XV

‘Quanto mais me aprofundo em saber de você.

Mais fico sem entender.

Mesmo não enxergando a linha vermelha

Não podia voltar atrás do que acreditava ‘

                                    Red – the GazettE

Ponto de Vista: Kiryuu Ichiru.

É, eu estava feliz que a Yuuki-chan tinha se recuperado totalmente do acidente que havia sofrido há algumas semanas atrás. Também estava feliz por ela e o Zero terem se entendido.

Porque não há nada mais trágico e irritante do que se ter um irmão chato, antissocial e revoltado chamado Kiryuu Zero choramingando pelos cantos que não sabe viver sem uma criatura extremamente adorável e gentil chamada Kuran Yuuki.

A única coisa que não estava boa era a minha situação com a Tsumugi.

Ela era estranha demais para o meu gosto.

Sem falar que ela falou alguma coisa do Zero para Yuuki que ficou atrasada e acabou se acidentando.

Isso não foi nada legal e durante essas semanas de recuperação de Yuuki ela nem apareceu aqui em casa. Ou seja, é claro que ela não ia dar as caras por aqui, a primeira suspeita é ela.

Odeio admitir isso, mas talvez Zero esteja certo.

Ela não é o que aparenta ser.

Pena que eu já estava apaixonado demais para voltar atrás.

Ela me retribuía meu amor de um modo estranho. Era como se seu amor fosse varias e varias doses de Vodka na qual eu não tinha medo de ficar bêbado mais tarde.

Mas como sempre ela retribuía meu amor e ia embora, me deixando com uma baita de uma ressaca.

Tsumugi, você era uma bela ressaca.

E era hoje que eu tinha que parar de com esse amor.

Ok. Essa teoria de amor, ressaca, Vodka, me deixou totalmente confuso, talvez Zero estivesse mesmo certo quando disse que eu era burro.

– Aonde você vai tão tarde assim Ichiru? Crianças não devem sair sozinhas e a noite. – zombou Zero

– Eu não sou mais criança Zero. – respondi, Zero me olhou com aquela cara “claro, e eu sou a Lady Gaga”. – Eu tenho que esclarecer umas coisas com a Tsumugi...

– Você pensou no que eu havia te falado sobre ela, não é mesmo? – perguntou, assenti mesmo torcendo para que tudo aquilo fosse mentira – Só não se machuque muito Ichiru, não quero um retardado com um coração partido chorando no meu ombro.

Assenti, rumando para aquelas solitárias ruas da cidade.

Porque tinha que ser tudo tão difícil?

Eu me envolvo sempre garotas erradas a acabo me machucando depois, caralho devem ter jogado alguma macumba em mim só pode.

– Ichiru? – chamou meu nome uma voz doce e delicada.

Era a voz dela.

Era agora ou nunca.

– Foi você não foi Tsumugi? – perguntei de costas a ela, não queria olhar nos olhos dela porque sei que mudaria ideia ao ver aquele rosto tão angelical.

– Depende do que for. Do que está falando?

– Foi você que falou alguma coisa para Yuuki que a deixou aterrorizada o bastante para terminar o namoro com o Zero e sofrer um acidente, não foi?

–... - ela nada falou. Dizem que o silencio às vezes falam mais que mil palavras, então nesse caso eu estava terrivelmente certo. Merda...

– E-eu vou perguntar novamente, foi você Tsumugi? – dessa vez perguntei me virando para olha-la, ela estava de cabeça baixa.

– Sim Ichiru, fui eu.

– Porque você mentiu para Yuuki daquela forma?

– Aquilo não foi mentira. – disse ela se aproximando de mim com um olhar de raiva.

– Tsumugi, o Zero pode ser a pessoa mais desagradável do mundo, mas traíra ele nunca foi. Eu tenho certeza disso.

Dessa eu gritei a ultima frase. Zero nunca foi o melhor irmão do mundo, sempre brigávamos por coisas idiotas, mas sempre acabávamos bem novamente.

