My Words escrita por dontbeshybabe


Capítulo 7
One Day At A Time.


Notas iniciais do capítulo

Oooi, como vocês estão? Desculpem a demora, mas aqui está um capítulo novinho em folha!
Ps.: Então, nesse capítulo, o passado da nossa querida Alexandra é revelado, mas ela não gosta de falar sobre ele. é triste, mas a verdade :(
Enfim, aproveitem, beijos!



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Pela manha, mais ou menos umas nove horas, escutei batidas leves e tímidas contra a madeira da porta do meu quarto, despertei e logo me levantei da cama.

- Já estou acordada - falei e percebi que passos se afastavam indo para o outro lado do corredor, pensei que poderia ser Elle, mas era mais provável que fosse Cloé.

Um sorriso enorme apareceu em meu rosto involuntariamente ao me lembrar da noite passada. "Já fazia um tempo que as coisas não davam certo na minha vida" pensei, enquanto ia em direção ao banheiro, mas antes que conseguisse chegar, aquela onda de pensamentos do passado me atingiu tão forte que quando me dei conta das minhas ações eu estava caída no chão, encolhida abraçando meus joelhos. Fazia um bom tempo que eu não pensava e lembrava o meu passado, e eu não fazia questão de lembrar dele!

Você pode estar pensando, por que essa menina que tem tudo está ai no chão se lamentando das coisas que passaram, o que passou, passou, não é mesmo? Na verdade, não! Simplesmente, porque meu passado foi um caos e um período horrível da minha vida. 

Quando eu tinha mais ou menos sete anos de idade, meus pais se divorciaram, ok grande coisa, mas nisso, ela começou a namorar um tal de Victor, só que minha mãe não era feliz com ele, isso estava na cara, nem eu e meus irmãos estávamos, quando minha mãe saia para algum lugar e me deixava sozinha com ele, principalmente eu, o cafajeste me maltratava e machucava, isso quando ele não abusava de mim, só que eu não tinha a capacidade de contar nada para ninguém, eu tinha medo do que a minha mãe faria, se ela sentiria nojo de mim, ou coisa pior, então eu guardei aquele sofrimento comigo, ninguém precisava saber, essa foi a minha conclusão. E assim foi a minha infância ate mais ou menos uns treze anos, quando finalmente minha mãe se separou do infeliz, só que nesse meio tempo, por influencia da mídia, pressão vindo de todos os lados, eu acabei adquirindo um vicio que não era nada bom, e o pior de tudo é que sabia que aquela não era minha melhor opção, mas eu fazia mesmo assim, eu comecei a me cortar, e aquilo me fazia muito bem, me aliviava da forma mais horrível que tinha, mas era a verdade.

Quando fiz quatorze anos de idade, meus pais voltaram a ficar juntos, mas não se casaram de novo, mas o que importava era que estavam juntos e felizes, isso me fez muito bem, eles voltaram a se amar, mas um ferida já estava aberta em meu coração, seria difícil fechá-la, eu tinha certeza, então minha vida foi tomando um rumo diferente,  mas foi melhorando. Fui parando aos poucos com aquele vicio, mas nunca deixei de ter uma lamina perto de mim, e tomei esse mesmo cuidado na viagem quando eu deixei uma na minha bolsa. 

Eu nunca tive coragem de contar a ninguém meus problemas, aquilo era um problema meu e só eu deveria sofrer, ninguém vivenciou aquilo, então não precisavam saber o que eu sentia. Nem mesmo para a minha avo eu contei. Só eu deveria sofrer.

Eu não queria pensar naquilo, minha vida estava finalmente dando certo, isso que importava, lembrar dessa parte da minha vida não valia a pena, então levantei me apoiando na parede e enxuguei as poucas lagrimas que insistiam em cair. Tomei uma ducha rápida para me esquecer de tudo, pelo menos por alguns minutos e peguei uma roupa no armário, simples, só para ficar em casa, uma calca jeans clara que eu dobrei ate metade da panturrilha, um bata branca larga com listras pretas finas, uma rasteirinha com pedrinhas brilhantes e deixei meu cabelo ondulado solto e peguei meus óculos de sol com as lentes marrom e a armação dourada e me dirigi a mesa do café da manha ao lado da piscina para encontrar minha família, e por incrível que pareça, todos ja estavam acordados e me esperavam para a refeição.

Sentei-me em uma das pontas da mesa redonda e começamos a comer silenciosamente, eu não estava muito a fim de conversar, mas sabia que o assunto ainda ia ser comentado, então apenas esperei.

- Então, meninas, como foram os passeios ontem? - minha avó perguntou quebrando o silencio e finalmente tocando no assunto esperado.

Olhei desconfiada para minha prima que tinha um sorriso travesso no rosto e logo desandou a falar dos acontecimentos que transcorreram na tarde anterior:

- Nossa vó, muito obrigado mesmo por ter me deixado ir, foi o melhor passeio EVER - ela disse imitando o sotaque americano, fazendo todas rirmos - ele é super fofo e me apresentou a alguns amigos, depois fomos ao parque e ao shopping e muitos outros lugares perfeitos - ela continuou falando sobre o tal encontro e eu revirei os olhos tomando um pouco de chá de camomila, que por sinal estava uma delícia. Quando finalmente terminou, Annie se virou para mim e arqueou uma sobrancelha, como se falasse, “sua vez!” Respirei fundo duas vezes e comecei a contar tudo, mas com muito receio.

- Primeiro, Madeleine me levou a um restaurante japonês, estávamos eu, ela, o namorado e mais um amigo deles - antes de continuar olhei desafiadoramente para Elle, fazendo-a ficar quieta - enfim, depois de um tempo eles me levaram para conhecer a cidade e passamos por lugares maravilhosos, e no final paramos em um píer meio que deserto, só que os dois pombinhos saíram e me deixaram com o Zac, o amigo deles.  Ficamos lá um tempo e começou a esfriar, então ele me ofereceu o blusão e ficamos meio que abraçados um tempo, foi estranho, mas bom! - terminei de contar a historia para elas nos mínimos detalhes, fazendo-as me olharem boquiabertas, só que eu comecei a ficar impaciente - falem alguma coisa, por favor.

- Perai, vocês... - essa era Elle, dando um ataque de chilique - ...vocês se beijaram na porta de casa? Ah meu deus, que linda você prima, que orgulho – então ela se levantou bruscamente da cadeira e me deu um abraço desajeitado, já eu, não sabia onde enfiar a cara. Minha avó ainda me olhava meio perplexa e eu abaixei a cabeça, me sentindo culpada.

- Desculpe-me vó, isso não irá se repetir, eu juro - eu comecei a brincar com a barra da toalha de mesa sem saber o que fazer. O nervosismo começava a me dominar, assim como a tremedeira.

- Querida, você esta brincando, certo? - eu a encarei assustada - Alex, se ele te faz feliz, eu também estou, não se sinta culpada, você merece se divertir – para a minha surpresa, ela se levantou calmamente me deixando um beijo no alto da testa, eu sorri.

- Obrigado - sussurrei de um jeito quase inaudível, mas ela ouviu e assentiu.


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Notas finais do capítulo

Então, o que acharam? Eu sei que fui um pouco cruel sobre o passado dela, mas precisava ter um suspense nessa história, né? NÉ? NÉ? hahaha. Enfim, me falem o que acharam, se precisa melhorar ou qualquer coisa.
Beijoooos, logo mais eu posto outro.



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