Ele havia partido, fazia tanto tempo. Tanto tempo. Uma oportunidade única, ele dizia com um sorriso nos lábios, os mesmo lábios que hoje, me fazem tanta falta. Estar com ele, naquele tempo, me fazia à pessoa mais feliz do mundo, tocar seu corpo, ouvi-lo sussurrar meu nome (...). Não posso continuar assim!

Creio que essa cama é o motivo por eu estar tão deprimido, ficar aqui deitado, lembrando de que antes eu o tinha aqui, dormia e acordava ao seu lado e agora o seu lugar se encontra vazio está me fazendo mal. Lembro que eu o abraçava forte, algumas vezes, e pedia para que nunca me deixasse... Ele mentiu.

A vida é injusta, porém, você só percebe isso quando o que você mais presa e ama é tirado de você. Quando isso acontece o seu mundo cai. Simples assim. É como aquelas imagens de construções sendo desmoronadas, sabe? Triste.

Perdi a conta de quantos minutos, horas ou até dias fazem que eu estou aqui. Eu desisti de viver? Que patético, Kim JongHyun. Tudo isso, todo esse drama por causa de outro homem. Por que não podemos simplesmente mandar em nossos corações e dizer: "Não, eu não quero que seja essa pessoa!" Seria mais fácil, não é? Bem, talvez não. De um jeito ou de outro, acabaríamos sofrendo. Droga.

Será que ele se lembra de mim? Será que se lembra de tudo o que passamos juntos? De todos os momentos, de todas as carícias trocadas, de todas as brigas e discussões, de todas as palavras de afeto que sempre soaram tão sinceras e apaixonadas. Será que ele se lembra de tudo isso?

Mas... E se ele arranjou um outro alguém. Nunca havia parado para pensar nessa possibilidade, porém agora, ela me veio à mente. Será que outra pessoa está  fazendo-o tão feliz quanto eu fiz? Pensar nisso dói. Machuca. Não quero mais imaginar algo assim, mas eu sei que terei que aprender a conviver com essa hipótese.

Olha só no que ele fez eu me tornar, um sentimentalista deprimido. Eu, particularmente, preferia quando o termo que se aplicava a mim era "romântico incorrigível", sei lá, soava mais bonitinho... É, soava mesmo.

A sua imagem automaticamente se forma em minha mente, basta eu fechar os olhos. E acompanhado disso, um sorriso se forma em meus lábios. Parece que lembrar dele também me faz bem e... Campainha. Levantar dessa cama, que tem sido a minha melhor e única amiga durante esses dias, para atender a porta não será fácil. Mas tudo bem.

Levantei meio arrastado do conforto da minha cama, nem me preocupei em calçar as pantufas, simplesmente me dirigi até a porta em passos lentos. Eu me sentia acabado, cansado, destruído. Que situação lamentável. Estavam tocando a campainha com vontade, isso estava começando a me irritar profundamente. Girei calmamente a chave destrancando a porta, em seguida levei minha mão até a maçaneta abrindo, sem vontade alguma, aquele pedaço de madeira. Assim que me deparei com o ser em minha frente meu coração disparou, o ar faltou e lágrimas estavam prestes a se formar em meus olhos.

- Ren... – Ele ergueu seus olhos e me encarou e então, sorriu.