P.O.V Edward

Bella. A minha Bella

Sim, minha. Eu sei que a abandonei mas mesmo assim…eu amo-a. E por favor, compreendam o meu lado da história, eu sou um vampiro centenário que se apaixonou por uma humana e como se isso na bastasse ela é a minha La cantante, o que basicamente quer dizer que o sangue dela canta para mim, que não há outro tão apelativo, tão forte como o dela!

Mas mesmo assim eu tentei, nós namoramos e, para ser sincero, eu nunca fui tão feliz em toda a minha existência como fui no tempo que passei com ela.

É errado, eu sei, mas fazer o quê? Nós não mandamos no coração, ele é que manda em nós. Mas de vez em quando não podemos ligar tanto ao coração e pensar também com a cabeça…pelo menos era assim que eu pensava. E foi isso que fiz, quando o Jasper a atacou eu ignorei completamente as ordens do meu coração de ficar com ela, ultrapassar este problema com ela e segui o meu cérebro que me ordenava ficar longe dela, deixa-la ter uma vida normal, longe de mim.

Uns dias depois do fatídico acidente eu sai da cidade com toda a minha família, mas não fui completo. O meu coração ficou em Forks, com Bella.

Eu pensei que conseguiria ficar afastado, deixa-la ter uma vida normal mas sempre que pensava nisso doía e muito, saber que um dia ela entregaria o seu coração para outro, que ele a iria beijar, tocar, que iriam casar e ter filhos esses pensamentos matavam-me. Mas quem ama verdadeiramente faz de tudo para que a outra pessoa seja feliz e foi isso que fiz, abdiquei dela dando-lhe a oportunidade de ser feliz, à maneira humana.

Mas sabem que mais? Eu sou fraco porque tava quase a quebrar a minha promessa de a deixar em paz e ir até Forks, até ela. Quando Alice me telefonou a dar a notícia que Carlisle e Esme tinham ido até Forks buscar Bella eu fiquei furioso, é verdade, mas ao mesmo tempo aliviado. Sim, aliviado porque antes de o saber eu já considerava a hipótese de ir até Forks só para ver como ela estava, se ela estivesse feliz eu voltaria a partir e…e não sei o que faria, sem ela ficaria perdido.

Eu sei que a minha decisão não me afetou apenas a mim, mas também à minha família, eles já a consideravam como um membro da família, já a amavam. Sei que todos eles estavam tristes por não a terem por perto, por não poderem falar com ela já que eu pedi (e com pedir quero dizer ordenei) que a deixassem em paz, que não lhe telefonassem, que não se intrometessem na vida dela. Por isso não posso culpar Esme e Carlisle por terem ido ter com ela, eles a consideram sua filha.

No minuto seguinte a ter encerrado a ligação com Alice eu já estava a preparar-me para ir para o aeroporto, agora que todos eles voltariam a fazer parte da vida dela eu já não conseguia encontrar nenhum impedimento para não voltar também, acreditem eu bem tentei mas acho que desta vez o meu cérebro ficou do lado do coração.

Durante todo o voo eu pensei e fiquei imaginando em como seria o nosso reencontro, imaginei todas as situações possíveis e com todas é mesmo todas! Desde ela correr para os meus braços no segundo seguinte aos nossos olhos se encontrarem até ir ter com ela mas ela afastar-me dizendo que já não queria, que eu sou um monstro, que já não me amava e que era mais feliz agora, com outro. Confesso que as teorias pessimistas foram as que mais pensei, afinal eu disse-lhe tanta mentira naquele dia, ela pode já nem me querer ver.

Foi com estes pensamentos que a minha viagem se passou, no aeroporto encontrei Alice e Jasper à minha espera, Alice como já era de esperar puxou-me para um abraço assim que cheguei ao pé deles enquanto Jasper se limitou a me dar um sorrido, ele ainda se culpava pela minha infelicidade apesar de eu ter afirmado veementemente que não era culpa dele.

