No Capitulo Anterior :

– O que achou?

Bella secou uma lágrima teimosa que escorreu de seus olhos.

– É... Lindo, incrivel. A coisa mais perfeita que eu já escutei.

Edward ficou radiante pelo elogio da pessoa mais importante para ele. Aquele era o único poema que ela não havia lido ou escutado quando ainda era Isabella de Petit.

–Oh! - Ela exclamou, quando olhou para a lágrima que estava no seu dedo. Um sorriso brilhante surgiu em seus lábios. - Não é sangue!

Edward riu.

– Quando você chora de tristeza, a lágrima é de sangue, quando você chora de felicidade, a lágrima é transparente. Isso demonstra a sua pureza de estado de espirito. - Explicou

Bella sorriu com a nova descoberta, quase quicando no sofá de tanta felicidade. Edward riu com a animação da amada, e com um lenço, retirou as lágrimas de seu rosto. Os olhos se prenderam novamente, mas não numa bolha de lúxuria, e sim numa bolha de felicidade, onde os dois corações reconheciam o que era estar com seu amor antigo.

Por dois segundos, Bella se sentiu mal. Ela achava errado, já que não conhecia seu vampiro, seu amor, e se sentia atraída por Edward.

Se era errado, por que pareceu tão natural, tão certo?

(...)

– Rosie! - Alice soltou um gritinho histérico, logo depois colocou a mão na boca e começou a pular. - Oh Minha Santa das Lojas Abençoadas. Que lindo!

A loira apareceu, assustada com o grito da amiga, mas assim que viu o que era tambem deu um gritinho. Eram lindas rosas coloridas. Desde se entendiam por gente, aquelas rosas as encantavam.

– Eu pensei que essas rosas só tivesse na Holanda!

– E realmente só existem lá. - Falou Esme, que acompanhava a visita das meninas ao jardim. - Um dos meus hobies é a jardinagem, e já não consigo viver sem minhas flores, por isso a transporto para todo lugar que vamos.

– Vocês tem tantas coisas para fazer, e por que ainda se ocupam com mais?

– Quando se tem a eternidade, o tempo perde o sentido. Podemos fazer nossas coisas, em um tempo curto por isso acabamos criando outras coisas, para poder preencher o tempo...

Alice se distraiu com as flores enquanto Esme continuava conversando com Rose. Lembranças de um passado pouco distante penetravam em sua mente

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– Se você vivesse para sempre, para o que você viveria? - Isabella tirou os olhos da tela de seu notbook e encarou as irmãs com a sombrancelha arqueada, fazendo uma pergunta muda. Alice depositou a revista da Vogue no colo, pensando, e Rosalie parou de passar esmalte vermelho em suas longas unhas.

– Nunca pensei sobre isso. - Disse Alice - Acho que visitaria todos os lugares do mundo, cada pedacinho, até eu conhecer tudo.

– Mas e quando você conhecesse tudo? - Rose perguntou, imaginando o que Alice descrevia.

– Eu não sei. Acho que procuraria um parceiro.

– Saíria pegando qualquer um?

– Aí Rose, que saco! Não, eu não sairia qualquer um, não sou uma vadia como Jéssica que abre as pernas para qualquer cara que tenha tanquinho ou uma conta no banco.

Rosalie riu.

– Eu sei que não, apenas queria te irritar. Só queria dizer que depois de um tempo, tudo ficaria meio chato.

– É verdade. Bells, de onde você tirou essa frase?

– Ah, acabei de ler, e me chamou atenção. E de um tal de Crepúsculo.

– A história é legal?

– Não li ainda Alice, mas parece ser bem interessante, a garota se muda para a cidade do pai aí conhece um garoto misterioso, se apaixona e descobre que ele é um vampiro...

– Para, para, para, para, essa é mais uma daquelas histórias machistas ridiculas que o homem fica no comando e sendo um vampiro abusa da garota, tomando seu sangue e a enfeitiçando? Porque se for, nem continua a falar dessa baboseira. - Rosalie era uma feminista, ela não aceitava nada dizendo que os homens eram melhores que as mulheres.

