Life Is Unexpected escrita por WaalPomps


Capítulo 17
Eu, eu mesma e o tempo


Notas iniciais do capítulo

É isso ai gente, reta final da fic. Quem diria hein? E pra completar, hoje a linda Mari terminou Blessed With a Curse, partindo meu coração em pedaços. choray glitter HUAHUAHUAHU
Aproveitem o capítulo e se vocês forem boazinhas, a noite tem trailer do próximo...



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Rachel P.O.V

Na manhã seguinte, acordei com a cabeça pesando toneladas. Abri os olhos e vi que o relógio marcava 10h. Ouvi movimentação no corredor e ouvi a voz de Sam. Pela janela, vi que os carros dos meninos não estavam lá, mas os de Quinn e Santana sim, com o porta-malas aberto e carregado.

Quando o corredor silenciou, sai pé ante pé, ficando no topo da escada, ouvindo escondida.

_ Eu pego a Annie na escola hoje. – era Puck quem falava – E levo para casa ficar com a Quinn durante a tarde. A noite, você traz ela para cá.

_ Ok, mas e a empresa? – era Finn.

_ Já liguei para o Paul, ele disse que eles dão conta hoje. Não to me sentindo muito bem, então passarei o dia com a Quinn. – Sant respondeu – A Rachel não vai ter condições de fazer nada hoje, no estado de bêbada que estava ontem. E eu não sei a Quinn, mas não estou com a menor vontade de falar com ela por hora.

_ Melhor dar um tempo. – a voz de Quinn era baixa e rouca, o que indicava que ela havia chorado bastante – Agora tudo que eu quero é Annie nos meus braços enquanto vemos Barney.

_ Pena que você ta de resguardo amor, porque eu to com uma saudade do Barney. – a voz de Puck era carinhosa e cuidadosa e eu ouvi o riso fraco da minha amiga.

_ Vamos pra casa Sant... – era Sam, entrando em casa – To louco de vontade de desfazer as malas e me sentir no nosso lar.

_ Digo o mesmo fadinha. – Puck falou e Quinn concordou. Corri de volta para o meu quarto e fiquei observando pela fresta da cortina.

Puck saiu com a noiva nos braços e a sentou carinhosamente no banco, enquanto fechava a porta traseira. Sant colocou algumas coisas no banco traseiro, enquanto Sam fechava o porta-malas. Logo, os dois carros saiam, mas eu senti os olhares delas duas na minha janela, como que dizendo adeus.

Eu ouvi a porta da sala bater e achei seguro descer. Finn estava sentado na mesa da cozinha, com duas xícaras de café.

_ Você não é o que eu chamo de silenciosa Rachel. – disse ele, enquanto eu me servia. Sua voz era fria e contida, sua expressão cansada – Como está.

_ Enjoada. – admiti, enquanto corava – Desculpa por ontem.

_ Não é pra mim que você deve pedir desculpas. – disse ele – Bells foi pra escola chorando hoje. Depois do que aconteceu com Quinn, a mãe chegando ferrada de bêbada em casa não foi muito bom.

Eu baixei os olhos, mas senti que os dele permaneciam fixos em mim. Após alguns minutos, falei:

_ Eu vou passar algumas semanas fora.

_ Como? – perguntou ele, surpreso.

_ Eu vou ficar alguns dias em Nova Iorque com Kurt e Blaine, vou visitar os pais do Jesse... – disse, bebericando meu café – Eu preciso disso Finn. Preciso me achar, de um tempo para mim.

_ Você demorou tempo demais hein St. Berry? – a voz dele tinha um Q brincalhão que me acalmou e eu comecei a chorar. Ele estendeu a mão e apanhou a minha – Vá tranqüila. Anabella estará bem cuidada.

_ Eu vou logo depois do almoço, antes dela voltar da casa de Quinn. Não estou pronta para vê-la, não tenho coragem depois de ontem. – ela não pareceu aprovar a idéia, mas não discordou. Enquanto eu arrumava minhas coisas, ele abasteceu o carro e foi ao mercado para mim, buscando coisas que eu poderia precisar. Também passou no banco e sacou uma boa quantia.

