Laços Indestrutíveis escrita por Mari May


Capítulo 5
Capítulo 5




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           Sasuke faz o Chidori (Técnica dos Mil Pássaros) circular pela espada. Sakura imediatamente se lembra desse ataque. Foi o que Sasuke usou em Yamato no esconderijo de Orochimaru.

            Então, usando um jutsu de velocidade, o Uchiha aparece na frente de Sakura. Ela se assusta com a aparição repentina, que ela nem conseguiu acompanhar com os olhos, e dá um pequeno salto para trás.

            Sasuke ergue a espada, pronto para atacar. Sakura diz:

- Kage Bunshin no Jutsu (Jutsu dos Clones das Sombras)!

            Da grande fumaça, surgem três Sakuras, que fazem uma roda em torno de Sasuke e pulam até ele com a mão preparada para um soco. Sasuke salta no meio delas, prepara um chute e gira, acertando todas elas com o pé.

            Para sua surpresa, duas viram fumaça e uma vira um pedaço de tronco. A verdadeira Sakura teve tempo de usar o Kawarimi no Jutsu (Jutsu de Substituição), e Sasuke não viu porque girou muito rápido.

            “É mesmo, tinha um tronco por aqui...”, ele pensou. “Mas cadê a Saku...?”

- Sasuke-kun?

            Ele arregalou os olhos e se virou. No mesmo segundo, Sakura o acertou em cheio no rosto com um soco, mas sem concentrar chakra na mão.

            Um dos cantos da boca de Sasuke sangra. Sem perder tempo, ele segura a kunoichi pelo punho.

- Ah não! - ela lamentou - Tsc... Me larga!!!

            Sakura ameaça socá-lo com o outro braço. Mal o ergueu, Sasuke acertou-a um pouco abaixo do ombro com a “Espada Chidori”.

- Ugh!

            Logo ela sente o braço paralisado e o abaixa. Sasuke continua segurando-a firmemente pelo pulso do outro braço.

            Ambos estão arfando pelo cansaço. E se encarando.

            Quando Sasuke percebe que ela já está paralisada o suficiente, retira a espada de seu ombro e solta seu punho. A kunoichi cai de joelhos, se desequilibra e pende o corpo para o lado, apoiando-se pelas mãos.

- M-meu corpo... Não sinto... Quase nada...

- Era isso que aconteceria se aquele cara não tivesse aparecido na sua frente daquela vez...

Sakura fita Sasuke, sentindo-se meio tonta. Então, abaixa a cabeça. “Sasuke-kun...”, pensa.

 

 

            Então, ela desmaia. Sasuke a segura antes dela tombar no chão.

- E era isso que aconteceria com você, já que você não tem a mesma resistência daquele homem... - ele diz, mesmo sabendo que ela não escutaria - Minha intenção nunca foi te matar... Nem naquele dia, e muito menos hoje.

            Carregando Sakura no colo, Sasuke volta para a caverna.

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            A kunoichi de cabelo rosa acorda pouco mais de uma hora após a luta contra, quem diria, Sasuke. Sente uma forte dor no ombro direito, e percebe que o mesmo está enfaixado.

            Ainda meio zonza por ter acabado de acordar, não nota uma outra presença no quarto e acaba “pensando alto”:

- Quem cuidou de mim?

- Eu.

            Só então ela vê que Sasuke está sentado ao seu lado. Ela o fita, surpresa.

- V-você?!

- Hunf! Não me faça responder a mesma coisa duas vezes!

            Então, ele se levanta, fazendo menção de sair.

            Como Sasuke está sem a capa, Sakura repara nas marcas do corpo dele.

- Espera aí! - ela diz, segurando-o pela calça - Ai!

- Não force seu ombro! - ele reclamou ao se virar de volta para ela - O que foi?

- E-esses hematomas...

- Pois é. Espero que reflita sobre a loucura que fez. Já acalmou os nervos, pelo visto.

            Ele vira-se novamente e volta a caminhar até a entrada do quarto.

            O semblante de Sakura muda de preocupado para sério.

- Sasuke-kun...

            Ele pára de andar.

- O que foi agora? - perguntou, frio como de costume.

- Não me arrependo do que fiz.

            O Uchiha olha para trás, e encontra os olhos marejados da kunoichi.

- Pelo menos esta noite, até eu dormir, não vou me arrepender do que fiz a você, Sasuke-kun!

            Ele continua a encará-la por alguns segundos e volta a olhar para frente. Sem dizer uma única palavra, se retira do aposento.

            Sem mais forças para conter o choro, Sakura permite que as lágrimas rolem por seu rosto. Estava muito cansada, tanto fisicamente quanto mentalmente. O dia havia sido conturbado demais.

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            Suigetsu e Karin chegam pouco antes de amanhecer.

            Juugo, que acordou muito cedo por ter ido dormir muito cedo, foi acordar Sasuke para que este desfizesse o genjutsu.

- Sasuke! Sasuke!

            O Uchiha abre os olhos devagar, e nota o medo que Juugo está sentindo dele.

- Calma, não vou brigar com você por ontem... Desde que mantenha segredo sobre o que aconteceu.

- M-muito obrigado... – ele responde, aliviado – Conseguiu trazê-la de volta?

