Angel Being Pampered [Hiato] escrita por biazacha


Capítulo 5
Uki Doki III: Stupid Daddy


Notas iniciais do capítulo

Esse capítulo estava pronto faz um tempinho, mas não tinha dado uma revisada ainda... apesar de não ter ficado gigante como o anterior. O nome é Uki Doki III, porque em Ouran existe um Live Action de Uki Doki Memorial e Renge "gravou" o outro.
Queria agradecer a Gih chii pela empolgação em todos os reviews e a Inner Forces por classificar a fic como uma de suas favoritas! (como você deve ter notado, resolvi manter 'sempai' mesmo)
Bom, é isso. Boa leitura!



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Era um parque qualquer em um bairro residencial e àquela hora não havia sequer uma pessoa pelas redondezas, pois todos estavam ocupados demais trabalhando ou estudando; dois jovens se encaravam com semblantes frios e a tensão era praticamente tangível.

-Você sabe que estamos aqui por sua culpa. – disse o mais alto.

-Na verdade – retrucou o outro com um tom de voz cínico – estamos aqui porque um certo rabinho de cavalo não toma cuidado com as idiotices que sai fazendo.

-O que está insinuando?! – uma veia saltou na testa do garoto de cabelos longos preso em um rabo.

-Que nenhum de nós estaria com problemas agora se... como pôde sair lutando e destruindo tudo sem pensar duas vezes? Você NUNCA mede as consequências do que faz!

-Tsc! Queria ver você no meu lugar, o que teria feito!

-Qualquer coisa mais sensata que você. – essa foi a gota d’água pro maior, ele segurou o outro pelo colarinho e o aproximou, espumando de raiva.

-Mais uma palavra moyashi e eu acabo com você.

-É Allen. – um silêncio se seguiu; o ar estava mais pesado e era possível sentir as faíscas de ódio que um mandava para o outro. Começou a garoar.

-O que você disse desgraçado?

-Disse o que você já sabe há muito tempo, só é lento demais pra entender: MEU NOME É ALLEN!

-Morra! – gritou o outro em resposta, lançando Allen no chão com violência; ele se apoiou e deu um sorrisinho para o maior que o encarava com desprezo. A chuva agora caia com força.

-Quero ver você tentar fazer alguma coisa comigo.

-Tsc, vai se arrepender de duvidar de mim.

Eles se encararam novamente, seus olhares de repulsa e ambos totalmente encharcados, com os cabelos pingando e as roupas coladas no corpo.

-EEEEE CORTA! – berrou uma voz feminina.

-Yes Boss! – disseram um coro de vozes em resposta.

-E-eles estavam gravando? – pergunto Allen totalmente desorientado.

-Desde o momento em que vocês começaram a se encarar com hostilidade. – respondeu Kaoru, vindo com seu irmão na direção dos dois com toalhas nas mãos.

-E alguém pare essa maldita chuva falsa! – berrou Hikaru, e a água parou de cair no mesmo instante. Kanda ergueu o rosto para cima lentamente, custando a acreditar.

-Não deveria ter um roteiro ou algo assim? – perguntou Allen.

-Tsc, não dá ideia moyashi!

-É...

-Já sabemos, é Allen. – disseram os gêmeos – Lenalee-chan, há quanto tempo você aguenta esse mesmo diálogo?

-É difícil dizer... faz bastante tempo e ele se repete todas as vezes que os dois estão no mesmo recinto. – Allen e Kanda bufaram enquanto os gêmeos fingiam estremecer e abafavam risinhos.

-Quanto ao roteiro, existe um sim. – respondeu Kyoya, como sempre surgindo das sombras na hora mais conveniente. – Mas a diretora acha melhor pegar esses momentos de espontaneidade primeiro, para deixar todos do elenco entrarem no clima.

Todos ali viraram as cabeças automaticamente para Renge, que parecia feliz repassando a cena na tablet ligada à câmera junto de várias outras clientes, que davam gritinhos a todo segundo.

O elenco, até onde os exorcistas sabiam, consistia em Allen, Kanda e Haruhi, mas ali no primeiro dia de gravação descobriram que todo o Host Club, as clientes e mais algumas pessoas das turmas D (que aparentemente seriam servas do samurai) estavam envolvidas no rolo e também de uma enorme produção de Hollywood famosa pelos bem sucedidos filmes de vampiros que viraram febre no mundo todo.