_ Apenas nos mantenha informados ok? – pediu ele e eu assenti, enquanto ligava o carro. Aquela hora, Ann já estariam chegando ao apartamento de Quinn, então passei lá na frente. Na saca. Ela estava já apoiada, com Quinn e Santana ao lado, olhando um ninho de coruja num poste ali perto.

Mandei-lhes um beijo, sem que me vissem e acelerei. Até logo Lima, logo eu iria voltar.

Duas semanas depois...

Kurt e Blaine me receberam muito bem. Aquela altura, ambos já sabiam o que havia acontecido, mas não me julgaram por nada. Ao contrário, Kurt tirou licença e no papel de melhor amigo, passou os últimos dias comigo.

Fomos ver musicais na Broadway, visitar Hollywood... Sempre conversando muito sobre meus problemas. Noite passada, ele me contou uma decisão que tomaram:

_ Vamos nos casar e adotar uma menininha. Ela se chama Dianna e é filha de uma antiga faxineira do nosso apartamento, que faleceu ao dar a luz. Ela ta com três meses e nós conseguimos a guarda provisória. Assinaremos os papéis de união em dois meses, assim que sair a guarda definitiva dela.

_ Que maravilha Kurt. Mas porque não me avisou antes? – eu perguntei.

_ Ainda não tínhamos certeza. – disse ele, dando de ombros – Hoje, eu quero que você me ajude a montar o quarto dela. Amanhã ela vem para casa.

E eu soube que era hora de partir de novo. Minhas malas estão prontas, só estou esperando eles voltarem com a menina.

Quando eles entram, estão chorando, carregando uma menininha de pele morena e cabelos escuros, mas com surpreendentes olhos azuis. Ela é pequena, mas ainda sim tem os olhos curiosos, se prendendo a tudo que não lhe é familiar.

Quando Blaine entra cantarolando para a filha, Kurt vê minhas malas e chorando me abraça.

_ Vocês precisam começar a vida de vocês sozinhos, não com um peso aqui.

_ Você jamais será um peso Rachel. – disse ele, segurando meu rosto.

_ Minha jornada ainda não terminou Kurt. Eu preciso me achar, para poder voltar para casa. Duas semanas longe já é bastante, e ainda tenho um longo caminho pela frente!

_ A porta sempre estará aberta! – disse ele, me abraçando novamente.

Me despedi de Blaine e de Dianna, antes de sair, deixando a nova família Hummel-Anderson com seu começo de eternidade.

Algumas quadra depois, encontrei Harmony, uma antiga colega da turma de teatro, em frente a um grande teatro na Broadway. Quando me viu, correu me abraçar, e me puxou pela mão para dentro do teatro.

O lugar estava vazio, apenas nós duas lá. Ela disse que era a atriz principal de OZ, musical em cartaz e eu disse que havia lhe visto alguns dias antes. Logo, seu celular tocou e eu fiquei ali sozinha com meus pensamentos.

Quando eu tinha 16 anos, numa noite na casa de Kurt, nós dois e Mercedes ficamos vendo as fotos do teatro, enquanto Quinn escrevia e Santana, Britt e Sugar fofocavam. Naquele dia, eu jurei que um dia cantaria ali com os dois.

Eles não estavam lá, mas eu sim... E eu sabia que música queria cantar.

http://www.youtube.com/watch?v=0IKxpAvOfh4

Quando terminei, Harmony estava parada no canto do palco, me olhando com lágrimas nos olhos.

_ Rachel, isso foi lindo. Deus, nem me lembrava mais como sua voz era maravilhosa. – disse ela – Eu preciso te apresentar pro Tom... Ela ta procurar duas novas atrizes para apresentar Wicked aqui na Broadway. Porque não nós duas?

_ Desculpa Harmony, mas não posso! – eu disse, sentindo as lágrimas escorrendo e vendo a boca dela abrir-se em um perfeito O – Esse sempre foi meu sonho, cantar na Broadway. E eu o realizei, agora.

_ Então você vai atrás de um novo sonho? – perguntou ela, espantada.

