In Love With You escrita por MissLerman


Capítulo 16
Capítulo 16 Almoço com o papai


Notas iniciais do capítulo

Booooa tarde sweets, pelo visto vocês gostaram do capítulo de ontem, e me mandaram até dar um Avada Quedabra no pai da Annie HEUHEUHEUHEU. Bom, lá vai mais um capítulo com carinho, espero que gostem NHAC ;3



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Não fechei os olhos um minuto sequer naquela noite. Os flashs do acidente voltavam a todo momento. E eu só conseguia pensar no que ia falar para Percy. Meu coração batia forte, minhas mãos suavam, nunca me imaginei nessa situação. E ele nem ao menos estaria acordado. Estaria o tempo todo de olhos fechados.

Quando deu 7h levantei e fui tomar um banho. Retirei o curativo do braço com cuidado, só então percebi como tinha sido grave. Tinha ralado bastante, e ardia. Fiz o possível para não deixar sabonete cair nele. Devo ter ficado quase uma hora no banho, porque minha mãe foi bater na porta. Ela disse que eu estava tomando banho a muito tempo. Pelo visto não fui a única que não dormiu bem.

Sai do banheiro e coloquei meu vestido lilás de manga curta. Eu raramente usava vestido no dia-a-dia. Desci e me deparei com minha mãe tomando café. Me sentei ao seu lado e lhe dei um leve: "Bom dia", ela disse o mesmo. Não estava com fome, então tomei um copo de café apenas e subi de volta ao meu quarto para escovar os dentes. Não tinha percebido, mas minha mãe subiu logo atrás de mim.

– Annie, seu pai queria almoçar com você hoje. - ela disse parada junto ao batente da porta de meu quarto.

Cuspi na pia e terminei de enxaguar minha boca.

– Por que? - indaguei chegando perto.

– Vocês não saem juntos a muito tempo, precisam de um tempo juntos. - dona Atena me respondeu. Percebi uma ligeira tristeza em seus olhos.

– Não vou. - disse irritada, não queria conversar com meu pai, eu sabia o que ele ia falar - Queria ver Percy hoje e...

– O horário de visitas é 3h. Está decidido. Seu pai vai passar aqui as 11h. - ela disse se virando e saindo de meu quarto.

Voltei a deitar na cama. Que ótimo, agora eu teria que sair com meu pai e fingir que nada tinha acontecido e Percy... eu só poderia vê-lo as 3h, ia demorar muito. Já estava sentindo que meu dia seria tedioso. Resolvi escutar alguma música. Peguei meu celular e meus fones. Revirei minha playlist e achei a música certa.

I came to win, to fight, to conquer, to thrive
I came to win, to survive, to prosper, to rise

To fly, to fly

Era uma música linda, e me fazia chorar sempre que eu precisava.

I used to think that I could not go on

I wish today it will rain all day
Maybe that will kinda make the pain go away

And life was nothing but an awful song
They got their guns out aiming at me
But I become near when they aiming at me

Me, me, me against them
Me against enemies, me against friends
Somehow they both seem to become one
A sea full of sharks and they all smell blood
They start coming and I start rising
Must be surprising, I'm just surmising

I win, thrive, soar, higher, higher, higher
More fire

E o refrão, esse sim fazia qualquer um se arrepiar.

I believe I can fly (Fly)

I believe I can touch the sky
I believe I can fly (Fly)
I believe I can touch the sky

Sem perceber, acabei adormecendo com aquela música. Já que não tinha dormido de noite, nem me preocupei com o horário. Não estava afim de sair com meu pai. Eu sabia exatamente o que ele ia dizer. Ia ficar falando que minha mãe é irresponsável e que seria melhor pra mim se eu fosse ir morar com ele e sua mulher. Mas eu nunca dava bola, não ia abandonar minha mãe.


– Annie, acorde! - ouvi a voz impaciente de minha mãe.

Só então me dei conta que ainda estava com os fones e que já eram quase 11h.

– Desculpe, não dormi de noite. - eu disse me espreguiçando.

– Tudo bem querida, agora vá se trocar.

