Angel Being Pampered [Hiato] escrita por biazacha


Capítulo 30
Agonias Secretas


Notas iniciais do capítulo

Oie gente!!

Ai caramba, nem acredito que realmente passei de duas marcas que nunca esperava chegar com ABP e nem reparei! Mais de 30 caps e mais de 100 reviews, vish, a coisa realmente foi bem mais longe do que eu esperava, ainda mais se considerarem que sabia exatamente como as coisas iam acabar desde que comecei...

O ritmo desse cap está mais calmo e tenso que o Extra anterior, mas tem lá sua dose de emoção, não se preocupem!


Boa Leitura!!



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Mononoke, o novo e estranho bichinho de estimação de Kyouya, estava no mínimo irritado. Estimuladas por “Allen”, as clientes colocaram fitinhas e sininhos no bicho inteiro, que se debatia e rosnava de modo preocupante, com seus enormes olhos amarelados e a sedosa pelagem negra.

Poucas pessoas achavam aquilo meio estranho. Não a idiotice das clientes, isso já era algo rotineiro, mas sim a atitude do britânico. Lenalee já viu como ele era doce e bondoso até mesmo com os menores passarinhos, Hani-sempai e Mori-sempai se lembravam claramente de como ele se divertiu com os bichinhos na ocasião em que esteve nas propriedades deles (um episódio que ficou mais marcado na memória do Host Club pelo fato de Tamaki ter corrido três quilômetros fugindo de gansos do que qualquer outra coisa) e o dono do gato, que além de não gostar nada da brincadeira, sabia que ouviria infinitas reclamações do bicho depois.

Pois se havia algo que ele tinha aprendido com sua Innocence nos poucos dias em que conviviam juntas é que ela era fria, arrogante, um tanto quanto ingrata e muito interesseira. Lembrava-lhe vagamente alguém, embora o próprio host não conseguisse dizer quem.

Naquele dia as clientes estavam agitadas, era verdade, mas a razão era clara: em duas semanas seria Valentine’s Day e as meninas começavam seus preparativos, eufóricas com a ideia de o seu chocolate ser o preferido do host que mais gostavam.

Haruhi parecia particularmente feliz com a aproximação da data; o fato era que ela já ganhava tantos doces caros nos dias normais que nem imaginava o que suas clientes doidas poderiam aprontar para aquele dia. Já “Allen”, que desconhecia tal tradição, ficou felicíssimo em descobrir que ganharia pilhas de chocolates, falando por aí, pra quem quisesse ouvir, sua lista de sabores favoritos.

Lenalee não queria imaginar o quanto os cozinheiros de certas famílias estavam sendo atormentados nos últimos dias, mas a verdade é que tinha algo muito, mas muito mais engraçado acontecendo. A todo o instante, Kanda era abordado nos corredores por garotas de diversas classes para saber qual tipo de chocolate ele gostava mais – depois de berrar enfurecidamente que odiava doces com pelos menos três ou quatro grupinhos, as meninas pensaram seriamente em desistir, mas “Allen” as convenceu de que aquilo era timidez e o amigo na verdade amava chocolates, principalmente em forma de mousse, com frutas vermelhas ou branco.

A menina tinha certeza de que ele fez isso pra sacanear Kanda e de quebra ficar com mais chocolates, mas algo dentro dela se inquietava. Os dois continuavam num clima estranho desde que o albino voltara da viagem, pois Kanda se recusava a falar com ele e o fitava com um olhar sinistro, quase assassino. Ao mesmo tempo o próprio Allen parecia meio diferente, mas ela não sabia como tocar no assunto... em alguns momentos quando ele sorria, ela sentia um calafrio sinistro percorrer a espinha. Algo estava tremendamente errado.

E ela não foi a única a perceber e teve certeza disso no dia em que foi cercada por Tamaki e Kyouya, seus dois colegas de sala, na hora de saíram da última aula.

-Lenalee Hime – começou o King de modo extravagante – poderia falar conosco um instante.

-Er... ok. – respondeu e seguiu ambos até a Diretoria, o que a fez entrar em pânico.

-Não se preocupe – tranquilizou ele – estamos usando essa sala porque agora meu pai não está aqui e sei que ninguém vai entrar. – suspirando aliviada, ela encarou o garoto pelo canto do olho; no geral era tão risonho e bobo que ela esquecia que provavelmente era o jovem mais poderoso e influente daquele colégio, mesmo sendo bastardo como os boatos diziam.

Uma vez a porta fechada, ambos abandonaram a fachada charmosa que utilizavam nos corredores, onde poderiam ser abordados por clientes a qualquer momento; Tamaki mostrou uma face preocupada ao passo em que Kyouya ficou muito sério. Mononoke, vindo sabe-se lá da onde, se enroscou no colo do dono e a encarou fixamente.

-O que está acontecendo com Allen? – perguntou o moreno sem rodeios.

-O que quer dizer Ootori-san?

-Ele está estranho Lenalee – disse o loiro, mais docemente – e é desde que voltou da viagem. No começo achamos que ele tinha brigado com Haruhi, mas ouvimos comentarem que Yu também está estranho com ele e... não sei, ele parece uma pessoa diferente.

-Allen sempre é assim – confessou ela – quando você acha que está ao seu lado, que pode alcançar seu coração, ele se afasta, coloca uma barreira. Se querem conviver com ele, tem que aprender que ele sorri mesmo quando as coisas estão as piores possíveis e nunca compartilha conosco o que realmente o angustia.

Kyouya olhou de soslaio pro amigo. Tamaki era provavelmente umas das pessoas que melhor o conheciam e ele pode dizer o mesmo do amigo, mas mesmo assim as partes mais escuras dele ficavam nele e ninguém, nem mesmo seus fiéis criados da segunda residência dos Suou, Haruhi ou o Diretor, ninguém conhecia o lado amargo dele.

O King parecia abalado com a revelação dela, muito abalado. Talvez estivesse reconhecendo a si mesmo ou algo assim, Mas ele fechou os olhos, respirou fundo e sorriu. Um sorriso fraco e que não chegava aos seus olhos.

-Se é assim, então devemos dar tempo a ele e mostrar que ele pode confiar em nós não é mesmo? – aquilo pegou os outros dois de surpresa; Tamaki no geral é quem grita, chora e cria um plano mirabolante para as coisas se resolverem. Ele não dava um tempo, ele não se resignava, ele não perdia o brilho.

Mais do que nunca, ficou claro que algo estava acontecendo.

Cabisbaixos, os três caminharam para fora da sala em direção à sala de música que o Host Club usava como sede; dando uma última olhadela em direção ao escritório do Diretor, Lenalee viu algo que fez seu coração descompassar completamente: em uma das estantes, nítido para qualquer um que colocasse os olhos, estavam os brasões de algumas famílias e, entre elas, estava a família Leverrier.


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Notas finais do capítulo

Agora a coisa começou a esquentar! Pra quem achava que todo e qualquer sinal da Ordem Negra não existia mais... bem, não direi mais nada.

Beijos!! (*--*)//