Forever Young escrita por Valerie


Capítulo 53
Capítulo 53: My heart is yours


Notas iniciais do capítulo

talvez vcs chorem, talvez nao, depende da pessoa kaka



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Izabella

Já havia se passado três semanas e o Liam não tinha dado nenhuma pista de que poderia acordar a qualquer momento. Eu estava arrasada. Sua família, seus amigos. Todos nós chorávamos todos os dias. Ou será que só eu?

Eu me sento na cama assim que fecho a porta do meu quarto. Suspiro. Mais uma manhã nublada, triste e cansativa para mim.  Tudo havia voltado ao normal, quero dizer, o mundo voltou a ser sem graça para mim. Tudo ao meu redor só tinha graça quando eu sabia ou quando ele estava perto de mim.

Liam... Era incrível como eu estava sentindo falta dele. Eu estava com medo de perdê-lo. Com um medo imenso. Ele se tornou tudo o que tenho. Todos que eu tinha se foram, ou simplesmente me magoaram. E agora... O liam aparece, me traz a alegria de volta, a vontade de viver, que para falar a verdade, já tinha sumido há muito tempo desde que eu me cortava.

Cortava... Cortar. Eu não fazia isso há um bom tempo. Por ele. Por estar com ele, por tudo ter mudado, por eu estar bem. Mas nada estava bem agora. Eu estou sozinha. Triste. Ferida. Então... Sem o Liam que motivo eu teria pra continuar nessa merda de mundo?

Caminho até o banheiro do meu quarto e abro o armário branco, encontrando uma lâmina em frente de todos os produtos que estavam ali. Pego a mesma e me olho no grande espelho exposto na parede. Eu já estava chorando. Mais uma vez, como sempre desde o acidente. Estico meu braço e o deixo encostado na pia. Forço a lâmina sobre meu pulso. Fecho os olhos com força e tento lembrar de todos os motivos que eu tinha para me cortar. Mas não consigo. Em todas as vezes que eu tentava, apenas Liam aparecia em minha cabeça. E ele não é um motivo para que eu me cortasse, para que eu quisesse morrer. Ele é um motivo para que eu continue viva.

Jogo a lâmina no chão e saio correndo para minha cama antes que eu mude de ideia sobre os cortes. E eu deito bem ao lado do urso marrom que ele havia comprado pra mim no parque de diversões. Eu abraço o mesmo e deixo as lágrimas rolarem mais ainda.

- Eu não vou perder você, Liam... – Sussurro para mim mesma. – Você vai ficar bem.

E ele vai. Tem que ficar bem. Eu vou ficar bem por ele e ele vai ficar bem por mim.

Fecho os olhos, cansada desse dia, cansada da rotina repetitiva a mais de três semanas, casada de tudo. Sinto o sono me invadir e quando menos percebo, já estou dormindo.

Ouço batidas na minha porta. Levanto devagar ignorando as batidas. Seja quem for, eu não estava afim de ver ninguém.

Vou até o banheiro e lavo meu rosto, escovando os dentes em seguida. Olho para o lado e vejo a lâmina onde ela estava quando eu a joguei. Pego a mesma, pronta para jogar no lixo, quando batem mais três vezes na porta, insistentemente.

Suspiro e volto ao quarto, abrindo a porta em seguida. Era o Harry.

- Você está bem? – Ele me olha desconfiado. Assinto.

- Sim e você?

- Estou bem. – Ele dá um sorriso fraco. Na área branca de seus olhos, linhas vermelhas tomavam conta, indicando que ele havia chorando bastante. Ele não estava bem.

- Não parece.

- Eu estou. Acredite. – Sorri mais uma vez. Ele não iria me convencer, mas dou de ombros e deixo-o entrar. – Falei com o cara que prendeu a grade na roda-gigante.

- E ai? – Olho apreensiva. Poderíamos culpar o Derick com provas.

- Ele assumiu. – Sorri. – E contou também do Derick. Podemos culpa-lo, Iza!

- É... A gente... – Paro de falar e franzo a testa. Não poderíamos culpa-lo. Derick usava luvas por causa do frio  absurdo que estava em Londres naquele dia do passeio. Não teria digitais dele no suposto dinheiro entregado ao rapaz. Não tínhamos como provar.

