A Little Help escrita por giuguadagnini


Capítulo 13
Capítulo 13


Notas iniciais do capítulo

Tudo bem, vocês já devem estar cansados de ver meu nome nas atualizações! HAHAHA
O que está havendo comigo, que não consigo parar de postar aqui? Eu também tenho outras fics, mas estou caída de amores por esta! Só consigo postar em A Little Help!
Estou caída de amores por vocês e seus comentários, meus lindos!
Minha mãe foi testemunha do que aconteceu ontem à tarde, quando comecei a responder aos reviews.
Eu saí - de verdade - sorrindo e dando pulinhos pela casa. Quase caí da escada, para vocês terem uma noção da felicidade da pessoa!
:DDDDDDD
Então, este capítulo veio bem mais rápido do que eu esperava. Aposto que vocês também acharam estranho que eu tenha postado tão rápido, mas é o que temos para hoje, e aí? hahaha
Como prometi, tem momento cute Nott e Gina hoje! YEEEEY, não vou ser apedrejada!!!! :DD
A música é Photograph, do Ed Sheeran!
PER-FEI-TA!
E aí, vamos ler o capítulo?
Ah, seria uma boa Giulia. O que você acha de calar a boca agora?
Ok :|
KKKKKKK
Boa leitura e nos vemos lá em baixo :)



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[Ed Sheeran - Photograph]

Blaise estava roncando tão alto que eu nem escutava meus próprios pensamentos.

Estava me revirando na cama há um bom tempo, mas nada de o sono querer aparecer. Virei-me para a esquerda e só via a parede do quarto, o que me fez ficar entediado. Virei-me para a direita e me perdi olhando para o escuro céu na janela. Não conseguia ver estrelas nem nada do tipo, só uma imensidão de azul escuro com algumas nuvens mais escuras ainda.

Deitei de bruços e tentei achar uma posição que me deixasse confortável, mas percebi que meu pescoço doía quando deitava assim. Deitei de barriga para cima, de modo a ver todo o quarto. Draco dormiu com os fones de ouvido. Isso sim que era um garoto esperto. Por isso que ele conseguia dividir o quarto com Blaise e não ter olheiras no dia seguinte.

Blaise roncou mais uma vez, mais alto do que eu já o ouvir roncar antes. Levei um susto. Parecia um porco com bronquite. Joguei meu travesseiro na cara dele, mas ele só reclamou em murmúrios de sono, agarrou meu travesseiro, deitou nele e voltou a dormir.

Ótimo. Agora, além de ter de aguentar seus roncos, estou sem travesseiro.

Não se deve matar uma pessoa enquanto ela dorme. Não se deve matar uma pessoa enquanto ela dorme. Não. Se. Deve. NÃO!

Levantei da cama e meus pés me tiraram do quarto. Cheguei ao saguão de pés descalços, bocejando. Olhei o relógio na parede a minha frente e ele marcava 3h46min.

Qual era o primeiro horário de amanhã, mesmo? Torci que fosse botânica ou algo assim, para poder me enfiar no fundo da sala e tirar um cochilo.

Estar cansado e não conseguir dormir é mesmo um saco.

Enquanto pensava em um jeito de arrastar a cama de Blaise para o corredor, escutei alguma coisa lá fora. Arrastei-me até a janela e olhei para a vista do campus. Deserto, a não ser por alguém no campo de futebol.

Alguém.

No campo de futebol.

Olhei por mais um instante antes de voltar para o quarto com peito acelerado. Quase tropecei nas roupas que Blaise havia deixado no chão do quarto, o que fez um pouco de barulho.

– Merda – murmurei, chutando um short dele para longe.

Abri o guarda-roupa, coloquei uma camiseta de mangas curtas e peguei o primeiro tênis em que consegui pôr a mão. Sentei na cama para calçá-los, louco para sair correndo dali. Fiquei de pé de novo, peguei o que havia comprado hoje mais cedo, no shopping, e coloquei no bolso.

– O que você está fazendo? – Draco estava passando as costas da mão nos olhos, com uma careta de quem acaba de acordar. Ele tirou os fones do ouvido e se apoiou nos cotovelos para ficar olhando para mim.

– Vou sair – respondi, balançando a cabeça para ajeitar o cabelo.

