos amam você. 

-- Sei que sou uma “biba” irresistível. – Flavinho disse alegre. – Casado há um ano e seis meses e muito feliz. 

-- Inveja mata? – Hermione perguntou. 

-- Não! Senão você estaria ai esturricada. – Flavinho disse rindo. 

-- Obrigada... 

-- Obrigada? 

-- Por ficar sempre ao meu lado. – Hermione sorriu. – É quase um irmão. 

-- Seu pai morreria se tivesse um filho gay. – Flavinho disse. 

-- Ou mataria você... – Hermione revirou os olhos. – Te amo amigo. 

-- Ah... Abraço super fofo! – Flavinho disse agarrando a amiga. 

-- Flavinho você nunca muda... – Hermione disse sem conseguir respirar. 

-- Nem sou sufocante, diferente do Brian. 

-- É tão maldoso. 

-- Ele é apaixonado por uma personagem de livro e ainda insiste em perguntar em quem ela é inspirada. 

-- Flavinho... Tadinho. 

-- Tadinho de mim que ficarei sem meu amor. – Flavinho sorriu. 

-- Odeio seres apaixonados, eles se tornam burros, lentos, adocicados, é nojento, triste e deprimente. 

-- Granger... O ódio um dia precisa acabar... 

-- Não sinto ódio... – Hermione respondeu fechando a expressão.

Tudo tinha mudado e isso estava visível. Não pelas roupas ou pela maquiagem, mas pelo sorriso, seu sorriso nunca mais voltara a ser o mesmo. Aquele sorriso que nunca consegue ser realmente intenso, qualquer um podia perceber que faltava algo. Faltava o motivo. Os últimos dois anos tinham a feito mudar completamente, e uma parte de seus sonhos conseguiu se realizar. Não foi atoa que em menos de dois meses um livro simples que com muitos nãos na ficha acabou despertando a simpatia de uma editora e assim os livros de capa amarela e estrelas pretas ganharam as prateleiras das principais livrarias do mundo. 

O mistério de uma autora sem rosto fez com que tudo ganhasse ainda mais publicidade, Flavinho nunca soube direito o que o fez entrar naquele avião naquela tarde, mas sabia que sua amiga precisaria dele, e ele estaria ali presente, sempre. 

E o ódio que ela jurava não sentir tinha todos os indícios que realmente não ocupava o corpo dela, mas o problema era exatamente que amor e ódio andam juntos e naquele momento o coração dela não batia, não sentia, não sorria. Ele apenas a mantinha viva. Talvez sentisse ódio por sempre acordar sentindo o perfume dele pelo quarto. Talvez sentisse ódio ao implorar em pensamento que ele cruzasse a porta fechada e a tomasse em seus braços. Talvez sentisse ódio ao se lembrar dos beijos. Os beijos que lhe tiravam da terra, os beijos que faziam a pele suar, o corpo tremer e o desejo pulsar. 

-- Talvez eu sinta ódio. – Hermione falou meio ofegante ao se lembrar da língua dele brincando com a sua. 

-- Eu sabia... – Flavinho respondeu. Foi em vão. Hermione tinha os olhos fechados e poderia presenciar a cabana, os lençóis brancos, a música, e ele. Sempre ele. Sempre os olhos. Sempre. Sempre o pôr do sol e o brilho das estrelas. 


XXX

-- Não. 

-- Como assim não? 

-- Não tenho tempo... 

-- Isso é importante!

-- É só um ensaio... E eu nem entendo o por quê? 

-- Todo casamento tem ensaio, e você é um dos padrinhos. 

-- Vocês vão casar na praia DRACO. POR QUE QUEREM ENSAIAR EM UM LUGAR QUEM NEM TEM AREIA? EXPLICA! 

-- Foi idéia da sua irmã maluca, Ronald. 

-- DRACO porque escutam a Gina? – Rony disse andando de volta para a cozinha. 

-- Seu restaurante não pode ficar sem você uma noite? – Draco seguiu o amigo. 

-- Não posso... Da ultima vez um cliente reclamou e a sua namorada perguntou se ele estava sendo perturbado por nargules... O que são isso? – Rony perguntou experimentando um molho. 

-- Luna é ótima... – Draco riu. 