- O que foi?

- Não podemos culpa-lo. Derick usava luvas, não temos as suas digitais. – Harry olha para o chão como se formulasse tudo em sua cabeça.

- Não acredito... Eu...

- Simplesmente não podemos culpa-lo, Harry. – Dou de ombros, suspirando pesadamente em seguida.

- Não, isso... Isso não está certo! Temos que arranjar um jeito de culpa-lo. – Ele me olha. – Ele tem que pagar pelo que fez com meu melhor amigo!

- Eu sei, mas não podemos fazer nada. – Mordo a boca. Eu queria tanto fazer algo como justiça.

- Eu... Eu preciso ir. – Harry anda rapidamente até a porta e sai pela mesma. Franzo a testa. Ele estava desnorteado. Estava como eu, ou talvez pior.

Na minha mão eu ainda segurava a lâmina. Caminho até a janela e sem hesitar, jogo o mesmo. Suspiro. Eu tinha que ficar bem. – Digo para mim mesma.

Olho ao redor do meu quarto e paro no meu caderno em cima da escrivaninha. Franzo o cenho. Caminho até a escrivaninha e puxo a cadeira, sentando-me em seguida. Abro o caderno e o observo como se fosse algo valioso. Passo as folhas rapidamente e um papel voa delas. Pego o mesmo e leio o que estava escrito ‘’Live While We’re Young’’. Ele havia me dado esse papel logo depois de ter me levado para vê-los cantando. Havia escrito isso em meu pulso. Eu me lembro. Me lembro perfeitamente. Então uma ideia surge em minha cabeça.

No dia seguinte Liam havia me pedido para fazer uma entrevista comigo. Ele iria falar de mim na aula de redação. Iria escrever sobre mim. E esse trabalho teria de ser entregue amanhã. Justo amanhã e Liam não estava bem, não estava aqui. Não aqui no colégio. Então... Eu poderia ao menos salvar o seu trabalho, mas o ponto é: A redação não seria mais sobre mim. Seria sobre ele. Eu iria fazer.

Começo a escrever sem parar. Escrevo tudo que sabia sobre ele, como me sentia com ele, como eu era quando estava com ele, ou o quanto ele me fazia bem. Escrevia e perdia a hora. Borracha apagando frases que ninguém precisava saber, ponta de lápis quebrando, lágrimas. Quando percebi, eu já tinha feito um texto grande. Já era noite, justamente quando acabei. Olho para o caderno e respiro fundo. Eu terei de ler isso para todos amanhã na sala. Mas não me importo, eu falaria dele, quem não gostaria de ouvir sobre Liam? Um garoto bem-humorado, divertido, companheiro, amigo. Simplesmente um bom garoto.

Rasgo a folha que eu havia escrito a redação, dobro a mesma e saio do quarto correndo em direção à biblioteca. Eu teria que digitalizar e imprimir isso, mas já estava ficando tarde, daqui a 20 minutos a bibliotecária não estava mais lá. Corro pelos corredores. Estava tudo vazio, todos deviam estar em seus quarto, onde eu deveria estar também. Mas não me importo, eu precisava ter sucesso nessa redação, pelo menos pelo Liam.

Começo a andar devagar quando ouço barulhos estranhos. Pareciam gemidos. Mas eram gemidos de dor. Diminuo os passos e ando como se estivesse me escondendo e alguém. Aliás, eu estava me escondendo de quem quer que fosse.

- Pare! – Uma voz masculina soa. Franzo a testa. Eu conhecia essa voz.

- Eu vou acabar com você! Você vai pagar por tudo!

Era o Harry. Harry que havia falado na segunda vez! Eu ando até mais próximo para ver a cena e levo a mão na boca imediatamente. Derick estava deitado no chão de modo que sua cabeça ficasse encostada nos armários. Ele sangrava. Seu nariz, sua boca. Seus olhos estavam inchados. Harry havia batido nele?

Isso era errado. Harry não devia estar batendo no Derick. Eu sei que Derick merecia tudo isso, mas não estava preocupada com ele e sim com o Harry. Ele poderia sair levando a culpa. Poderia ser expulso por isso.

