love. escrita por Taengoo


Capítulo 13
Chapter 13: Just Say Yes




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♫ You can say yes and just come home

Just come here, why step away?

Don't stop there, when you can be here… 

"Diga sim para novas aventuras. Diga sim para o desconhecido. Diga sim para o amor. Diga sim para a felicidade. Você é responsável pela sua própria alegria. Na verdade, é você quem a cria. Você atraí. Você manifesta. Você é o arquiteta da sua realidade. Você escolhe os seus pensamentos e percepções. Você possuí todas as ferramentas para expandir a consciência. Não precisamos ter medo do futuro, pois somos nós que criamos ele. Então diga sim para as novas situações que a vida nos proporciona. Somos livres para decidir o que será de nós mesmos. Se arrisque a dizer sim e você vai descobrir se valeu a pena."

— Mônica. Mar27

 [...♥...]

No dia seguinte, Mônica finalmente foi à escola. Magali passou em sua casa para poderem ir juntas. No caminho a comilona percebeu que a amiga não estava prestando atenção em nada do que ela dizia, e ainda não tirava um sorriso bobo do rosto desde que elas saíram.

— Mônica, que cara é essa? – riu ao ver aquela expressão esquisita no rosto da garota.

— Nada... Só estava pensando...

— Em que, posso saber?

— Bobagem – deu de ombros.

— Me fala, amiga... Também quero sorrir que nem boba.

— Não estou sorrindo que nem boba.

— Está sim. Fala logo o que é.

— Bom... É por causa do DC.

— DC? – perguntou surpresa. – Por que?

— Ontem ele me chamou pra sair... Me levou à uma sorveteria de noite, acredita? Depois nós ficamos conversando um tempão na praça... Ele me fez me sentir tão melhor, amiga... – fechou os olhos sorrindo, ao se lembrar.

— Ahm... Que legal... – disse achando aquela história um pouco familiar demais.

— Falar nisso, ele me disse que já levou você uma vez...

— Ah... É, ele... Ele fez isso quando eu estava triste por causa do Quim.

— Foi isso que ele me disse, mesmo... Mas então amiga, isso só mostra o quanto o DC é um fofo. Meu deus eu nem acredito que dispensei ele quando tive chance...

— Ah Mônica... Isso já faz três anos, ele nem deve se lembrar – aquele assunto por algum motivo deixou Magali meio desconcertada.

— É claro que ele se lembra... E não me trata diferente por isso. Ele realmente é um doce.

A comilona preferiu não comentar mais nada sobre o assunto. Podia ver o quão Mônica tinha ficado alegre com a companhia de Do Contra, ela sabia que ele tinha esse dom especial de fazer os outros se sentirem melhor após uma decepção amorosa. Dessa vez era Mônica que estava precisando dele. Porém, seu peito ficou um pouquinho apertado com aquela noticia...

Ao chegaram dentro da sala, o primeiro que veio cumprimenta-las foi ele, já que estava sentado na mesa dos professores conversando com Titi.

— E aí, Mô... Tá melhor?

— Sim, e graças a você.

— Graças a mim ou aquele sorvete? – riu.

— Os dois – fez o mesmo. – Se bem que no caso da Magali pode ter sido só o sorvete mesmo... Não é amiga?

— É, provavelmente – respondeu sem ânimo e foi até o seu lugar.

— O que deu nela? – perguntou o moreno estranhando-a. Mônica levantou os ombros e em seguida foi até o seu assento quando o professor de Matemática entrou na sala.

[...♥...]

Diferente das outras vezes, Mônica e Do Contra passaram o intervalo juntos por casualidade, sem intenção de causar ciúmes em Cebola. Eles passaram à noite anterior conversando sobre uns assuntos e decidiram continuar ali mesmo na escola. Magali não quis atrapalhar e foi lanchar com Marina. A desenhista logo percebeu que a comilona não estava bem como de costume, pois isso acontecia quando ela não tocava na comida.

— Eu já descobri tudo – disse assim que jogaram seus pratos no lixo e entraram no banheiro.

— Descobriu o que?

— O motivo do seu baixo-astral.

