O Sol Adormecido E A Lua Crescente escrita por Angel Salvatore


Capítulo 25
Volterra


Notas iniciais do capítulo

Segundo capítulo do dia. Espero que gostem.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/210686/chapter/25

Cinco dias correndo como loba me ajudaram a controlar minhas emoções. Tinha que ser fria e imparcial, principalmente com Alec. Era óbvio que tinha pego pesado com Seth sobre Alec, mas tinha que ser daquele jeito.

Seth.

Como será que ele estava?

Arrasado, talvez.

Tive que fazer essa escolha: a morte de Seth ou minha volta aos Volturi.

Vi o grande muro de Volterra e suspirei. Fui ao beco escuro ao lado da torre do relógio e me infiltrei bem no final para voltar ao normal. Vesti-me e puxei a grade de onde tinha uma abertura que dava para um buraco. Pulei.

Mesmo tendo se passado quinze anos eu ainda ficava entediada por andar naquele túnel subterrâneo. Minha sorte era que eu enxergava bem no escuro. As luzes se transformaram em cinza escuro. Passei por um túnel baixo em arco e faixas longas de água cor de ébano escorriam pelas pedras acinzentadas.

Certamente odiava aqueles túneis. Eu achava estranho que ninguém havia vindo me receber. Cheguei a uma porta pequena feita de barras mais finas entrelaçadas. Entrei em um espaço de pedra maior e mais iluminado. Do outro lado do espaço comprido havia uma porta de madeira pesado, baixa e grossa. No corredor havia paredes brancas, chão encapetado cinca e lâmpadas florescentes.

Os anos passavam, mas eles nunca mudavam a imagem. Queriam mandar uma mensagem de calma e paz. Tudo o que eles não favoreciam. Peguei o elevador ignorando a irritante música a agradeci pela viagem curta. Na recepção trombei com uma humana atrás da mesa reluzente principal. Tudo exatamente como eu lembrava.

“Boa noite. Posso ajudá-la?”, a recepcionista disse.

Ela era morena com cabelos lisos levemente ondulados e grandes até a cintura. Os olhos eram de um verde esmeralda. O corpo bem definido e a roupa que ela usava se ajustava sem ser vulgar. Como os Volturi gostavam.

“Não. Estou bem.”, eu disse.

Tinha um pouco de pena dela. Quando não fosse mais útil aos Volturi seria cruelmente morta. Mas sempre havia uma mísera esperança que eles a aceitassem. Ridícula e obsoleta.

Ainda não havia encontrado nenhum Volturi e era um mau sinal. Eles já deviam saber que eu estava aqui e estava se mantendo em guarda. Novamente ridículo.

Alec devia estar entusiasmado com a minha volta e planejando um jeito de me ter de volta. Isso tudo porque ele me ama e me quer com ele e todo o velho discurso. Iria perguntar se os Volturi estavam em reunião quando uma voz feminina familiar me chamou.

“Lethycia, o que a traz de volta a Volterra?”

Era Heidi.

A bela vampira loira com os olhos em um tom de violeta – uma mistura de lentes azuis com os olhos vermelhos – e seu corpo bem esculpido.

“Com certeza não foi o senso de moda de vocês. A guarda Volturi ainda usa aquele manto cinza horrível?”, perguntei no mesmo tom de sarcasmo que ela.

“Sim, mas eu vejo que você já se preocupou com o vestuário.”, retorquiu referindo-se a minha roupa preta.

Nunca havia gostado de Heidi e tinha certeza que o sentimento era recíproco. Pelo menos nós tínhamos uma coisa em comum. Heidi olhou para a recepcionista que assistia a nossa conversa amigável quietamente e sorriu.

“Molly, Lethycia é uma velha amiga nossa. Não se preocupe.”, a Volturi garantiu.

Molly acenou.

“Vamos?”

“Sim.”

Nós fomos em direção a outra porta de madeira seguindo um corredor longo e ornamentado. Chegamos as portas no final do corredor – inteiramente folheada a ouro – parada no meio do caminho e deslocando parte do revestimento, expondo uma porta de madeira comum. Como eu me recordava, não estava trancada.

Velhos hábitos não mudavam.

Voltamos ao escuro e frio e caminhamos para a antecâmara de pedra. Tudo era perfeitamente redondo, oco e iluminado, como uma torre imensa de castelo. Dois andares acima e estávamos no inferno.

Então eu os vi.

Na sala só havia três tronos alinhados nas paredes curvas da pedra. E lá estavam eles. Preparei-me psicologicamente e dei um passo a frente. Todos estavam me encarando embasbacados. Jane, Demetri e Félix se mostraram indiferentes. Marcus continuava com a expressão desinteressada. Caius parecia furioso com a minha aparição – o que me divertiu. Alec me encarava com tanta intensidade que dei um passo para trás. Aro apenas sorriu.

“Lethycia Judith, o que a fez mudar de ideia e vir nos visitar?”, Aro perguntou alegremente.

“Eu quero voltar para Volterra e para os Volturi. Simplesmente isso.”, respondi solene.

“E o que a fez mudar de ideia depois da sua última estadia?”, ele parecia se divertir com a minha aparição.

Suspirei. Estava na hora de usar meu autocontrole e minha frieza.

“Não se faça de tolo, Aro. Você sabe muito bem o porquê de eu estar de volta.”, disse friamente. “Para que vocês não viessem a mim, eu vim até vocês.”, dei um meio sorriso. “Eu sou ou não uma Volturi novamente?”

“Claro, Lethycia.”, Aro sorriu. “Espero que dessa vez seja para ficar.”

Desculpe-me, mas só ficarei até resolver meus problemas. Depois vou voltar para o lado do meu imprinting. Se ele me quiser.

Apenas assenti.

“Vou deixar que Alec a guia até seu quarto. Ou você prefere passar no quarto dela primeiro?”

Todos ainda estavam em silêncio e isso era hilário. Como nos velhos tempos. Sorri.

“Acho que vou no dela primeiro.”

Aro assentiu ainda sorrindo.

“Alec.”

No segundo seguinte Alec estava ao meu lado sorrindo – até demais. Parecia esperançoso. Eu apreciava isso, pois me ajudaria com meus planos.

“Vamos?”

“Claro.”, ele respondeu.

Nós saímos da sala sorrindo, mas silenciosos. O meu sorriso só durou até o final do corredor. Quando passamos pelas portas da antecâmara, minha cara se fechou em uma careta. Percebi que Alec também tinha feito uma careta.

Andamos por uns quinze minutos sem trocar uma palavra. Uma vez ou outra nossas mãos se tocavam, mas eu estava de luvas. Chegamos a uma porta pesada e grossa. Alec pegou a chave e a abriu.

Então eu a vi e ela também me viu.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Alguém quer chutar quem é ela?



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "O Sol Adormecido E A Lua Crescente" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.