“Querida mamãe, por favor, leia esta última carta que eu dedico a você antes de morrer.

Tristezas.Cheia de tristeza. Era a definição da nossa vida insignificante. Papai vivia te batendo e me estrupando descontando o estresse do trabalho em nós. Você chorava todas as noites, e eu também.

A escola nunca foi boa também, infelizmente. Sofria de bullying sem amigo nenhum, todos os dias eram o inferno, e eu não gostava da escola. Mas não culpo as pessoas que fizeram isso comigo, eu os perdôo todos eles, são só adolescentes normais e comuns, que querem se destacar de certa forma na sociedade, mas logo iram aprender com a vida que não é assim.

Talvez essa carta não esteja muito legível, pelo fato de estar toda molhada pelas minhas lágrimas. Mas isso só demonstra um pouco da dor que eu sinto agora.

Dor, tristeza, solidão, e raiva. Sentimentos ruins, com quais eu aprendi a conviver já que todo dia era a mesma coisa. Sentia um certo vazio no peito, que até hoje não descobri o que é.

Talvez seja meu coração pedindo pelos sentimentos bons, e que me faltam, só que infelizmente não poderei realizar o pedido dele, já que as coisas boas já... Não existem mais para mim. Não tem mais o seu significado em minha vida.

Mamãe, eu te agradeço por tudo pelo que você já fez e lutou por mim, você é uma ótima mãe. E o único amor que eu recebi da senhora foi muito especial e importante.

Eu te amo, e isso é um Adeus.

Luana Sylvia.”