love. escrita por Taengoo


Capítulo 1
Chapter 1: You're Gonna Miss Me


Notas iniciais do capítulo

♥.♥
Espero que gostem. :)



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/209976/chapter/1

♫ You're gonna miss me by my hair

You're gonna miss me everywhere

You're gonna miss me when I'm gone 

"No meu quarto havia uma estante branca, onde eu colecionava todos os meus livros de romance. Eu amava ler, amava me sentir dentro da história, sentir as emoções dos personagens. Amava o fato de que em todos os livros, sempre havia um príncipe, e por anos eu me considerava incrivelmente sortuda por achar que já tinha encontrado o meu.

Quando eu era criança, conheci um garotinho, que inicialmente me conquistou pelo seu talento na cozinha, mas que com o passar do tempo me fez despertar um sentimento qual eu não conhecia, e que só depois eu percebi o quão era bom sentir aquilo.  

Por aproximadamente nove anos eu achei que tinha encontrado meu príncipe, mas não sabia que esse príncipe um dia iria partir meu coração. Me causar um dano tão grande, me fazer chorar por ele, e me fazer sentir sozinha. 

A vida tem dessas, prega peças... Faz a gente acreditar em coisas que no final, eram apenas ilusões. Talvez eu ainda não saiba nada sobre o amor. 

— Magali. Jan15

[...♥...]

~ Rua / 17:09 ~

Essas férias definitivamente foram as melhores para Magali. Apesar de ter passado longe de seus amigos, valeu muito a pena pois fez as coisas que mais gostava em Fernando de Noronha, lugar onde ela sonhava ir desde que começou a se interessar por viagens. Seus pais conseguiram juntar um bom dinheiro, e eles finalmente tiveram um passeio descente de pelo menos três semanas.

 Logo depois, visitaram Dona Cotinha, sua vó. Lá passaram apenas um breve fim de semana, teriam que voltar logo, as férias de seu Carlito estavam chegando ao fim, e ele teria que voltar ao trabalho. Não só ele, mas como Magali também voltaria as aulas em alguns dias. Ela não estava tão chateada quanto seu pai, pois mal via a hora de rever a turma e principalmente o seu namorado, Quim.

Mesmo cansada da longa viagem de avião, a comilona não queria esperar mais nenhum dia para ir lá revê-los. Sabia que Mônica ainda não tinha chegado da viagem com a família, por isso não se preocupou em ir até sua casa. Assim que terminou de tirar as malas do táxi, foi tomar um rápido banho. Vestiu aquele vestidinho que seu namorado adorava nela, deixou o cabelo como ficava de costume, calçou suas sapatilhas rosa e já ia sair, quando foi questionada pelos pais se ela não iria comer nada antes. Ela negou animada, pois sabia que ele com certeza iria lhe surpreender com aqueles seus quitutes maravilhosos. Era nessas horas que ela agradecia aos céus por ter um namorado tão talentoso na cozinha.

Mas, parece que não era seu dia de sorte, pois a padaria estava fechada. Estranhou na hora, afinal era uma tarde de quinta-feira. Quinzinho e o pai sempre trabalhavam nos dias de semana.

— Será que ele viajou? — pensou, mas em seguida descartou a possibilidade.

Resolveu então ir até sua casa, era o único lugar que poderia estar se não fosse na padaria. Quim não era muito de sair, era bastante tímido quando se tratava de se socializar, por isso não tinha muitos amigos, além dos que tinha na turma, que nem eram muito próximos também.

Magali sempre quis que ele fosse mais comunicativo, mas sempre preferiu ficar na dele, odiava chamar atenção. Era um problema que ela sempre tentou resolver, mas nunca conseguiu. Mas, tirando isso, no quesito namorado, ele tirava nota dez. Sempre muito carinhoso, atencioso, apaixonado por ela desde criança... Sem falar que adorava lhe fazer surpresa, seja com comidas, ou seja com um presente fofo qualquer.