- Com muito custo, mas consegui.

- É... Pelos machucados no seu rosto e no seu braço, já dá pra se ter uma idéia...

- Sim. Mas por que me acordou tão cedo?

- Suigetsu e Karin já chegaram. Estão lá fora te esperando.

            Então, o Uchiha foi até lá e desfez o genjutsu.

            Vendo que Suigetsu estava segurando Karin, perguntou:

- Ela morreu?

- Infelizmente, não. Capotou de sono quando estávamos quase chegando. O que aconteceu com seu rosto?

- Ah... Só um acidente. E não quero dar detalhes.

- Tudo bem, tudo bem, eu nem ia perguntar mais nada mesmo... – mentiu, pensando: “Deve ter alguma coisa a ver com a cratera que vi ali...”

            Suigetsu pôs Karin na cama dela, e ele também foi se deitar. Estava exausto.

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            Quando Sakura acordou, Sasuke já estava acordado há algum tempo. Ele havia se recostado no vão da entrada para vigiá-la.

            De repente, Sakura se senta e retira a atadura que Sasuke fizera com tanto esmero, o que o faz arquear as sobrancelhas, intrigado. Então, para sua grande surpresa, Sakura começa a curar o próprio ferimento.

            Sasuke fica tentado a perguntar se agora ela era uma ninja-médica, mas desiste, pois perguntar tal coisa seria idiota demais. Afinal, a resposta estava bem diante dos seus olhos.

            Percebendo o olhar curioso do Uchiha, Sakura pergunta, num leve tom de provocação:

- Que foi? Nunca viu não?

- Hunf! Por que não fez isso ontem?

- Porque o ferimento foi muito profundo. Então, achei melhor deixar cicatrizar pra depois curar, senão demoraria demais pra curar.

            Sasuke limita-se a exclamar mais um “Hunf!” e desvia o olhar de Sakura. “E eu que achei que já tinha visto o quanto ela evoluiu... Mas me enganei.”, pensa, admitindo para si mesmo que estava equivocado.

- Sasuke-kun... – ao ouvir seu nome, ele a fita de novo – Quer que eu te cure depois? Tenho certeza que seus machucados não são tão graves quanto os meus e...!

- Não precisa. – ele interrompeu.

            Sakura abaixa a cabeça tristemente.

- Tá...

            “Sei que é estranho que eu, aquela que o feriu, querer curá-lo, mas... Eu quero mesmo curá-lo...”, pensava.

- Nem parece a louca descontrolada de ontem... – Sasuke comentou, fazendo-a abaixar mais a cabeça.

- Eu... Pensei muito sobre o que aconteceu e... Mesmo que tudo indique que não devo confiar em você... Decidi arriscar e apostar que o Sasuke que conheci ainda existe em algum lugar dentro de você. Se não existisse, não cuidaria de mim como tem cuidado. – ela faz uma pequena pausa e depois prossegue, ainda cabisbaixa – No passado, minha mestra apostou num certo garoto que ela julgava ser incapaz e... Se surpreendeu. Não se arrependeu. – Sasuke ouvia tudo atentamente – O que quero dizer é que... M-mesmo... Mesmo com medo do que pode acontecer... E-eu... Vou te dar mais uma chance, Sasuke-kun. – o mencionado volta a arquear as sobrancelhas, demonstrando curiosidade – Prefiro me arrepender por isso a me arrepender de nunca ter te dado mais um voto de confiança. E se vou arriscar tanto... É porque... Você... Ainda é muito importante pra mim. Desde que você se foi... Eu não deixei de pensar em você um segundo sequer. E-então... – ela respira fundo – Então, é isso. Só queria que soubesse disso.

            Sasuke ficou apenas parado, fitando a kunoichi cabisbaixa e, por mais que tentasse esconder, amedrontada. Ele via o quanto suas mãos tremiam enquanto falava. Como ela mesma afirmara, era uma decisão muito arriscada. Porém, ela jamais arriscaria tanto se não acreditasse tanto nele. E, claro, se não gostasse tanto dele. Sasuke tinha plena consciência disso.

            Ele levantou-se e caminhou até ela, que continuou sem o fitar.

- Sakura... – ele faz uma pequena pausa – Obrigado. De novo.

            Sakura arregala os olhos, e finalmente resolve encará-lo. Lembrou-se “daquele” dia. O mais espantoso para ela foi saber que tal dia também havia ficado marcado na memória de Sasuke, senão ele não teria dito “de novo”.

            Após a troca de olhares, o rapaz se levanta, vira-se de costas e diz:

- Não precisa pedir permissão para ir ao banheiro. Creio que já aprendeu a lição.

            Era impressão dela ou Sasuke, do jeito dele, também estava lhe dando um voto de confiança?

- Quero tomar banho... Preciso de uma toalha...

            Sasuke retirou uma de sua própria gaveta e jogou nas mãos dela.

- M-mas essa toalha é...!

- E daí? Essa eu nunca mais usei mesmo...

            Então, ainda surpresa, Sakura saiu dali.

            Sasuke pensa: “Como é que, apesar de tudo, ela e o Naruto continuam se importando tanto comigo?” Lembranças com o Time 7 passam por sua cabeça. “E... O Kakashi? Será que... Ele ainda se importa?”


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