-- Não preciso ir a esse ensaio maluco. – Rony disse andando entre uns funcionários e experimentando varias coisas. 

-- Precisa sim... É... – Draco não deveria falar o porquê de o amigo precisar. 

-- Não posso largar o restaurante, hoje é dia de movimentação. – Rony respondeu serio. 

-- Mas... 

-- Draco... Já que é tão importante ensaiem aqui. – Rony disse.

-- O que? 

-- Depois que eu fechar... Espero você a sua noiva maluca e amada, a minha irmã sem meta alguma e o senhor conquistador Potter. – Rony disse voltando a andar. 

-- Tem mais pessoas... 

-- Traga todos loiro. Quando o restaurante fechar. – Rony disse. – Posso trabalhar? 

-- Está cada dia pior... – Draco disse revirando os olhos e saindo. – Se ficar longe de Hermione te deixaria assim não deveria tê-la deixado ir. 

-- Ela que não leu minha carta. – Rony gritou cortando um tomate forte demais e o transformando em pasta. Não adiantou o loiro já tinha se afastado frustrado. Gina tentaria o matar e Luna nem o ajudaria.

Tudo tinha mudado e isso estava visível. Não pelo restaurante que a cada dia ganhava novos clientes, e nem pelo jeito responsável que de repente o dominou. O que mudou foi os olhos, eles não tinham mais o mesmo brilho. Aquele capaz de hipnotizar e despir a alma de todo e qualquer sentimento. Os olhos transmitiam apenas o vazio, e a dor que era escondida a sete chaves. Claro que o coração batia, o tanto suficiente para ele sobreviver, nada nunca mais seria igual. O amor era cruel, a vida era injusta, e os sentimentos tecnicamente eram eternos. 

A única coisa que andava como deveria andar era o profissional. Não tinha terminado a faculdade ainda, mas o restaurante que tinha montado com a ajuda da amiga andava muito bem. As mesas precisavam ser aumentadas a cada semana e os pratos também. Um sonho realizado, não o maior deles, mas um realmente importante. 

Nos dias atuais Luna era a única que conseguia fazer Ronald Weasley largar o restaurante, a amizade deles tinha aumentado relativamente e ambos passavam muitas noites em silencio apenas comendo batatas, era praticamente irmãos de alma. Ela começava a falar às maluquices que ninguém entendia, ele simplesmente pensava nela, na dona da sua vida. Ambos se entendiam. Luna com suas esquisitices, e Ronald com suas lembranças. 

-- Droga... – Rony reclamou quando sentiu o cheiro de queimado. Seus pensamentos sempre lhe traziam lembranças, gostos, desejos. Tudo de repente está morno e depois de poucos minutos passa a ser quente e frio. Quente são os detalhes de sua memória, frio é o sentimento que agora bate em seu coração. – Ela deveria ter lido. 

XXX


-- Que horas o avião chega? 

-- Se não atrasar daqui uns minutos... Espero que nenhum Zonzóbulo tente brincar com o piloto... 

-- Luna! Ótimo, me deixe preocupada... 

-- Sempre achei que não acreditava nisso... 

-- Vi muitas coisas pelo mundo, não duvido de nada. – Gina sorriu. – Qual o número do avião? 

-- Número? – Luna olhou confusa para a amiga. – Eles têm números? 

-- Normalmente... 

-- Sério? – Luna disse desconfiada. 

-- Oh Meu Deus! Oh Meu Deus! – Gina simplesmente ignorou e bateu no braço da loira fazendo-a olhar para frente. 

-- Oh Meu Deus! – Luna repetiu. 

As duas garotas, que nos dias atuais já pareciam muito mais mulheres esqueceram-se completamente que estavam em um lugar cheio de pessoas e de chão escorregadio e dispararam na direção oposta. A dor dos corpos se chocando, o baque no chão, um rapaz muito bem vestido se afastando e rindo de três mulheres que naquele momento eram três crianças. 


-- Isso tudo é raiva por dois anos longe? Estão tentando me matar! 

-- Saudades... Saudades... Saudades... – Gina falou voltando a abraçar a amiga. 

-- Muitas saudades... – Luna disse. 

-- Sei que vamos chorar né? – Hermione sorriu segurando as lágrimas que já borravam sua maquiagem escura. 

-- Dois anos é muito tempo. – Gina disse. 