Quanto mais se aproximava de sua casa, a felicidade aumentava. Ela estava louca para abraçar aquele garoto e enche-lo de beixos. Ficava imaginando o grande sorriso que ele daria ao vê-la. Preferiu não contar que chegava naquele dia, pois queria fazer uma surpresa.

Bateu na porta, e esperou sorrindo.

Não demorou muito e um senhor, com cabelos grisalhos e um bigode bastante chamativo abriu a porta. Sua expressão não foi das melhores quando viu a garota ali.

— Er... – seu sorriso mudou imediatamente, para um sorriso amarelo. – Oi seu Manoel... Como vai?

— Ora, se não é a Magali.

— É, sou eu...

Não era novidade para ninguém, muito menos para ela, que seu Manoel, ou melhor dizendo seu ‘Quinzão’, não era o melhor sogro do mundo. Eles tinham uma pequena rixa devido a vários prejuízos que a comilona lhe causou na infância. Hoje já não era mais assim, pois cuidava bastante da sua saúde, e comia bem menos do que antigamente. Mas, parecia que ele nunca iria esquecer... E provavelmente continuaria lhe tratando da mesma maneira por um longo período ainda.

— O Quinzinho está? – perguntou colocando as mãos para trás.

— Está doente, por que não volta outro dia? – respondeu ele quase fechando a porta, mas ela foi mais rápida e impediu.

— Como assim doente? O que ele tem? – disse preocupada com a noticia.

— Nada demais, só uma gripe. Mesmo assim decidi não abrir a padaria hoje, quis ficar aqui cuidando dele. 

— Eu posso entrar? – perguntou ela quase chorando. – É rápido, não vou demorar...

O português analisou a comilona por alguns longos segundos mas não cedeu, negando com a cabeça. Furiosa, Magali não se deu por satisfeita e entrou assim mesmo.

Caminhou rapidamente até o quarto do namorado, antes que o seu sogro dissesse alguma coisa para impedi-la. Bateu na porta, mas sem obter resposta, resolveu virar a maçaneta com cuidado. Ele poderia estar dormindo e não queria ser o motivo de desperta-lo.

Quando entrou, a luz estava ligada e ele estava deitado, lendo. Ele notou a presença dela no mesmo instante e se assustou, sentando na cama. Magali sorriu ao vê-lo, mas ele não parecia tão contente como ela imaginava que ele ficaria.

— Quinzinho! – ela correu até a cama para abraça-lo, e ele permaneceu com a mesma expressão. – Que saudade meu fofucho! Seu pai não quis nem me deixar entrar pra te ver... – disse ela quando se afastou.

— Ah...é... eu que pedi a ele pra não ser incomodado.  

— Ele me disse que você está doente – disse, passando a mão pelas bochechas do garoto. – O que você tem?

Quim já ia responder, mas seu pai apareceu na porta do quarto, irritado pela atitude que a garota teve ao invadir sua casa.

— Ei guria, que audácia é essa de entrar na minha casa assim sem permissão?

— Me desculpe Seu Manoel, mas o senhor não me deixou ver o meu namorado – respondeu ela educadamente.  

— Eu disse que ele estava doente, precisa descansar. Agora saia daqui!

— Pai! – impediu Quim de arrastar a garota pra fora do quarto dele. – Tá tudo bem... Pode deixar a gente a sós por favor?

O velho mesmo insatisfeito obedeceu ao filho, Magali sorriu vitoriosa e ele fechou a porta, deixando os dois sozinhos, novamente.

— Ai desculpa amor – ela voltou a abraça-lo. – Não queria causar problemas, mas o seu pai pega tanto no nosso pé, sabe? As vezes eu... – ela parou de falar ao ver que a cara de Quinzinho não estava nada boa. Ele parecia meio longe. Tirando o fato que não havia sequer sorrido desde que ela apareceu. – O que foi, Quim?

