Digimon Adventure 03 - O Brasão Lendário escrita por Caelum


Capítulo 2
Capítulo 1 - Pânico no Digimundo - Fuga


Notas iniciais do capítulo

Hum... Nesse capítulo não tem nenhum Digiescolhido... Mas calminha! No próximo certeamente terá.
Aqui, algo muito estranho está ocorrendo no Mundo Digital, depois de dois anos de Paz. Nesse capítulo um probre Digimon apavorado tenta escapar da Morte, sendo a única chance de avisar aos Digiescolhidos que o Mundo Digital está em perigo.
Ele vai conseguir?
Aproveitem...



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–ELECMON! – o grito ecoou no Mundo Digital.

O ar foi cortado por um barulho ensurdecedor. Uma grande e fatal explosão. O solo estremeceu.

Dois digimons estavam parados, olhando atônitos para a área atingida pelo ataque. A grama verde da floresta fora substituída macabramente por um pedaço de terra sem vida alguma. Lá se abriu um grande buraco que dava, indiscutivel e certamente, para a escuridão eterna.

A floresta mais próxima á cidade do Princípio estava muito mais assustadora do que deveria estar. Como nos contos de terror infantis. Várias folhas caíam mortas no chão, os troncos das árvores descascavam. O céu estava com um tom estranho de vermelho-sangue.

O sol não estava á vista, as nuvens ganharam um tom negro, como se fossem fumaça. Vários relâmpagos faiscavam ameaçadoramente no céu, que se remexia inquieto, uma tempestade estava por vir. Choveria dor. Em um lago havia lava, em vez de água. O solo, agora bastante danificado, parecia apodrecido, as plantas, murchas. E estava com uma finíssima, quase invisível, camada de areia cinza, como se fosse perto do oceano... Um Oceano?

Vários buracos negros, resultados das diversas explosões, se abriam lentamente, prontos para pegar uma vítima.

Ao fundo tinha um ruído. Quase como uma conveniente marcha fúnebre.

Os dois digimons engoliram em seco, apavorados.

–Precisamos fugir!

–Nós não podemos ser assim tão covardes!

–Isso irá nos atingir uma hora! É muito mais poderoso que nós! – o Digmon pausou por um segundo e olhou em volta. – Ou vamos acabar caindo em um desses buracos estranhos!

–M-mas, Gotsumon, os bebês! Os Digitamas! Eu preciso salvá-los!

–Elecmon, não conseguiremos resgatar todos eles!

–Preciso tentar! – o pequeno Digimon vermelho com listras roxas exclamou decidido. – Eu sou o encarregado de protegê-los!

Gotsumon assentiu.

–E-eu entendo...Mas o que eu farei?

Mais uma grande explosão. Dessa vez mais perto de onde os dois estavam. Elecmon tentou pensar em alguém que poderia ajudá-los, então se lembrou de um velho amigo.

–Chame o Patamon! E o TK!

–Hã? Quem é esse?

–Os digiescolhidos! – Elecmon explicou. – Chame os digiescolhidos!
Só eles podem nos ajudar agora! São nossa única salvação! Depende de você chamá-los, Gotsumon!

–Como eu posso chamá-los? Eu não sei como fazer isso!

–Nem eu, porém posso te dar um conselho.

–Qual? Diga! Não temos tempo a perder!

–Siga o seu coração! – com essa frase de significado vago, Elecmon saiu correndo na direção contrária de seu amigo, a direção da Cidade do Princípio – Acredite em seu coração! Boa sorte! – Gotsumon o ouviu gritar.

O Digimon com aparência rochosa olhou em volta. Sozinho, a paisagem era ainda mais terrível. Deu um passo hesitante à frente. Ele se tocou que não tinha tempo para hesitar. Então bruscamente se virou, procurando uma rota de fuga. De preferência a mais próxima. A maioria dos caminhos estavam cheios de destroços, ou bloqueados com aqueles buracos estranhos. Sempre que uma explosão negra, vinda aparentemente do nada, atingia o chão, um buraco desses aparecia no lugar. Por curiosidade, Gotsumon chegou mais perto de um, se inclinando para enxergar o que havia no fundo.

Trevas.

Agora mais nervoso, ele se afasta de lá num pulo e volta a olhar alucinadamente para os lados, seu coração quase saía pela boca. Finalmente vê um caminho livre. Ele dispara entre as árvores mortas, tentando sair pelo menos da zona do ataque sem piedade. Um raio vindo repentinamente do céu atingiu o seu lado, o fazendo pular. Sua respiração estava ofegante, o jorro de adrenalina entorpecia um pouco seus sentidos. Outro raio. Dessa vez atingiu o lugar que ele estava um segundo antes. Ficou paralisado por muito menos de um segundo, então correu como nunca havia corrido.

Pensou muitas vezes em desistir, mas a voz de seu amigo Elecmon
ecoava em sua mente. “Depende de você chamá-los, Gotsumon!”, Elecmon dissera. "Depende de mim... De mim... Eu preciso chamá-los! Eu não posso desistir assim!”, ele pensou.