Além de uma cena de Hani-sempai comendo bolo, dos gêmeos correndo pelo parque (inexplicavelmente Kaoru ‘tropeçou’ em nada e seguiu-se um diálogo melodramático e de duplo-sentido com mais de oito minutos) e da briga dos dois, não havia mais nada no tal filme.

Depois de muito atormentarem Kanda, eles descobriram que a chantagem se devia a um flagra de vários finders arrumando um Clube de Karatê pós-luta com akuma, ou seja, completamente destruído. Ele garantiu que nenhuma havia visto o monstro, mas mesmo assim Allen e Lenalee não conseguiam relaxar; outra pessoa podia ter visto e muitas outras escutado a luta, e seria deveras espinhoso explicar a situação sem cair em contradição.

Haruhi se aproximou do grupo; para quem estava entre os três principais da empreitada, seu semblante não aparentava nervosismo ou qualquer outra emoção esperada para a situação.

-Allen-kun, já está seco?

-Sim, estou.

-Bom... Renge pediu para nós irmos comprar lámen pra todos e conversamos mais e assim – seguiu-se uma pausa na qual Haruhi ergueu os braços mecanicamente e fez aspas com os dedos –‘estreitarmos a relação e torna-la mais natural.’

-Hã... ok. – ele deixou sua toalha com Lenalee e foi junto com o colega.

Não sabia ao certo o que dizer, Haruhi era de longe a pessoa com quem mais falava do Host Club e, tirando suas clientes, a pessoa com quem mais falava em sua classe também. Sem complicações, exageros e com opiniões gastronômicas bem similares as dele, era fácil conversar. Mas daquele modo, parecia forçado.

-Você deu sorte, da primeira vez foi bem mais irritante gravar. – disse o outro inesperadamente.

-O que quer dizer?

-Hikaru e Kaoru eram jogadores de basquete, Mori-sempai falava, Hani-sempai tinha de me tratar mal, Tamaki-sempai estava ainda mais insuportável no papel de príncipe solitário e o Kyoya–sempai era o mocinho da história. – Allen não sabia se ficava mais impressionado com a falta de nexo entre os papéis ou pelas palavras cruéis ditas de modo banal.

Mas com Haruhi era sempre assim.

Eles compraram praticamente todo o ‘lámen plebeu’ do mercado, que aparentemente tinha preços ótimos, para alimentar a quantidade de gente que foi aumentando com o passar do dia. Câmeras seguiam seus passos e na praça todas as clientes davam suspiros com os momentos dos dois. Allen, com seu treinamento sobre-humano da época de discípulo, tinha reparado que estavam sendo seguidos antes mesmo de se afastarem um quarteirão, mas resolveu ficar quieto e medir cuidadosamente tudo que falava; Haruhi por sua vez parecia saber quase que por instinto ou pura experiência e não deu nenhuma brecha para a imaginação fértil demais das meninas daquele colégio.

Mesmo assim elas adoravam o ‘casal’ e isso era algo que dava nos nervos de Tamaki, por dois motivos:

1-      Eles chamavam mais atenção que ele.

2-      Eles estavam de fato cada vez mais próximos.

Por isso ele passou boa parte do tempo emburrado em um canto, descascando o mofo de uma pedra. Não sabia ao certo o motivo de se irritar tanto, algo o consumia quando olhava para os dois juntos. Pessoalmente gostava de Allen, seu mais novo filho com uma facilidade para ser host orgulhava a ele como pai, mas ao mesmo tempo não via razão para que os dois ficassem tão grudados quando já estudavam na mesmo classe.

Sempre se irritou com as provocações dos gêmeos, no entanto aquele caso era diferente. Kaoru e Hikaru, por pior que fossem, tinham um ao outro, ao passo que estava mais que provado que Allen e Kanda não tinham a mínima harmonia e Lenalee era como uma irmã responsável dos dois.

Ele passou alguns minutos divagando sobre como isso tornava Lenalee e Kanda (ou Yuu, como decidiu que iria chama-lo de agora em diante) seus filhos também e que deveria conversar com a mamãe (Kyoya) sobre o aumento da família e se eles deviam permitir que parte dela não pertencesse ao Host Club...

Mas então ele viu os dois voltando e rindo de alguma piada só deles e a raiva voltou.

Sentimento que ficou claro aos olhos de Kanda, uma pessoa sempre tão fria e distante, mas ao mesmo tempo muito sensível para o que ocorria a sua volta. Ele lançou um olhar significativo a Takashi Morinozuka, seu colega de classe e a pessoa que ele julgava mais sensata no Host Club, que confirmou com um aceno discreto de cabeça.