Eram 15h. em ponto quando ouvimos o carro de Carlisle, todos correram para o alpendre enquanto eu fui em passos lentos. Ah não me chateiem por ir devagar, tou com medo sabem? Medo da reação dela, que ela já não me…ame.

Quando cheguei ao alpendre ela já lá estava, sendo abraçada por todos os meus irmãos, apenas quando eles a largaram e Jasper lhe pediu desculpas pelo seu comportamento no seu aniversário é que ela olhou para o cimo das escadas, para onde eu estava. Quando ela olhou diretamente para os meus olhos foi como se o mundo tivesse parado e tudo tivesse desaparecido, apenas restando nós os dois, com os olhos sempre conectados.

P.O.V Bella.

Eu não sabia o que dizer, o que fazer. Apenas me limitei a seguir o meu coração.

Irónico, não é? Ainda ontem eu agia como um robô e o meu coração estava perdido e agora aqui estou eu e não a minha substituta robô.

O motivo dessa mudança?

Dou-vos um nome e sobrenome: Edward Cullen. O vampiro que me mostrou o amor e no fim me partiu o coração.

Quando ele foi embora eu fiquei perdida, sem saber o que fazer. Esqueci-me de como agir, de como viver, de tudo…Mas agora aqui estou eu, de volta aos braços dele. Devo confessar que quando o vi no topo da escada e os nossos olhos se conectaram o meu coração parou, a minha memória não lhe fez jus nenhum, ele é muito mais bonito do que eu me lembrava.

Vê-lo outra vez aqui, à distância de uns passos, de uns segundos foi…difícil. Sim, difícil porque ele estava tão perto mas tão longe. Eu podia ir ter com ele e voltar a abraça-lo, mas para quê? Para depois voltar a ficar de coração partido? Não obrigado já tive a minha quota de tristezas e desilusões que me cheguem para uma vida inteira. Afinal foi ele mesmo que me disse que já não me amava, que não era boa o suficiente para ele! Então porque é que eu haveria de ir a correr para os braços dele? Hum…não sei. Será porque estás mortinha para fazer isso desde que decidiste vir até aqui? Ah tá calada, ninguém te pediu opinião. Eu sei que tou ansiosa para fazer isso, mas eu não me quero humilhar ainda mais, e sei que é isso que vai acontecer, eu vou correr para os braços dele e abraça-lo e ele até pode corresponder mas não porque o quer e sim por pena e assim que possa vai voltar a ir embora.

Tava aqui eu perdida nestes pensamentos quando sinto alguém abraçar-me. Este cheiro, é ele, eu reconheceria o seu cheiro viciante até no inferno. Quando me dei conta que ele estava mesmo ali a abraçar-me, correspondi o mais forte que pude e ai…bem, nesse momento eu podia morrer que morria feliz…ele beijou-me.

Não se dizer quanto tempo ali ficamos nos beijando apenas sei que foi o melhor (e mais longo) beijo que já demos. Quando separamos ouvi os aplausos e assobios do resto da família, só agora? Eu já os oiço a alguns minutos! Desculpa lá, mas tava um bocadinho ocupada para prestar atenção.

–Bella – a voz de Edward tirou-me da minha discussão mental, credo tou mesmo a ficar maluca – podemos conversar a sós? Por favor.

–Ah, – olhei para o resto da sua família e todos estavam com grandes sorrisos, alguns de felicidade, outros a incentivar-me a ir com ele - claro.

Ele deu o seu sorriso torto, ah meu Deus, como senti falta desse sorriso.

Andámos pela floresta em silêncio, a pensar em que palavras utilizar, que dizer ao outro. Chegamos a um lago, sentamo-nos na ponte e ficamos a olhar a água.

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(esqueçam a casa ao fundo) 

–Bella… -ele começou mas eu o interrompi.

