Luíza levanta meio feliz(será) faz sua higiene,abre o guarda-roupa e pega seu vestido de cetim branco que Anie deu-lhe de presente.

Vestiu-o com o maior cuidado do mundo e colocou seus sapatinhos brancos com laço(azul) na ponta. Desceu as escadas e saiu em rumo ao lugar mais legal que uma criança pode conhecer. Ao chegar la foi procurar a caverna(ou casinha,como ela chamavam) onde ela brincavam.Uma lágrima escorreu em seu rosto ao ver que a plaquinha pintada com tinta guache rosa em uma madeira velha ainda estava la escrito “Lar salgado lar” (elas adoravam contrariar).Ela entrou e mais lágrimas saíram de seus olhos ao ver que TUDO,tudo o que ela deixaram la dentro,permanecia.Desde a geladeira velha de sua prima Samantha até o tapetinho de ursinho. Tudo empoeirado,claro,mas conservado,por incrível que pareça conservado.

 Luiza entrou passou a mão em tudinho e chorou,chorou de felicidade,de tristeza,chorou por todos os motivos do mundo.Lembrou o quanto sua infância foi feliz e o quão triste está sua vida sem Anie.

 Enxugou as lágrimas e foi dar uma volta pela cidade,ver pessoas.Ela sentiu um desconforto ao perceber que as pessoas a olhavam torto.Mas como a vida toda dela foi assim,nem ligou e continuou andando.

 Até que um menino(bonito) parou e ficou encarando-a.Ele tinha os olhos claros,cabelos em um tom meio mel.Veio em sua direção.

 -Por que uma menina tão bonita como você anda tão triste assim?

 -Como sabe que estou triste? Pensava que disfarçava bem.

 -É que as pessoa daqui tem o dom de perceber os sentimentos dos outros.

 -É,me esqueci disso.

 -Você morava aqui?

 -É,morava.-O “morava” de Luiza saiu tão triste quanto ela estava.

 -E vai morar aqui de novo?

 -Não tenho certeza,meu pais ainda não sabem se é uma boa ideia.

 -Bom,eu espero sinceramente que sim.

E ela sorriu,espontaneamente. Sabe a quantos ANOS Luiza não sorria espontaneamente? Bom,pelo menos pra ela era como se ela nunca tivesse sorrido na vida,então. Era um bom sinal.

 -E qual é o nome da bela menina?

 -Luiza. E o seu?

 -Adam.

E os dois(não me pergunte por que) começaram a rir.E ficaram a tarde toda conversando sobre tudo (ou quase tudo).