_ Eu já tenho um novo sonho... – eu disse sorrindo – E ela já se realiza todas as manhãs quando Anabella entra no meu quarto gritando meu nome, quando Quinn e Santana comemoram um casamento bem sucedido, quando no fim do dia, eu me deito sabendo que todos que eu amo estão bem. Mas eu estraguei tudo.

_ Acho que você está pronta para voltar para Lima. – disse ela, quando eu lhe expliquei o que havia acontecido.

_ Ainda não... Tem mais um lugar que eu preciso ir. Mais uma pessoa com quem eu preciso me acertar. – disse pegando minha bolsa e a abraçando – Obrigado Harmony... Muito sucesso para você!

_ Obrigada Rachel... E boa sorte! – disse ela, enquanto eu corria para a saída.

Assim que entrei no carro, disquei o numero de Brittany. Ela atendeu no 3º toque, surpresa com minha ligação.

_ Brittany, eu preciso do endereço da Mercedes. É, Mercedes Jones.

Três dias depois, eu tocava a campainha da casa dela. Tinha ido a Chicago antes e agora, com a cara e a coragem estava aqui em Detroit. Ouvia a grande algazarra lá dentro quando a porta se abriu.

_ Pois não? – disse ela, sem me olhar diretamente, ocupada com um menininho em seus calcanhares – Noah, vai pra dentro querido e... Rachel? – perguntou ela, me olhando.

 Ela parecia dez anos mais velha do que era, os cabelos sem corte, as roupas largas, olheiras profundas. Não sabia se era por ter três filhos, mas sua barriga parecia estufada.

_ Olá Mercedes... Posso entrar? – perguntei, timidamente. Ela assentiu e eu entrei. A casa por dentro era tão simples quanto por fora. Na sala, vendo Bob Esponja havia uma menininha de uns dois anos e meio e dormindo ao seu lado, um garotinho de menos de um. O mais velho, Noah, se juntou a irmã, enquanto eu e Mercedes íamos para a cozinha.

_ Eu... – começou ela, mexendo em uma panela, sem coragem de me olhar – Eu sinto muito pelo Jesse. Sei que depois de tanto tempo não deve mais valer algo, mas eu realmente fiquei chocada quando me contaram.

_ É... – eu disse, sentada no balcão encarando as mãos – Foi uma barra pesada.

_ Mas eu fiquei sabendo que você saiu por cima. – disse ela, uma certa amargura na voz – Abriu uma grande empresa certo? Com Quinn e Santana.

_ Elas foram realmente ótimas. – eu disse, emocionando-me – Comigo e com Ann, mas agora estão seguindo com a vida. Santana vai ter um menino em alguns meses, do Sam Evans. Casaram-se três meses atrás. E Quinn está noiva de Puck.

_ O que você veio fazer aqui Rachel? De verdade? – perguntou ela, colocando a colher na pia e se virando para mim de braços cruzados – Eu sei que não é uma visita de cortesia. Veio esfregar que vocês conseguiram subir na vida? Que vocês venceram, apesar de tudo que eu disse? Que não estão largadas em Detroit, criando três crianças e esperando uma quarta? – então ela estava mesmo grávida.

Tomei fôlego e comecei a narrar tudo que acontecerá nos últimos meses, desde que Sam e Puck haviam voltado. Ela ouviu tudo silenciosamente, e no fim, parecia atordoada.

_ Como a Quinn está? – perguntou ela, com a voz baixa.

_ O Finn diz que bem. Ainda abatida, mas o trabalho na empresa, Ann e a preparação do casamento têm a mantido ocupada. – eu disse, lembrando-me de nossas ligações.

_ Eu e ela nunca nos demos muito bem, mas jamais desejaria isso para ela. – disse ela, enxugando os olhos – Acho que eu sentia raiva por saber que ela estava certa.

_ Mercedes... – eu tentei, mas ela me impediu.