— Que bom que você voltou – ele sorriu fraco. – Eu tava mesmo precisando falar com você...

— Você tá me deixando preocupada – ela segurou em seu queixo. Ele estava com água nos olhos, e Magali se assustou ao ver seu estado. – Quim, me fala o que tá acontecendo!

— Eu... eu não sei como te dizer isso...

— Dizer o que?!

— Desde que você viajou, eu... eu andei pensando muito sobre algumas coisas, principalmente sobre o nosso relacionamento... e eu cheguei a conclusão que... não tá dando mais.

— Q-que? – perguntou ela, pasma. – C-como assim não está dando? Eu fiz alguma coisa?

— Não! Você não fez nada, Magali. Sou eu na verdade... Eu é que não tô mais dando conta.

— Mas Quim, nosso namoro tava indo tão bem... O que mudou? Me fala! – ela começou a se desesperar com a possibilidade de estar perdendo seu namorado naquele momento.

— A gente cresceu, e com isso foi mudando muitas coisas..

— Você... Não me ama mais? – Magali deixou cair uma lágrima sem perceber, e Quim fez questão de enxuga-la com seu polegar.

— Claro que amo, Magali... mas eu preciso ficar sozinho por um tempo, ver o que eu realmente quero..

— Então... acabou... é isso?

— Não, não! – ele negou com a cabeça rapidamente. – Só estou dizendo que precisamos de um tempo. Um tempo pra pensar. Um tempo sozinhos pra ver se o que sentimos um pelo outro é forte o suficiente... Magá – ele segurou suas duas mãos. – Eu quero sentir aquela certeza de que você é a mulher da minha vida.

— Você não sente...? - Magali tentou engolir o choro que se aproximava.

— Não como gostaria... – disse baixando a cabeça. – Sinto muito... Eu juro que está doendo muito mais em mim do que em você, dizer essas coisas.

Não. Definitivamente não estava doendo mais nele. Aquele garotinho que conquistou seu coração há tantos anos atrás e que vinha sempre conquistando um pouco mais a cada dia, acaba de feri-la com tais palavras tão cruéis. Como ele não sentia que Magali fosse a mulher da sua vida? Ela tinha total certeza que ele sim era, que ele sim seria o seu futuro marido, o futuro pai de seus filhos. Magali imaginava uma historia linda de amor com ele, porém diferente das historias dos livros e filmes, pois na sua não havia conflitos, não havia sofrimento, e muito menos um tempo

Ela queria pedir pra que ele mudasse de ideia. Queria dizer tantas coisas, queria chorar, queria gritar, queria implorar, mas não fez nada disso. Continuou olhando pra baixo, segurando a próxima lágrima que pedia pra cair. Quim olhava para a morena, esperando que ela fizesse algo, que o xingasse, insultasse, esperava tudo, menos que ela ficasse quieta daquele jeito.

— Magá... – ele apertou suas mãos.

— Eu... – ela enfim levantou o rosto e se soltou dele. – Continuo sem entender mas... Eu vou te respeitar.

Quim pareceu surpreso com as palavras da garota.

— Sério? 

— Sim – afirmou ela com a cabeça. – Se quer um tempo, vamos dar um tempo.

— Ah – ele suspirou e sorriu de leve. – Você não sabe o quanto eu fico mais aliviado... Achei que fosse me odiar por isso...

Ela não respondeu, continuou séria olhando para lado.

— Você vai ver que esse tempo vai ser bom pra nós dois. Vamos recuperar tudo que estava faltando no nosso relacionamento – ele pegou suas mãos novamente e as beijou.

— É... Talvez.

Magali se levanta da cama e começa a caminhar até a porta.

— É melhor eu ir então.

— Tá tudo bem mesmo? – ele se levantou também.

— Sim, está tudo bem... – respondeu, tentando sorrir.

