A amo até morrer escrita por Leah Negromonte


Capítulo 1
Um amor para recordar


Notas iniciais do capítulo

escrito as pressas só pelo gosto. ^^



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/212310/chapter/1

Eu me lembro como se fosse ontem, uma mesa reclusa e solitária no fim do refeitório, meu olhar vago mirou-a sem intenção de vê-la, mas a viu.

Ela era mesma de anos atrás, aquela que me ajudava com a lição de casa, me “ajudava” é modo de dizer, ela me entregava tudo pronto. Eu nunca disse obrigado.

Pensei: Como ela cresceu, isso é obvio! Eu nem me lembrava mais dela, é claro! Eu não tenho tempo para conferir a vida das barangas... Mas ela nem era feia. Foi um pensamento rápido seguido de: Mas se veste muito mal.


Quando me dei conta tinha uma mulher na minha frente, me impedindo de ver a menina que se vestia como uma moleca. Era a senhora Martins, supervisora. Segundos antes eu nem sequer imaginei em me aproximar da garota que eu estava observando de longe, pois ela não, definitivamente não me atraia, Mas eu recebi uma ordem da Senhora Martins, que era falar com a Jamie, pois ela era a pessoa responsável por ajudar a limpar a barra de alunos como eu.

Eu não queria acreditar que eu seguiria ordens de uma garota, muito menos uma garota tão mal vestida, como a Jamie.


Eu não tive escolha, era isso ou suspensão. Eu teria que participar de trabalhos voluntários num orfanato cheio de moleques malvestidos e sujos, o pai da Jamie era diretor de uma ONG que mantinha esse orfanato com doações e ajuda de voluntários. A supervisora era membro da igreja onde o pai da Jamie era pastor, e apoiava a ONG assim mandando os alunos rebeldes para cumprir suas “penas” com serviços voluntários no orfanato.


Foram quatro semanas, longas quatro semanas que eu tive que conviver com aquela garota e seus pirralhos barulhentos, mas sem deixar que ela percebesse, eu já estava gostando deles já não era como um castigo, era um prazer estar lá com ela e ajudando aquelas crianças a terem uma vida mais feliz, já que eles não tinhas pais para cuidar deles tinhas a mim e a Jamie.

Eu já havia me acostumado com o cheiro dela, com suas roupas estranhas e nós nos dávamos muito bem, até o dia em que eu fui liberado do serviço voluntário. Eu tinha pensado seriamente em continuar, eu estava gostando de tudo aquilo, mas meus amigos me zuaram e minha namorada não concordou, então resolvi voltar para a minha vida normal.

Eu curtia minha liberdade com meus amigos antes do sinal tocar para começar a aula, quando ouvii risinhos e piadinhas sobre barangas e coisas do tipo, Jamie estava se aproximando, eu senti um frio por dentro como se estivesse nervoso, mas porque eu deveria? Era só a Jamie. Ela me cumprimentou, causando uma explosão de risos e comentários maldosos como: Quem você pensa que é? Acha que porque passou quatro semanas trabalhando com o London ele vai virar seu amigo? É claro que isso só poderia ter saído da boca de Jennifer. E eu não fui Homem suficiente para falar por mim mesmo, deixei que as pessoas ao meu redor decidissem o que eu faria da minha vida. Quando Jamie perguntou se eu estaria pronto para continuar o serviço voluntário, eu respondi friamente que não seria possível, porque eu já havia cumprido minha sentença e não tinha mais nada a fazer naquele lugar . Ela olhou nos meus olhos e me disse: Até mais London. E eu respondi: Só nos seus sonhos . Ela simplesmente saiu.

Ao ver todos os meus amigos e a Jennifer debocharem de Jamie, eu senti um ligeiro remorso, mas não deixei que notassem. Achei que iria passar logo, mas não foi o que aconteceu. A partir daquele dia Jamie não teve mais paz, eram piadinhas e fofocas por toda a escola, a Jennifer tratou de espalhar que Jamie estava apaixonada por mim.



