Rachel P.O.V

Quase duas horas depois, os pais do Jesse chegaram em casa. Meus dois pais já estavam em casa e minha mãe havia ido assim que eu liguei. Quinn estava sentada no canto da sala, ao lado da lareira, com seu caderninho.

O caderninho da Quinn é um caderno rosa, cheio de adesivos e desenhos na capa, preso a uma caneta roxa, no qual ela desenha, escreve e faz o que mais da na telha dela. De fato, quando ela está com o caderninho, esqueçam, porque ela fica alheia a praticamente tudo. Mas eu queria muito que ela ficasse aqui.

_ Vocês podem dizer logo o motivo de tanto suspense? - perguntou meu sogro, quando todos já estavam sentados no sofá. Eu olhei meus pais, minha mãe e minha sogra e percebi que já havia uma desconfiança da parte deles. Apenas meu sogro parecia alheio ao que poderia estar acontecendo.

Sentamo-nos e demos as mãos, antes de eu soltar a bomba:

_ Eu to grávida. - tentei parecer segura, mas só conseguia sair um fio de voz. Meus pais esconderam o rosto nas mãos, enquanto minha mãe soltou um gemido de desgosto. Minha sogra segurou a mão do marido, que parecia a ponto de pular em cima do Jesse, que apertava minha mão.

Meu sogro abriu a boca. E vem a bronca.

Quinn P.O.V

"So raise your glass if you're wrong in all the right ways..."

_ IRRESPONSÁVEIS! É ISSO QUE VOCÊS SÃO E...

Eita, que gritaria é essa minha gente? Eu ergui os olhos e dei com Rach e Jesse no sofá, enquanto os cinco adultos gritavam e gesticulavam. Momento de fazer cara de paisagem e aumentar o MP3.

_ CAMISINHA! CONHECEM ISSO?

Deus me livre, a vizinhança deve estar tendo aula de educação sexual, porque meu MP3 tá no máximo e a gritaria está mais alta que a música. Vou ter que intervir?

_ UM FILHO COM 18 ANOS É UM ERRO! - é, vou.

_ CALA A BOCA QUE A VIZINHANÇA TODA JÁ OUVIU! - eu gritei, me levantando. Todos me olharam surpresos. - Dá pra vocês deixarem eles falarem? Grata.

Os adultos sentaram, e Rachel sorriu em agradecimento.

_ Eu sei que somos muito jovens, mas foi um acidente. - começou Rachel e quando o pai dela ameaçou começar a falar, eu dei uma olhada torta e pigarreei - Por favor papai, escute. Entre milhões de pessoas no mundo, essa criança escolheu nós dois, aqui, agora, não daqui a 5 ou 10 anos. Talvez porque ela precise de nós, mas talvez por que NÓS precisamos dela.

_ Sabemos que isso é difícil de entender, - disse Jesse, quando tentaram intervir - mas vocês devem desde já entender que nós já amamos nosso filho e que faremos o que estiver ao nosso alcance para protegê-lo.

Os adultos estão quietos demais... Acho que vou no banheiro, aquela feijoada brasileira com farofa não colou bem...

Rachel P.O.V

Quinn pediu licença e foi para o banheiro. Além de tudo vou ter que agüentar ela entupindo minha privada. Já enjoei, que ótimo.

_ Porque mesmo ela está aqui? - perguntou minha mãe.

_ Eu não sei. Realmente não sei. - eu respondi, balançando a cabeça.

_ Bom... - começou meu pai - Vocês parecem bem resolvidos. Creio que não tenha o que nós possamos dizer para mudar a idéia de vocês. Creio que nós, como pais, só podemos apoiá-los nessa escolha e com essa nova vida que cresce em você minha filha.

Respirei aliviada, e senti Jesse relaxar ao meu lado. Eu levantei correndo e pulei nos braços dos meus pais e minha mãe, as lágrimas aflorando.

_ Obrigado, obrigado, obrigado. - eu murmurei, beijando-os sem parar.

_ E VIVA OS NOIVOS! - Quinn entrou na sala gritando. Ela parou, olhou para todos e corrigiu - Pera, não rolou casório, então seria... VIVA OS PAPAIS.

_ De verdade mesmo Rach, o que ela faz aqui? - perguntou meu sogro, que não conhecia Quinn até aquele momento.

_ Sendo ela mesma. - eu respondi rindo - Vem cá vai Fabray.

Ela me pegou no colo e começou a rodar no ar. Epa, enjôo.