POV Autora

Tempo. Era disso que Percy pensava que fosse preciso para tirar Annabeth da cabeça. Mas ele estava enganado. O tempo havia passado. Três anos sem ver sua loira quase o mataram. Com sua formatura, o garoto, agora já um homem, decidiu sair de Nova Iorque e ir para Califórnia. Havia recebido uma oferta de emprego irrecusável, então decidiu partir. Mas nunca esqueceu da garota loira de olhos cinzas. A prova disse era o anel que ele carregava na carteira. Nunca pensou nem por um minuto em vendê-lo.

Foram três anos de inúmeras festas e mulheres. Percy ia para todas as baladas que podia, ficava com várias mulheres por noite. Evitava pegar as loiras, sempre, isso lhe trazia más lembranças. Apesar deste comportamento, seu foco sempre fora a faculdade. E, ao contrário do que os outros diziam, ele conseguiu provar que poderia sim se formar e ter um bom emprego.

Então o garoto fez suas malas e partiu rumo à Califórnia. Sua mãe não tentou impedí-lo, pois sabia que ele estava mal por dentro. Nico, por outro lado, não queria ver seu amigo e primo partir. Ele sempre insistia para que Percy fosse atrás de Annabeth, mas sua resposta era sempre a mesma:

– Ela quis assim, Nico.

Thalia ficou sem falar com o moreno por pelo menos um ano. Depois que voltaram a se falar, conversavam sobre tudo, menos sobre Annabeth e Lee. A morena sentia muita falta de sua amiga. Apesar de Annabeth voltar para Nova Iorque no Natal e no Ano Novo, não era como antes.

Por falar em Thalia, assim que Nico começou a faculdade de direito, eles decidiram morar juntos. A princípio, Hera não havia concordado, achava a garota muito nova, mas no final acabou concordando. Estavam mais felizes do que nunca. Brigavam muito, mas normalmente essas brigas faziam com que a reconciliação fosse melhor ainda.

Falando em casal... Annabeth e Lee ainda estavam juntos. Ela estava feliz, mas não o suficiênte, ainda sentia-se vazia, como se algo estivesse faltando. Faltava um ano para ela se formar, estava mais animada do que nunca. Já Lee, teria que ficar mais dois anos estudando Neurologia.

Apesar do tempo, e da distância de Percy, Annabeth ainda não sentia que amava Lee. O que ela sentia por ele, era algo forte, mas não chegava a ser amor. Poderia amá-lo com amigo, mas seria só isso. Lee não se incomodava, amava Annie mais do que sua própria vida. O que ele mais queria, era vê-la feliz, mas longe de Percy.

A primeira noite deles, foi um tanto conturbada para a garota, pois, mesmo Lee sendo um homem incrível, e tivesse uma belíssima pegada, toda vez que ela fechava os olhos, a visão de um garoto de cabelos pretos e olhos verdes era a única coisa que passava por sua cabeça. Transar com Lee não foi uma tarefa fácil, afinal seu sentimento por ele não era tão forte.

Mais algum tempo se passou. Annie se formou. Lee ainda estava na faculdade. Percy tina um ótimo emprego e uma casa maravilhosa na Califórnia. Nico e Thalia se mudaram para uma casa em Manhattan. Cada um seguiu sua vida. Annabeth pensou em voltar para Nova Iorque, mas tinha medo do que poderia encontrar por lá. Do que não, de quem poderia encontrar lá. Decidiu ficar mais uma ano em Miami. Ela tavez não voltasse para Nova Iorque, até que seu namorado lhe fez uma proposta.

POV Annabeth

Meu sono delicioso fora interrompido quando senti algo em minhas costas. Abri os olhos e notei que não estava em meu apartamento. Me virei e vi Lee ao meu lado afagando minhas costas. "Devo ter bebido noite passada" pensei. Tínhamos ido para uma balada, e eu não me lembrava de como tinha ido parar naquela cama. Mas isso não era um problema, Lee era meu namorado, que mal há nisso.

– Bom dia. - ele disse e depois me deu um selinho.

– Bom dia. - eu disse me virando para ele.

Minha cabeça latejava. Me perguntei porque eu ainda apronto essas.

– Bebi muito ontem? - perguntei colocando uma camiseta que estava jogada no chão. Não era minha, eu estava de vestido. Reconheci, era o pijama de Lee.

– Se bebeu muito? Você voltou cantando "We Are the Champions" enquanto eu te trazia de volta pra cá! - Lee disse rindo.

Ri também. O que mais eu poderia fazer além de rir?

Me sentei com dificuldade e me voltaram alguns flashs da noite passada. Lembro de estar dançando com meu namorado, depois lembro do banco do carro, e lembrei também de pequeno stripp tease que eu fiz ao chegar no apartamento. Lee devia ter ficado louco. Levantei da cama e fui para o banheiro para ver como estava a minha situação.

