- Minerva, isso vai contra o regulamento. –  ele disse tentando manter a calma. 

Dumbledore o encarou longamente, mas Minerva nem pareceu notar a sombra de preocupação que cruzou o rosto de Snape ao ouvir as palavras “Eu quero Harry Potter como apanhador”.  Ele sabia que não demoraria tanto assim para seus dilemas começarem a surgir. Controle-se, repetiu pela trigésima quarta vez para si mesmo. 

- Não comece, Severo. Você vive quebrando o regulamento. 

- Não desta forma! Pondo em risco a saúde de uma criança... 

- E desde quando você se importa com a saúde de alguma criança? 

-Ora! Como ousa insinuar que-

- Basta. – interrompeu Dumbledore. – Já basta. Vamos discutir isso racionalmente. Minerva, eu também tenho meus receios. Jamais convocamos algum aluno do primeiro ano para os times oficiais das casas, não em minha gestão. 

- Jamais convocamos porque jamais tivemos algum neste nível! Alvo, você não o viu. A criança tem talento. Muito potencial. E aposto que adoraria jogar!  E estamos procurando um apanhador desde o ano passado, ora, vamos! Ele vai se divertir. 

- E quando ele cair? E quando se machucar? A vida de jogador é corrida, Minerva! Para um calouro, recém-chegado não só na escola, mas no mundo da magia-

Ela suspirou. 

- Combinemos o seguinte: se ele não aguentar, não precisará jogar. Se não quiser, não precisará jogar. Mas pense, o garoto será uma estrela-

- Ele já é reconhecido por onde quer que passe, Minerva! Quer dar-lhe mais um motivo para não ter paz? É só uma criança, pelo amor de deus.  

Ela o encarou longamente, ponderando suas palavras. Mas foi Dumbledore que interviu. 

- Severo... Esteja ciente de que sua preocupação é a mesma que a minha, mas eu não vejo mal em deixar o garoto jogar... Sob certas condições. Deixe que a escolha seja dele. Ele é maduro para sua idade. 

Minerva comemorou sua vitória e atirou uma provocação mal colocada á severo, que rosnou em resposta. E então ela se retirou. 

- Alvo... – Começou Snape. 

- Relaxe, Severo. O garoto se divertirá. 

- Sabes bem minhas opiniões.  No tempo onde estamos... É perigoso. 

Dumbledore não fez nada a não ser encara-lo. Snape levantou e se dirigiu a porta. 

-Faça-me um favor, sim? – disse-lhe. Severo não se deu o trabalho de se virar. – Mantenha um olho em Quirrel. – Ele assentiu e deixou a sala do diretor.