56th Hunger Games Begin escrita por Muitaz


Capítulo 5
Pena e repugnância


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem *-*
Sim eu estou com raiva de deus e o mundo nesse cap.



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Nunca vira alguém tão irritado quanto estava Guilherme a aquela altura, ele parecia decidido a me ignorar, se recusava a falar comigo mesmo para me irritar, o que elevava a situação a um nível critico. No dia seguinte enquanto estávamos no elevador nos dirigindo ao centro de treinamento, ele me lançava olhares furtivos como se esperasse que eu dissesse algo.

-Que é? -  Perguntei.

-Nada, só não pensei que... – Ele interrompeu a frase.

-Que?

Ele dirigiu seus olhos castanhos ao profundo dos meus, ele extravasava agora toda a sua raiva, segurava meu ombro contra a parede do elevador.

-Você fosse o tipo de garota que se derrete por uma carinha bonita – Ele berrou.

Eu não era, mas não daria a ele o gosto de estar certo. Com um solavanco nosso elevador começou a subir.

-Desculpa – Eu falei calmamente, sua face se tornou mais leviana talvez por que pensasse que eu estivesse arrependida – mas eu não tenho ideia do por que você se importa com isso.

 Suas sobrancelhas ficaram soltas sobre o seu rosto, e seus olhos tristes, ele escorregou a mão que pressionava o meu ombro, até aminha mão, então se aproximou de mim.

-P-porque eu...

Ele foi interrompido pela ruidosa porta do elevador se abrindo. Fiz menção de sair, mas dei de cara num abdômen solido e nu. Klaus segurava a camisa em uma das mãos a modo de vesti-la, e me encarava com uma expressão minimamente pervertida.

-Ei menina pra que tanto amor? – Ele perguntou rindo, sem desafixar os olhos dos meus.

Não ousei olhar para Guilherme que ainda apertava minha mão e me puxava aos poucos para trás.

Pus me na ponta dos pés para tentar – não com muito sucesso – ficar à sua altura.

-Klaus – Eu disse na tentativa se ser sedutora, tocando calmamente o seu rosto – por você eu sinto a mesma coisa que sinto pelo meu estilista, pena e repugnância – Disse aumentando o meu tom de voz. E dando por fim um tapa no seu rosto.

O.k. talvez eu tenha exagerado, mas tinha de descontar minha raiva em alguém, e ainda estava com raiva por ele ter tocado o meu rosto e ter feito menção de me beijar na noite anterior.

Mas quem pareceu gostar foi Guilherme, que assim que desgrudei a mão do rosto agora vermelho de Klaus, soltou a minha mão, como se eu fosse uma criança que tivesse acabado de aprender a andar sozinha.

Mas acho que ninguém ficou mais pasma do que eu com a cena que se seguiu dali. Klaus passou as mãos pelo meu pescoço e me enlaçou, me beijando.

Não me lembro da última vez que chutei algo tão freneticamente quanto naquele momento, mas Klaus era extremamente mais forte e maior que eu, não permitindo me livrar de seu enlaço. Então eu comecei a empurrar freneticamente o seu rosto. Até que dei uns passos para trás, fingindo me render aos seus encantos.

Então a porta se fechou e eu bati a cabeça de Klaus nela.

Ele caiu no chão e acariciou a cabeça com as mãos com olhos fechados e gemendo.  A porta do elevador se abriu, e estávamos no centro de treinamento.

-Como eu disse, pena e repugnância – Limpei meus lábios e sai do elevador, tremendo de raiva.

Chegando no centro de treinamento todos os olhares se viraram para mim, talvez – e eu torcia para que não – eles tivessem visto a cena no elevador, então eu perderia um ótimo elemento surpresa para arena, a minha habilidade em atuar, fingir que estava gostando do mais repugnante dos beijos  me livrará deles, e logo se amiga do mais feroz dos tributos tornava sua morte mais fácil.

Ignorei todos que tentaram se aproximar, principalmente Guilherme, a quem eu atribuía a culpa de prolongar aquele beijo, ou seja não fazer nada para impedir. Sabia que tal ignorância e raiva eram injustos, mas certas vezes cresce em mim a necessidade de culpar alguém, e quem nunca fez isso que atire a primeira pedra. Só teve uma exceção.

-Ei Jane será que nós podíamos conversar? – Uma voz soou a minha esquerda, completamente indesejável.

Eu não me dei ao trabalho de reconhecer o elemento, só saquei mais uma faca e a acertei no meio, do que deveria ser o cérebro do boneco.

-Sobre? – Perguntei deixando toda a raiva que sentia escorrer junto a minha fala.

Peguei mais uma faca e joguei. Ainda sem resposta.

-Sobre alianças, mas eu sinceramente preferia que você não estivesse com essa faca na mão – A voz que agora parecia particularmente feminina, falou em tom de ordem, o que devo dizer o mais que obvio, não me agradava.

Joguei a faca no chão.

-Sim – Falei expondo toda a minha fúria.

A menina de olhar assassino do 12 me olhava calmamente.

-Você parece ter personalidade, e pavio curto, isso pode ser sua melhor qualidade, ou seu maior defeito – Ela me analisou dos pés a cabeça – mas parece fraca o suficiente para ser submissa.

-Não quero alianças com você, julga muito mal as pessoas.

E sai andando a passos pesados até a estação onde o instrutor ensinava como montar arapucas, eu o ignorei completamente, e me pus a montar algo. Só havíamos eu e o instrutor, que se calou na metade do meu ato a forma de deixar o queixo cair.

-É acho que presta – Disse pisando na minha arapuca e a reduzindo a pó.

Levantei-me e me dirigi a estação de reconhecimento de plantas, na qual devo admitir era deplorável, quer dizer não sabia a diferença entre uma hortelã e um trevo, na verdade eu sabia, mas como essas são as duas únicas plantas que eu sei o nome...

-Isto é uma... –Ela disse um nome que parecia mandarim – é extremamente mortífera.

Procurei assistir a “aula” durante o resto do treinamento, o que pareceu admito ser um pesadelo, nunca que iria diferenciar nada daquilo, mas quem sabe eu tivesse um luz na arena? É provavelmente não, mas quem sabe.

Acabei por pegar o mesmo elevador de Guilherme.

-Por que tá com raiva de mim – Ele falou calmamente.

Bufei.

-Por que o único que tem direito de estar com raiva de alguém aqui sou eu...

-Ah é? Por que? Não me lembro de você ter sido beijado a força por um parasita gigante, enquanto eu ficava assistindo. Na verdade que eu me lembre a situação foi contraria – Gritei.

Ele corou quase que instantaneamente.

-Eu pensei que estivesse gostando – Ele falou quase num sussurro.

-Isso só é mais uma prova de que não pensa – Gritei, saindo pela porta recém aberta do elevador, pondo as mãos no rosto para esconder minhas lágrimas. 


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado.



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