Um amor imperfeito escrita por Hachi182


Capítulo 1
A viagem


Notas iniciais do capítulo

Olá!!! Sejam todos bem-vindos a minha primeira fic!! Espero que gostem :)



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Sinceramente, já não sei o que estou fazendo aqui.

Fugir de casa parecia ser uma ideia tentadora, ainda mais quando sou privada de usar a dominação de água para lutar, igual aos homens de nossa tribo. Tudo parecia mágico e ao mesmo tempo avassalador, a água se dispõem a fazer o que o dominador comandar. Os movimentos suaves, a técnica... O mais impressionante era a disciplina e precisão do treinamento que era necessário ter.

Seria maravilhoso se eu pudesse fazer isso ao invés de aprender as propriedades médicas da água assim como todas as outras mulheres. Por que essa segregação ? Eu quero sair !! Quero aprender a lutar !!! Eu realmente quero evaporar desse lugar !!!!


— Cassandra !!!!! - chamou minha professora de artes médicas – Novamente não prestando atenção, terei que tomar providencias quanto a isso...

— Seria ótimo se você me tirasse daqui, sem querer faltar respeito, você uma professora ótima, mas eu não quero mais rever o que eu já sei !!!! Quero sair e lutar !!!!

Ouvi murmúrios das meninas ao meu redor. Nenhuma delas nunca desafiou as leis da tribo perante alguém que tem acesso as autoridades da Tribo, como por exemplo a nossa professora Silena, casada com um dos conselheiros do Chefe.

—Querida, é necessário, não podemos mudar a nossa cultura.....- insistia ela

—Os incomodados que se mudem, querida !!!! - disse uma das garotas.

—A porta é a serventia da casa !!!!! - disse outra, quase me fazendo perder a paciência.

—Meninas, não impliquem com a colega !!!! - tentou amenizar o clima, em vão, a senhora Silena

—Não se preocupe mestra Silena, nós já somos bem crescidas para saber o que dizer na hora de dizer– repliquei. Vi que as garotas em breve recomeçariam com seus argumentos, mas logo nossa mestra deu um fim na discussão e voltou a atenção de todas para a aula.

Assim que a aula acabou, fui para casa pedir ao meu pai uns pergaminhos de dobra, ele sabe o quanto eu quero aprender, mas não pode me ensinar por causa das tradições..

Mas se eu os tivesse, ele não estaria me ensinando, certo ?
Ele sempre dava a mesma resposta, mas hoje era meu aniversário de 12 anos, não havia como ela dizer não dessa vez !! Esperei o momento certo para persuadi-lo : a hora do parabéns, onde só havia eu e ele, em uma das torres de vigia.

A lua estava especialmente linda hoje, e as estrelas brilhavam mais que o normal, até parece que elas também queriam me dar os parabéns....

— Cassandra, minha pequena.. - disse meu pai, acariciando as pontas do meu cabelo- Você já está uma mocinha tão grande, mal posso acreditar que já te segurei no colo...Queria que sua mãe pudesse ver como você cresceu..

— Papai... ela se foi e não podemos mudar isso, mas... eu quero que você seja feliz.

—O que ?

—Eu sei o que rola entre você e aquela mulher que serve o almoço na sua torre de vigia, ela é bem legal. Por que não pede ela em noivado ??

—Minha filha... você ainda está pensando em fugir?

Abaixei os olhos, confirmando as suspeitas de meu pai, ele é o único que sabe e compreende o meu desejo de aprender a técnica de dominação de água e também o de deixar a Tribo Norte e partir rumo a Tribo Sul.

—Pai, eu só não quero te deixar sozinho... Se você gosta dela, entalhe um medalhão para ela e se case novamente. Pelo menos eu iria sabendo que você não vai ficar sozinho, isso me deixaria tranquila – disse afundando o rosto em seu peito

—Querida...- disse em uma voz suave- Já está na hora de você receber aqueles pergaminhos

—Sério ?? – disse meio incrédula, mas não podia esconder minha ansiedade.

—Vou te ensinar a congelar a água ao seu redor e mover com ela para a direção que desejar, pelo menos assim você poderá sair daqui com segurança.

—Mas.... aonde vamos treinar ?

—Vamos para os arredores da tribo, lá é mais frio, mas ninguém vai incomodar...

—Muito obrigada papai !!!! -disse abraçando-o com força.