-- Tempo demais... – Luna concordou. 

-- E mesmo assim só sentiram saudades dela. – Flavinho se pronunciou pela primeira vez. 

-- FLAVINHO! – Gina gritou. – Minha ALMA GEMEA DA MODA! – Ela se levantou com um pouco de dificuldade Luna estava por cima de suas pernas. 

-- Não... Não... – Flavinho tentou recuar. – Me derruba, essa calça custa muito caro... – Tarde demais, Gina já tinha pulado e o derrubado, pessoas olhavam assustadas para a cena. 

-- Sua alma gêmea está casada. – Flavinho disse rindo. 

-- Sério? – Gina perguntou sorrindo. – Parabéns! Ele é gato?

-- Maravilhoso... – Flavinho suspirou ajudando Gina levantar e levantando-se em seguida. 

Hermione e Luna já estavam de pé e tentavam resgatar as malas. Por sorte o visual das meninas estava muito diferente do dia que buscaram Hermione na rodoviária. Hoje não tinham nada de plumas ou óculos coloridos. Porém as lembranças pulsaram na mente de Hermione como se ela tivesse voltado há dois anos. Isso poderia ser um bom ou um mau sinal, ela preferiu ignorar a sensação estranha em seu estomago e as batidas aceleradas de seu coração. Com toda certeza alguma coisa aconteceria. Mas seria tão rápido assim? Ela esperava que não. 

-- Malas resgatadas! – Luna anunciou tirando Hermione do transe em que entrara. 

-- Obrigada... 

-- Está tão linda... Quem te vestiu assim? – Gina olhou analisando cada detalhe da saia preta de cintura alta acima dos joelhos, a meia calça preta e um scarpin de salto altíssimo e finíssimo, juntamente com uma blusa branca básica e um colete de couro por cima. – E os cabelos? – Curtos e desfiados em um tom acima do que a ruiva conhecia. – Me leva lá? Quero mudar também. – Gina fez bico. 

-- Ela fez tudo sozinha. – Flavinho riu. – Mudanças Drásticas Querida. 

-- Esta divina... – Gina disse. – O que aconteceu? 

-- Que tal ir para o meu carro? – Luna perguntou orgulhosa.

-- Carro? Luna? – Hermione perguntou corada, sempre corava quando recebia elogios e isso não conseguiu mudar. – Como assim? 

-- AMIGA... Não queira saber. – Gina fez uma careta trágica. 

XXX

-- Ela vai te matar. 

-- Eu sei... E pior é que nem a Luna vai querer me salvar. 

-- Sua missão era simples. Fazer o RUIVO sair daquele restaurante. Sabia que acho que faz uns três meses que nem falo com ele? 

-- Claro que não fala... Ele chega em casa as 2h e você nesse horário está em alguma festa duvidosa. 

-- Draco, você gostava dessas festas duvidosas. 

-- Harry... Quando eu tinha idade para isso e não era comprometido. 

-- Você toca nessas festas. – Harry falou fazendo uma expressão estranha. 

-- Trabalho e minha banda é ótima. – Draco falou andando de um lado para outro. 

-- Rony precisava de um tempo longe daquele lugar. – Harry falou com os pés em cima da mesinha de centro. 

-- Aquilo virou a vida dele. – Draco disse. – A Gina vai me matar antes do casamento, isso será tão dramático. 

-- Gina está mais calma depois daquela viagem maluca. – Harry riu. – Por isso eu fugi dela, ela estava muito estranha. 

-- Harry? Você estava querendo um relacionamento aberto com Gina Weasley! – Draco riu. – Você fugiu antes dela ser cruel e maldosa. Um medroso. 

-- Ela consegue ser má quando quer. – Harry respondeu. – E estou ótimo com a minha vida. 

-- Claro... Sai de casa as 23h e chega as 8h. Como poderia falar com o Rony? – Draco disse. – Ele chega às 2h fica até as 7h dormindo e depois sai correndo para a faculdade, da faculdade para o restaurante. – Draco pensou. – Deveria arrumar um emprego. 

-- O que? Eu ainda tenho três anos de faculdade e muito que aproveitar. E você também não trabalha. 

-- Harry, eu passei vários meses viajando com a banda e nós estamos indo bem. 