Minha mãe saiu do quarto e eu levantei. Me olhei no espelho e vi meu estado terrível. O cabelo parecia um ninho de ratos, meus vestido que antes estava passadinho, agora estava todo amassado, minha cara transmitia que não havia tido uma boa noite se sono. Fui até o banheiro, lavei o rosto e penteei meu cabelo, deixando alguns cachos destuídos. Tentei desamassar um pouco meu vestido, mas não deu muito certo. Larguei meus chinelos nos meio do quarto e fui calçar minhas sandálias gladiadoras douradas. Não gosto de usar sandália baixa, mas aquele momento pedia isso.

Desci as escadas e vi meu pai sentado no sofá me esperando. Kate e minha mãe conversavam na cozinha. Fazia um bom tempo que eu não via minha irmã. Ela parecia ter mudado um pouco, estava mais... crescida.

Frederick veio até mim e disse:

– Está linda, minha filha.

Forcei um sorriso e não lhe disse nada. Quando minha mãe percebeu que eu estava pronta, veio se despedir de mim, assim como Kate.

– Dê uma chance para ele Annabeth. - minha mãe me disse enquanto me abraçava.

Mas eu não queria dar chance alguma. Nem mesmo queria estar indo almoçar com ele. Depois de... tudo que passamos, ele esperava que um almoço poderia fazer as coisas voltarem ao normal? Nunca!

Meus pai se separaram porque meu pai bebia muito. Me lembro de algumas noites quando ele chegava totalmente descontrolado, gritava com minha mãe, comigo, e assim assustava Kate, que era só um bebê na época. Foram tantas noites sem dormir, tantas noites de medo profundo. Atena sempre me protegeu, ele nunca encostou um dedo sequer em mim. Por isso eu não ia deixá-la, não importa o que aconteça, eu nunca ia deixar a mulher mais incrível que já conheci. Minha Mulher Maravilha. Agora Frederick já não fazia mais isso, ele passara um bom tempo numa clínica de reabilitação. Quando saiu, logo depois conheceu Dominique, então eles se casaram e tiveram meus lindos Matt e Louis.

Nos encaminhamos até o carro. O Corolla preto estava estacionado em frente de casa. Entrei e coloquei o cinto, meu pai fez o mesmo. Fiz questão de não dizer uma palavra sequer. O clima estava começando a ficar tenso.

– Onde quer almoçar? - meu pai perguntou tentando puxar assunto.

– Tanto faz. - respondi seca.

Ele pareceu perceber que eu não estava ali por livre e inspontânea vontade. Então ligou o rádio e começou a escutar Bon Jovi, sua banda preferida, e começou a cantar. Tentei ignorar a vontade de cantar junto Livin' on a Prayer, estava difícil.

Ele então parou o carro em uma lanchonete. Fiquei feliz por ele pelo menos ter lembrado onde eu gostava de comer. Descemos do carro e entramos. Corri para pegar uma mesa perto da janela. Meu pai se sentou na minha frente.

Fizemos nossos pedidos. Ele pediu um lanche enorme, que vinha com dois hambúrgueresm haja estômago. Já eu, pedi um que, ao invés de hambúguer, vinha frango e alface. Ficamos em silêncio esperando que nossos pedidos viessem.

– Querida, eu sei que... não sou a melhor companhia mas... o que aconteceu ontem? - ele me perguntou olhando em meus olhos.

Desviei o olhar e lhe disse:

– Percy e eu saímos e... como sou muito burra, parei para responder uma mensagem de Thalia no meio da rua, não percebi que um carro se aproximava.

Meu pai piscou os olhos com força e depois alisou os poucos cabelos que ainda lhe restavam.

– E o Percy te salvou. - ele disse voltando a olhar para mim.

Fiz que sim com a cabeça e olhei para baixo para que ele não visse meus olhos cheios de lágrimas.

– Então acho que tenho uma dívida com ele, ele salvou meu tesouro mais precioso.

Aquilo foi um soco no meu estômago, ele nunca falara desse jeito comigo antes.

– E mesmo assim você continua com aquela... mulher, que me odeia. - disparei. Eu ia dizer "vadia", mas ele ficaria furioso comigo.

