XXXIX

‘Confiar em alguém nos dias de hoje é pedir para se decepcionar. ‘

           Via Tumblr: http://uma-feia-mais-feliz.tumblr.com/

Ponto de Vista: Andy.

- A-Andy. – murmurou Tsumugi em um gemido e chegando ao seu ápice, logo em seguida também cheguei.

Depois de tirar meu membro de dentro de Tsumugi, meu coração batia loucamente e meu sangue parecia borbulhar dentro de mim.

Os apaixonados diriam que é as reações do amor e eu apenas mandaria eles irem se fuder.

Não sei o que estava acontecendo comigo, mas eu não estava normal.

Talvez só não estivesse apaixonado.

Tsumugi se aninhou em meu peito, sorrindo.

- Eu te amo, Andy. – falou ela fechando os olhos, respirei fundo. Ela depois de alguns minutos adormeceu.

- Por mim, tanto faz.

[...]

 E vê-la dormindo como um anjo me fez lembrar-se daquela vadia irresistível que me seduziu e me proporcionou aquele momento de prazer.

Eu me sentia um lixo agora.

Antes que alguém me chame de Don Juan, vou me explicar.

De uns tempos para cá venho me sentindo estranho.

Parecia que eu não me sentia atraído por mais nada.

E isso incluía especialmente Tsumugi.

Aquele antigo sentimento obscuro e psicopata parecia querer tomar conta de mim novamente e eu não podia deixar isso acontecer.

Eu não ia perder uma pessoa mais uma vez por conta disso.

Então, antes que eu pudesse fazer alguma merda resolvi ir embora.

Eu não posso me apegar a ninguém, senão eu vou machuca-la.

Vai ser melhor assim.

Esperei Tsumugi acordar para me despedir.

Tomei um rápido banho, vesti um suéter preto por cima de uma blusa branca, uma calça jeans e All Star. Arrumei minha mochila para ir embora dali, e eu odiava admitir que estivesse fazendo isso, mas peguei a blusa do Rolling Stones que Tsumugi adorava usar.

Eu precisava lembrar ela de alguma forma.

E logo ela acordou, vestindo uma das blusas que ficava um vestido para ela e com os cabelos ruivos bagunçados de um jeito até bonito.

Merda, até quando acabava de acordar ela ficava linda.

- Obrigado por não me acordar, Andy. – resmungou ela coçando os olhos. – Dormiu bem? – perguntou ela chegando perto de mim e me abraçando, não me mexi.

- Dormi. – foi o que eu disse.

- O que vamos fazer hoje? – perguntou ela toda animada, nem parecia aquela Tsumugi que todo dia de manhã me acorda a base dos tapas e socos.

- Nada. Eu vou embora. – fui direto, odeio ficar enrolando para falar as coisas.

- Você vai embora? – perguntou Tsumugi me soltando e me olhando incrédula.

- Creio que você não é surda e ouviu o que eu falei.

- Você não vai embora agora, porra. – gritou ela na minha frente, revirei os olhos. – Você não pode ir embora agora, não depois do que você fez em mim.

- Que eu me lembre eu não te fiz nada.

- Você me deixou perdidamente apaixonada por você, Andy.

-... – nem falei nada.

- Você teria coragem de ir embora mesmo depois de eu ter falado isso? – perguntou ela. – Mesmo depois de ter me prometido que eu seria sua razão para viver, mesmo depois de ontem? Eu pensei que depois de ontem seria diferente, que aquela noite para você significou muito mais para você. Para mim não foi só transar com você Andy, foi a prova que você me deu que você me ama. Você me ama não é mesmo?

Com alguma força que eu nem sei da onde eu tirei, eu abaixei a cabeça e rumei até a porta.

Andy, você é o pior cara do mundo.

- Eu nunca disse que te amava. – menti, no fundo eu sabia que estava amando aquela vadia.

- Maldito, você me prometeu. – gritou ela me batendo, segurei seus pulsos e pude ver que ela estava chorando o que mais me partiu o coração para ir embora. – Você me prometeu. – falou ela chorando ainda mais.

- Eu estou te protegendo, Tsumugi. – avisei e ela negou com a cabeça. – Se eu ficar do seu lado, eu irei machucar você de qualquer maneira.

- Que se foda Andy! – gritou ela agora me olhando com os olhos cheios de agua. – Se você me machucasse dessa maneira que está dizendo, eu ia ficar do seu lado. Eu te prometi isso, e ao contrario de você eu cumpro promessas.