– Não, pelos sites que tem dessa série, parece que a garota que é forte. tem uma frase bem assim " Ela correu em direção a um vampiro para salvar uma pessoa que amava, voou para um lugar perigoso e salvou seu amado colocando sua vida em risco, machucou-se para ajudar o namorado a vencer uma inimiga, e, por fim, se 'sacrificou' para que sua filha viesse ao mundo. Então, tem certeza que ela é a fraca e sonsa dessa história?"

Silêncio, era isso que havia naquele cômodo

– Quando formos na livraria, me lembre desse livro.

Bella sorriu, essa inscrição havia pegado aquela loura de jeito.

– Mas acabamos mudando nosso foco principal, a pergunta foi, se você vivesse pra sempre, para o que você viveria?

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Naquela época, Alice havia achado uma bobagem a insistência da irmã. Elas não viveriam para sempre, então por que Bella insistia em perguntar?

Naquela época, sem perceber, Alice já pensava assim, já falava assim. Parecia que um longo periodo de tempo havia se passado, mas não, aquilo fora há poucos meses. Elas não eram mais as mesmas garotas, havia as adolescentes divertidas, carismáticas e populares que viviam antes do encontro com pista sinuosa, e agora havia três garotas que não sabiam nada da vida e se viam ali, sozinhas. Ok, os Cullen era um apoio bom, uma base sólida, mas eles ainda não se conheciam, não tinha como confiar cem por cento neles. Agora era apenas as três contra um mundo que elas não conheciam nem a metade.

– E essa, é uma tulipa? - Rosalie perguntou a Esme que prontamente respondeu, desviando sua atenção do rosto de Alice, onde segundos antes seu olhar estava fixado.

Rosalie havia percebido que esse era um dos raros momentos em que a irmã refletia sobre os acontecimentos e ficava calada, era bom que ninguem interrompesse isso, então fez uma pergunta mais que obvia para Esme.

– O que estão fazendo?

As três se viraram e deram de cara com Emmett e Jasper.

– Estou mostrando o jardim para as meninas, mas ainda tenho algumas coisas para fazer, vocês podem, por favor, continuar o meu trabalho?

Os dois sorriram com a maneira delicada da mãe para deixa-los sozinhos. Rapidamente passaram a conversar cada um com sua parceira, e quando menos esperaram, já não estavam mais falando sobre nada que nascesse da terra.

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Bella batia a massa de cookies. Na biblioteca seu estômago havia roncado vergonhosamente, e ela percebeu que desde que havia acordado para sua nova vida não havia ingerido nada a não ser aquele liquido viscoso. Edward lhe explicara que seu organismo precisava tanto do sangue quanto de alimento humano, o que a deixou muito feliz pois um de seus maiores prazeres era comer e cozinhar, não queria ter que acabar com isso.

Ele a levou para a cozinha da mansão, lá havia uma mulher que aparentava ter 40 anos, ela era muito bonita e de cara se via que era vampira, seu nome era Meredith. Edward explicou que Meredith servia a Esme quando essa ainda era humana e continuou servindo quando essa virou vampira, se tornando uma imortal tambem. Meredith era uma éspecie de governanta, mas cozinhava se fosse preciso, e era isso que Edward iria pedir.

Isabella, assim que notou o pedido daquele rapaz, se intrometeu na conversa e disse que ela mesma poderia cozinhar, era só lhe dizer onde estavam os objetos e alimentos que ela precisaria, Edward ainda tentou convence-la que era melhor Meredith cozinhar, mas ela negou, dizendo a ele para não privar-la de um de seus maiores prazeres, que era a cozinha.

Agora se encontrava com as mangas da blusa dobradas até os cotovelos e com uma colher de pau remexendo a massa bege. Para os outros, aquilo era uma coisa horrorosa, para ela, aquilo era uma coisa horrorosa muito boa.

– Por que você me olha tanto assim? - Perguntou a Edward, que estava sentado na sua frente atento a cada movimento dela.

– Por que você é linda. - 2 segundos depois percebeu o que havia falado, olhou para ela e viu que estava de cabeça baixa, corada. Era dificil acreditar que garota corajosa que discutiu com ele era a mesma que ficava corada com um simples elogio.

– Obrigada - sussurrou, ainda corada.