Deve ter sido muito difícil para meu pai me deixar ir... É visível que el ainda não superou a morte de minha mãe e eu sou sua única ligação com ela, mas ele compreende que eu não serei completamente feliz aqui.

Meu pai, minha única família, e agora eu estou deixando-o por um sonho quase impossível...

Quase..

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Um mês !!!!

Esse foi todo o tempo que meu pai achou necessário para me ensinar a técnica e ter certeza que eu a aprendi com perfeição, para logo em seguida me deixasse partir. Pelo menos ele estaria com a consciência mais tranquila desse jeito. Além do mais, foi bom para que eu criasse resistência, já que a próxima terra firme que eu pisarei será depois de muitas horas de esforço e solidão.

Fiquei feliz de saber que ele se propôs a entalhar o medalhão para sua amada, quando parti, ele já estava noivo e no mês seguinte, se casariam. A nova alegria do meu pai será ter outra esposa e talvez um novo filho para substituir minha falta. Espero poder conhece-lo um dia...

O dia de minha partida enfim havia chegado. Recolhi todos os suprimentos necessários para uma longa viajem, e me alimentei bem. Logo em seguida fui com meu pai até o ponto mais ao sul do Polo Norte, onde com um simples abraço e um breve “Até logo” , nos despedimos. Só espero que a comida e a minha energia física durem durante a viagem..

E também espero, com todas as minhas forças, que eu não me perca da rota.

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Não sabia por quanto tempo estava usando a técnica de fazer ondas para me impulsionarem pelas águas do norte... Meus braços estavam pesados pelo esforço exagerado. Juntei minhas poucas forças e congelei a água ao meu redor, apenas para ter algum cantinho para pisar sem precisar me mexer.

Ainda não ousei tocar na comida, se eu conseguir chegar em terra firme ela será mais necessária por lá. A única coisa que posso fazer é filtrar a água ao meu redor e bebe-la mesmo estando gelada, mas meu estomago pedia por comida, os roncos cada vez mais altos. Finalmente desisti de resistir a tentação, e comi poucos pedaços de carne de baleia, antes de guarda-la na bolsa novamente.

Devaneei por algum tempo, nem mesmo notei que estava sendo levada pelas correntes marítmas. Só dei por mim quando a camada de gelo que havia criado havia se tornado tão fina, a ponto de partir ao meio e me fazer mergulhar na água...

... quente ??

Com um impulso da dominação, fui rápido para a superfície, e pude constatar que a água não estava me matando com um frio horrendo, isso me encheu de esperança !! Mesmo molhada, me forcei a fazer outro pilar de gelo, tirei a água de meu corpo e, movida pela esperança, segui em frente. Estava quase desistindo quando avistei um barco, com duas pessoas dentro. Comecei a acenar, chamando pelos dois, pelo barco, por uma chance de enfim descansar.


Assim que me viram, rapidamente viraram o nariz do barco em minha direção e ao chegarem perto, o mais novo me puxou para cima e tirou meu casaco de lã e as botas de couro. O senhor tentou ajudar, colocando minhas coisas para o lado e me estendendo o cobertos, mas não sem antes comentar de minhas roupas.


— Nossa !!!! Essas coisas estão bem pesadas, como você estava conseguindo nadar com isso por ai mocinha ?

—Parece ser pesado mesmo– disse o mais novo.


         – Eu não sei... - respondi.

 

Ambos voltaram a remar, enquanto eu ainda me sentia desorientada.

— Não se preocupe mocinha, não sei da onde você é, mas vamos leva-la para minha casa na Vila Fuji, e minha esposa cuidará melhor de você, parece cansada... – disse o senhor.

— Aonde fica isso ? – perguntei.

— Não sabe ? Estamos indo para o Reino da Terra. – respondeu o mais novo.

Não pude evitar o alívio ao escuta-lo disser “Reino da Terra”, me deitei sem resistência no barco, estava quase fechando os olhos quando o mais novo me fez uma ultima pergunta :

—Quem é você ? De onde é ?

—Sou Cassandra, da Tribo da Água do Norte – disse, logo em seguida, caindo no sono.

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Acordei em uma cama razoavelmente confortável, demorou um pouco para que finalmente pudesse abrir os olhos. A ultima coisa que me lembro antes de dormir era de um senhor e um garoto jovem em um barco.