-- Você vai casar. Precisa de um emprego fixo. – Harry riu. 

-- Ótimo! Está passando um tempo com o querido Lucio Malfoy né? – Draco disse com raiva. 

-- Seu pai pode ser um pouco difícil de se conviver, mas ele construiu um impero. – Harry disse tentando irritar mais o amigo.

-- Harry? Você podia se matar... Seria problemas a menos. – Draco disse. 

-- Preocupado com a Gina e a maldade dela?

-- Claro! 

-- Calma... Podemos levar a Mione para o restaurante. 

-- E a festa? – Draco perguntou olhando para o apartamento cheio de bexigas coloridas. 

-- Hermione odeia festas surpresas, e pelo que conversei com ela essas bexigas deveriam ser trocadas por preto, branco e roxo. – Harry disse. 

-- Talvez devêssemos ligar para as meninas. – Draco disse. – Vou ligar para minha Lua. 

-- Você e a Gina são iguais. DRAMATICOS. – Harry disse quando o loiro começou a digitar os números no celular, ele recebeu apenas um gesto grosseiro de volta. 

XXX 

Do lado de fora do aeroporto muitos carros estavam estacionados e Hermione olhava atenta imaginando qual deles poderia ser o carro de Luna, enquanto se perguntava como que alguém poderia deixar a Luna dirigir. Passaram por um conversível verde limão e por um momento Hermione achou que poderia ser o tal carro. Errado. Eles continuaram andando por outros carros excêntricos como uma caminhonete laranja com glitter e uma limusine completamente decorada de flores brancas e roxas. 

-- Ele não é lindo? – Luna sorriu orgulhosa para o carro estacionado distante dos outros, em uma parte vazia do enorme estacionamento. 

-- Lindo? Ele é antigo, velho e pequeno. – Gina disse. Luna ignorou já estava acostumada com as criticas ao carro, mas a ruiva sempre pedia caronas já que gastou todo o dinheiro com a viagem e como castigo os Weasley cortaram a mesada. 

-- Velho, mas sempre te leva para as aulas de atriz. – Luna disse séria. – Ele é tão radiante. Tão solar. Minha querida bananinha. 

-- Bananinha? – Hermione riu. 

-- Ele precisava de um nome. – Luna sorriu. – Vamos colocar as malas e entrar.

-- Claro! O carro é meu. – Luna sorriu abrindo o porta malas. 

-- Eu disse que você não ia querer saber. – Gina disse. 

-- Até que ele é bonitinho... – Hermione disse olhando para fusca amarelo que agora recebia suas malas. 

-- É um fusca! – Flavinho disse. – Poderíamos pintar ele de rosa e colocar bancos de couros brancos. Lindo. 

-- Não! Eu gosto da minha bananinha... – Luna disse saindo de dentro do porta malas. – Fiquem longe do meu carro. 

-- Pelo menos se livrou dos palhaços? – Hermione perguntou. 

-- O Alfredo está pendurado no retrovisor... – Luna disse alegremente. 

-- Eu vou atrás. – Hermione declarou rapidamente. 

-- Não perdeu o medo de palhaços? – Gina riu. 

-- Seres Horríveis. – Hermione falou. 

-- Como convive com o Brian? Ele é o pior palhaço de todos. – Flavinho disse. 

-- Quem é Brian? – Gina perguntou. 

-- É... Um amigo. 

-- Ele é apaixonado por uma personagem do livro... 

-- Entre o Brilho das Estrelas. – Hermione disse olhando feio para Flavinho. – Está fazendo sucesso lá. 

-- Eu amo esse livro... Já leu? – Gina falou empolgando-se. 

-- Eh... Não... – Hermione mentiu. 

-- Assim que chegarmos a casa eu vou te mostrar. Tem um personagem que parece muito com a Luna, só que tem cabelo roxo e verde. – Gina disse entrando no carro. 

-- Flavinho... Não conta... Ainda... – Hermione disse antes de entrar com o amigo no carro de Luna. 

-- Você e esse seu medo da fama. – Flavinho disse. – Não conto, mas espere até o Brian conhecer a senhorita pimenta. 

-- Oh meu Deus... – Hermione falou pensando no assunto. – Vu ter que contar sobre o livro logo. 