— Quem disse que eu tô com baixo-astral? – perguntou lavando as mãos.

— Eu disse. Anda, abre o jogo... Você tá assim por causa da Mônica e o DC, não é?

— Que?!

— Magali, eu não nasci ontem. Desde que as aulas começaram, é só o DC e a Mônica começam a se aproximar que você fica assim... Quieta, estranha.

— M-Marina, não começa a delirar!

— Eu tô delirando? Amiga, tá na cara que aconteceu alguma coisa nessas férias que você não quer me contar... Além de mim e o Franja, só vocês dois ficaram no bairro que eu sei.

— S-sim e daí? Isso não quer dizer nada! – respondeu nervosa.

— Pois pra mim quer dizer muita coisa...

— O-olha Marina, eu não sei do que você tá falando, tá? Não tá acontecendo nada, não aconteceu nada, e nem vai acontecer nada! E-eu vou na frente... – dizendo isso, a comilona saiu as pressas do banheiro. Aquela cena só serviu pra Marina desconfiar ainda mais. Com certeza aconteceu alguma coisa... Ela só não sabia ainda o que.

Magali entrou nervosíssima na sala, pois Marina já sabia mais do que o necessário. E se ela desconfiava de algo, era porque estava dando muita bandeira. Preocupou-se na hora, pensando se alguém mais estaria sabendo de alguma coisa. Lembrou de Denise, mas se ela soubesse, já teria espalhado há muito tempo, sem dúvidas. Quem sabe Marina era apenas um boa observadora, e se fosse realmente isso, ela não iria conseguir esconder por muito tempo, por elas serem tão amigas.

Respirou fundo e foi se sentar, o sinal bateu logo em seguida, trazendo o resto dos alunos para dentro. A próxima aula seria de química, uma matéria que ela odiava depois de matemática, mesmo sendo nerd o suficiente para tirar um nove e meio nas provas. Logo depois, entrou Mônica com Do Contra, fazendo seu coração acelerar outra vez.

Fica quieto...— pediu em pensamento, fazendo cara de choro. Não tinha coisa pior do que sentir novamente aquelas coisas, quais ela não sabia nem dar nome.

Cebola viu a ex-namorada entrar com o moreno e observou quieto. Ele já não tinha mais o direito de dizer nada, muito menos de sentir nada. No começo, achou que aproximação deles era novamente só um meio que arranjou para fazer-lo sentir ciúmes, mas descartou aquela ideia, quando viu que Mônica estava de fato contente perto de Do Contra. Aquilo o incomodava tanto, que a cada minuto que passava, se arrependia do acontecido. O único jeito agora era tentar esquecer e torcer pra que ela o perdoasse algum dia.

— Boa tarde meus queridos alunos! Hoje eu estou feliz! E sabe porque eu estou feliz?! – disse o professor louco, jogando seus livros na mesa, arrancando risadas da turma pela sua entrada épica. – Vocês me perguntam, e eu respondo! Chegamos ao segundo bimestre, e com ele novos assuntos de química! – disse histérico. Os alunos se entreolharam, não entendendo o motivo da felicidade.

— Tá, e daí? – perguntou Xaveco.

— Como e daí, senhor Xavier? Vocês não sabem o que significa novos assuntos? – a turma negou com a cabeça e ele gritou ainda mais forte. – TRABALHOS!

— Ah não! – resmungou Mônica jogando a cabeça para trás.

— Esses trabalhos que o senhor passa são absurdamente complicados.

— Elementar meu caro, Timóteo. Mas dessa vez, eu vou fazer o papel de professor bonzinho, embora eu já seja – disse, fazendo alunos revirarem os olhos – esse semestre vocês poderão fazer em trio.

A galera já estava pronta para comemorar.

MAS... Eu escolherei.

— Tá pra nascer professor mais "bonzinho" que ele – cochichou Cascão para Cebola que riu.

— Então vamos lá, vamos lá... – Licurgo abriu o caderno de chamadas – Eu vou abrir qualquer nome na minha caderneta para o primeiro grupo. Parararanran... Ana, Timóteo e Carmem! – disse com um grande sorriso, achando tudo aquilo muito divertido.