- Isso tudo é pelo o que fez com meu amigo. – Harry abaixa, puxando Derick para cima, encostando-o no armário. Sua mão estava entre o pescoço de Derick, praticamente sufocando-o. Engulo em seco.  – Ele vai morrer seu idiota! Era pra estar você no lugar dele! – Harry grita com raiva. Vou até ele e tento o puxar, mas ele era forte, era em vão.

- Izabella! – Derick olha para mim. Implorava-me com os olhos. Minha respiração estava acelerada. Parte de mim queria que Derick sofresse, outra parte não.

- Harry, largue-o! – Tento puxá-lo mais uma vez.

- Eu vou mata-lo.

- Por favor! – Derick grita. Harry o empurra mais uma vez contra o armário. Ele chorava.

- HARRY! – Eu grito. Harry me olha. Ele chorava que nem um bebê. – Por favor, o solte. Você não precisa fazer isso.

- Mas eu...

- Solte-o, Harry. Vamos sair daqui. – Eu olho em seus olhos. Ele engole em seco, soltando Derick. O mesmo cai no chão e se encolhe de dor.

- Se você contar algo a alguém... – Harry olha com nojo para Derick. – Eu juro por tudo que eu mato você e eu faço isso ser lento.

- Vem! – Puxo Harry pela mão.

Eu corro com Harry até estarmos na frente do seu quarto. Ele encosta-se na porta, mas não ousa olhar para mim. Harry não estava bem. Eu sabia. Ele estava realmente desnorteado. O acidente de Liam subiu a sua cabeça, fazendo com que ele fizesse coisas que eu aposto que jamais faria se estivesse completamente sã. Quem sou eu pra me sentir pior que todos com essa situação? De repente Harry poderia estar pior. Guardando isso pra ele mesmo. Sofrendo por uma coisa que nunca havia passado antes.

- Ei... – Eu o chamo. Harry levanta a cabeça devagar. As lágrimas não paravam de escorrer em seu rosto.

- Ele vai morrer, Iza.

- Ele não vai morrer, Harry! Ele vai ficar bem!

- Não vai, ele não acorda! – Harry leva as duas mãos a cabeça e chora alto. – Eu não posso perder um de meus melhores amigos. Um de meus irmãos.

- Você não vai. – Meus olhos marejam. – Vai ficar tudo bem.

- Eu quero meu amigo de volta. – Harry diz. Eu puxo, abraçando-o.

- Vamos ter ele de volta, ok?

Um longo e triste abraçado foi aquele. A verdade é que: Harry não suportaria perder alguém. Ele nunca havia passado por isso. Eu tinha certeza disso.

- Obrigado. – Harry agradece depois de nos abraçarmos.

- Boa noite, Harry. – Tento sorrir.

- Boa noite, Iza.

[...]

(Clique aqui se quiser ler com a música.)

E lá estava eu. Seria a próxima da chamada. A próxima para ler a redação em frente de todos na sala. Eu teria certeza que assim que começasse eu iria começar a chorar. Eu sou tão frágil. Tão sensível. Por quê? Porque logo isso?

Ontem, mesmo com tudo, eu consegui digitalizar e imprimir a redação. Já Harry, ele havia faltado. Seus amigos me disseram que ele teria ido ver Liam no hospital. De qualquer forma, hoje eu não poderia vê-lo. Hoje eu teria que representa-lo.

- Izabella Duarte. – A professora de redação me chama. Engulo em seco. Todos olham pra mim. Todos sabiam. Todos sabiam o quanto eu estava mal com o que havia acontecido. Eles me olhavam com pena. Eu odiava isso, mas eu faria o mesmo se outra pessoa estivesse em meu lugar. Eu olharia com pena, com pena porque não desejaria o mesmo para ninguém. Com pena porque eu sei como dói.

Eu levanto com o papel da redação nas mãos e ando até a frente da sala. Olho para o quadro e respiro fundo. Você consegue.  – Disse para mim. Viro para frente encarando o olhar de todos. Sempre odiei apresentações assim, mas seria necessário. Olho para o papel e as minúsculas letras imprimidas ali. Concentro-me no mesmo e começo a ler.