-- Vamos Gente! – Luna disse buzinando. Quando ligou o carro ele fez quatro estouros e soltou muita fumaça. – Bananinha não gosta de esperar. 

-- Bananinha deveria ir para a sucata. – Gina disse. 

-- Ele é uma relíquia. Vai ficar comigo para sempre. – Luna sorriu tentando sair do estacionamento. Surpreendentemente ela dirigia bem.

O som do radio foi ligado alto, Luna sempre escutava musicas na maior altura possível. Seu celular tocava dentro do porta luvas e era completamente ignorado pela loira que cantava acompanhando a música. Hermione sentia falta daquilo. Saudades delas, das amigas que eram mais que amigas. Ela sorriu vendo a briga de Luna e Gina para escolher uma música e as opiniões de Flavinho sobre colocar bancos de couro, ele sugeriu muitas cores e Luna até cedeu para a laranja fluorescente. Era realmente está em casa, por aquele momento no carro ela não sentia nada além de alegria. 

Precisava daquelas pessoas, precisava daquela loucura. Precisava voltar para casa. 

XXX 

-- Ótimo... Ela não atende. – Draco disse se jogando no sofá. 

-- Come uma coxinha e relaxa. Sabe que a Luna liga o som no ultimo naquele negocio que ela chama de carro. – Harry disse. 

-- Não fala assim da bananinha... Sabe que foi o meu presente de noivado. – Draco disse sério seqüestrando um salgadinho que estava sobre o balcão da cozinha. 

-- Poderia ter dado um carro de verdade a ela. 

-- Ela que escolheu. E é bom ter clássicos. 

-- Clássicos? Aquilo é uma lata velha. – Harry riu. 

-- O que tem que haver com o carro da minha noiva? – Draco perguntou. – Implico com aquele seu carro gay? Com banco de couro branco? Com aquele dvd cheio de frescuras? E teto solar? Não... Não implico. 

-- Draco? Está com TPM? 

Não foi necessário responder porque voaram três coxinhas na cara do moreno e por pouco também não voou um copo de refrigerante. 

-- Já respondeu. – Harry disse. – Se sua noiva ver desperdiçando comida termina o noivado de novo. 

-- Harry... Cala a sua boca, porque eu estou à cozinha e posso me armar e liquidar você. 

-- Draco relaxa... Estou com saudades da Mione, vamos esperar ela chegar e podemos carregá-la para o restaurante do Rony. Tudo dará certo. – Harry disse sério.

-- Eu era tão mais tranqüilo. – Draco disse serio. – A vida de adulto está acabando comigo. 

-- Relaxa... – Harry disse. – Minha vida de adulto está sendo ótima. 

XXX 

Rony não estava mais concentrado, mesmo dizendo que não havia sentido ir ao ensaio do casamento ele ficou com aquilo em sua mente. Algo lhe dizia que era para ele ir mesmo que precisasse deixar o restaurante nas mãos de alguém confiável. Era o casamento da única pessoa que não o julgou por Hermione ter ido embora e a única que percebeu que o suposto romance com Lilá era tudo fingimento. Ele estava sendo egoísta. E Luna merecia que ele fizesse o esforço de se fingir de feliz em meio as pessoas que sempre lhe faziam se lembrar dela. 

Dois anos poderiam ter passado, mas não existia um dia em que ele não se lembrasse daquela que roubou seu coração e o levou embora. Muitas vezes se sentia culpado por não ter lutado por aquilo que sentia, mas nas poucas vezes que ouvia noticias que diziam que ela estava bem a culpa era levada embora e em seu lugar apenas ficava a pergunta de porque ela não ter lido a carta. 

-- Talvez ela tenha lido, mas não te amasse tanto quanto imagina. – Rony disse encostado na parede observando os poucos clientes que entravam. 

-- Com o amor que tinham, ela não leu. Ou teria voltado no mesmo instante. 

-- Você me assustou. – Rony disse recuperando a consciência. 

-- Chefinho quando ela volta? 

-- Não sei... Talvez nunca volte. 

-- Mas a Luna vai casar e elas são tipo assim, melhores amigas. 

-- Katty... Sim elas são melhores amigas. – Rony respondeu. 

-- A Luna conta tudo... É um amor tão lindo. Eu acho que vocês vão se encontrar e vão reviver tudo tão intensamente que jamais poderão se separar novamente. – Katty sorriu. 

