Escolhidos escrita por Sofia Daughter of Hades


Capítulo 1
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

Esta é a minha primeira fic. Espero que gostem!



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Corri para me empoleirar na fria bancada da cozinha. Liguei a tv e encostei-me lentamente no gelido marmóre branco da cozinha, deixando os calafrios percorrerem-me o corpo.

Pouco depois ouvi um carro a parar. A seguir portas a bater e um portão a abrir. Por fim, vozes e gargalhadas.

Intrigada, abri a porta da cozinha e espreitei. Eram os novos vizinhos que se acabavam de mudar. A família era constítuida pelo pai, a mãe e os três filhos.

Os pais eram ambos altos e bastante bonitos. A mãe tinha o cabelo castanho ondulado, os olhos grandes cor de avelã, uns lábios carnudos e bastantes vermelhos e uns dentes perfeitos, brancos e alinhados. O pai era o oposto da mãe mas parecidíssimo com o filho. Tinham o cabelo curto, liso e loiro, os olhos pequenos e doirados, os lábios finos e os dentes perfeitos. O filho devia ter uns 17 anos, mais ou menos. Utilizava umas jens e uma t-shirt preta, com algo escrito a letras brancas. As duas raparigas eram um pouco diferentes uma da outra, quando se olhava com atenção, mas notava-se que eram irmãs. A rapariga do meio devia ser um ou dois anos mais nova que o irmão, ou seja devia ter a minha idade. Tinha o cabelo preto, comprido e encaracolado. De resto era muita parecida com a irmã, que tinha o cabelo loiro, comprido e ondulado, um nariz fino e muito direito, uns lábios finos, umas faces rosadas e uns olhos pestanudos, pequenos e castanhos muito claros com um pouquinho de verde.

Decidi ir apresentar-me e oferecer a minha ajuda. E lá fui.

Assim que cheguei, só lá estavam o rapaz, meio enfiado no parte da frente do carro e sem que aparentasse ter-me ouvido chegar, e a rapariga do meio, que se virou antes que eu me pudesse anunciar.

–Olá, eu chamo-me Alice e tenho 16 anos!- apresentou-se ela

–Olá! Eu sou a Sofia, vivo na casa ao lado e também tenho 16 anos!-respondi eu, espantada com a genica da nova vizinha-Tudo bem?

–Sim. E contigo?-perguntou ela, simpaticamente.

Ia a responder que estava tudo bem mas de repente senti uma leve dor de cabeça e apercebi-me logo do seu significado: os meus pensamentos já não eram privados, alguém andava a sondar a minha mente.

Rapidamente levantei um muro em redor das minhas memórias. De seguida, escrutinhei em volta, à procura do meu invasor, mas quem quer que fosse desistira assim que eu oferecera resistência, o que indicava que, ou fora se intenção ou quem quer que o tivesse tentado não queria ser notado, ou não estava à espera que tal acontecesse.

Curiosa, respondi que estava com dor de cabeça e que ia voltar para dentro. Despedi-me dos novos vizinhos, dei-lhes o meu nº de telefone e fui-me embora.

Logo que virei costas comecei à procura, novamente, do meu invasor. Logo que a minha mente entrou no ativo, comecei a reparar em pontinhos de vida. Os mais pequenos simbolizavam as pessoas normais, os médios as pessoas com poderes e os grandes as criaturas mágicas. Os sinais iam mudando de cor e intensidade, conforme a disponibilidade e os pensamentos das pessoas, ou a capacidade que tinham para esconder o seu sinal vital e a sua mente(no caso dos mágicos e das criaturas mágicas).

Quando me sentei na plenitude da minha cozinha pude finalmente notar numa anormalia: os novos vizinhos eram mágicos! Ou, pelo menos, criaturas mágicas.

Transformando-me numa fagulha e reduzindo o meu sinal vital ao mínimo possível, esvoacei até à casa deles, entrando por uma janela que se encontrava aberta. Esta dava para a sala de estar, onde se encontravam o miúdo e os pais. Este dizia-lhes que eu era uma criatura mágica e tentava-os convencer a tentar prescutar a minha mente, visto que ele tentara e não conseguira. Os pais, pensando que ele estava a tentar pregar-lhes uma partida e cansados da viagem, ignoraram-no.

O miúdo, irritado, correu para o seu quarto, mais rápido que qualquer humano poderia, e bateu com a porta com tanta força que pareceu que esta ia cair.