Sem dizer mais nada, e sem olhar para trás, Magali sente que suas lágrimas já não iriam esperar mais, por isso saiu às pressas do quarto de seu namorado... Ou melhor, ex-namorado. Seu Manoel que estava na sala, provavelmente se deu conta que tinha acontecido alguma coisa para ela sair daquela maneira, e sorriu feliz. Achou que dessa vez tinha se livrado da ‘esganada’, apelido que lhe chamava sempre.

Sem rumo, a morena saiu correndo chorando pelas ruas do Limoeiro, sem saber o que ia fazer. As pessoas que estavam passando, a seguia com os olhares se perguntando o motivo de estar assim, mas ela não estava ligando pra isso. Na verdade ela não estava ligando mais pra nada.

Não sabia que aquela felicidade toda que sentia minutos atrás, iria ser sugada daquela forma. Até o vestido que ele mais gostava, ela quis usar apenas para poder agrada-lo. Buscava dentro da cabeça alguma razão lógica para ele pedir um tempo. Ela só havia ficado fora por um mês, e eles sempre se falavam por telefone quando possível. O que poderia ter acontecido para ele tomar uma decisão tão radical e tão inesperada dessas?

Ela não tinha a resposta.

  [...♥...]

~ Rua / 20:18 ~

Não tinha nada melhor nessas férias na opinião de Do Contra do que passar o dia inteiro dormindo, e sair durante à noite para andar de skate. Era seu hobby favorito, um hobby estranho, e por isso o seu favorito. Algumas pessoas que passavam o olhavam como se ele estivesse louco, e nossa, como ele adorava aquele olhar. Quanto mais esquisito ele fosse, melhor.

Suas férias não tinham sido tão agitadas como a maioria da turma, alguns viajaram, outros apenas curtiam uma boa praia, mas seus pais decidiram não ir para lugar nenhum esse ano por causa de seus trabalhos. Nimbus, seu irmão ficou sim um pouco chateado, mas pra contrariar, Do Contra disse que adorou a ideia. Claro que tinha horas que ficava arrependido do que falou, pois o calor estava bastante insuportável, e de noite era um único momento do dia que esfriava.

Mesmo com as reclamações de sua mãe, por estar tarde, ele não dava ouvidos e ia assim mesmo, voltava quase meia noite pra casa. E era o que ele estava planejando fazer naquele dia...

Ao chegar na praça, colocou seus fones beats preto, e começou a deslizar com a sua prancha pela praça. Estava meio escuro, mas ele não ligava, estava acostumado. Sentiu o vento gelado pelo seu corpo e sorriu satisfeito, era exatamente daquilo que ele estava precisando após ter passado praticamente o dia todo com o ventilador na sua frente.

Em um momento de puro prazer, fechou os olhos por alguns segundos. E nesses poucos segundos, não se sabe como, e nem por quê, mas quando voltou a abri-los novamente, se viu caído no chão. Seu cotovelo doía bastante, e sentiu um peso sobre seu corpo. Tinha acabado de atropelar alguém, e esse alguém estava em cima dele neste momento.

— Ai... 

Ele ouviu que a voz era conhecida. Bem conhecida na verdade.

— Magali? – seus longos cabelos pretos estavam sobre seu rosto, e por isso não identificou de primeira.

— O que sobrou dela... – a garota saiu de cima dele, mas teve dificuldade em se levantar por completo.

— Foi mal, eu não te vi – ele disse ficando em pé.

— Como poderia? Quem anda de skate com olhos fechados? Ai!

Não só o cotovelo de DC sangrava, mas o joelho dela também, e talvez até um pouco pior.

— Eu ué – riu ele e imediatamente foi até ela. – Vem, deixa eu te ajudar.

Como bom cavalheiro que era, o moreno colocou o braço da morena em torno de seu ombro e a carregou até um banco mais próximo, já que estavam na praça.

Chegando lá, viu que o sangue não parava de escorrer, e se preocupou.