-- Katty? Pode cuidar do restaurante para mim? Preciso ir no ensaio do casamento da amada Luna, todos aqui gostam dela?

-- Todos a amam... Chefinho? Escutei direito? Eu vou ficar no comando? – Katty sorriu. – Morri! 

-- Katty... Menos... 

-- AH! Menos? Que menos... – Katty disse abraçando Rony. – Estarei no comando... Prometo não estragar nada e nem despedir o Felipe novamente. 

-- Obrigada Katty... – Rony disse rindo quando a garota disparou para cozinha com ar confiante. 


Rony pegou seu capacete e subiu na moto. Seus pensamentos estavam confusos, queria acreditar nas palavras da amiga. Ele queria ter a certeza que seria do jeito que ela falou. Eles se encontrariam e nada mais conseguiria os separar, infelizmente ele não acreditava mais em milagres, normalmente eles não aconteciam com ele. 

Não demorou muito para chegar ao apartamento, a velocidade tinha se transformando em uma grande companheira. Subiu as velhas escadas, parou no corredor e lembrou-se de cenas que jamais desapareceriam de sua mente. Andou lentamente até a porta e quando a abriu o lugar estava vazio. 

-- Onde estão? Não era para ir para o ensaio? – Rony se dirigiu para o banho provavelmente dentro de instantes os amigos apareceriam. 

XXX 



-- Katty? Pode cuidar do restaurante para mim? Preciso ir no ensaio do casamento da amada Luna, todos aqui gostam dela? 

-- Todos a amam... Chefinho? Escutei direito? Eu vou ficar no comando? – Katty sorriu. – Morri! 

-- Katty... Menos... 

-- AH! Menos? Que menos... – Katty disse abraçando Rony. – Estarei no comando... Prometo não estragar nada e nem despedir o Felipe novamente. 

-- Obrigada Katty... – Rony disse rindo quando a garota disparou para cozinha com ar confiante.

Rony pegou seu capacete e subiu na moto. Seus pensamentos estavam confusos, queria acreditar nas palavras da amiga. Ele queria ter a certeza que seria do jeito que ela falou. Eles se encontrariam e nada mais conseguiria os separar, infelizmente ele não acreditava mais em milagres, normalmente eles não aconteciam com ele. 

Não demorou muito para chegar ao apartamento, a velocidade tinha se transformando em uma grande companheira. Subiu as velhas escadas, parou no corredor e lembrou-se de cenas que jamais desapareceriam de sua mente. Andou lentamente até a porta e quando a abriu o lugar estava vazio. 

-- Onde estão? Não era para ir para o ensaio? – Rony se dirigiu para o banho provavelmente dentro de instantes os amigos apareceriam. 

XXX

Depois de alguns minutos e muitos pensamentos Hermione se viu parada em frente ao um prédio antigo. Estava exatamente igual, a única coisa que tinha mudado era ela. Seus sentimentos não eram de ansiedade, eram de medo de tudo que voltaria a sentir passando por aquelas paredes e sentindo o perfume existente em seu pensamento.

Quando desceu do carro e pegou as malas sentiu aquele mesmo frio na barriga de anos atrás. Poderia algo novo surgir em sua vida? Como da ultima vez? Ela aprendeu o que era amar e conseqüentemente o que é sofrer por amor. Subiu as escadas lentamente, não escutava a conversa dos amigos, não prestava atenção nas risadas apenas tentava respirar, sentir o ar em sua volta. As cores eram as mesmas, até as rachaduras continuavam ali. E ela sabia que ele também. Ele estava ali, como se nada houvesse acontecido. Mas tudo tinha acontecido, e nada mais era igual. 

-- Enfim em casa. – Gina disse rindo e abraçando Hermione novamente. 

-- Isso não já aconteceu antes? – Hermione forçou um sorriso.

-- É o destino repetindo os acontecimentos para as pessoas terem chance de acertar aquilo que erraram. – Luna disse sorrindo abrindo a porta do apartamento que eles já conheciam. 

-- SURPRESA! – Os gritos pegaram Hermione de repente, ela se assustou sem sabe o que dizer. Sentiu os abraços dos garotos, nenhum era o abraço que ela esperava, nenhum tinha o perfume ou o corpo que parecia enfeitiçá-la. Ela sabia. Ele não estaria lá. 