Minhas lembranças estão tão confusas. Me sentei na cama, ainda com o lençol cobrindo minhas pernas, era notável eu não estava mais com as roupas da Tribo da Água, alguém havia me trocado.. Ao invés de estar usando minha calça legging azul clara, as botas de couro rasteiras e o kimono azul escuro, havia um top claro por baixo de uma blusa verde escura que ia um pouco mais abaixo da minha cintura, um short também verde escuro e sapatilhas do lado da cama. Trançei o cabelo e vesti as sapatilhas, precisava descer, ainda queria saber aonde estava...

Ao abrir a porta, dei de cara com uma senhora idosa, e esta pareceu sorrir ao me ver, trazia com ela um prato com pães e um copo cheio de água. Parecia tão apetitoso...

—Que bom que já está de pé, querida – disse, ainda sorrindo- Nós já estávamos preocupados, Cassandra. A mesa já está posta, fico feliz que você conseguiu acordar para o café da manhã – disse ela enquanto me conduzia ao andar de baixo,levando a bandeja .

Ao chegar, reconheci o senhor e o garoto, já sentados a mesa e comendo, mas ainda não entendia como ela sabia o meu nome.

— Querido, ela já acordou, parece bem depois de uma noite de descanso – disse a senhora.

— Ótimo !!! Pensei que ia morrer de frio !!! A água ontem de madrugada estava bem gelada !!!

— De... ontem ?? – Por quanto tempo eu dormi ?? - Tive vontade de perguntar tudo de uma vez, mas as boas maneiras me fizeram esperar mais um pouco.

— Você não se lembra de nada ? – perguntou o garoto,e eu balancei a cabeça negativamente.

— Você estava ontem em alto mar, quando sumiu abordo do nosso barco estava quase desmaiando pelo cansaço... ou de frio....

— Frio ??? Nunca senti água tão quente !! Se acha que aquilo é quente, devia sentir o mar no Polo Norte, aquilo sim é de bater o queixo – ele me olhou como se eu fosse louca, acho que aquilo era o máximo de frio que ele podia suportar.

— Bom, seja como for, você já está aparentemente melhor, já pode ir embora – disse revoltado, se levantando da mesa bruscamente e já de saída, quando o senhor o chamou.

— Ayuto !! Você não pode sair assim da mesa, olha a educação !! Não foi assim que eu e sua mãe te ensinamos !!

— E não podemos simplesmente deixa-la por conta própria só porque acordou melhor – completou a mãe. Agora minhas lembranças estavam menos bagunçadas, comecei a entender o que aconteceu naquela noite.

— Aquilo foi só porque você estava ruim, e não vai acontecer de novo !!! – disse Ayuto com raiva e saiu batendo a porta, não entendi o motivo para ele agir desse jeito.

— Por favor, perdoe-o. É que você se parece com a ex-namorada dele, ela faleceu a pouco tempo...

Aquilo me deixou constrangida, não sabia nada sobre aquele garoto mas pelo menos faz sentido o porque dele me querer longe de sua casa o mais rápido possível. Sentei-me a mesa para comer, fiquei até o almoço e até a hora do jantar, e devido a ausência de Ayuto durante todo esse período, ajudei nas tarefas da casa que seriam sua função .

Ele voltou pouco depois de sua mãe retirar a mesa. Estava pronta para ir embora, mas ainda tinha que fazer alguma coisa por ele, não sei bem o que mas, de alguma maneira me sentia culpada por lembra-lo da ex-namorada. O que fazer ?

Depois de procura-lo por 1 hora, achei Ayuto no litoral da Vila Fuji, sentado em uma das pedras do mar, olhando para cima, estava bem distraído para não me notar, já que tentei fazer bastante barulho, se chegasse de surpresa poderia ser pior...

—Oi – chamei, antes de chegar perto demais dele, seu rosto estava cansado, como se já fizesse aquilo a muito tempo.

— Oi – respondeu – Ainda não foi embora ?

— Que gentileza sua perguntar – tentei parecer simpática – Na verdade, sim, já estou indo embora, queria deixar alguma coisa com você.

— Como assim ? – ele se virou para mim com mais interesse, então senti segurança para me aproximar um pouco mais.

— Me diz uma coisa... você e ela.... vinham muito aqui ?

— Toda noite de lua cheia, ela achava a vista linda – ele voltou a olhar para a Lua – Parece um espelho d’água

— É... parece mesmo – disse, enquanto mostrava minhas habilidades com a água, brincando com um pequeno filete que eu mesma formara.

— Dominadora de água – falou surpreso.