— Nossa, tá feio – disse franzindo a testa.

— É o que parece... – ela esticou a perna para poder olhar o machucado.

Sem pensar duas vezes, Do Contra se agachou de frente para ela e tirou a própria camiseta azul que estava usando, colocando sobre o joelho da garota.

— Do Contra!

Magali tapou os olhos com uma das mãos, envergonhada.

— O que foi? – perguntou ele, não entendendo o espanto.

— Coloca essa camisa de volta!

— Calma, é só pra estancar o sangue... tá doendo?

Ela afirmou com a cabeça, mordendo o lábio inferior. 

— Foi mal, sério. É que tava tão bom sentir aquele ventinho... Que nem me dei conta que você estava vindo na minha frente.

— É, eu... – respondeu ela, colocando uma mexa atrás da orelha. – Eu também não estava prestando atenção por onde ia. Não foi só sua culpa.

Do Contra analisou por um momento o rosto da morena e logo deduziu que ela tinha chorado. Seus olhos estavam vermelhos, assim como a ponta do seu nariz. O vestido que ela estava usando também havia algumas gotas de água, que na verdade se tratavam de lágrimas.

— Magali, você está... – antes que ele pudesse terminar a frase, Magali o abraçou forte. – Bem?

Mesmo sem entender, o garoto retribuiu como pôde. Sabia que ela estava mal por alguma coisa, só não sabia ainda o que.

A comilona mesmo ainda com muita dor no joelho, ignorou completamente e continuou abraçando o amigo.

Como ele estava sem camisa, acabou sentindo as lágrimas dela em seu ombro. Ficaram assim por algum tempo, até ela finalmente se afastar.

— Ei... – ele enxugou o seu rosto com os dedos. – O que aconteceu?

Soltando um suspiro, ela se encostou no banco e fechou os olhos.

— Nada... só estou...

— Triste? Isso eu já percebi...

— Algo assim – respondeu ela, dando de ombros.

— Falar as vezes ajuda, sabe? – Do Contra se levantou e sentou ao seu lado no banco.

— É, eu sei.

— Por que não me conta então? Talvez eu possa te ajudar.

— Acho que ninguém pode – disse, enxugando o resto das lágrimas. 

— Não vou saber se não me disser.

Magali ficou um tempo em silêncio, com aquela camiseta enrolada em seu joelho, e Do Contra do seu lado, visivelmente preocupado com seu estado.

Apesar de estar certo, não se sentia muito a vontade de falar sobre aquele assunto justo com ele. Eles eram amigos, mas não próximos o suficiente para sair contando os seus problemas pessoais. Talvez fosse mais fácil para Mônica que tinha mais laços com ele.

Mas ela precisava de alguém naquele momento, precisava desabafar, e sua melhor amiga não estava lá para fazer isso.

— O Quinzinho, ele... – ela pausou e respirou fundo. – Terminou comigo...

— Ué, como assim? Terminou por quê?

— Bom, na verdade ele só pediu um tempo. Mas você sabe que pedir tempo só é uma maneira mais simples que a pessoa encontra pra dizer que quer terminar.

— Ele te falou o porquê?

— Não... – suspirou ela. – Quer dizer, sim. Ele disse que queria ter certeza que eu era a mulher da vida dele, que não sentia isso hoje.

— Nossa... – Do Contra ficou sem ter o que dizer. – Logo o Quim... Ele parecia gostar tanto de você... Dês de criança que vocês estão juntos.

— Pois é – ela afirmou com a cabeça. – Só queria saber o que eu fiz de errado... sabe? Eu não fiquei tanto tempo fora assim, não é possível que os sentimentos dele tenham mudado tão rápido. 

Magali engoliu em seco, e fez força pra não chorar de novo. Já estava arrependida de ter feito isso na frente de Do Contra. 

— Bom, eu não tenho muita experiência no assunto, já que... bem, você sabe. Eu nunca namorei com ninguém antes.