‘’ Liam Payne, 19 anos. Mais conhecido como Daddy. – Seus amigos riem. – Companheiro, amigo, decidido, engraçado, responsável, uso das palavras bonitas. – Riem mais uma vez. – Fofo, romântico, atrevido, carinhoso, gentil. Simplesmente Liam Payne. – Engulo em seco, criando coragem para continuar. – Liam tem um poder incrível de fazer as pessoas sentirem-se melhor quando estão ao seu lado. Ele é capaz de eliminar todo o mau humor, seja de quem for.  Engraçado é que mesmo que você não seja amigo dele, o que aconteceu comigo quando nos conhecemos, ele vai fazer você se sentir melhor. Ele usa palavras capazes de fazer você refletir suas atitudes, seus sentimentos, tudo. – Olho para sala. Todos me olhavam atentamente. Seus amigos em particular, balançavam a cabeça em concordância. Volto a ler. – Ele é o tipo de garoto e amigo que quando você precisa, ele está sempre lá, não precisa nem chamar. Ele só está lá. Incrível mesmo é como você é quando está ao lado dele. Eu, particularmente, me sinto num mundo mais cheio de cores. Quando eu estou com ele tudo muda. Até minha risada fica mais sincera. Meu olhar ganha um brilho desconhecido que somente com ele aparece. Meus sorrisos não são falsos, não escondem mágoas, são verdadeiros, são felizes. Eu me sinto bem, me sinto completa. Tudo isso quando estou com ele. – Sinto meus olhos marejarem. – Sabe, há alguns meses atrás, eu provavelmente estaria pensando em como seria ótimo abandonar a vida. Estava cansada disso tudo e não posso negar que ainda estou. – As lágrimas escorrem pelo meu rosto. – Eu não tinha nada. Perdi tudo de mais valioso que tinha. Eu realmente não tinha mais motivos para viver, confesso. Mas ele apareceu. Liam apareceu e mudou tudo. E por causa dele, hoje sim eu tenho vontade de viver. Enquanto ele estiver aqui e não lá... – Aponto para cima. – Eu terei motivos para continuar. Ele é a minha esperança, a minha felicidade, o meu motivo pra continuar aqui nesse mundo medíocre, que só com ele, torna-se bom. – Respiro fundo, tentando controlar as lágrimas. – E esse é o Liam. O garoto que me fez mudar, o garoto que pode mudar qualquer um de vocês, se deixarem.  O garoto que me faz bem, não só a mim, mas como as seus amigos e colegas. O garoto pelo qual me apaixonei. O garoto que tem meu coração. – Olho para todos na sala, eu estava chorando mais ainda. Os garotos olham para mim e assentem para que eu continue. Faço isso dizendo apenas poucas palavras, mas que foram ditas com os mais sinceros sentimentos. – O garoto que eu amo.’’

Seria possível amá-lo em tão pouco tempo? Sim, seria. Como uma pessoa como eu, que não tinha ninguém e de repente ganha um anjo em sua vida, tudo é possível. Eu tinha certeza. Certeza daquilo. Se não fosse amor, o que sentia pelo Liam, o que mais seria? Eu o amo. E é o mais puro e mais sincero sentimento que reinava em mim nesse momento. O amor.

Todos levantam de suas cadeiras e aplaudem. A maioria chorava. A professora chorava. Eu tento sorrir. Os garotos vinham em minha direção, mas param assim que uma pessoa entra pela porta da sala. Estava descabelado e parecia ter corrido, pois suava.

- Iza. – Harry me olha. Sorri de orelha a orelha. Todos voltam o olhar para ele. Franzo a testa. – Liam acordou!


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Notas finais do capítulo

GENTE ONTEM VCS QUISERAM ME ''COMAR'' (QM TAVA NO TWITTER VIU) KKKKKKKKKKKKKKKKKKKKK EU RI TANTO COM O DESESPERO DE VCS, SERIO, FOI MT ENGRA. EU SEI Q FOI HORRIVEL IMAGINAR, MAS FAZIA PARTE DESSE CAP U.U
Mas enfim, foi bom saber que minha fic causa imensas emoções em vcs hehehh, me gusta, essa era a minha intenção u.u E esse cap então? eu sou otima sendo dramatica ou nao? kaka. Mas eai, o que acharam leitoras lindas? Ah eu postei hj coo=mo prometido o.