Draco sentou na cama e se esticou até olhar para a janela.

– Já é de manhã? – perguntou ele, no meio do caminho.

– Não. São quase quatro da manhã.

Blaise roncou. Draco ficou mais confuso.

– E aonde você vai a essa hora?

– Sair – disse simplesmente.

Terminei de me vestir e ele continuava me olhando, piscando constantemente os olhos.

– Preciso me preocupar com isso e pedir que você fique no dormitório no meio da madrugada? – perguntou ele. Sua voz estava rouca de sono.

– Não e... não – eu sorri, me dirigindo até a porta.

– Certo. Boa noite – ele se virou para o lado e deitou, recolocando os fones de ouvido.

Quando estava quase fechando a porta, me lembrei de uma coisa.

– Ei, Draco – eu o chamei, ficando com o rosto entre a fresta da porta.

– Ahn? – ele resmungou, sem se mexer.

– Qual é a primeira aula de amanhã?

Ele levou algum tempo até responder, quase dormindo:

– Botânica.

– Ótimo – eu retirei a cabeça do caminho e fechei a porta totalmente.

Com passos rápidos, logo eu já estava descendo as escadas do prédio 6. Saí pela porta feito um completo afobado, então decidi parar com isso.

Não seja ansioso.

Colocando isso em mente, voltei a andar. Os grilos cantavam sua habitual música da noite, a grama era amassada sob meus tênis, uma fumacinha saía da minha boca sempre que eu expirava.

Não conseguia não ficar ansioso. Não conseguia, não depois de Gina ter me evitado por esses últimos dias. E agora eu iria vê-la, quer ela gostasse disso ou não.

Apertei o que eu tinha no bolso e entrei no gramado. Gina estava na frente da trave, a mais longe de mim. Ela estava de costas também, arrumando cinco bolas no chão, uma ao lado da outra.

Gina pegou uma pequena distância delas e, assim que se preparava para correr e chutá-las a gol, eu resolvi que era minha hora de falar alguma coisa.

– Ora, ora! Se não é a jogadora noturna mais...

Parei de falar no momento em que a vi tropeçar e cair, assustada.

– Ai meu Deus! – ela reclamou, tentando se levantar. – Mas que droga, Nott. Como é que você entra aqui desse jeito? Você devia fazer um pouco mais de barulho enquanto anda e... Ai.

Ela olhava seu cotovelo com uma careta. Ele estava sangrando um pouquinho.

– Sabe como é – eu fui andando até ela, dessa vez fazendo bastante barulho. – Eu adoro te derrubar de susto e ver seu cotovelo sangrar depois. Estava tudo planejado.

Parei à sua frente, olhando para seu rosto que insistia em tentar reprimir um sorriso. Ela continuava sentada.

– Você está bem? – eu me abaixei do seu lado.

Ela assentiu com a cabeça, mas não me olhou diretamente. Olhei para seu cotovelo.

– Você tem algum band aid aí? – perguntou ela, me observando rapidinho pelo canto dos olhos.

Neguei com a cabeça.

– Como assim, não tem? – Gina perguntou, tentando se ajeitar de um jeito melhor. Ela fez outra careta de dor, mas disfarçou como pôde. – Que pessoa, em sã consciência, não anda com um band aid no bolso?

– Ahn, não sei – eu sorri, voltando a ficar de pé. – Uma pessoa que goste de sentir dor?

Ela pensou, olhando para o céu, e então assentiu de levinho com a cabeça.

– Muito bem. Masoquistas não gostam de band aids. Compreensível.

Examinei seu rosto com o olhar, procurando raiva ou qualquer coisa assim. Parecia que isso havia passado.

– Consegue levantar? – perguntei a ela, que continuava no chão.

– Não sei. Estou com medo de forçar o joelho. Está doendo um pouco.

– Tudo bem, me deixe te ajudar.

Ela ergueu os braços, para que eu a puxasse, mas não iria fazê-la dar pulinhos em um pé só até a arquibancada. Puxei-a pelas mãos e, antes que ela tivesse total equilíbrio, peguei-a no colo.

– Ei, não precisa – disse ela, com uma voz risonha.

– Não force o joelho. Esse é meu lema.

– É. Esse e o de derrubar pessoas com um susto.

