Glittering Cloud escrita por ruchi-chan


Capítulo 1
Oneshot


Notas iniciais do capítulo

A fic não tem muita violência, mas mesmo assim resolvi colocar, já que muitas pessoas não gostam de se deparar com uma coisa cheia de sangue pra ler sem aviso XD
Espero que gostem e~ Reviews são sempre bem-vindas!



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  “I'm not always like this… It's something, I become…”

 

  Minha vida sempre foi um problema. Nunca ninguém realmente me quis pelo o que eu sou... Ah, bem, que seja...

  Com tantas rejeições, até mesmo pela minha própria mãe, eu acabei ficando um pouco... Problemático...

  Eu me meti com quem não deveria, apanhei, fugi de casa – algo que não foi difícil de fazer, já que minha mãe já gostaria de ter se livrado de mim há muito tempo. Eu nasci com os cabelos e olhos vermelhos. Talvez venha daí minha fissuração por sangue... E por ver pessoas sofrendo.

  Eu nunca havia sorrido verdadeiramente até conhecê-la. Acho que foi a primeira pessoa que eu realmente senti algo. Como se uma vela se acendesse no meio de um mundo imerso de escuridão...

 

  “A terrible weakness... In my nature, in my blood.”

 

  Sim, você pode me classificar como um psicopata, pois até eu acho que sou assim. Ou um sem-coração, talvez? Antigamente... Quando eu ainda não havia aprendido a amar. Ela me deu um freio, se podemos usar essa expressão.

  Eu a conheci na escola. Um dia frio, normal… Eu exercia minhas principais atividades lá... Com prazer.

  Sempre andava com um canivete no bolso – nada de mais para um assassino, não? Eu me sentia cheio de prazer ao usá-lo para rasgar uma garganta, ainda mais quando o sangue escorria pelas pontas de meus dedos. Sorrindo, eu lambia as gotas lentamente, uma a uma, até que não sobrasse nada. O peso de uma vida não significava nada para mim.

 

  “Save me, oh save me, save me from myself… Before I hurt… Somebody else again.”

 

  Eu desejava tirar vidas… Dia após dia, cabulando aulas no banheiro, me escondia e os pegava de surpresa...

 

  “Domino motion jump starts when we touch… The blackout approaching. Here it comes now, wish me luck… It's all over, it's all over, it's all over in a flash!”

 

  E foi em um desses dias que eu a conheci. Estava caminhando pelo corredor sozinha, e eu aguardava minha próxima vítima. Seus cabelos de um tom roxo forte balançavam com o vento. A porta se abriu. As luzes, como sempre, desligadas. E em uma fração de segundo, a figura a minha frente estava... Com sua cabeça rolando rapidamente pelo chão.

  Notei que alguém me observava – era ela, a garota de cabelos roxos que eu vira pela brecha da porta. Seu olhar era de um pânico intenso nos olhos de um verde vívido. Eu a observei, assustado. “Merda...”, balbuciei, me levantando em direção a ela. Para minha surpresa, ela continuou ali, parada, na minha frente.

  “Você não vai passar. Não vai mesmo...”, ela falou com a voz trêmula, observando o líquido vermelho brilhando em minhas mãos. “Ah é?”, eu apertei seus braços com as mãos ensanguentadas, “Vamos ver como você me convence a não passar.”. Naquela hora, eu perdi a razão. Não me lembro o que eu fiz... Mas ela ficou me evitando por dias.

  “I can't remember, what have I done now? Go, go faster wider… More more get it down ya! Dance, dance! Take me over… Glittering Cloud…!”

 

  Alguns dias depois nos encontramos… Estávamos sozinhos e cara a cara novamente. Ela me fitou com seus olhos esmeralda. Eu estava encurralado, mas eu sabia que tinha vantagens nesse jogo. Ela simplesmente me deu um copo d’água e eu, inocentemente peguei e bebi, já que ela virou as costas. Comecei a perder os sentidos e ela voltou, me abraçando e olhando para meus olhos sem mudar o foco. Eu fiquei realmente assustado aquela hora, isso eu não nego.

 

  “Oh, my head hurts… Oh dear, oh dear.”

 

   Depois de alguns segundos eu adormeci. Não sei que porcaria ela botou na minha água, mas eu não estava machucado, apenas minha cabeça latejava um pouco. Ela sorriu pra mim. “Que merda aconteceu ontem?!”, eu gritei, a encurralando na parede. “Ah, eu sempre consigo o que eu quero, percebeu?”, ela abriu outro largo sorriso. “O que diabos você fez comigo?”, perguntei rapidamente, e ela simplesmente respondeu: “Você mesmo já deve saber o que eu fiz. Se considere meu namorado a partir de hoje!”. Sim, ela abusou de mim e ainda queria que eu fosse namorado dela, uma coisa meio absurda mesmo. Aquele jeito de falar só me lembrou alguma pessoa... Quem?

 

  “Ryucci, você não se lembra de mim? Finalmente nos encontramos novamente, não é...?”, ela perguntou, ansiosa e sorridente, “Eu sou aquela que sempre jurou te amar, sou...”

 

  “It's all over the papers… On the TV, wagging tongues… The artist's impression looks just like me. Only... better.”

 

  Eu percebi em suas últimas quatro palavras quem ela era... Como pude me esquecer da pessoa a quem eu recorria sempre em momentos de desespero...? Não pude conter minhas lágrimas, e soube que também não podia mudar a mim mesmo já naquele estado.

 

  “Don't blame me, don't maim me, I can't help, what I am…? Oh, Lord knows i've tried to.”

 

  Eu a abracei forte. Há quanto tempo eu a buscava? Devo ter desmaiado novamente, lembro de que as lembranças vieram à tona. Eu não podia mais segurar meu passado daquela maneira, trancado a sete chaves. Não mais.

 

  Estávamos sentados em um banco no parquinho de areia ao lado de sua casa. Eu havia fugido de casa novamente – mas como esperado, minha mãe não estava me procurando. Ah, eu desejava que ela crescesse. Eu a desejava inteira só para mim. Eu nasci só para protegê-la e amá-la para o resto da minha vida.

 

  Eu sou só três anos mais velho que ela, mas quando a pessoa que você ama tem cinco anos e você oito... Isso pode soar meio estranho. Ela se arriscava por mim e eu por ela. Ela sempre foi meio ousada e precoce para a idade dela, isso me agradava um pouco. Mantínhamos uma amizade forte, mas pouco pra mim. O pouco da vida que eu já tinha conhecido aquela época foi cruel comigo. Eu conseguia enxergar sua aura pura e branca, sabia que ela iria me salvar dos meus sofrimentos...

 

  Às vezes, escondido, eu a olhava à noite... A luz do luar iluminava sua doce face. Eu não me controlei. Pulei a janela e logo nossos lábios se tocaram. Ela acordou, surpresa, seus olhos arregalaram-se, mas permaneceu quieta. Poucos segundos depois, seu olhar já não era mais de surpresa e sim de ternura – ela sabia que éramos algo como almas gêmeas já predestinadas para se encontrar... E que ficaríamos juntos para sempre da próxima vez que nos encontrássemos.


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