— Oba! Vamos ficar juntos amor! – comemorou Aninha abraçando o namorado, que pisca para Carmem.

— Segundo grupo! – o professor foleou as páginas mais três vezes. – Gabriela, cenourinha e Denise.

Não só Mônica arregalou os olhos ao ouvir aquilo, mas Cebola também. Denise abriu um sorriso contente com a escolha, mas tentou não demonstrar. Já Xaveco... Bem... Ele já havia se conformado na sua derrota após presenciar o beijo dos dois na festa de Mônica.

— C-como assim professor?

— Algum problema?

— T-todos ué, só tem meninas no meu grupo... – disse olhando para Mônica, a dentuçinha cruzou os braços e desviou o olhar, para mostrar que não estava se importando. – Não pode me trocar?

— Infelizmente não, cenourinha. Agora fique quieto para eu escolher o terceiro grupo. Bom, vamos lá! Magali... – ou ouvir seu nome, a comilona engoliu em seco. Fechou os olhos rezando para não cair com... – Mônica e Maurício.

— Que...? – a comilona não podia acreditar no que acabara de escutar. Mônica pareceu satisfeita com a escolha, por isso bateu palminhas se virando para a amiga que continuava com uma cara de morta.

— Ué, que cara é essa amiga? Não gostou de ter caído comigo?

— Ahm... – abriu o sorriso mais falso que conseguiu. – C-claro que gostei, Mônica... Só tô pensando se esse trabalho será difícil...

— E desde quando isso foi um problema pra você, senhorita nerd? – apertou seu nariz rindo, em seguida se virou para frente.

A gulosinha suspirou inconformada. Daria tudo para trocar de grupo mas sabia que quando o professor Licurgo formava alguma coisa, não tinha ninguém que o fizesse mudar de ideia. Olhou para Do Contra e pela sua cara, ele também parecia não ter se importado com a decisão. O jeito era aceitar e torcer para que nada de constrangedor acontecesse nesse trabalho.

O professor louco continuou montando os trios, e no final todos estavam bem insatisfeitos com o resultado, o que não o fez voltar atrás. Seria aqueles grupos e ponto. Descontentes, os alunos não tiveram outra saída a não ser conforma-sem e prestar atenção em como seria o trabalho. Eles teriam até a próxima aula para entregar tudo completo, que seria na segunda-feira.

No final da aula, Mônica chamou Do Contra para que eles pudessem combinar onde seria o local do trabalho. Magali quis terminar com aquilo no mesmo dia, pois queria evitar qualquer tipo de situação estranha – que na cabeça dela – poderia acontecer entre os três.

— Pode ser na minha casa de boa...

— Pode mesmo? Sua mãe não vai falar nada? – perguntou Mônica enquanto caminhavam até a saída.

— Que nada... Ela vai até gostar de ver a Magali lá...

— A Magali? Por que?

— Hã? – Magali olhou para os dois, ao ouvir seu nome. – Eu o que?

— Desde que ela jantou lá em casa, minha mãe vive perguntando quando ela vai aparecer de novo.

— Perai... A Magali já jantou na sua casa? Quando? – perguntou, parando de andar.

— Você não contou a ela? – Do Contra olhou para a comilona.

— Ah, isso – começou a rir nervosa. – Eu fui ver o DC quando ele se machucou, e a Dona Keiko me convidou pra ficar e comer com eles... Nada demais.

— Ah... Sei – respondeu Mônica voltando a caminhar.

Ao passarem na frente da casa do moreno, elas se despediram e confirmaram que estariam lá às três horas da tarde.

— Por que nunca me falou que tinha jantado na casa dele? – perguntou de repente.

— Ué, que importância tem?

— Nenhuma, mas sei lá... Você sempre me conta tudo.

— Não achei que fosse uma coisa relevante... – deu de ombros.

— Estranho, porque... A mãe dele nunca me chamou pra comer. E olha que eu estive lá várias vezes.

— Ah Mônica, não me diga que você está chateada por eu ter jantado lá e você não? – cruzou os braços.