– Eu amo Dominique, não tanto quanto amo você e sua irmã, mas eu a amo.

Enxuguei algumas lágrimas e notei que nosso lanche se aproximava. Meu estômago estava gritando de fome. Quando a garçonete deixou o lanche em cima da mesa, fiz questão de atacar o meu. Estava muito gostoso.

– Vai ver Percy mais tarde? - meu pai me perguntou colocando mais kepchup em seu lanche.

– Vou. - respondi com a boca cheia, se minha mãe visse isso, ficaria louca comigo.

– Se importa se eu te levar?

Balancei a cabeça negativamente e voltei a abocanhar meu delicioso lanche. Então sinto meu celular vibrar, meu vestido tinha um bolsinho do lado, por isso eu gostava dele. Era uma mesagem de Thalia:

"Já falou com Percy?"

Lembrei que tinha promtido para ela ontem que falaria toda a verdade para ele, e torceria para que ele estivesse ouvindo.

"Ainda não, almoço com a coruja pai" respondi e guardei meu celular.

– Quem era? - fiquei surpresa com a pergunta, meu pai nunca fora curioso com relação a isso - É o namorado?

Senti minha cara esquentar quando ele disse isso, o que estava acontecendo com o velho Frederick afinal?

– Não... era Thalia... eu hein... - respondi.

Ele levantou a sobrencelha e limpou o rosto com um papel.

– Então você não tem namorado?

– Não, pai... não.

– E o Percy, não é nada além de amigo?

Pronto. Agora eu devia estar parecendo um tomate. O engraçado é que, até meu pai que me vê tipo uma vez por semana, conseguiu perceber o que eu sentia e aquele cabeça de alga não!

– Óbvio pai, ele é meu amigo! - respondi terminando de comer meu lanche.

Ele apenas riu e terminou de tomar o refrigerante. Depois deu um enorme arroto. Nunca o vi fazendo isso!

– Que a sua mãe não me veja agora. - ele disse passando a mão na barriga que estava um tanto estufada.

Peguei meu refrigerante e dei um enorme gole. Momentos depois dei um arroto també. Sim, isso não é uma coisa para meninas fazerem, mas eu não era uma menina normal.

Meu pai riu e me disse:

– Essa foi boa, mas espere só até eu comer uns tacos apimentados, vamos ver quem arrota mais alto.

Dei risada. E isso era uma coisa que eu não fazia a muito tempo, principalmente quando estava com meu pai.

Aquele almoço fez com que minha visão sobre ele mudasse um pouco. Ficamos lá conversando, mesmo depois de termos terminado de comer. Pedimos dois Milk-Shakes médios e mais um lanche para viagem, meu pai tinha que levar para a... mulher dele. Matt e Louis estavam em um acampamento de férias. Quando olhei no relógio pela primeira vez naquele dia, já tinha passado das 2h.

– Vamos, te levo para o hospital. - Frederick disse se levantando para pagar a conta.

Entrei no carro e ele dirigiu até o Princetoon, o hospital onde minha mãe trabalhava, e, obviamente, onde Percy estava. Eu não fazia ideia do que dizer para ele, mas tinha certeza de que as palavras provavelmente brotaria na hora. Alguns semáforos depois, e lá estava eu, na frente do hospital.

Abri a porta do carro e disse para meu pai:

– Tchau pai, obrigada pelo almoço, só acho que mamãe não precisa ficar sabendo de todos os detalhes.

Ele deu uma risada e fez um gesto de adeus para mim. Fechei a porta do carro e ele saiu rumo a sua casa. Me virei e dei de cara com aquele hospital enorme. Respirei fundo e entrei, agora era só encontrar o quarto em que Percy estava e dizer tudo.


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Notas finais do capítulo

~~le música~~ http://www.vagalume.com.br/glee/fly-i-believe-i-can-fly.html#ixzz1s2bhX4Xb
Uma coisa que eu queria saber meus lindos, quem são os pais(mães) de vocês? Eu sou filha de Atenas rsrs, me identifico muito com a Annabeth