A Love That Has Withstood Time escrita por alessia


Capítulo 7
Reencontro.




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Quatro semanas depois, eu fui na casa de Alma, minha ex mulher. Queria ver a minha filha caçula, Jane. Fazia tempo qu enão a via. Não foi um encontro muito agradável. Alma ainda me perguntava sobre Jack, e se eu continuava indo pescar com ele, em Brokeback. Calou-se, quando dei a notícia de que ele havia falecido, mas, ainda assim, olhava-me com desprezo. 

Descobri, depois de muitos anos, que Alma havia visto Jack e eu, atrás da lavanderia, em meio a beijos e abraços. E agora entendo que foi esse o motivo de suas perguntas. Não adiantava mais mentir, eu sabia, então eu permanecia calado, sem dar nenhuma informação.

Jane ainda pedia para eu contar a minha velha história de rodeio, a que eu passei três segundos em cima do touro, e saí voando, até o outro lado da arena. Mesmo com 17 anos, ela ainda achava graça nisso, então, afim de fazê-la rir, eu contava, mesmo sendo cansativo. Conversamos, um pouco, mas não suportei a cara do marido de Alma, então me retirei, despedindo-me de todos.

Quando cheguei em casa, deparei-me com algo incrivelmente estranho. As luzes do meu trailer estavam acesas, e a porta aberta. Claro que me passou pela cabeça que era um assalto, e isso me fez entrar em desespero. Eu já não tinha nada, iria ficar pior! Sai da caminhonete desesperado, e entrei no trailer. Parei. Tentei falar, e parei de novo. Sinceramente, eu já estava achando que estava ficando louco.

Lá estava ele. Olhando as camisas que pendiam na porta do guarda roupa, com uma das mãos postas sobre a própria foto. 

- Jack? - O que saiu pelos meus lábios não foi um espanto, e sim um grito. - Jack... 

Ele se virou, e retirou o chapéu, colocando-o sobre a cama. Estava sem bigode, e sem costeletas. Claro, pensei de novo que era ilusão. Mas não... ele estava ali, diante de mim, perfeito, como sempre foi. Avancei sobre ele, abraçando-o tão forte, que fiquei com medo de quebrá-lo os ossos. Caímos no chão, sentados, sem desfazer o abraço, que ainda não supria a necessidade que cada um tinha do amor. 

As horas que passamos juntos, sinceramente, foram as melhores. Sede de amar, aroma de paixão e desejo. Só paramos para conversar depois de tudo. De tudo que a gente precisava, para perceber que tudo aquilo era real. Entre beijos e adultérios, conseguimos matar uma parte da saudade, e fomos matar a outra, do lado de fora do trailer, sentados lado a lado, cada um com uma garrafa de Whisky na mão.

- ... Eu fui espancado, realmente. Achei que ia morrer, naquela hora. - Ele contava, enquanto deixava bons goles no Whisky.

- O que passou por tua cabeça? - Perguntei, fitando-o. - Quando achou que ia embora, para sempre?

- Tanta coisa... - Ele respondeu, olhando o céu escuro. - Mas o que reinou, em minha mente, foram os momentos que passamos juntos. E a última imagem que eu vi, foi nós dois, na primeira vez que fomos em Brokeback, em 63.

Ele me olhou e estendeu a mão. Automaticamente, estendi a minha, segurando a dele, com a maior firmeza que meu corpo pôde demonstrar. 

- Não sabe como senti tua falta, parceiro. - Comentei, fitando-o nos olhos. 

- Eu entrei em desespero, admito. Pensei que nunca mais iria lhe ver, outra vez. - Ele sorriu, abaixando a cabeça.

- Onde ficou, todo esse tempo? - Perguntei, intrigado. 

- Na casa dos meus pais. - Ele comentou, e sorriu, observando minah reação de espanto. - Eu estava lá...

- E porque não apareceu? - Berrei. - Porra, Jack!

- Não queria que soubesse... não naquele momento. - Ele comentou, e sorriu, apertando mais a minha mão.

- Vamos à Brokeback, amanhã. - Disse, sorrindo largo. 

- Não. - Ele fez uma pausa, e voltou a fitar o céu. - Vou na casa da Laureen, amanhã. 

- Pra que diabos, Jack? - Perguntei.

- Bom... ainda sou marido dela. - Ele me olhou, com um sorriso sínico. - Mas vou sumir da vida dela. Aquele velho me pagaria, para eu sair daquela casa!

- É, você falou. - Eu não pude deixar de rir, com a situação. - E depois do divórcio, o que vai fazer?

- Ai a vida responde. Só tenho certeza de uma coisa, parceiro... - Ele fitou o céu, pela última vez.

- O que? - Perguntei, acompanhando o olhar dele.

- Seremos só você e eu. Pela eternidade. - Ele sorriu, e fechou os olhos, ainda segurando minha mão.

- Pela eternidade. - Repeti, e fechei os olhos, também, deixando que as lembranças invadirem minha mente, novamente.

As lembranças que, agora, seriam revividas. Revividas com mais amor, e mais vontade. Com sabor de reencontro.

Continua...


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