— Não estou chateada... Só com um pouquinho de inveja, oras... – disse e em seguida abriu um sorriso. Magali não se conteve e começou a rir da amiga, abraçando-a.

— Deixa de besteira, vai... Até mais tarde, e vê se não se atrasa – caminhou em direção a sua porta.

— Ok, até – acenou.

[...♥...]

A tarde passou depressa, dando horário para ir fazer o trabalho. Magali tomou um banho antes de sair, e arrumou seu material na mochila. Notou que estava faltando cartolina, então decidiu ir até um papelaria comprar. A fila estava meio grande, causando um certo atraso para chegar até a casa de Do Contra. Dona Keiko lhe atendeu quando tocou a campainha e como sempre, ficou feliz em revê-la. A comilona disse que estava lá para fazer o trabalho da escola e Keiko deu permissão para que ela subisse.

Não foi difícil de encontrar o quarto do moreno, já que tinha gravado qual era a porta. Como da ultima vez, ela estava meio entre-aberta, ouviu vozes, mas não era de nenhuma música... Ela tocou na maçaneta prestes a empurrar a porta, quando ouviu;

— Eu sei que talvez seja tarde demais, e que... Eu esteja me precipitando em te pedir isso agora, mas... Eu preciso te perguntar antes que eu perca a coragem... – parecia ser Mônica falando. Aquela conversa estava estranha.

— Fala logo, Mônica... Tá me deixando preocupado – ouviu Do Contra dizer.

— Eu... Eu queria saber se você... Quer namorar comigo... – Magali abriu os olhos espantada, mas permaneceu intacta, com a mão na maçaneta. Ela não ouviu a resposta do garoto, e tudo ficou em silêncio... O que diabos estava acontecendo naquele quarto?

— Mônica... – disse finalmente. – Você... Tá me pedindo em namoro? É isso?

— É, é isso sim.

— M-mas por que isso agora? Você não...?

— Eu quero tentar alguma coisa, DC... Nós somos amigos há anos, e... Você já se declarou uma vez pra mim...

— Mô – ele riu nervoso. – Calma... Você só está assim por causa do que rolou com o Cebola... Namorar comigo não é maneira mais eficaz de...

— O Cebola não tem nada a ver com isso Do Contra! Eu descobri que eu estava perdendo tempo com quem não merece... E eu estou sim, disposta a tentar alguma coisa com você, se você quiser, é claro... – Magali ouvia tudo aquilo quieta, sua respiração estava ofegante, e seu coração mais do que acelerado. Ela pensou por algum momento que pudesse ser algum tipo de brincadeira, mas não era o que parecia ser. – E então? Você quer?

As mãos da comilona suavam frio, suavam tanto que a mão que segurava a maçaneta escorregou, fazendo assim a porta se abrir. Do Contra e Mônica olharam assustados para a porta e Magali tentou se recompor rapidamente, sorrindo.

— Er... Oi gente, demorei muito? – disse colocando sua mochila no chão. – DC, trouxe a cartolina.

— Oi Magá... Não, não demorou... – disse Do Contra passando a mão no cabelo, também sorrindo nervoso.

Magali mal conseguia olhar na cara dos amigos, que aparentavam estar bastante constrangidos também.

— Então, vamos começar? – perguntou a dentuçinha fingindo um sorriso. Os dois afirmaram com a cabeça, e deram inicio ao trabalho.

 

[...♥...]

Com certeza aquele não foi um dos melhores trabalhos para Magali. Nunca imaginou que um dia iria viver uma situação tão constrangedora na sua vida. Tinha acabado de ouvir Mônica pedir Do Contra em namoro, e só rezava pra conseguir terminar aquele bendito trabalho e cair fora dali o quanto antes. Infelizmente, o assunto que Licurgo tinha passado era um pouco complicado, até pra ela, o que resultaria em pelo menos mais umas duas horinhas do seu tempo naquele mesmo local, naquela mesma situação... Com aquelas mesmas pessoas.

