Acordei para o meu grande dia.

O alarme não me irritava, na verdade foi a primeira vez que gostei de ouvir meu alarme me despertar. Em poucas horas eu seria uma Black, eu seria de um Black e viveríamos conforme os dias passassem durante a nossa eternidade.

Na noite anterior, fui junto com Jake para a reunião do conselho dos Quileutes ouvir as lendas da tribo e acabei voltando muito tarde, não literalmente por causa da reunião, mas por que eu estava com Jake. Até achei que hoje eu pareceria um zumbi, mas estava me sentindo ótima.

Me sentei na cama já com um grande sorriso a mostra, minha mãe apareceu quase derrubando a porta do meu quarto.

—AH! Você já acordou.

—Eu sei! Chocante não é?

Ela riu.

—Com certeza. Dormiu bem?

—Muito bem. Por que?

—Bem, eu tive insônia e pesadelos durante a noite anterior ao casamento.

Franzi a testa.

—Era para eu estar nervosa para o casamento?

—É normal estar nervosa, mas isso não é uma obrigação.

Levantei da cama e a arrumei em segundos.

—Qual a agenda?

—E eu sei? Eu só vim te chamar para o café da manhã.

—Calma. Como você não sabe? A Carlie vai chegar só na hora do casamento...

—Está ficando nervosa?-Ela abriu um sorriso brincalhão.

Rolei os olhos.

Ela começou a descer as escadas sem me esperar.

Corri até ela.

—Mãe... O que você está aprontando?

—Relaxa Nessie.

Chegamos na cozinha com um banquete só para mim.

—Wow. Obrigada gente. Mas, eu não como tudo isso.

Ao dizer isso um barulho de “SURPRESA!” que saiu das minhas costas, me fazendo pular de susto.

Todas as minhas amigas estavam lá, inclusive Emily, Rachel e minha ''nova'' avó a Sue que finalmente decidiu se casar com meu avô Charlie, depois de muitos anos.

Abracei todas elas e fiquei bastante aliviada ao ver Carlie, minha madrinha lá.

Sussurrei pra ela dizendo que ela gosta mais de suas viagens do que de mim, isso me fez receber um tapa no ombro, no dia do meu casamento.

Todas nos sentamos, as que já casaram (e que são humanas) me obrigaram a comer muito para eu não ficar com muito fome na festa, mas sinceramente, se eu não comer nada na festa, vai ser uma alegria, eu ainda não me familiarizei com comida humana, mas era melhor do que ir correr atrás de um animal.

Meu café da manhã não durou muito, Carlie me sequestrou e como desculpa disse que como era a madrinha, tinha a agenda da noiva conforme o seu planejamento.

Ela me levou para o estacionamento.

—Para onde estamos indo?-Perguntei.

—Espero que não esteja fugindo Renesmee!-Emmett disse assim que apareceu no mesmo ambiente que nós.

—HAHA.-Comentei.-Não sei onde vamos.

—Você quer se transformar em uma noiva ou não?-Carlie perguntou.

Entrei no Porsche da Alice e Carlie estava pronta para dirigir.

—Não posso pegar meu celular?-Perguntei.

Ela respirou fundo.

—Ok.-Segundos depois ela estava com o próprio estendido para mim.

—Desde quando você corre em velocidade vampira?-Perguntei surpresa.

Ela sorriu.

—Desde quando recebi outras especialidades, mas isso é uma história para ser contada em outro capítulo de sua história, esse é sobre o seu casamento.

—Ok, vamos.

—Sim, senhora.

Ela acelerou e começou a andar pela estrada que nos levava para La Push.

—Por que Emmett está nos seguindo?-Perguntei assim que vi seu novo Jeep atrás de nós.

—Sua escolta princesa.-Ela disse irônica.

—Aff. Ninguém vai me matar.

—Sua segurança, fique feliz.

—Quero ver como vai ser quando eles se mudarem daqui.

Ela riu.

—Você está louca para que isso aconteça logo.

—Mais ou menos.-Disse mais concordando, que negando sua afirmação.

Entramos em uma trilha que eu conhecia muito bem, ela tinha sido feita justamente pela minha família, já que essa trilha nos levava a minha futura casa.

Minha futura casa era em frente a Segunda Praia de La Push, onde no verão se concentrava turistas que acampavam por lá, mas não era algo que preocupava a mim ou ao Jake.