Ri, segurando-a atrás das costas e das coxas. Suas mãos se juntaram detrás do meu pescoço, buscando apoio. Seus dedos deixaram um rastro quente ao tocar minha nuca, e eu me sentia tão bem.

– Pronto, aqui está bom – disse ela, quando a deixei ao lado de uma mochila na arquibancada. – Espero que você saiba fazer curativo, mesmo que não carregue um.

Ela tirou do bolso da frente da mochila uma caixinha de curativos e a jogou para mim. Abri, peguei um e retirei a embalagem de proteção. Sentei um banco acima do seu e puxei seu cotovelo para mim. Ela apoiou sua mão um pouco acima do meu joelho. Os pelinhos do seu braço se arrepiaram pela noite fria. Imediatamente, os meus ficaram do mesmo jeito.

Com cuidado, prendi o band aid ao seu cotovelo. Ela nem pareceu notar que eu já havia acabado, pois continuou parada, com o braço virado na minha direção.

Seus ombros pareciam cansados. Ela parecia cansada.

– Está treinando desde que horas? – perguntei, colocando seu braço para frente.

– Desde uma da manhã – disse ela, bocejando longamente.

Pousei minhas mãos sobre seus ombros. Ela deixou que eu os apertasse. Massageei-os de leve, mas profundamente. Ela fez um movimento circular com a cabeça bem devagar. Pude sentir que ela havia fechado os olhos. Sua bochecha encostou no dorso da minha mão e Gina deitou sobre ela. Sorri.

– Isso está acabando com você. – disse, colocando minha outra mão na sua outra bochecha. Ela estava gelada.

– Suas mãos são sempre quentinhas, Nott. – disse ela, sonolenta. – Como eu queria que as minhas também fossem.

Sorri de novo e me inclinei para frente, para pegar suas mãos. Meus lábios encostaram-se em seu ombro sem querer, mas ela não fez nada. Nem pareceu notar, ao certo.

– Você só precisa aquecê-las – disse, cobrindo suas mãos com as minhas.

Ela virou de frente para mim no banco e observou enquanto eu passava meus dedos nas costas das suas mãos. Gina sorriu. Apertei meus dedos contra os seus e os mantive assim até que meu calor passasse para ela. Ficamos em silêncio por esse tempo. Os grilos continuaram a cantar, e eu me senti estranhamente confortado.

Estou segurando as mãos de Gina.

E ela está sorrindo.

Todos esses dias que passamos sem nos falar direito pareciam ter valido a pena diante do que estava acontecendo agora. Eles praticamente desapareciam, evaporavam.

Inexplicavelmente, eu senti que entendia o porquê de ela ter me ignorado. E acho que ela teve razão em fazer isso. Eu vi que ela estava me olhando e beijei Astória, naquela festa idiota. Ela havia beijado o Potter mais cedo, mas isso não tinha o objetivo de me incomodar, pelo menos da parte dela.

Já eu, fiz exatamente o contrário. Eu fiz questão que ela me visse beijando outra garota. Quis deixar bem claro que, se ela podia ficar com outras pessoas, eu podia também, que eu não estava nem ligando.

Mas este era o problema.

Eu estava ligando demais para isso.

Enquanto Gina olhava para nossas mãos em forma de conchas, uma dentro a outra, eu me lembrei do que estava dentro do meu bolso.

– Tenho uma coisa para você. – disse, soltando suas mãos devagar.

Tirei do bolso da calça um chaveiro em forma de bola de futebol. Ele não era exatamente grande, nem exatamente pequeno. Era do tamanho... certo.

Ela olhou para a bolinha pendurada no meu dedo, que ficava girando constantemente, e seus olhos sorriram. Não sei se isso era possível, mas Gina fez ser. Ela levou a mão em direção ao chaveiro, mas eu a segurei antes que ela conseguisse tocá-lo. Ela ficou confusa por um momento, mas eu sorri para tranquiliza-la. Segurei sua mão e deslizei a argola do chaveiro pelo seu dedo anelar, como se fosse um anel de verdade.