-- Isso é saudade? – Hermione sorriu quando Harry a largou e Draco também. 

-- Quero abraços também... – Flavinho brincou. – Mas menos carinhoso porque meu marido é ciumento. Morram de inveja casei antes de vocês. 

-- Flavinho... – Hermione disse sorrindo. 

-- Está tão diferente... – Harry disse voltando a abraçar a amiga. 

-- Quase uma cantora de rock. – Draco disse rindo. 

-- Meu noivo anda viciado nisso. – Luna disse abraçando o loiro. 

-- Já soube da banda, o senhor Potter aqui me informou tudo no telefonema de quase duas horas. – Hermione riu. 

-- Conta as novidades Amiga, a viagem foi rápida demais nem conseguimos conversar, - Gina disse arrancando as malas de Hermione e a jogando no sofá pronta para saber de todas as fofocas. 

-- Cadê o Rony? – Luna perguntou baixinho a Draco. 

-- Desculpa, mas... 

XXX 


Depois de pensar um pouco na ausência dos amigos Rony chegou a única conclusão obvia. Eles só poderiam está no apartamento da frente. Luna e Gina ainda moravam lá e mesmo que ele odiasse entrar no local era melhor ir logo para o tal ensaio antes de se irritar pelo fato de ter largado o restaurante e perceber que ninguém mais para dentro do próprio apartamento. 

-- Tenho os piores amigos... – Rony resmungou saindo do apartamento e parando de frente a porta vizinha. Ele suspirou, esperou e tocou a campanhinha.

-- Desculpa, mas... – Draco estava falando quando escutou o barulho da porta e foi abri-la. – Graças a Deus! 

-- O que? – Rony perguntou confuso empurrando o loiro para o lado. – Onde vai ser o ensaio? Eu larguei o restaurante nas mãos da Katty e começo a me arrepender... – Rony começou a falar, mas algo fez sua voz sumir, a saliva secar. Era ela. 

Hermione se virou ao escutar a única voz que tinha capacidade de mexer com todos seus músculos, com todos seus neurônios, e que tinha capacidade de fazê-la sonhar acordada. Não podia acreditar, mas era mesmo ele. 

Seus olhares no inicio pareciam olhares desconhecidos, daqueles que desviamos rapidamente e que voltamos a olhar. Essa volta trouxe o reconhecimento. O azul. O Castanho. O brilho. Eram novamente olhares compartilhados, conectados por alguma força que parece impedir o distanciamento. Foi um momento em que o chão parecia ser de nuvens e as paredes de vento, o coração parecia ter sido reanimado por choques elétricos de alta voltagem. O corpo parecia prestes a se entregar aquela loucura toda que somente eles reconheciam. Um breve momento que mais parecia à eternidade da espera.

As mudanças eram nítidas. Mas eles simplesmente ignoraram. Ela se lembrou das brincadeiras, dos momentos a dois, da chuva os molhando, da musica saindo dos lábios dele, das sardas e do nariz roçando em seu rosto molhado. Ele se lembrou dos cabelos que enchiam seu pulmão de perfumes suaves, se lembrou de olhar as estrelas e de dar uma a única pessoa que brilhava mais que elas.

A voz simplesmente fugia para longe dos corpos que pareciam como magnetos um puxando o outro mesmo que a distancia permanecesse inabalada. 

-- Olha quem voltou! – Flavinho disse alegremente. – Oi Ruivo... 

-- Oi... – Rony respondeu sem tirar os olhos de Hermione. Ele tinha pensado tanto em como seria esse momento. Não sabia que voltaria a ter vida e que o coração se lembraria de bater, mas foi exatamente o que aconteceu. Ele sentiu como se a vida voltasse a pulsar em suas veias. 

-- Ron... – Hermione falou tentando respirar. 

Algumas vezes esperamos tanto por algo que quando ele acontece é totalmente inesperado e inesquecível. Eles estavam novamente frente a frente. Com palavras a serem ditas, com lagrimas a serem derramadas e verdade precisando serem jogadas ao vento. Com sentimentos precisando pular para fora. O que sobreviveu foi apenas o silencio. 

-- Mione... – Rony respondeu sem expressão. 



Fim do Capitulo 1.


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