- O problema é que eu não posso me apegar a ninguém. – falei olhando para baixo, deixando minha franja cair sobre meus olhos. – Se eu me apegar, eu sinto a estranha vontade de machucar a pessoa e eu não quero fazer isso com você.

- Isso não é desculpa, Andy. – falou Tsumugi. – E você acha que com essa desculpa eu vou deixar você ir embora?

- Você aceitando ou não eu vou embora. – falei abrindo a porta e entregando a chave do meu apartamento nas mãos de Tsumugi. – Eu não vou mais voltar. – é, era duro sentir as mãos dela nas minhas e soltar logo depois.

- Que tipo de pessoa você é que promete coisas e não cumpre, que ilude pessoas com sentimentos legais e amorosos e que vai embora deixando apenas a chave de um apartamento.

- A pior pessoa que existe, tenho culpa de ser um psicopata? – por fim falei olhando para baixo e andando alguns passos no corredor estreito que dividas o apartamento. – Adeus Tsumugi. – falei entrando no elevador.

- Andy, volta aqui! – gritei correndo até a porta do elevador, mas o mesmo já estava quase fechando.

Quando o elevador se fechou completamente, me sentei no chão e chutei a mochila que estava no chão.

Eu era o pior cara podia existir na fase da Terra.

Senti algumas lagrimas desceram sobre meu pálido rosto.

É, além de eu ser uma psicopata de merda e também era um bipolar.

Andy, você merece morrer da forma mais dolorosa possível, na boa.

-x-

- Andy. – fiquei murmurando isso sentada no meio daquele corredor parecendo uma idiota.

É, talvez eu estivesse pagando por todos os corações que eu magoei durante a minha vida.

Eu agora sinto como dói receber um pé na bunda do cara em que você pensou que era tudo para você.

Pensando em todas as pessoas que eu havia quebrado o coração da maneira fria possível, de repente me lembrei de quem eu realmente era.

Eu era Kuchiki Tsumugi.

Aquela vadia que parecia não ter sentimentos e não se deixava abalar por quase nada.

E mesmo que meu coração – ou resto dele – estivesse partido, não vai ser o Andy e nenhum cara que vai me fazer ficar na fossa, não mesmo.

E isso era uma promessa.

Merda, porque eu estou fazendo promessas que sei que não vou cumprir?

-x-

E eu vagava pelas ruas daquela cidade tão mórbida sem rumo certo já fazia alguns dias.

Eu realmente me xingava mentalmente todos os dias por ter sido um completo idiota com a Tsumugi. Eu achei que estava fazendo a coisa certa protegendo ela dos meus ataques psicóticos, mas eu acabei a magoando muito pior do que isso.

Se isso fosse a coisa certa, eu preferia fazer a coisa errada.

Fui até aquela praia na qual tudo havia começado entre nós dois, naquele dia pela segunda vez eu havia me sentido mais uma vez humano.

Merda, eu estava apaixonado por aquela vadia.

Eu só não queria admitir.

E quando eu olho para o lado, lá estava aquela idiota de cabelos ruivos sentada em frente ao mar.

E eu não pensei duas vezes em sentar do seu lado, e ela chorava olhando pro mar.

Andy, seu maldito.

- Oi. – falei, ela olhou para o lado e ela arregalou seus olhos a me ver do seu lado.

-x-

- A-Andy? – gaguejei ao ouvir aquela voz que tanto me acalmava.

- Er, é sou eu. – falou Andy sem graça bagunçando seus cabelos. – Tudo bem?

- Claro, perfeitamente bem. – menti, eu não ia dar o gosto dele ouvir que eu chorava todos os dias e que estava sofrendo por causa dele.

- Ah, que bom então. – falou ele logo seguido de um enorme silencio. – Er, posso te falar uma coisa?

- Já está falando, Andy. – respondi friamente.

- Eu senti muito sua falta, Tsumugi.

Senti um aperto no meu coração ao o ouvir falar isso, mas eu não ia resistir tão fácil.

Não mesmo.

- Foda-se Andy, foi você que me deu um pé na bunda. – respondi rispidamente, ele suspirou pesadamente.

- Eu te magoei mesmo não é Tsumugi?

- Não Andy, eu que gostei de ficar chorando e gritando seu nome no meio daquele corredor enquanto você me ignorava. – falei. – Adorei a sensação de ter meu coração quebrado em tantos pedaços que eu nem tive a vontade de remonta-lo.