Ela olhava para Do Contra e para Mônica pelo canto do olho diversas vezes, notando o quanto eles tentavam disfarçar e fingir que nada aconteceu, mas era impossível. Era nítido o clima pesado que ficou dentro daquele quarto. Pra sua felicidade, Keiko interrompeu os três e trouxe nas mãos uma bandeja com sanduíches. Magali suspirou feliz, indo até o lanche. Do Contra aproveitou aquela pausa para falar sobre outros assuntos, Mônica que pareceu bastante interessada, mas Magali sabia o porque.

A noite caiu, e eles conseguiram finalmente finalizar o trabalho. Magali foi a que mais agradeceu por isso, começando a arrumar seu material rapidamente na mochila.

— Eu vou no banheiro rapidinho... Onde fica mesmo, DC?

— Terceira porta ao lado – disse enquanto colocava alguns livros da mochila.

Aproveitando a ausência de Mônica, Do Contra largou tudo e foi até a comilona.

— Magali, você não sabe o que aconteceu antes de você chegar... – sussurrou.

— O que? – se fez de desentendida.

— A Mônica me pediu em namoro... – ao ouvir isso, a morena tentou fazer a maior cara de surpresa que podia.

— E-ela deve feito isso por impulso... Por causa do Cebola...

— Eu pensei nisso... Mas sei lá, ela pareceu tão decidida. Nunca pensei que fosse ouvir isso da Mônica um dia..

— Eu... Eu nem sei o que dizer.

— O que eu faço?

— Você... Quer namorar com ela? – Do Contra levantou as sobrancelhas, sem saber o que responder. A dentuçinha entrou no quarto e os dois tentaram disfarçar, cada um olhando para um lado diferente.

— Vamos, Magá?

— Sim – respondeu sorrindo, colocando a mochila no ombro. – Tchau DC...

— Tchau – o moreno acompanhou as duas até o inicio da escada e elas foram embora, se despedindo de dona Keiko e Nimbus que estavam na sala.

Do lado de fora, Mônica se mantinha em silêncio, provavelmente louca para contar o que tinha feito horas atrás. Magali não quis contar que tinha escutado a conversa atrás da porta, pois ela ficaria ainda mais constrangida do que já estava.

— Amiga...

— Hm?

— Você acha que seria meio idiota da minha parte pedir um garoto em namoro?

— Ahm... – apertou os lábios. – Acho que não, Mô... Por que?

— Nada... Nada, deixa pra lá.

— Aconteceu alguma coisa?

— Não... – sorriu. – Não aconteceu nada, é besteira da minha cabeça...

Mônica sempre contou tudo a comilona, mas justamente sobre isso ela não quis ir adiante por saber que Magali talvez não concordasse com a ideia dela começar a namorar logo com Do Contra.  

 [...♥...]

Durante o fim de semana, devido ao constrangimento do dia anterior, e da resposta não dada por Do Contra, Mônica preferiu ficar na sua e não chama-lo outra vez. Sabia que os garotos odiavam ser pressionados, inclusive ele, e não queria que ele se sentisse na obrigação de aceitar o seu pedido só por eles serem tão amigos. Magali observou os dois diversas vezes durante a aula na segunda-feira, e pôde ver o quão sem graça Mônica ficou após aquela situação. Aquele pedido de namoro poderia ter sido sim um ato impulsivo dela, mas conhecia muito bem a sua amiga, e sabia o quanto ela ainda estava triste, e o quanto Do Contra lhe fazia bem.

Quando a ultima aula terminou, e bateu o sinal, a comilona decidiu ficar alguns minutos a mais para tirar algumas duvidas com a professora de redação. Mônica teve que ir pra casa sozinha, mas não se importou muito. Ao terminar de resolver suas dificuldades, Magali agradeceu a professora e saiu da sala. Do lado de fora estava alguém lhe esperando, com as duas mãos no bolso do blazer.

— Oi Magali.

— Tava me esperando? – não conteve um sorriso.

— Sim... Precisava falar com você.

— Por quê não entrou? – perguntou se aproximando do garoto.

— Não quis atrapalhar a nerd – sorriu de lado.

— Idiota – riu. – Mas diz ai... O que foi?

— Lembra do que rolou na minha casa na sexta?