_ Eu te devo desculpas Rachel... – disse ela, encarando as mãos – Eu me dizia sua melhor amiga e não te apoiei no momento que você mais precisava... Eu não entendia o que você estava pensando, desistindo de tudo... Só fui entender no dia em que senti Noah mexer dentro de mim pela primeira vez, um mês depois Anabella nascer. Eu não sabia que estava grávida até ele mexer, quando aconteceu, fui pro hospital, assustada e descobri. Quando o médico falou o que era, eu entendi o porquê você desistir de tudo. É algo maior que nós.

Eu estendi a mão e apertei as dela. Logo, ela me apresentou os filhos. Noah Finn era em homenagem a ambos, que foram grandes amigos de Shane. Tina era em homenagem a nossa amiga asiática e Samuel, o caçula, em homenagem ao Evans.

_ Ainda não decidimos o nome deste, por não saber o que é. - ela explicou, acariciando a barriga – Mas eu torço para ser outra menina! Dois garotos já dão trabalho.

Passei algumas horas com ela e foi como se nada nunca tivesse acontecido. No fim da tarde, Shane voltou e ficou surpreso, mas não menos feliz com minha presença. Quando me despedi deles, Mercedes parecia mais feliz.

_ Olha Cedes, se tem algo que aprendi nessas semanas, é que há novos sonhos... Você não pode realizar o seu naquela época, mas nada te impede de tentar agora. Você é bonita, só precisa se lembrar disso e deixar o mundo se lembrar. – lhe beijei o rosto e me despedi das crianças e Shane, saindo de lá com uma sensação boa.

Quando cheguei a Lima, já era noite e eu sabia que Ann já estaria dormindo, por ser dia de semana. Então fui para casa, deixei um recado na secretária eletrônica de Finn, que não estava no apartamento e desfiz as malas. Enchi a banheira com bastante espuma e me deitei para um relaxante banho.

Santana P.O.V

Na manhã seguinte ao aborto de Quinn, Rachel partiu. Não se despediu nem de nós nem da filha, e não deu prazo para voltar. Ela ligava para Finn todos os dias e falava com Anna, mas nunca pediu para falar conosco, e nem nós o quisemos.

Fomos seguindo com a empresa, sempre em frente. Quinn superou a perda do bebê, apesar de ainda chorar por isso às vezes. Anna fica com ela a semana toda, e passa os finais de semana com Finn.

Terça que vem ela completaria quatro anos, então eu e Sam dirigimos por mais de 4h até Jasonville, em Indiana, para buscar o presente dela: uma cama nova. Eu sei, fomos tão longe para uma cama. Mas não é uma cama qualquer. Foi feita por um designer incrível para lembrar a casa de uma fada. É uma cama enorme, então estamos com a van e a cama desmontada. O montador vai lá segunda, mas não tinha como levar, então viemos buscá-la.

Já passava das 22h e Sam dirigia perto dos 160km/h. A estrada estava vazia e a noite maravilhosa. A lua estava enorme e brilhava alta no céu estrelado. Leo parecia estar dormindo, mexendo-se apenas ocasionalmente, enquanto eu o acariciava. Sam havia ligado o rádio, e agora, cantava nossa música.

_ Just runaway from these lies… Back to yesterday, safe tonight – cantarolava ele, estendendo a mão para acariciar minha barriga – Eu cantava essa música as vezes, quando sentia muita falta de você em Londres.

_ If I wake up tomorrow will you still be here I don't know if you feel the way I do if you leave I'm gonna find you baby please don't go go go go – eu gritava a música, enquanto ele ria e acelerava.

_ Baby please don't run away from my bed and start another day stay instead – ele também gritava e nós dois riamos.

_ If I wake up tomorrow will you still be here I don't know if you feel the way I do if you leave I'm gonna find you baby please don't go go go go baby please don't go go go go baby please don't go go go go baby please don't baby please dooooooooooon’t – nós dois cantavamos juntos, aos berros.

Eu olhei para ele. A lua refletia em seu cabelo loiro e seu sorriso era enorme. Parecia que a felicidade se personificara em nós dois, ali no carro. Até que outra luz apareceu.

_ SAM, CUIDADO!


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Notas finais do capítulo

Gostaram? Odiaram? Não me matem! ;@