–Porquê? Tu sempre disseste que me amavas, éramos felizes um com o outro, como é que os teus sentimentos por mim mudaram assim, de um momento para o outro? – eu precisava mesmo de o saber.

–Não mudaram.

Com estas palavras eu exaltei-me, não queria acreditar, era cruel de mais.

–Não mudaram? Então andaste aquele tempo todo a gozar comigo, com os meus sentimentos! O quê, quando estavas comigo dizias que me amavas enquanto por dentro te rias de mim por acreditar em tudo o que falavas? Deixa-me adivinhar, sentias-te aborrecido quando eu cheguei à cidade e resolves-te brincar um bocadinho com a humana, foi isso? – a esta altura as lágrimas já caiam dos meus olhos.

–Bella, por amor a Deus, como é que podes dizer isso! Como é podes se quer pensar nisso! – ele segurou o meu rosto entre as suas mãos – de todas as vezes que eu te disse que te amava eu falava a sério, não era uma brincadeira era a sério. Eu amava-te, quero dizer eu amo-te, nunca deixei de te amar nem nunca deixarei. Tu. És. A. Minha. Vida!

Será verdade? Oh meu Deus, eu estou tão confusa eu quero acreditar que é verdade, e ele parece estar a ser sincero, mas é tão difícil.

–Tu não estás a acreditar no que eu digo.

Baixei a cabeça.

–É que…é difícil Edward.

–Porquê? Diz-me o que eu tenho que fazer que eu faço, tudo o que for preciso para te ter de volta. A menos que… - esta última parte ele disse num sussurro

–A menos que? – o incentivei a falar.

–Bella a menos que tenhas feito o que te pedi, que tenhas seguido com a tua vida como te pedi para fazeres, que me tenhas esquecido, se isso tiver acontecido eu não te vou impedir de seres feliz, amar é deixar a outra pessoa ser feliz.

–Edward eu não te esqueci, como é que posso ter seguido com a minha vida se eu mal vivi nestes tempos?

–Bem, não posso dizer que não estou aliviado por ouvir isso…Bella eu tenho de te pedir desculpa.

–Porquê?

–Por te ter deixado, por te ter mentido…por tanta coisa.

–Mentido?

–Sim, mentido. Bella tudo o que te disse na floresta era mentira, acho que a única verdade que te disse foi para ficares bem e mesmo assim não foi completamente verdade porque disse que era para o bem do Charlie quando na verdade era para meu bem, eu precisava de saber de ficarias bem, que não farias nenhuma estupidez…

Baixei a cabeça, não podia ser, eu devia estar a sonhar com isto tudo é impossível que isto esteja mesmo a acontecer. E mesmo que eu acredite, depois, quando ele voltar a ir embora já vai ser doloroso demais, se eu acreditar, vai-me matar.

–Edward não digas isso, não digas que me mentiste, que não querias me deixar, que eu ficasse bem…por favor.

–Porque é que acreditas na mentira e não na verdade?

–Porque a verdade não faz sentido.

–Faz sim, Bella, faz todo o sentido, tu é que recusas a acreditar.

–Não, não faz Edward! Que sentido é que faz amares? Olha para mim, eu não sou ninguém, não tenho nenhum talento, não sou bonita, não sou nada…enquanto tu…tu és perfeito Edward, és completamente o contrário de mim…como tu mesmo disseste, eu não sou boa o suficiente para ti! – e lá estão as malditas lágrimas outra vez.

–Bella como é que tu podes acreditar nisso, essa foi a maior mentira que eu te disse! Tu és perfeita para mim, perfeita até de mais. Tu é boa, generosa, inteligente e tens razão tu não és bonita…tu és linda, magnifica, um anjo que entrou na minha vida, que me tirou da escuridão em que me encontrava e me mostrou a luz e desde esse momento que eu vivo encadeado pela tua beleza. Bella…-ele respirou fundo-quando eu fui embora, eu voltei a ficar perdido na escuridão, mas desta vez a escuridão era diferente.-ele falou enquanto pegava na minha mão e brincava com os meus dedos.