— Ahm... Depende... Aconteceram várias coisas na sua casa.

— Do pedido da Mônica, Magali...

— Sim... – baixou o olhar. – Eu lembro.

— Bom, eu ainda não sei o que fazer com isso. Ela provavelmente tá esperando uma resposta minha e... E eu não sei o que dizer.

— DC – suspirou – eu não posso decidir isso por você.

— Eu sei... Mas eu quero um conselho, qualquer coisa...

— A pergunta é... Você ainda gosta dela?

— Acho que sim... – deu de ombros. – Não é o mesmo sentimento que eu tinha de três anos atrás mas... Eu gosto dela... Gosto muito.

— Então... A escolha é sua.

— Mas eu preciso que você me diga alguma coisa além disso – disse olhando fundo em seus olhos. Magali pôde ver que ele estava colocando a responsabilidade da decisão dele, nela. Como se ela devesse decidir o que ele deveria fazer em seguida.

Mesmo depois do que aconteceu entre os dois, ela não quis mais pensar no assunto e resolveu com ele que iriam esquecer aquele beijo para sempre. Só que não era simples assim, não era nada simples... Ela vivia aquela cena uma e outra vez sempre que estava perto dele. Era estranho, era bizarro, mas mesmo assim... Não conseguia esquecer. Não tinha nada nem ninguém que conseguisse apagar aquela imagem da sua cabeça, e até hoje ela não tinha uma resposta pra o que aconteceu.

A amizade dele era muito especial para ela, e por essa razão tenta de todas as formas demonstrar que está tudo bem, mesmo não estando de fato. As sensações estranhas que ela tinha no peito quando ele chegava perto de Mônica já era um sinal de que aquilo que sentia estava se tornando em algo muito, muito perigoso... E ela já tinha tomado consciência disso.

— DC... Eu acho que... Você deve dizer sim – disse séria e ele continuou calado. – Se a Mônica que é tão orgulhosa, chegou ao ponto de te pedir em namoro, é porque ela gosta de você.

— Mas... Você disse que ela só fez isso por impulso.

— É, eu sei. Só que tem outras coisas envolvidas nessa impulsividade... A Mônica nunca tomaria uma decisão dessas somente por um motivo tão banal como esquecer o Cebola por exemplo. Ela gosta de você e... Você gosta dela, então.. Acho que deveria dizer sim.

— Sério mesmo? – a comilona afirmou com a cabeça e ele respirou fundo, sorrindo fraco. – Eu vou fazer isso então... Valeu Magá, pelo conselho.

— Não há de que... – ele continuou olhando pra ela por alguns segundos antes de sair correndo pelo corredor. Assim que sumiu, Magali apertou os olhos passando as mãos no rosto, se perguntando se tinha feito a coisa certa.

[...♥...]

Correndo o mais rápido que podia, Do Contra torceu para encontrar Mônica no caminho de volta pra casa. Por sorte a dentuça tinha parado para conversar com alguma colega e lá estava prestes a entrar, quando alguém gritou o seu nome.

— Do Contra?! – perguntou assustada.

— Que bom... Que te achei... – disse ofegante, com as mãos no joelho.

— Por quê veio correndo? Aconteceu alguma coisa?

— Não... – se aproximou dela e segurou suas mãos. – Eu vim aqui porque... Queria te dar a minha resposta.

— A-a sua resposta? – disse começando a ficar nervosa.

— É... Você sabe que me amarro em mudanças... Mas eu sei que o certo seria se eu que tivesse te pedido em namoro... Então vamos esquecer o que aconteceu lá em casa e... – ele abriu um sorriso e Mônica sentiu seu coração se acelerar cada vez mais. – Quer namorar comigo?

Mônica engoliu em seco e olhou para o moreno, espantada. Ela jamais iria esperar uma atitude dessas dele logo agora.

— Eu... – sorriu. – Eu não sei o que dizer...

— Diz o que eu diria então... – Mônica negou com a cabeça sem acreditar que aquilo realmente estava acontecendo e o puxou para si.

— Sim... - disse finalizando aquela conversa com um beijo.


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