Entrei e fechei a porta. Levei um susto ao me olhar no espelho. Meu cabelo estava uma bagunça, meu olhos todo preto em volta por causa da maquiagem, marcas vermelhas no pescoço... eu precisava de um banho. Minha cabeça estava me matando, qualquer barulho mínimo que eu fazia, parecia serem fogos de artifício para meus ouvidos. Deixei a água escorrer por um tempo. Me sentia renovada toda vez que tomava banho.

Sai do chuveiro e vesti o mesmo que estava vestindo, minha calcinha e a camiseta de Lee. Sai do banheiro com uma toalha enrolada no cabelo e dei de cara com meu namorado, já vestido, me esperando.

– Por que não me avisou que eu estava tão mal? - perguntei rindo.

Ele se levantou e veio até mim. Lhe dei um beijo de bom dia, mas ele parecia estar querendo mais. Suas mãos desceram para meus quadris, e eu senti que ele apertou minha bunda.

– Você não mesmo! - eu disse me afastando.

– Não. Mas, Annie... tem... um café da manhã te esperando. - Lee disse, ele parecia nervoso.

Me virei e vi que ele havia me trazido café na cama. Sorri e me sentei. Tinha dois pratos com panquecas com calda e dois sucos de laranja. Dei um gole no suco, mas fiz uma careta ao notar que estava sem açúcar.

– Opa, acho que esqueci de por açúcar. - Lee disse se sentando ao meu lado.

– Não tem problema. - eu disse pegando o pequeno pote de açúcar que estava ao meu lado.

Fui abrí-lo, mas parecia estar emperrado. Fiz de tudo, puxei, girei, tentei até abrir com o dente, mas nada daquele maldito pote abrir. Já estava começando a ficar irritada, até que Lee o tirou de minhas mãos.

– Mulheres, são todas fracas. - ele disse abrindo o pote com uma certa dificuldade também.

Me entregou o pote sem a tampa e me olhou vitorioso. Revirei os olhos e peguei o pote de sua mão. Mas então, quando fui pegar o açúcar com a colher, notei que tinha algo no fundo. Comecei a remexer aqueles cristais, e quando tirei o que tinha dentro, quase infartei. Era uma anél. Era dourado, com uma enorme pedra vermelha em cima. Minhas mãos começaram a tremer quando vi aquilo.

Olhei para Lee assustada, e ele só me fitava com um sorriso no rosto.

– Lee... o que... o que é isso? - eu disse tirando o anél do meio do açúcar. Não sabia se ficava triste ou feliz com aquilo.

– É um anél, Annie.

O encarei séria e revirei os olhos. Não sabia o que dizer, não sabia o que falar. Eu travei, simplesmente travei. Encarava aquele anél lindo e não sabia o que dizer para Lee. Ficamos em silêncio, até que ele resolveu falar. Pegou o anél de minhas mãos e disse:

– Olha, Annie, nós estamos juntos a mais de três anos, e eu te amo, então pensei que... talvez... não estivesse na hora de dar um passo adiante.

Meu coração acelerou ao escutar aquilo. Lágrimas que a tanto tempo não saiam de meus olhos, começaram a cair. Sorri ao pensar em como ele tinha me feito bem nesses anos. Graças a Lee, hoje eu já não chorava mais, por ele.

– Então, Annabeth Marie Donnovan Chase, quer se casar comigo? - Lee disse pegando minha mão direita.

– Sabe, Lee... tenho tanto a te agradecer, você tem sido incrível comigo e eu realmente não sei com te agradecer. Você é um cara incrível, e eu sei que me ama de verdade, e não faria nada para me magoar. Sinto que posso confiar em você. - eu lhe disse sorrindo.

Lee já tinha algumas lágrimas nos olhos.

– Isso significa que... - ele começou, mas não conseguiu terminar a frase.

– Ah! como homens são lentos! Quer dizer que sim, eu aceito me casar com você, Lee Fletcher.

Ele sorriu e colocou o anél no meu dedo anular direito. Estávamos oficialmente noivos. Pulei nele e o abracei. Não sabia ao certo que o que estava fazendo estava certo, mas se eu pudesse escolher um homem para me casar, seria ele. Tínhamos tanto para organizar. Eu não tinha pressa, poderia ser daqui um ano, talvez dois. Tinha que avisar minha mãe e Thalia ainda. Estava morrendo de saudades da minha amiga.

Então tive uma ideia, não poderíamos nos casar aqui, em Miami, tinha que ser em Nova Iorque. Não sabia quando, só sabia que cedo ou tarde, eu voltaria para minha cidade-natal.