Aterrorizada.

Hyuuga Hinata estava aterrorizada. Era mais uma tarde de desespero em outra floresta desconhecida e assustadora, próxima ao seu destino. Mas, dessa vez, os rugidos, uivos e os outros barulhos assustadores estavam mais próximos, alcançando seu passo apressado. E tudo isso começara na semana passada.

Flash Back On

Era uma segunda-feira normal. Hinata chegou em sua mansão e subiu para o quarto, jogando a mochila na cama. Colocou uma regata e um short e jogou um casaco sobre o corpo, descendo. Seu pai estava no trabalho. A empregada faltara. E Hanabi, sua irmã, sumira. Os alunos foram liberados, aparentemente sem motivos.

Ela viu todos voltarem para suas casas, inclusive Konohamaru, que era da turma de sua irmã. Ele disse que a amiga tinha saído da sala também, mas não a vira depois disso. E Hanabi ainda não estava de volta. Estava preocupada, a empregada nunca faltava.

Hanabi vivia no computador, como podia não ter corrido para ele? O telefone tocou. Seu sangue gelou e seu coração bateu lentamente. Até correr, com o coração descompassado num ritmo frenético. Atendeu.

–Alô?

–Hinata? Sou eu, Hiashi. Algo muito estranho está acontecendo. Por favor... AAAAAH! F-FUJA FILHA!

A ligação caiu com mais um grito. Hinata ligou a TV e correu para o quarto, pegando uma mochila e jogando nela comida e coisas importantes, como roupas, celular, notebook, mapas, um rádio para saber a situação, seu mp4, uma bússola... Então foi à cozinha e pegou spray de pimenta, que também colocou na mochila, um pé de cabra e, por último, foi ao quarto de seu pai e abriu uma gaveta. Tirou dela uma pistola e balas, também guardando-as. Ouviu o jornal: seres estranhos se apoderaram da cidade. Pegou mais três garrafas de água.

Então ela correu para o metrô. Foi para a última estação da cidade, próxima a floresta. Já estava escurecendo. Ligou o rádio e ouviu. Em um dia as bestas tomariam conta da cidade. Konoha, uma cidade não muito próxima, tinha uma muralha. E nesta muralha foi acionado um campo de energia que repeliria as bestas. Então esse era o seu destino.

Flash Back Interruped

Ouviu um galho quebrando e nele tropeçou. O som se repetiu. Mas dessa vez, eram as bestas.

Flash Back Returned

Há seis noites estava andando em direção à Konoha. Sim, noites. Dormia de 6h da manhã até 13h da tarde. Então começava a andar. Assim estava acordada durante a noite, que era o horário mais propício para o ataque, já que eles podiam se disfarçar na escuridão.

De acordo com seu mapa, chegaria lá em mais um dia. E então, poderia relaxar. Amanheceu e a garota se deitou. Ouviu um barulho e olhou ao redor. Nada. Cochilou. Acordou. Cochilou. Acordou. Os barulhos a incomodavam. Mesmo cansada, seguiu viagem, chegaria à Konoha exausta, mas viva. Andou por algumas horas. Até ouvir os galhos quebrando rapidamente. Um uivo. Um ganido. Um rosnado. Uma luta.

Pode perceber que as bestas brigavam por sua presa. E, antes que percebessem que estavam perto demais dela, Hinata correu. Correu e correu, até não poder mais. Seu corpo clamava por descanso.

Uma besta se aproximou, curiosa pela respiração ruidosa da Hyuuga. Os olhos brilharam e ela se jogou sobre o corpo feminino. Em um movimento rápido, a morena puxou o pé de cabra em sua mochila e acertou a cabeça do estranho ser.

Começou a correr e ouviu seu uivo, chamando os outros. Deu um tiro a longa distância, para ver se assustava ou, pelo menos, distraia o bando.

Parou novamente. Bebeu alguns goles d'água e respirou fundo. Tentou correr, mas seu corpo não reagia muito bem. Então resolveu andar rápido.

Seguia em uma boa velocidade e deu uma rápida olhada no mapa. Em uma hora chegava lá. Apenas uma hora. Ouviu ao longe um novo rosnado. Respirou. Tossiu. E apertou os olhos. Pensou em uma coisa assustadora: Uma besta lhe arrancando o braço. O pânico se apoderou dela.

E então o cérebro agiu. O sangue foi direcionado para as pernas para que Hinata pudesse correr. E foi o que ela fez. A cada quinze minutos descansava, para logo dar um novo estímulo assustador aos seus neurônios.

Dez minutos. Dez minutos! Em dez minutos, no máximo, alcançaria a muralha. Podia vê-la ao forçar a visão. Ainda se sentia perseguida de perto, e não se deixou relaxar. Imaginou-se sendo atacada em frente ao lugar a que ia. Ficou pálida. Correu novamente.

Gritou ao ouvir as patas pesadas fazerem um estrondo.

Aterrorizada.

Flash Back Off.

Hinata arregalou os olhos ao ver uma besta salivante lhe encarando. O último uivo que a morena ouviu, em meio a tantos dias de desespero. Como mágica, todas lhe cercaram. Olhou para trás e viu a muralha. Seu último pensamento fora forte demais!

Pegou a arma e atirou em uma, mas a pistola lhe foi tomada por meio de uma dolorosa mordida na mão. Tentou alcançar o pé de cabra, mas começaram a lhe morder e chutar.

Gritava. Clamava por ajuda. Algumas pessoas abriram um pequena porta e espiaram, dentro do campo de energia. Assistiam àquele show de horrores, sem poder fazer mais nada. Lamentavam-se, mas nada pôde calar os gritos da Hyuuga enquanto viva.

Em pouco tempo, o braço ainda inteiro dela caiu. Morta. O cheiro de carne e sangue já se espalhava. Uma garotinha chorou, segurando a mão da mãe, e argumentou que deviam fazer um enterro. Mas ninguém tinha coragem de se aproximar. Até mesmo porque as bestas levaram o corpo.

Hinata não mais vivia. Não havia mais salvação para ela. Mas a garotinha jurou pela morte da moça morta que ia salvar as outras pessoas. E, futuramente...

Não se sabe o que aconteceu.