— Sim, eu sei... apesar de sempre te ver com uma garota diferente todo dia... – disse, e ele sorriu sem graça. – Eu sei que você nunca teve um relacionamento sério com ninguém.

— Deve ser por falta de oportunidade... – ele disse rindo, fazendo Magali rir também.

— Você deveria tentar.

— Tô fora. Relacionamento é complicado demais...

— Aposto que tem uma pessoa que mudaria seu conceito rapidinho...

— Ah é?

Magali concordou com a cabeça, sorrindo.

— A Mônica, ué.

— A Mônica... – DC riu pelo nariz e coçou a parte de trás da nuca. – É, eu acho que se ela tivesse aceitado meu pedido naquela época, talvez eu não tivesse esse pensamento hoje.

— E você... ainda gosta dela?

— Gosto sim – respondeu ele, e Magali ergueu uma sobrancelha. – Como amigos. 

A comilona pareceu surpresa. Ela sempre achou que Do Contra ainda nutrisse o mesmo sentimento de antes por Mônica, mesmo depois dela ter começado a namorar com Cebola. Pensava até que o motivo pelo qual ele estava sempre galinhando com Titi por aí, se devia ao fato de que ainda pensava em Mônica. 

Talvez fosse realmente isso, mas ela não queria continuar naquele assunto.

— Parece que o sangue parou... – ele disse de repente, olhando para o joelho da morena.

— Sim... obrigada pela ajuda – respondeu ela, tirando a camisa dele com cuidado e entregando-o.

Ele vestiu rapidamente, mesmo manchada. 

Magali tentou se levantar, mas foi em vão. Seu joelho doía com mais intensidade agora. Do Contra ao ver a expressão da garota, se levantou e a ajudou. 

— Tem certeza que vai conseguir ir pra casa assim?

Ela afirmou com a cabeça em resposta. Não queria dar mais trabalho para o moreno. 

— S-sim. Tá tudo bem, pode soltar... 

Do Contra obedeceu a comilona e no segundo seguinte, viu que ela ia voltar pro mesmo lugar de antes, o chão, se não tivesse sido rápido o suficiente para agarra-la pela cintura. 

— Aham, claro que consegue... – ele riu e segurou Magali com mais firmeza. – Vem, deixa que eu te levo.

— Não precisa DC, eu... posso sozinha. Sério.

— Magali, você quase caiu duas vezes. Vai demorar uma eternidade até conseguir pelo menos andar meio metro. Deixa eu te levar. Aliás, eu faço questão já que foi eu quem te derrubei, esqueceu?

A comilona suspirou e aceitou derrota. Tomou consciência de que sozinha, ela só chegaria em casa depois de horas, e com muita dor.

Do Contra então passa a ajudar Magali, e os dois vão caminhando lentamente para a casa da garota. Ela não diz nada, mas adora o gesto do amigo. Ele tinha aquele jeito fofo de querer dar assistência aos outros. Mesmo não sendo tão próxima dele como Mônica era, conhecia algumas qualidades que ele possuía.

Não era só prestativo, como engraçado. Magali teve que parar umas duas vezes pra rir das palhaçadas que ele fazia. De repente ela até se esqueceu do motivo de ter ficado triste algumas horas atrás.

 — Obrigada DC – disse ela ao chegarem em frente a sua casa.

— Não precisa agradecer, Magali... mas queria te pedir uma coisa em troca.

— O que?

— Promete que não vai mais chorar hoje?

Ela abriu um sorriso e o abraçou novamente.

novamente ele foi pego de surpresa.

— Eu vou tentar.

Dizendo isso, entrou para dentro e ele seguiu o seu caminho. Sua noite tinha sido muito diferente do que ele imaginava, mas não se arrependeu nem um pouco da companhia que fez a comilona.

Ficou pensando durante o caminho para casa se ela ficaria bem.

 


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Até o próximo! ♥