Caras altos, bonitos, caladões, de hábitos tradicionalmente japoneses e olhar ameaçador tem uma linguagem só deles.

...

A conversa fluía animada entre todos os presentes. Allen e Lenalee, que normalmente falavam inglês todos os dias na Ordem, conversavam fluentemente com os membros da equipe de cinema para descobrir como cada coisa ali funcionava para depois falta contar aos amigos da Divisão de Ciências, que sem dúvidas adorariam as novidades. Os termos e sotaque de ambos eram dois séculos antiquados, mas todos julgaram ser o esperado de pessoas criadas na Inglaterra e ninguém se manifestou quanto a isso.

Haruhi, que nutria certo interesse pela ideia de estudar no exterior um dia, ouvia com atenção para treinar seus ouvidos; Hikaru e Kaoru mexiam nos equipamentos e faziam gracinhas para as clientes, que riam animadas.

Kyoya fazia cálculos em uma prancheta, Hani-sempai, Mori-sempai e Kanda comiam relaxados num banco e Tamaki mal tinha colocado água em seu lámen, pois olhava Haruhi e Allen de um modo obsessivo.

-Veio muito porco no meu.

-Você não gosta de porco Haruhi?

-Gosto, mas já está me enjoando. Você acabou o seu em um instante não é?

-Eu sempre como rápido. – respondeu ele timidamente, dando de ombros.

-Quer os meus? – Haruhi ergueu uma rodela de porco de modo significativo.

-Quero! – os olhos do exorcista brilhavam.

As meninas abafaram gritinhos com a cena, que já estava sendo gravada desde que Haruhi parou ao lado de Allen para ouvir a conversa. Tamaki se ergueu com um salto.

-Haruhi vai alimentar outra pessoa?! – era de conhecimento geral seu apego à comida, o que tornava aquela cena algo ainda mais inédito.

-Que nojento – comentou Kanda – nunca divido meu sobá com ninguém.

-Porque não Yu-chan?

-Porque – respondeu ele, ignorando o modo como Hani-sempai o chamava, já que não adiantava reclamar ou ameaçar que ele não mudava – é uma troca de saliva desnecessária.

Ao ouvir ‘troca de saliva’, o Rei do Host Club perdeu o controle e saiu correndo na direção dos dois.

-Bom trabalho Yuu! – berraram os gêmeos ao mesmo tempo, dando palmadinhas em suas costas.

-Tsc! Quem deu permissão para vocês me chamarem pelo primeiro nome? – perguntou ele com seu olhar letal para os dois, que o lembravam muito Lavi.

-Sei de nada! – gritaram em resposta, já fugindo atrás de Tamaki.

...

Allen estava a um centímetro da rodela de porco que Haruhi mantinha erguida quando ouviu:

-PAPAI NÃO VAI PERMITIIIIIR! – e logo em seguida, ambos levaram um empurrão monstruoso de Tamaki-sempai, fazendo eles caírem no chão um encima do outro e com o resto do conteúdo do pote em seus uniformes. As meninas gritaram.

-Me desculpe Allen. – o exorcista aceito de bom grado a ajuda para se levantar e ambos fuzilaram o loiro com os olhos.

-Você não fez nada. – respondeu ele, olhando os estrago gorduroso em sua camisa.

-E-e-eu só queria evitar...

-Evitar o quê, Tamaki-sempai? – a voz de Haruhi era gélida.

-Não importa, olha o estado de vocês dois, vão se trocar. – disse Kyoya, apontando para uma gigante tenda branca na praça que todos juravam não estar ali a um segundo atrás.

Bufando, ele deu um leve aceno para Lenalee e Kanda e foi tirar o uniforme empapado e queimando. Lá dentro suspirou aliviado; haviam divisões separadas para se trocarem, o que o poupava de explicar seu estranho braço que vinha escondendo com tanto afinco, do colega de classe.

-Ai, eu me queimei! – disse Haruhi no box ao lado.

-Deixa eu ver se foi sério! – disse Allen, abrindo as cortinas para ver o machucado.

No entanto, o que ele não esperava era ver a cintura muita fina, os seios pequenos porém presentes, cobertos por um sutiã branco e a expressão de surpresa lhe encarando.

Haruhi Fujioka era uma integrante do Host Club.


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Notas finais do capítulo

Se a perspectiva de gravar falas "românticas" com o Kanda já tiravam Allen do sério, imagina agora que ele sabe que Haruhi é uma garota?!
E como será que Tamaki e os gêmeos vão reagir a isso?
Até o próximo cap. (*-*)/



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