– Isso é bom? - Edward indicou a massa, fazendo uma careta. Inconscientemente, ele desviara o assunto para deixar o clima mais leve.

Bella riu.

– Isso é maravilhoso. Marie sempre comia muitos cookies e acabava ficando com dor de barriga. - Disse, com um pouco de melancólia ao se lembrar de sua pequena, mas logo disfarçou - Foi a primeira coisa que eu aprendi fazer na cozinha.

– Isso não inspira muita confiança, inspira?

Bella fez uma falsa cara de ultraje.

– Está dizendo que eu não cozinho bem Sr.Cullen?

– Não, eu não disse isso...

– Não disse diretamente.

– O que eu quis dizer é que fazer isso - Ele apontou para a massa - Parece ser fácil.

– Quer tentar?

– Oh, não precisa, pode continuar fazendo.

– Será que um vampiro centenário não sabe cozinhar? Que vergonha Edward. - Ela levantou a sombrancelha, em claro desafio ao Cullen, o que ela não sabia é que os Cullen faziam de tudo para não sair perdendo.

– O que eu tenho que fazer?

Perguntou, se posicionando ao lado dela na bancada.

– Pegue uma tigela e alguns ovos, o resto dos ingredientes estou usando.

Edward prontamente atendeu, trazendo consigo seis ovos

– O que eu faço agora?

– Quebre os ovos dentro da tigela.

Edward revirou os olhos. Que fácil, pensou enquanto batia o ovo na boca da tigela, mas ele esqueceu de medir sua força e como resultado teve gema casca de ovo espalhado por sua blusa e uma morena rindo deliciosamente. Edward gemeu, de primeira ele já errara, mas não iria desistir. Pegou o segundo ovo, com medo, foi bastante delicado, o problema era que esse ovo parecia se feito de ferro, ele não queria quebrar de jeito nenhum! Já com raiva, Edward o tacou contra a parede, e nem assim o maldito quebrava. Passou para o terceiro, quarto, e quinto. Não teve resultado em nenhum desses, até que no sexto o vampiro finalmente conseguiu.

– Aleluia, pensei que ia estourar a terceira guerra e ainda estariamos aqui. - Zombou Bella, com o rosto corado de tanto rir da desgraça de Edward.

– Meus movimentos são friamente calculados, planejei isso tudo para dar um suspense e quebrei o último ovo, já sabendo que conseguiria.

– Aham - Bella riu, sem acreditar na mentira do vampiro - Então como é que você explica a falta de um ovo?

– Ãm?

– Na receita precisamos de dois ovos, pelo visto você só conseguiu quebrar um.

– Am ... ér ... é que ... Ok, não tenho desculpas para isso. - Adimitiu, rindo junto com a morena. - Mas por que você me pediu para trazer alguns ovos, e não só dois?

– Sabia que você não ia conseguir de primeira, apenas queria poupar seu tempo de ir pegar mais na geladeira, mas parece que não deu certo e você vai ter que voltar lá. - Edward a encarou incrédulo, antes dela pegar uma colher de pau e bater no seu ombro. - Anda logo, estou com fome.

Ainda incrédulo, ele foi pegar mais, por precaução, voltou com a caixa de ovos cheia, arrancando mais uma risada de Bella.

Algum tempo depois

Isabella estava sentada na bancada da cozinha quando Edward depositou uma pequena fornada de cookies de chocolate ao seu lado. Ele estava aguardando seu julgamento, como se estivesse em um daqueles programas de culinária

Ela pegou um dos biscoitos e analisou o formato torto, Edward apenas deu de ombros, sem contar que havia colocado fermento demais e os cookies haviam se juntado, então ele teve que corta-los, o que explica as pequenas ondas ao redor do biscoito. Hesitantemente ela levou a boca e deu uma mordida. Mastigava lentamente, saboreando, além do biscoito, a expressão ansiosa que estava no rosto de Edward. Por fim, engoliu e parou um pouco, fingindo pensar.

– Até que você tem talento, Cullen. - Disse antes de enfiar um pedaço mais generoso na boca. Edward apenas sorriu, feliz por estar aprovado pelo menos no quesito "Culinária".