E em frente a nossa casa seria hoje, o nosso casamento.

Entrei no ambiente que viveria durante séculos, atualmente ela estava com várias caixas espalhadas, apenas alguns móveis em seus devidos lugares.

Carlie subiu as escadas e eu a segui, entrando no primeiro cômodo a direita, Alice e Rose estavam a minha espera.

Meu vestido de casamento estava a mostra pendurada na parede. Ao vê-lo prendi meu ar sem que eu percebesse, talvez a ficha estivesse caindo.

—Nessie?-Tia Rose perguntou.

—Sim?

—Está tudo bem?

—Claro!O que vamos começar a fazer?

—O seu cabelo.

—Mas eu só vou fazer uma trança embutida.

—Quer fazer a maquiagem então?

Respirei fundo.

—Tanto faz.

—Decida-se, seu casamento é um pouco antes do pôr-do sol.

—Ok, vamos fazer só o começo da maquiagem, dou um tempo para almoçar, aí a gente termina o que tem que fazer.

—Ótimo, vai tomar seu banho, depois nos falamos.

E assim foi meu início de tarde cheia de mãos sobre mim me arrumando.

Carlie estava se arrumando aqui, assim como ela havia feito comigo em seu casamento a dois anos atrás.

Quase na hora do casamento fui colocar meu vestido de casamento.

Ele tinha sido refeito pela Alice já que eu precisava ter detalhes do vestido da mãe do Jake, já que as irmãs dele me deram de bom grado. Mas com certeza quem perceberia essa edição seria apenas quem sabia das costuras que Alice havia feito, mas era perfeito e eu o amaria pra sempre.

Coloquei meus sapatos e finalmente olhei para meu reflexo no espelho, uma verdadeira noiva, meu coração começou a disparar descontroladamente, minha respiração também e comecei a sentir borboletas em minha barriga.

Soltei o ar pela boca.

—Acho que comecei a ficar nervosa.-Falei, começando a rir nervoso.

—Desde que você não chore, estamos felizes por você.-Alice disse me fazendo rir.

Olhei para minha madrinha que abriu um sorriso de orelha a orelha também me olhando.

—Mal acredito que finalmente esse casamento vai acontecer.-Carlie diz.

—Pois é.-Tudo em seus conformes.

Ouvi uma batida na porta e viramos o rosto no momento que meus pais entraram no quarto.

—Então... O que ach...

Minha mãe veio e me abraçou antes que eu acabasse de falar.

—Ãh... Mãe?

—Shhhh. Depois dessa noite você não vai ser mais meu bebê, me deixe aproveitar enquanto posso.

Não consegui. Comecei a gargalhar.

—Ai mãe, eu também te amo.

—Renesmee.-Ela apontou o dedo em frente a minha cara, como se fosse me repreender de algo que fiz.-Se você me der netos em menos de 5 anos, eu mesma venho e te mato, não preciso te perder e virar avó em um curto tempo.

Minha mãe estava meio obcecada desde que fiz vários exames com meu avô Carlisle, pois ele comentou que eu tenho organismos humanos completamente saudáveis para ter filhos até eu cansar.

—Você não vai me perder Mãe.

—Uhum. Eu sei o que planeja para sua lua de mel e eu conheço o Jacob.

—Eu também não quero ter filhos tão cedo, não se preocupe mãe.

—Fico feliz em saber disso.-Meu pai finalmente fala, ele estava com o mesmo sorriso bobo desde quando entrou.-Você é a noiva mais linda que eu já vi, quer dizer, depois de sua mãe é claro.

—Obrigada pai.-Fui até ele e o abracei forte.-Obrigada por ter me enrolado durante esses dois anos para me casar, eu precisava amadurecer.

—Você não sabe como eu fico feliz em saber que você entendeu.

Voltei a rir.

—Eu te amo.

—Eu também filhinha.-Não argumentei com a forma que ele me tratou, embora eu sempre odiasse que ele me chamasse assim e ele saber disso, eu não ouviria isso por muito tempo.-Eu e sua mãe trouxemos um presente para você.

Olhei surpresa para os dois.