Soltei sua mão sem pressa e observei sua reação. Gina admirava sua mão de cima, primeiramente, como se olhasse para uma aliança em seu dedo. Olhou-me de um jeito intenso e doce, sorrindo com o canto dos lábios. Seus olhos brilhavam, assim como os de Luna ao encontrar Neville no boliche. Depois, então, ela levantou sua mão até a altura da testa e desviou o olhar para a bola de futebol, que continuava girando de um jeito constante, pendurada em seu dedo.

– Isso é tão... eu. – disse ela, um minuto depois. – E é tão você, também.

Pisquei os olhos, cansado. Gina dividiu seu olhar entre mim e o chaveiro. Ela segurou minha mão e apertou forte.

– Obrigada, Theo – ela falou devagar, e eu saboreei cada sílaba. – É perfeito.

Juntamos as bolas no gramado e guardamos no vestiário. Gina foi apoiada em mim durante todo o trajeto, apertando sua pequena bola de futebol entre os dedos. Eu disse que podia guardar tudo sozinho, para ajudá-la, mas ela quis me amparar.

Por fim, ela subiu nas minhas costas e eu a levei até o prédio 4. Não dissemos muita coisa no caminho, mas não achei que fosse preciso. Ouvir sua respiração roçar no meu ouvido já era o bastante para querer que o caminho até seu prédio fosse interminável.

Quando chegamos, ela escorregou por minhas costas até colocar os pés no chão. Entreguei a mochila a ela, que a pegou com um sorriso tímido.

– Agora entre e trate de dormir – eu disse.

Ela estava tão cansada que nem discutiu. Mas também não foi embora. Apenas ficou ali, me olhando.

– O que foi? – perguntei, calmo.

– Você vai me achar idiota – disse ela, tentando esconder o rosto atrás das mãos.

– Não vou, não. – eu discordei, contente.

Ela olhou para o chão, e então voltou a olhar para mim.

– É que eu quero muito te abraçar – disse ela, com vergonha. – Posso?

Quase gritei de alívio por ela dizer isso. Eu queria fazer a mesma coisa. Cheguei mais perto e ela enroscou os braços ao redor do meu pescoço, me fazendo sentir totalmente em paz. Envolvi os meus na sua cintura e a apertei, como se fosse a única coisa que importasse no mundo.

E realmente era.

E estava tudo bem.

Mais uma vez.

Estava tão feliz quando cheguei ao dormitório que nem fiquei irritado com o ronco de Blaise, ou pela falta de sono, ou por poder ouvir baixinho a música que Draco escutava nos fones de ouvido. Ou por qualquer outra coisa naquele quarto.

No momento em que me deitei, eu sabia que estava tudo do jeito que era para estar. Nem de mais, nem de menos. Apenas estava.

Deitando a minha cabeça no liso, nem me importei em pegar o travesseiro que joguei em Blaise de volta. Eu me sentia bem, completo e infinitamente bobo.

“Isso é tão... eu. E é tão você, também.”

Somos nós dois, Gina.

Nós dois.


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Notas finais do capítulo

Meu Deus, acho que esse foi o capítulo mais melosinho que já escrevi até hoje.
O que vocês acharam? Deu para matar a saudade desses dois?
Eu sei que ainda não rolou o beijo, mas confiem em mim, tem que ser no momento certo, hahaha.
Queria agradecer a todos que comentaram. Vocês quase me fizeram cair da escada, mas acreditem, isso é algo bom!
HAHAHAHAHAH.
Que horror!
Enfim, me façam feliz de novo. Eu gostei de montão da outra vez :D
Postarei o próximo assim que puder, prometo.
Um beijo, um abraço, mais um beijo, mais um abraço...
Ok, eu já estou indo embora. Não precisa me empurrar, Ô!
hahahaha
Com muito amor, Giu ♥
P.S. Um obrigada especial a Lily Molly Potter (a fofa que me mandou mensagens pessoais), Lírio (minha leitora mais apaixonante que sempre me faz querer escrever mais com seus comentários), CaahYoshida (leitora nova que, a propósito, espero que seja muito bem vinda a A Little Help :D), Isawarts (a louca que eu morro de amores, que deixa reviews mais divamente gigantescos e perfeitos, e que quer sequestrar o Nott se eu não postar coisas cutes entre ele a Gina), e a Renata Beatriz (que foi chegando de mansinho nos comentários, mas que já conquistou meu coração também).
Amo vocês, garotas. Obrigada por me fazerem sorrir :)