–Diferente?

–Sim, diferente. Antes de te conhecer eu podia estar preso no escuro mas eu não estava sozinho, eu tinha a minha família, eles conseguiam-me animar, eu de vez em quando divertia-me com eles, mas eu não era feliz, faltava algo, só quando eu te conheci é que eu percebi…Bella, quando eu te conheci tu trouxeste contigo a luz que iluminou a minha vida. Ai sim, eu fui feliz, nunca na minha existência imaginei que tal felicidade poderia existir, eu já tinha visto através dos meus irmãos e dos meus pais mas nunca pensei que era tão forte, que eu a poderia sentir um dia, mas tu apareceste e mostraste-ma.

–Edward…por favor, não digas isso.

–Porquê?

–Porque já está a ser difícil sem tu dizeres isso, então quando voltares a ir vais ser agonizante…

–Eu não vou voltar a ir embora. Bella eu não consigo estar mais tempo longe de ti, eu tentei, juro que tentei, mas já não consigo. Quando o Jasper te atacou eu pensei que estava a fazer o correto, que eu não era seguro para ti, e que aquilo era só mais uma prova disso mesmo, mas com o passar do tempo eu já não conseguia pensar em mais nada sem ser voltar para ti, quando te deixei foi como se voltasse a mergulhar na escuridão, só que desta vez já nem com a minha família eu conseguia estar, já não tinha ninguém, estava sozinho…e incompleto. O meu coração ficou contigo, por isso já nenhum tipo de felicidade me conseguia alcançar. Nos últimos tempos eu já só pensava em voltar para junto de ti, para junto do meu coração, quando a Alice me ligou a contar o que Carlisle e Esme tinham feito eu deveria ter ficado chateado por eles não terem feito o que pedi e terem voltado a pôr-te em risco mas só me consegui sentir aliviado, aliviado porque ia voltar a ver-te, a tocar-te, a abraçar-te…a beijar-te. Bella eu amo-te.

A esta altura, depois do seu discurso eu já não consegui pensar em nada, atirei-me para os braços dele e voltamos a beijar-nos e em cada pausa que fazíamos no beijo para recuperar o folego ele dizia que me amava. Agora digam-me como é que eu não posso acreditar no que este homem diz quando ele me olha diretamente nos olhos com os seus a transbordar de sinceridade e amor?

–Isso quer dizer que me perdoas?

–Como é que eu não o posso fazer quando a única coisa que quero é que voltes para mim? Edward eu também te amo, tive tantas saudades tuas. – falei encostando a cabeça no seu peito.

–Eu também meu amor mas agora vamos ficar juntos, para sempre.

Nesse momento nós já não queríamos saber que os outros tivessem à nossa espera pra saber se tínhamos voltado, a Alice já lhes deve ter contado, ena finalmente me lembras de alguma coisa de jeito. Ficamos apenas nós os dois deitados à beira do lago a namorar e a aproveitar o tempo perdido, até que…

–Bella o que é que querias dizer com “eu mal vivi nestes tempos”?-porra ele tinha mesmo de se lembrar disso? Eh, para a próxima fica de bico calado.

–Pois…

E lá tive eu de contar a história toda do zombie Bella, história essa que ele não gostou nem um pouco e eu odiei ver nos seus olhos foi a culpa que ele sentiu. A seguir a lhe contar a história e de lhe ter garantido um milhão de vezes que a culpa não era dele e que eu estava bem agora com ele, ele finalmente deixou de pensar no assunto voltamos ao que estávamos a fazer antes, a aproveitar o tempo perdido.

Aqui à beira do lago, agora eu posso afirmar com toda a certeza:

Eu amo-o e ele ama-me. O para sempre vai é apenas o começo da nossa história de amor.