Here We Go Again escrita por Camila Lacerda


Capítulo 22
Quando o presente encontra o passado.




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Acordei com um estrondo batendo na minha porta. O que era aquilo? Levantei-me perguntando, podia apostar que era algo do Dylan! Aquele pestinha ladrão de namorado e interruptor de pedidos de desculpas!

    - O que é? – perguntei reclamando.
    - Levante querida. – ouvi mamãe dizer do lado de fora. Olhei para o lado e o relógio marcava dez da manhã.
    - Mãe, são dez da manhã! – eu voltei a me deitar.
    - Já esta tarde Demi, levante e venha ajudar. – mamãe disse mais durona.

    Fiz o que ela pediu já que eu não queria brigar com ela. Tomei um banho e fiz toda a minha higiene, quando desci para tomar um bom café da manhã todos estavam pra lá em prá com caixas e coisas velhas.

    - Que revolução é essa? – perguntei confusa.
    - Estamos jogando algumas coisas fora. – vovó respondeu.
    - Você vai se desfazer das suas lembranças? – perguntei assustada, pois vovó guardava absolutamente tudo em seus milhões de armários.
    - Está na hora. – ela respondeu indo comigo a cozinha.
    - E também porque estamos pensando em penhorar algumas coisas não é mamãe? – a minha mãe apareceu sorridente.
    - É. – eu percebi que ela fingiu um sorriso.

    Mamãe saiu atrás de mais coisas velhas e nos deixou a sós.

    - Não é só porque ela tem quase quarenta que ela deixou de ser sua filha e por isso você não pode mais brigar com ela. – eu disse a vovó e ela riu.
    - Querida, chega um momento na sua vida que alguém tem que jogar as coisas fora para você, se você não consegue. – ela sorriu – E falando nisso, me ajuda com algumas coisas no sótão? Porque sua mãe e seu pai ficaram com os objetos velhos, o Cole vai ver uns livros e nós vamos ficar com as coisas pequenas.
    - Onde está o Dylan? – olhei em volta e ele não estava em casa.
    - Saiu com o Joe. – ela disse ao sair da cozinha.      Não sei se fiquei feliz pelo meu irmão ter saído ou triste por não poder saber o que mais Joe tinha que me dizer já que ontem Dylan ficou o dia todo atrás do meu Joe. Será que ele estava gostando mais da presença de Dylan do que da minha? Não, não..
    Depois de um gostoso café da manhã fui para o sótão e ele não era tão assustador como eu vi em minhas lembranças... Era até pequeno. Havia algumas caixas no chão escrito: Demi, Cole, Dylan, Dianna pequena..
    E foi aquela última que eu abri, nela tinha muitos álbuns de fotos. Bisbilhotei tudo ali e vi que só tinha fotos da minha mãe até os dez anos... E eu era estranhamente parecida com ela quando pequena.
    Procurei mais a fundo e achei outra caixa – Dianna adolescente – eu queria muito ver as roupas que ela usava, também queria ver suas espinhas, ver se era gorda ou magra, seus amigos... Queria saber absolutamente tudo sobre minha mãe.
    Comecei a me divertir com as roupas estranhas que tinha naquela época e o cabelo então? Como eles tinham coragem de sair na rua daquela maneira? Como a moda é estranha..
    Até que achei as fotos do colégio e eu vi que tinha uma série de fotos com um garoto e depois uma em que os dois estavam na frente da escola.
    Vovó pareceu para me ajudar e mamãe logo atrás.

    - Mãe quem é esse? – perguntei apontando para a foto.
    - É um velho amigo de infância. – ela tomou a foto das minhas mãos.
    - E o que aconteceu? Não o vê mais? – tentei descobrir mais coisas.
    - Como você é xereta Demi. – ela me censurou.
    - Mas o que tem demais? – perguntei inocentemente.
    - Nós perdemos contato. – minha mãe saiu rapidamente do sótão com uma caixa.
    - O que eu fiz? – perguntei a vovó.
    - Era o melhor amiga dela... – vovó me respondeu.
    - Ah... – eu respondi. Percebi que tinha tocado em uma ferida ainda não cicatrizada da mamãe.
    - Demi! – papai apareceu.
    - Oi. – respondi.      - Vou levar seu carro pra revisão tudo bem? – ele parecia estar tentando achar uma maneira de sair dessa zona e das ordens da mamãe.
    - Tudo bem. 

    Fiquei bastante tempo lá em cima com a vovó ajudando-a, me diverti vendo algumas fotos minhas quando pequena, algumas a vovó quando mais nova e sem querer acabei achando uma foto rasgada e guardei esse pedaço no meu bolso – era mamãe sorrindo e parecia ter alguém do outro lado, na parte que faltava.
    Quando estávamos descendo para levar o que vovó considerou desnecessário eu vi uma foto no canto do porão. Caminhei até ela e a peguei, era o melhor amigo de mamãe.

    - Vem Demi. – vovó disse.
    - Já vou – eu me virei para ela – Pode ir, eu levo essas duas. 
    - Ok. – ela respondeu e saiu.

    Peguei as duas partes e juntei, elas cabiam direitinho.. Coloquei no bolso da calça e desci com as caixas, eu tinha que saber mais. Assim que apareci na sala encontrei Selly ajudando vovó com uma caixa, então quando ela me viu resolveu me ajudar já que eu estava com duas.