— Bom, sim... como você acha que eu cheguei até aqui sem um barco ?

— Isso explica porque estava tão cansada... Quer mesmo me deixar alguma coisa ?

—Sim, claro que quero!!!

— Então me faça um favor – disse, mexendo no bolso da calça.

— O que ? – ele tirou uma pequena corrente de prata no bolso, não tinha pingente, mas era bem bonita.

— Essa é a minha ultima lembrança dela... – ele fez uma pausa e prosseguiu logo depois – Ela foi morta por um soldado da nação do fogo enquanto nós voltávamos da cidade, e eu não pude fazer nada para ajuda-la... Meus pais dizem que eu sou muito novo para me remoer em um amor que já se foi, mas eu não consigo me livrar disso...

— Então... você quer que eu me livre dele pra você ?

— Não... vai ficar bem em você, quero que leve ele consigo, aproveite e leve essa amargura de mim pra longe, afinal, isso não é uma coisa que vai te afetar.... – ele colocou o colar em meu pescoço, ele era grande o suficiente para ser colocado por cima da minha cabeça – Apenas faça isso e considere seu presente dado.

Eu estava sem palavras, mas ele estava certo, para se apaixonar novamente é melhor esquecer primeiro o antigo amor, para dar uma chance a uma nova história... Agora comecei a entender porque o meu pai me deixou ir, para que finalmente ele abrisse mão da única lembrança de minha mãe e deixa-se espaço para um outro alguém entrar em seu coração.

.........
No dia seguinte, vesti novamente minha roupa tradicional, agora com a ausência das botas e do longo casaco. A mãe de Ayuto fez questão de me dar a roupa que tinha usado enquanto fiquei em sua casa, e o pai dele me deu uma pequena sacola para carregar tudo o que levaria comigo com mais praticidade.

Ayuto me conseguiu um mapa e todos me deram instruções de como ir para o sul do Reino. Agradeci a todos eles antes de me distanciar da Vila Fuji, oficialmente começando minha viagem rumo a Tribo da Água do Sul.

.............................

Depois alguns dias de caminhada, consegui achar um lindo lago, e achei a oportunidade perfeita para exercitar minha dominação, afinal, minha resistência tinha aumentado bastante devido a caminhada excessiva. Arrumei um acampamento improvisado por ali, e me despi de modo a somente ficar com meu top e um shortinho, ambos justos e azuis escuro, prendi o cabelo em um rabo-de-cavalo e fui em direção ao espelho d’água.

Comecei com o maior pergaminho, meu pai disse que ele ensinava o básico, coloquei-o aberto em uma das rochas na margem do lago e comecei a praticar o primeiro movimento, chamado de “Chicote D’água”.

— Eu vou conseguir – disse em voz alta, e comecei a ver as
figuras e tentar imitar suas posições e gestos. Tudo ficava tão mais difícil sem orientação... Pelo menos as figuras me ajudavam a guiar melhor meus movimentos.

A maioria dos ataques tinham nomes lógicos : O polvo, que era uma defesa; Torrente de gelo,dardos, tsunami e por ai vai...Aprendi tudo em 2 semanas de puro foco e treino, foi muito bom sentir que agora posso me defender sozinha, mas agora faltava aperfeiçoar todos os ataques que eu aprendi. No final do 14º dia me dei o luxo de descansar naquelas águas maravilhosas.

Ao cair da noite, me levantei tão relaxada que tinha certeza que iria cair de sono , tirei a água da roupa e me vesti, depois cai na cama improvisada e dormi. Acordei com barulho de passos pesados, e ao ver o que estava acontecendo, vi cerca de 10 homens, todos armados e musculosos, não tinham delicadeza nenhuma.

Ladrões.

O que estavam procurando ? Eles não sabiam o que eu trazia comigo, foi um erro ter posto a mochila muito longe, lá dentro só tinha roupas, as coisas de valor estavam na bolsa que eu usava de travesseiro, os pergaminhos de dobra d’água. Mas ele parecia ser realmente um travesseiro, poderia fingir dormir até que fossem embora, além do mais a única coisa naquela bolsa que eles poderiam pegar era a roupa que a mãe do Ayuto me deu aquele dia. Não havia dinheiro nenhum, não que valesse no país da Terra.
Eles estavam indo embora quando o baixinho viu alguma coisa na minha direção :

— EI !!! Ela tem uma bolsa debaixo da cabeça !!!!