-... – ele nada falou, só olhou para o mar.

- E daí que você se nomeia como um psicopata, eu amaria esse Andy psicopata mesmo assim. – falei segurando para não chorar na frente daquele idiota.

- Amaria do mesmo jeito que eu amo essa vadia que você chama de Tsumugi?

E então Andy havia mentido novamente para mim.

Mas dessa vez, de uma forma boa, pelo menos em minha opinião.

Ele mentiu que não sentia nada por mim, mas na verdade sentia sim e não era pouco.

Esse maldito, ele ainda me paga.

- Então você sempre me amou? 

- Sim, me desculpe por ter mentido todo esse tempo Tsumugi. Se eu menti foi por medo de me entregar a outro sentimento e acabar me magoando como eu fiz com a Yuuki. – falou. – Er, eu te amo Tsumugi, mesmo você não sendo a pessoa mais adequada para dizer de namorado perfeita,  mas para mim você foi feita perfeitamente imperfeita para me ensinar a amar.

E única que eu pude fazer depois de ouvir toda essa declaração foi:

- Andy, seu maldito! – gritei praticamente pulando em cima dele, fazendo o mesmo cair na areia. Em cima dele, comecei a praticamente espanca-lo.

- Porque está batendo depois de eu ter me declarado para você, maluca?

- Eu te avisei de você me magoasse de alguma forma, ia chutar sua cabeça. – falei ainda batendo nele, o mesmo sorriu segurando meus pulsos. Olhei para aqueles hipnotizantes olhos verdes e corei.

- Depois o psicopata aqui sou eu. – zombou Andy, mostrei minha língua para ele e o mesmo riu.

- Vai se fuder, Andy. – mandei o fazendo soltar meus pulsos, me levantei e fiquei olhando o mar. Ele fez o mesmo.

- Você tem um vocabulário muito sujo para uma garota, Tsumugi.

- Ah, eu não sou uma garota normal Andy e você sabe disso.

- Realmente, você é a mais agressiva, rabugenta, sádica e vadia de todas elas.

- Ora, seu idiota. – resmunguei indo bater nele, mas ele me puxou para seu peito e me abraçou forte. Sorri de leve com essa ação.

- Mas depois de ficar longe de você, pude perceber que eu não te trocaria por nenhuma dessas garotas normais daqui.

- Ah não? – perguntei, ele assentiu afagando meus cabelos. – Eu te trocaria por qualquer um que passasse por aqui. – brinquei e ele saiu do meu abraço me olhando serio. – Er, eu estava brincando Andy.

- Pois, eles que arranjem outras garotas por aí, você não está mais disponível para mais ninguém.

- E eu posso saber por que, Andy?

- Porque agora você é minha vadia, porra.

E tirou de dentro da mochila que carregava duas canecas brancas. Uma com um desenho de um bigode escrito Lord. E outra com um desenho de um laço escrito Lady.

Andy me entregou a que tinha o desenho do laço e eu fiquei rindo que nem uma retardada.

- Isso é para que?

- Ué, eu tenho que simbolizar de alguma forma que você é oficialmente minha namorada. – falou Andy, meu sorriso bobo se intensificou. – Não gosto de usar anéis, é estranho. Havia comprado isso um dia depois que se mudou pro meu apartamento, mas esqueci de te entregar.

- E-então, você está me pedindo em namoro?

- Eu não vou ter que fazer o pedido formal, vou?

- Vai. – resmunguei, ele se riu.

- Então vai ficar querendo, porque eu não vou fazer. – por fim falou Andy indo a embora da praia, esse maldito me paga.

- Andy, seu idiota! – berrei pulando em cima das suas costas, ele riu com a ação. – Minha vontade é de estourar sua cabeça com essa caneca.

- Eu estou brincando, merda. – resmungou ele. – E então Tsumugi, aceita ser minha namorada?

- E você ainda pergunta, claro que eu aceito. Mas com uma condição.

- Se fosse for embora ou me trair, se considere um cara morto, seu bastardo. – ameacei, ele deu uma longa risada.

- Não se preocupe, palavra de escoteiro.

- Você nem foi um escoteiro, Andy.

- Você me entendeu.

- Idiota.

- Retardado.

- Rabugenta.

- Psicopata.

- Vadia.

- Eu te amo, Andy.

- Eu te amo, Tsumugi.

E assim, fomos embora trocando apelidos feios um com outro até chegar no apartamento do Andy.

É, acho que agora era oficial.

Agora finalmente seria feliz.