Sua velocidade aumentou com a obsessiva determinação. Mudou de caminho por nenhum motivo, suas pernas simplesmente mudaram a rota, como se ele não tivesse qualquer outra opção. Como se esse novo caminho fosse vital.

De repente ele se viu em uma área de vegetação baixa, sem árvores, apenas com arbustos frutíferos e algumas espécies de flores. Ele olhou para o céu. Azul. O sol estava lá, as nuvens brancas, como deveriam ser. Nada de anormal. O solo parecia saudável. Sem nenhum buraco negro no chão... E nem aquela fina camada de areia cinza que dava uma sensação estranha. As explosões pareciam quase um sonho, mas seu barulho ainda podia ser ouvido, se ele ficasse em silêncio completo.

Ficou confuso por um segundo. Gotsumon virou sua cabeça para onde ele tinha vindo, a floresta que rodeava a Cidade do Princípio. Havia uma concentração bizarra em cima dela, o céu vermelho e as nuvens carregadas de raios estavam apenas lá. Não se estendiam em outras direções. À medida que a floresta se transformava no campo de vegetação baixa, as coisas se tornavam normais. Finalmente ele chegou a uma conclusão.

Um ataque. Aquilo era controlado. Um ataque em massa muito bem planejado.

“Quem faria uma atrocidade dessas?” O Digmon se perguntou, franzindoo a testa, em pensamento. “O Mal já foi derrotado antes!”

Sua atenção mudou da floresta atacada para um estranho aparelho na sua frente. Uma caixa branca muito estranha, com uma tela e uma espécie de antena. Gotsumon não sabia exatamente por que escolhera aquela direção específica. Seu caminho livre, sua rota de fuga, se estendia em outras direções, muito mais afastadas da floresta. Porém ele tinha seguido aquele. Outra frase de Elecmon ecoou em sua cabeça.

“Siga o seu coração.”

Era isso então. Mirou o aparelho mais atentamente. Não fazia ideia do que fazer com ele. Gotsumon sabia que os Digiescolhidos viviam em outro mundo, apesar de não saber o nome de tal planeta. O pequeno Digimon nunca se perguntara como eles atravessavam os mundos. Sua mente disparou em pensamentos.

“Essa coisa é a chave. Mas como eu posso entrar em contato com eles? Eu precisaria enviar algum tipo de sinal. ARGH! Eu não faço ideia de como fazer isso! Que droga. Por que logo eu? Eu não sirvo para missões importantes assim, eu acho. Talvez seja melhor eu pedir para outro? Quem sabe aquele estranho ser, porém muito amigável, que mora em baixo do lago? Mas não tenho tempo para isso! E se os ataques começarem em outro lugar?” ele se perguntou mentalmente.

Para seu espanto, um grito agudo e assustado chegou a seus ouvidos, atravessando o ar com força, quase quebrando suas partículas, em uma rapidez apavorante. Ele reconheceu a voz imediatamente.

–Elecmon! – Gotsumon exclamou para o nada.

Ele virou seu rosto para a floresta. Estava em chamas. As chamas corroíam a vida - pelo menos o que restou dela. Aliás, nesse tempo em que ele chegou ao campo, a floresta tinha sido completamente destruída pelo fogo. Todos os Digimons que ali viviam estavam mortos.

Se não pelo fogo, pelos buracos de pura escuridão, pelo impacto das explosões, ou pelos raios incessantes que caíam há pouco tempo. Era um cenário de dor. Além de todos os Digitamas que estavam ali perto, já que aquela floresta envolvia a Cidade do Princípio. Agora nada mais disso estava ocorrendo. Os ataques tinham parado. O céu em cima da floresta estava quase com sua cor normal, assim como as nuvens.

Quem quer que seja que estava atacando parara assim que tudo se destruiu. Não se via o chão, graças às chamas. Agora o silêncio reinava. E o fogo. O mais assustador não era isso, porém. As chamas que se alastravam por todo o terreno eram negras. Negras como o ódio que prevalecia no coração dos maus. Como medo, raiva, ambição, ganância. Negras como as Trevas que estavam começando a consumir o mundo digital. Novamente.

Olhou mais uma vez para a caixa branca, dessa vez com raiva e frustração. Ele fechou os olhos e gritou de um jeito extremamente frustrado pela volta das guerras. Do controle. Assim como há alguns anos. Ainda com os olhos fechados, ele se ajoelhou em frente à coisa, apertando suas laterais fortemente com as mãos. Pensou:

“SOCORRO! Digiescolhidos, eu desejo com toda a força do meu coração ajuda de vocês... Por favor...”

Mesmo com as pálpebras sobre os olhos ele conseguiu perceber um brilho ofuscante vindo da caixa. Os abriu e, em sua tela havia uma mensagem que lhe deu alívio imediato:

“Seu sinal foi enviado.”


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Notas finais do capítulo

E alguém atacou a Cidade do Princípio! Quem deseja vingança... Quem será? Será logo revelado. Mas, por enquanto, algum palpite?
Acho que não vou receber nenhum review...
No próximo capítulo, os Digiescolhidos!O que acontecerá?