Capitol Hunger Games escrita por Azula, AnaCarol


Capítulo 18
A pequena Lynn.


Notas iniciais do capítulo

Sou tão aplicada que postei dois capítulos hoje asuhdjaskldç Não ficou bom, mas espero que gostem e perdoem os erros de gramática.



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- Lynn Snow. Esse sim é o nome de uma vencedora. – ouço uma voz. É do meu avô.

Sigo o som de sua voz ao passar por um corredor branco, está tão frio, gostaria de ter trago um agasalho. Risadas enchem o espaço vazio. Abro uma porta. A sala é branca, percebo que é um hospital, meu avô, meu pai e minha mãe, deitada na cama com um bebê no colo, riem enquanto meu irmão brinca com um carrinho.

Meu avô estava rindo. Não que eu esteja tão surpresa, ele nem sempre era uma pessoa fria, às vezes ele ria e brincava, mas era raro. Um ponto de interrogação imaginário surge na minha cabeça, quem era aquele bebê?

- Eu gosto desse nome, combina com o rosto dela. Tão tranquilo. – Meu avô fala me pegando no colo.

Sinto a sensação de estar no seu colo e isso me dá segurança. Não entendo o motivo.

- Eu te amo pequena Lynn. – ele dizia enquanto brincava com o meu nariz.

BOOM!

BOOM!

BOOM!

BOOM!

Acordo com o barulho de quatro canhões seguidos. Busco Dan no escuro e ele agarra os meus braços me fazendo sufocar um grito.

- Calma, provavelmente morreram por bestantes. Ninguém aqui é tão forte a ponto de matar quatro tributos tão rápido.  – ele tenta me acalmar

Sento, me endireitando e começo a pensar sobre o meu sonho. Ele parecia tão real, sinto que, se quisesse, poderia ter tocado em todos ali. Meu avô dizendo que me amava? Isso me deixou atordoada. Eu também o amava, apesar de tudo. Às vezes queria que ele estivesse vivo e que pudéssemos voltar a nossa vida antiga, tirando os jogos vorazes. Gostaria que eles nunca tivessem começado, assim, eu e todas as pessoas a minha volta teriam uma vida normal. Todas essas mortes poderiam ter sido evitadas. Kyra e Silena não estariam mortas. Se não tivesse acontecido eu não teria conhecido Dan, Kyra, Silena e Hasse.

Mas para que conhecê-los se eu iria perdê-los? Eis uma questão que eu não consigo responder sem ficar pensando por horas. Sinto saudades daqueles que perdi e daqueles que nem ao menos conheci.

Como estava de noite, e eu só tinha cochilado, o hino de Panem começou a tocar e os rostos dos tributos mortos começaram a aparecer no céu.

Halley, uma garota morena e alta.

David, um menino igualmente alto e loiro.

Uma menina que eu não conhecia com cabelos avermelhados.

e...

Adrien.

Eu não conhecia Adrien, mas a única vez que falei com ele já nos fez íntimos. Eu sentia a perda dele, com certeza ainda teria pesadelos com seus cabelos ruivos, suas sardas e suas mãos inquietas de nervosismo. Um garoto tão pequeno e frágil. Mais uma vida desperdiçada.

Pergunto-me como é ser mentor e ver sua criança morrer, como estaria Johanna Mason? E Hasse? Como ele ficaria quando eu morresse?

Começo a estalar os dedos de preocupação. Faltam apenas 4 tributos, contando comigo. Vinte adolescentes já morreram, como pode?

- Dan? – pergunto para o espaço escuro a minha frente.

- Sim? – ele responde em forma de pergunta.

- Faltam só 4. Qual é o plano?

- Tentar não morrer, creio que é a única coisa a fazer.

Não respondo. É claro que esse é o plano. Dois tributos de um lado, dois de outro. Eu não queria lutar com Dan, mas também não queria perdê-lo. Eu estava em um impasse.

- Eu não quero lutar contra você. – eu digo.

- Nem eu. Estamos em uma rua sem saída, Lynn.

Sinto que ele precisa dormir, mas antes disso decido lhe contar meu sonho e ver o que ele achava disso. Não era a mesma coisa que contar os sonhos para o Hasse, ele sempre tinha uma piadinha e alguma ironia na manga. Mesmo sem ver seu rosto, percebo que Dan está franzindo a testa. Ele sempre fazia isso quando estava ouvindo algo atentamente.

- Provavelmente isso aconteceu no seu nascimento. Lynn Snow, não duvide nenhum milésimo de segundo que o senhor Coriolanus Snow não te amava. Com certeza te amou até o ultimo suspiro de vida, afinal, ele era o seu avô, vocês possuíam o mesmo sangue e, apesar de tudo que ele fez contra as crianças dos distritos, ele sempre foi um presidente amoroso e creio que um bom avô também. Não estou defendendo as atrocidades que ele cometeu, mas não acredito que o velho não tinha sentimentos, pelo contrário, acredito que ele tinha sentimentos até demais, e principalmente por você, a única netinha menina, a menina que se parece física e até psicologicamente com ele. Você pode não ter maldade no coração, mas convenhamos que você é fria quando quer. Talvez na mente dele ele era o herói. – Dan diz sem fôlego.

Não sei nem o que dizer, o discurso de Dan me fez pensar e repensar tudo que eu tinha dito sobre o meu avô, sobre o jeito como eu fingia não me importar com seu afeto. Eu me importava, é claro que me importava, eu só era uma garotinha procurando a atenção do avô. O dia que fiz biscoitos de chocolate pra ele e o dia que lhe dei um desenho de presente. Eu sempre me importei com ele e ele comigo, eu só não sabia disso. Apesar de todas as coisas, ele era meu avô. O vovô Snow.

Eu chegava da escola e ia abraçá-lo, ele sempre retribuiu meus abraços, ele podia não sorrir tanto, mas esse era o seu próprio jeito de demonstrar afeto. Agora tudo estava claro na minha mente. Lembro então do presente de aniversário que ele me deu há 3 anos. Uma grande cobra de pelúcia, um cartão escrito com sua letra, um colar e um par de brincos.  Todo aniversário foi marcado, pois era sempre nesta data que ele se esquecia do país inteiro para se preocupar apenas comigo. com a pequena Lynn dele.

- Que dia é amanhã? – pergunto.

- Acho que dia 5. Por que?

- É o meu aniversário.

Eu não conseguia acreditar que só agora percebi isso tudo. Meu avô me amava e eu nunca tinha percebido. Eu era tão burra em acreditar cegamente nas palavras das pessoas que o odiavam. Elas podiam ter motivo, e eu nunca aprovei nem aprovarei os jogos vorazes, mas ele era da minha família, e mesmo fazendo coisas terríveis como essas, eu o amava.

- O que acha de acabarmos com esse jogo de uma vez?  - pergunto, botando um fim ao meu monólogo mental. 


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Notas finais do capítulo

É... os jogos estão acabando, estão ansiosos para encontrar o Hasse?