    - Valeu Selly. – eu disse assim que ela pegou uma das caixas.
    - Que isso. – ela disse sorrindo.

    Deixamos as caixas na garagem, vovó e minha mãe estavam tentando colocar tudo dentro do carro do meu pai quando eu puxei Selly e disse:

    - Tenho uma coisa seria pra falar com você. 
    - Nossa eu dou tanta bandeira assim? – Selly perguntou.
    - Não... O que? Por que disse isso? – do que aquela louca estava falando?
    - Nada, nada esquece. – ela desconversou.
    - Tudo bem, depois falamos disso. – eu a puxei para frente da casa – É que eu preciso que você veja algo... – puxei a foto do bolso e a montei na frente dela.
    - É você? – ela perguntou.
    - Claro que não. – eu respondi.
    - É porque se fosse eu teria rasgado também.
    - Ta chamando a minha mãe de feia? – eu a encarei.
    - To dizendo que a maquiagem ta exagerada. – ela se defendeu.     - Ok. – eu não podia negar – O importante é ‘quem é esse cara? E onde ele está?’ – Depois que fiz essa pergunta comecei a me perguntar porque eu queria saber daquilo? Pois era passado, não importava mais... Só que quando eu cismo com algo eu sempre vou até o final.
    - Espera. – Selly pegou a foto das minhas mãos. – Eu já o vi em algum lugar.
    - Sério? Aonde? – eu comecei a ficar ainda mais curiosa, mas também meio aborrecida pois estava adorando essa idéia de ser detevite... Só que ia acabar tão cedo assim?

    Ela não me respondeu, só correu para sua casa e eu fui atrás como sempre. Percebi que desde que tinha chegado nunca entrei na casa dela, apesar dela quase morar na da minha avó
    Selly abriu a porta e entrou. Eu não quis ficar para atrás

    - Com licença. – eu disse ao entrar
    - Selena onde você estava? – uma mulher apareceu na sala
    - Na casa da Dona Anna. Ah, mãe essa é a Demi. – ela nos apresentou.
    - Prazer, Demi Lovato. – estiquei a mão para ela.

    A mãe de Selly me analisou de cima a baixo e não disse nenhuma palavra, só voltou para onde estava. Olhei para minha amiga tentando entender o que eu tinha de errado para ela ter me tratado daquela maneira.

    - Nem liga,vamos – ela subiu as escadas e eu a segui.

    Passamos por um corredor e entramos em um quarto que tinha de tudo, móveis velhos, livros, tudo quanto é bagunça.

    - Não liga pra bagunça... – Selly disse sem graça – É que aqui é o quartinho da bagunça mesmo – ela me entregou a foto.
    - Tudo bem, depois que você tem dois irmãos e conhece o quarto deles um lixão acaba sendo melhor do que aquela zona – eu respondi – Mas aonde você viu essa cara?
    - Foi numa foto da minha mãe... – ela respondeu mexendo naquela zona

    Sentei-me em uma cadeira ali e comecei a tentar refletir sobre essa foto

    - Por que será que a sua mãe fez... Aquilo? – eu não sabia como definir o que a Senhora Gomez tinha feito. Ela tinha me renegado? Achado que eu era uma má influencia pra sua filha?      - Nem liga, minha mãe vem piorando com o tempo.
    - O que ela tem? – perguntei até um pouco preocupada.
    - Sei lá... Deve ser a menopausa.
    - Selena! – eu a censurei e nós duas rimos.
    - Mas é verdade... – ela pegou uma caixa no fundo e se sentou no chão para abrir – Sua mãe também devia fazer essa limpeza aqui em casa.
    - Sério, não queira mesmo! Ela fica insuportável quando faz essas coisas. – murmurei.
    - Pelo menos ela liga em arrumar, a minha mãe não. – Selly estava mexendo em alguns álbuns.
    - Mas e o seu padrasto? – se a mãe de Selly era tão estranha assim o marido deveria ser um santo para agüentá-la.
    - Ele ta viajando a negócios por isso minha mãe fica assim... Ela odeia quando ele viaja de avião e tudo mais...
    - Mas o que isso tem a ver comigo? – perguntei em vão.
    - Achei! – Selly gritou.
    - Achou o que? – cheguei mais perto dela.
    - Olha ele aqui. – Selly apontou para o rapaz na foto.
    - É o mesmo! – eu coloquei a foto da mamãe perto da foto no álbum
    - Está escrito: Eu e Ricardo no colégio.. – Selly virou a página e uma coisa surpreendente apareceu.
    - Espera! – eu peguei o álbum – Essa é minha mãe?

    Na legenda estava escrito: Eu, Ricardo e Dianna. Melhores amigos para sempre!

    - O que? Nossas mães eram amigas? – nos encaramos.
    - Deve ter mais... – começamos a olhar o álbum todo com cuidado, mas só tinha fotos da escola.
    - Então nossas mães estudaram juntas e eram amigas! Isso não é demais? – Selly disse toda animada.
    - É, é. – falei sem pensar. Então olhei dentro da caixa e achei outra caixa lá dentro, só que bem menor – O que é isso?
    - Vamos ver. – Selly a tirou de lá de dentro.

    Amanda & Ricardo
    Abrimos a caixa e encontramos fotos dos dois juntos, da mãe de Selly e do tal Ricardo, assim tudo se encaixou perfeitamente para mim.

    - Ele é seu pai, Selly!

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