Flutuando atrás dele, murmerei alguns detetores e contra-feitiços, para prevenir, e passei pela fechadura da porta. Lá dentro estava uma grande desarrumação. Ele estava sentado nos pés da cama, que se encontrava virada para a direita, encostada à parede esquerda. O armário encontrava-se aberto e com algumas, mas poucas, roupas arrumadas. Na outra parede estava uma estante branca, completamente vazia. Na parede que se encontrava em cima da cama já estavam alguns postes pendurados e no chão havia três caixas de papelão. Duas estavam abertas, sendo que a que estava fechada se encontrava debaixo da mais escura. A mais clara tinha roupa e sapatos. A mais escura trazia alguns prémios, posters, CD’s, DVD’s, fotos, uma varinha de madeira de sebo e livros. Do sitío onde estava só via dois: um sobre as diferentes criaturas mágicas, o seu modo de lutar, o seu entendimento de magia e os seus pontos fracos; e outro que era uma enciclopédia com feitiços mas que mal parecia ter sido manuseado, ou tinha sido manuseado com mais cuidado, ao contrário do primeiro, que apresentava a lombada gasta e as páginas escurecidas.

De repente senti o meu “muro” a esmorecer. Concentrei-me numa rima e refortaleci-me mas não suficientemente rápido para que quem quer que tivesse sido não sobe já onde estava. Logo fiquei a saber quem fora pois, no instante seguinte, o rapaz levantou-se e lançou-me um feitiço paralisante. Apesar de este ser bastante forte, não foi suficiente para que eu voltasse à forma habitual. Transfigurando-me eu mesma, aterrei no chão do quarto e ficamos a olhar um para o outro. Gritando, ele chamou pelos pais e ficou a contemplar-me com sorriso irónico.

–És bonita-comentou ele, aproximando-se cautelosamente- mas fraca.- disse, continuando a avançar. Já muito perto de mim, passou a mão pelo meu rosto, mexeu-me no cabelo e olhou-me diretamente nos olhos.- os teus olhos são castanhos claros, como os meus, mas os teus tem algo de verde bem lá no fundo.-no fim da frase já mal se ouvia o que dizia, pois sussurava-me ao ouvido. Comecei a sentir a raiva e a indignação a crescer e a misturarem-se dentro de mim. Ouviu-se alguem a subir as escadas e ele afastou-se de mim num salto. Assim que ele o fez, os pais entraram pela porta a dentro. Olharam alternadamente para mim e para o filho. Pediram-lhe que me soltasse e ele negava argumentando que eu poderia atacá-los. Já não me prestavam atenção quase nenhuma.

Entretanto, eu, sussurava um contra-feitiço, com todas as minhas forças que normalmente triplicavam quando estava irritada. Assim que me soltei, saltei agilmente e sem o mínimo de ruído para trás do rapaz, agarrei-o pelo ombro e ouviu-se um uivo de dor e espanto. Os pais entreolhavam-se sem palavras, enquanto as duas irmãs do rapaz, que tinham acorrido ao uivo, observavam divertidadas. Ignorando-os a todos disse:

–Quem é que é fraco, afinal?-e antes que ele pudesse responder, lancei-lhe um feitiço e regressei para os pés da cama, onde caíra qundo desfizera o meu encantamento.

Tive uma quebra de energia e necessitei de me sentar. Todos os feitiços que lançara tinham-me consumido grande parte da força, sendo que acabei por libertar o rapaz.

Assim que o fiz ficaram todos de queixo caído a olhar para mim. Observando-me no espelho que havia na parede da porta, levei a mão às minhas orelhas. O encantamento que lançara para esconder a minha linhagem de Elfo desfizera-se. As orelhas retomaram o seu formato pontiagudo, os olhos o seu formato oblíquo e alguns outros traços modificaram-se.

–Nã...Nã...Não és humana!?-perguntou o rapaz, abismado.

–E vocês também não... quer dizer, tu pelo menos.-contrapus eu-Sou semi-humana, de origem élfica. E vocês?

–Também. A minha mãe é vampira e eu sou semi-humano, semi-vampiro -e, a acompanhar a sua frase mostrou os seus dentes afiados.- mas não mordemos humanos ou outras criaturas mágicas. Apenas animais. O meu padastro-e apontou para aquele que eu pensara ser seu pai- é mestiço, tal como as minhas irmãs: o meu pai é filho de Poísidon, a Alice é filha de Atena e a Rosa é filha de Afrodite.

Continuamos a falar e eu ofereci-me para ajudar a desenpacotar as coisas. E assim passei o resto da tarde.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado. Vou já postar o 2º capítulo.



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