Os outros foram olhar com mais atenção, até que, um deles
veio por trás e me agarrou pela cintura, me levantando e colocando em seus
ombros como se fosse um saco de farinha, abri os olhos totalmente e comecei a bater nas
costas dele, mas era um grandalhão, devo estar fazendo cócegas nele !!!

— Me solta !!! Me deixa descer e eu não machuco vocês !!!! – tentei soar ameaçadora, porem sem sucesso, todos eles começaram a rir.

— O que uma garotinha como você pode fazer contra todos nós ?? – perguntou um dos homens, com um machado apoiado no ombro, pronto para acertar qualquer um.

— Ei pessoal, ela tem vários pergaminhos de... dobra d’água ? – ele olhou com uma cara de espanto para a bolsa, repleta de pergaminhos, os mais espertos começaram a chegar para trás, eu vi isso como uma brecha de me tirar daquela situação.

Rapidamente usei um chicote d’água bem grande no cara de me segurava, fazendo ele perder o equilíbrio e cair, me soltando. Corri até os caras que estavam perto da minha bolsa e usei o chicote em todos eles, fazendo-os recuar, 3 de 5 homens caíram no chão. Assim que a peguei, corri em direção do homem que estava com os meus pergaminhos, ele foi bem inteligente ao sair de perto da bolsa, mas havia um pergaminho da mão dele, assim que peguei a bolsa com eles, vi qual estava nas mãos do magrelo : o pergaminho de dobras básicas, não me importei de ficar sem ele, só queria sair dali.

Me virei e usei a água da cachoeira para empurra-los bem longe do caminho que me levaria de volta a trilha, enquanto se recuperavam do susto, eu corria com todas as minhas energias.

Duas horas depois, o sol já surgia no horizonte, aquelas
horas relaxando no lago ajudaram bastante, não me sinto tão cansada por ter usado a dominação de água a noite anterior. Havia um vilarejo bem a frente, mais tarde poderia comprar comida, já que na pressa não peguei quase nada.

Caminhei 10 metros para fora da trilha, joguei a mochila com os pergaminhos para o lado, coloquei a mochila com as roupas no chão e desta vez, usei-a como travesseiro, a fuga me deixou cansada, talvez me meter em encrenca não fosse tão mal assim, poderia testar o esforço dos treinos, mas isso não é hora para pensar em lutar, a única coisa que quero agora é deitar meu corpo e dormir, e assim fiz.

.

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.

.

Quando acordei, o Sol escaldante já tinha me deixado
embainhada de suor, usei a dominação de água para ficar seca novamente, levantei, peguei as mochilas e segui rumo a cidade. Ao chegar lá, meu estoque de comida havia acabado e eu ainda sentia fome... Era o que chamamos de “Dia Vazio” na Tribo da Água do Norte, significa que você pode comer quanto puder, mas nunca vai sentir o peso da comida no estômago.

Para a minha sorte , havia uma feira na vila, tentei usar o
dinheiro da Tribo da Água, mas ninguém aceitou. Então, não me veio outra coisa na cabeça : fiz um pequeno cisne de gelo e disse á um vendedor que era de vidro, ele não estranhou e me ofecereu 4 fartos sanduiches como troca, com aquilo conseguiria me virar por mais 3 dias. Me senti culpada pelo senhor, mas estava morrendo de fome e não tinha dinheiro, era uma situação meio desesperadora. Alem do mais, me recusava a voltar todo o trajeto que percorri desde o lago, tinha uma grande probabilidade de os ladrões ainda estarem lá.

Ainda não sei o nome do local, mas é uma cidade costeira, ao
chegar perto do porto, um dos barcos seguia para o porto mais próximo da trilha que levava para Omashu. Fiquei feliz ao descobrir que não terei que fazer todo o trecho a pé !! Ia ser melhor ainda se tivesse um barco para a Tribo da Água do Sul, mas isso é impossível. Tenho que ficar satisfeita com esse atalho, assim não vou precisar andar até Ba Sing Se.

O barco era comercial, tinha uma tripulação pequena e o
capitão me disse que vamos chegar em cerca de uma semana, ofereci meus serviços para empurrar o barco com a dominação de água se o vento não ajudar, em troca de carona e um lugar no barco para dormir. O capitão aceitou na hora, e isso me deixou claro que vou ter trabalho pela frente....


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Notas finais do capítulo

E então ? Como estou escrevendo ??