Jamie parou de ir a escola e eu decidi ir até a casa dela pra ver o que estava acontecendo, é claro que eu sabia das humilhações publicas que ela sofreu, mas eu precisava vê-la.


Ela abriu a porta e fexou em seguida, mas eu insisti, pati na porta, chamei por ela, até que a porta se abriu novamente, mas não era jamie, era o reverenjo Joseph, ele me pediu para que eu deixasse a filha dele em paz, disse que eu já tinha causado problemas demais a ela, e ela não merecia isso.

Mas era exatamente por isso, que eu estava lá, eu queria me disculpar e expliquei isso a ele, que exitou um pouco, mas como pastor ele sabia do significado do arrependimento e do perdão. Me deixou entrar e chamou Jamie.


Quando olhei para ela senti algo que eu nunca havia sentido na vida, uma "alegria triste" eu não sei explicar, mas só agora eu entendo... Ela me olhou com um olhar de mágoa e tristesa, timidamente me olhou, como se estivesse com vergonha de mim, mas logo em seguida se ergueu e disse num tom rude até. Que tudo que as pessoas andavam falando não era verdade e que eu bem sabia disso. O que eu senti naquele momento foi uma certa frustração, porque na verdade eu esperava que ela não negasse, mas sim confirmasse, eu já não tinha controle sobre meus proprios sentimentos, então pedi perdão, ela disse que eu estava perdoado, mas pediu que eu fosse embora.

Saí de lá com a maior dor do mundo, descobri que eu a amava, e ouvir ela dizer que o que as pessoas diziam sobre ela estar apaixonada por mim, era boato e não era, nem nunca seria real, foi como "me matar me deixando vivo".

Nos dias seguintes ela não voltou para a escola, e eu não consegui ficar longe, fui novamente a casa dela, ela estava sentada na varanda, lendo um livro, eu disse oi. Ela me respondeu, mas não parecia animada, estava tão fragil... Sem assunto para iniciar a conversa, comecei pela pergunta: porque você não vai mais para o colégio?

Eu não quero mais estudar, não na escola, acho que já posso ficar em casa, aqui eu também estudo, e me sinto bem melhor e mais segura. Foi o que ela me respondeu. Então eu disse a ela que se ela não ia a mim, eu viria até ela, foi quando tive certeza de que eu estaria fazendo a coisa certa, eu não estava sendo incovenniente, porque eu vi o amor nos olhos dela.

Foi assim todos os dias durante semanas até que um dia quando cheguei, ela não estava, Jamie estava enternada em um hospital da cidade, ela estava doente! Como eu não percebi? Eu fui até lá e passei todo o tempo possivel perto dela, procurei todas as formas possiveis de tratamento mas era quase tarde de mais, a não ser que aparecesse algum doador compatível.

Eu me desesperei neste momento, eu quis morrer e dar meu coração a ela, eu não podia deixar que ela morrece, era demais pra mim perde-la.

...

Estas foram as últimas linhas escritas por London Grissom. 

London implorou a Deus  que dixasse Jamie viver, nem que para isso ele tivesse que morrer.

Dois dias depois ele estava em uma padaria comprando doces para levar a Jamie quando foi atingido por uma bala perdida, vinda de uma troca de tiros entre policiais e dois assaltantes. Os assaltantes foram presos, London teve morte cerebral e seu coração foi doado a Jamie, além de rins, fígado e outros orgãos, que também salvaram vidas naquela cidade. Mas tarde descobriu-se que um dos assaltantes responsáveis pela troca de tiros que resultou na morte de London, também foi um dos beneficiados com a doação dos orgãos do rapaz, o mesmo sendo o dono da arma de onde saiu o disparo que acertou London Grissom.

A cidade inteira se comoveu com a história. Hoje os dois ex-assaltantes cumprem pena, mas realizam um trabalho voluntario dentro da penitenciária, consientizando os jovens detentos a mudarem os rumos de suas vidas. O orfanato onde Jamie e London trabalharam juntos recebeu o nome dele.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "A amo até morrer" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.