—Mais um?-Perguntei. Minha família além de pagar boa parte da festa, me deu um carro ''decente'' e uma moto ''decente'' para o Jake. Sinceramente eu não sabia de onde saía tanto dinheiro.

—Não custou nada.-Minha mãe falou.-Você sabe que eu não gosto de gastar muito.

Ela estendeu uma caixa para mim e a abriu de bom grado.

Meu buquê estava lá. Só que não o que eu escolhi, eram flores naturalmente azuis: Hortênsias.

Lindas e com toque azul.

Assim que a segurei e tirei da caixa vi outro detalhe. Brincos de uma pedra pequena de safira azul-escuras.

Olhei para os dois mais surpresa ainda.

Ambos riram.

—Essa Safiras pertenciam a minha avó Swan e meus pais passaram a mim como presilhas em meu casamento.-Minha mãe explicou.

Meus olhos estavam se encheram de lágrimas, estava bem óbvio minha emoção por aquele presente.

—Obrigada.-Falei com a voz de choro. Respirei fundo e segundos depois eu estava bem melhor.

—Ainda bem que você sabe se controlar bem nessa situação.-Tia Rose falou.

Alice veio e substituiu meus brincos para os de safiras.

—Ótimo, agora o toque final: coroa de gipsofila.

Abaixei para Alice colocar a coroa e a prender em meu cabelo.

—Perfeita.-Minha avó Esme disse entrando também no cômodo.-A cerimônia vai começar.

O nervosismo ressurge.

—Ai meu Deus.-Alice me dá um beijo na bochecha e corre para fora da casa, assim como Rose, Carlie e minha mãe.

Então só fica eu e meu pai.

—Então, acho que não dá pra desistir não é?-Brinquei.

—Eu tenho um carro, basta você dizer a palavra-chave e te levarei para longe daqui.-Meu pai diz apontando para a porta com o polegar.

Ri ainda nervosa.

—Só não me deixe fazer burrada pai.-Eu falei.

Ele abre a porta e diz.

—Eu nunca deixaria.

Colocamos o pé na escada e a música de minha entrada começa conforme o planejado.

Imagino Carlie entrando com Alec, seguida das meninas com seus devidos cônjuges, imagino Jake olhando para porta ansioso em me ver, assim como eu estova ansiosa em vê-lo.

Meu pai segura meus braços com firmeza, enquanto tento não me desconcentrar com tantos pensamentos.

E então entro na cena da cerimônia.

Um caminho de madeira até o altar era revestido de um tapete vermelho que protegia meu caminhar, as cadeiras de madeira pintadas de branco devidamente enfileiradas e cobertas por um pano fino que protegia os convidados de uma possível chuva.

E finalmente, no altar em volta de um gazebo de madeira enfeitado por flores, estava o amor da minha vida, aquele que estava destinado a ser meu.

Jacob, estava com um paletó branco aberto ,com a presença da lapela de pequenas florzinhas de hortênsias azuis, como o meu buquê, uma calça social também branca, do jeito dele, como queríamos, talvez não o reconheceria se estivesse de terno.

Ele abriu um sorriso ao me ver assim como eu.

Eu não sabia o que ele iria usar e o que ele queria usar, mas ele estava perfeito, como estaria de qualquer forma.

Meu pai beijou minha mão e a entregou para Jake que fez o mesmo, os dois ainda sorrindo.

Jake cumprimentou meu pai com aceno de cabeça e meu pai fez o mesmo.

Os convidados se sentaram e a cerimônia começou.

Os votos iriam ser falados e Sarinha, sobrinha de Jake (segundos futuros também minha), veio andando até nós com nossas alianças.

Ela adorava Jacob e correu até nós tranquilamente, nos entregando a aliança.

Falamos os votos e o pastor disse que agora éramos marido e mulher.

Todos foram a loucura, enquanto nós ríamos.

Então ele podia me beijar e eu aceitei de bom grado.

Nossos lábios se tocaram e eu senti meu nervosismo se acabar, minha felicidade se explodia radiante, os mesmo sentimentos surgiram como das outras centésimas vezes que eu o havia beijado, porém eu nunca me cansaria, ele nunca se cansaria e teríamos nossa alegria eterna.

Nosso beijo estava selando nossa aliança de casamento e também o veredito final para a maldição de minha família, nada mais poderia nos ameaçar, estávamos selados contra o mal.

Fim