Mas nunca, jamais ele foi capaz de me trair.

Eu estava confusa, o que Tsumugi ganharia prejudicando o namoro do Zero se ela estava comigo? Ela era uma grande mentirosa e se uma coisa que eu não suporto era alguém mentir para mim.

– Não foi por mal que eu menti Ichiru. – disse ela pegando na minha mão.

– Desculpa Tsumugi, mas eu não posso mais confiar em você. – expliquei soltando minha mão das dela, ela me olhou sem entender. Virei-me de costas para ela.

– O que você vai fazer?

– Ficar o mais longe possível de você. – por fim falei, é que eu sofrer por ter falado isso para ela depois.

– Você não pode me deixar desse jeito. Não pode mesmo! – gritou ela. – Você disse que me amava Ichiru!

– Pois é Tsumugi, eu aprendi com você que as pessoas sabem mentir. Até nunca mais.

E com essas palavras e com alguma força ainda não explicada, sai daquela pequena praça a deixando para trás.

Eu ia sentir falta dessa pequena mentirosa.

E muito.

-x-

– Seu infeliz! Você não pode me dar um fora dessa forma, eu quem ia fazer isso com você! – gritei, mas ele pareceu não me escutar apenas continuou seu caminho até sumir da minha vista.

Droga, droga, droga!

Como esse idiota grudento do Ichiru descobriu que havia sido eu que tinha falado tudo àquilo para aquela sonsa da Yuuki?

WAA, que ódio disso tudo!

Meus planos depois disso tudo foram todos para o buraco, mas que merda Ichiru porque você teve que fazer isso, imprestável?

Eu não ia deixar você estragar meus planos e sair livremente assim.

Você e o Zero vão me pagar por isso.

Eu tinha arrumar um jeito de ferrar com a vida daqueles dois, principalmente da Yuuki.

– Vejo que seus planos não deram muito certos não é mesmo Tsumugi? – perguntou algum infeliz atrás de mim, me virei com raiva. Quem era o infeliz que veio me azucrinar agora?

– O que foi merda? – perguntei e vi, era ele. O que ele estava fazendo aqui. – K-Kaname?

– Sim, sou eu. E eu descobri tudo, está bem? Os caras que você se envolveu e depois deu um fim nele, seu caso com o Zero, as coisas que falou da Yuuki e o mais bizarro seu futuro golpe contra mim, que coisa triste Tsumugi.

– Você me descobriu mesmo Kaname! Então não preciso pagar de garota meiga perto de você, isso é ótimo.

– E você achou mesmo que ia me enganar com aquele papinho que era uma honra ser amigo do grande Kuran Kaname. Poupe-me, eu ando te investigando há muito tempo, que falta de ética...

Comecei a rir da frase de Kaname. Ah se ele soubesse o que eu também sabia sobre ele e aquela porca família dele que pagam de bonzinho, mas que na verdade querem que todo mundo se fodem...

Eu sei mais coisas sobre ele do que o mesmo sabe sobre mim.

E acho que estava na hora que dele saber um pouco mais sobre isso...

– Um Kuran falando de ética? Sua família é mais porca do que todas as minhas ações de uma vida inteira, Kaname.

– Dobre sua linguinha quando for falar da minha família, garota. –ameaçou Kaname.

– O que você vai fazer? Vai me abandonar numa casa de um total desconhecido como sua família fez com certa criança? Pense duas vezes antes que falar que sua família tem algum pingo de ética, Kaname! – gritei

– Você não sabe nada do que está falando! Minha família não teve outra escolha!

– Foda-se a escolha da sua família, essa criança vai pagar caro por isso agora...

– Se você fizer alguma coisa contra a Yuuki, você vai morrer Tsumugi... – ameaçou Kaname.

– A Yuuki é sua irmã? – perguntei incrédula. Isso não podia ser verdade, não mesmo.