Chegamos no hospital e estava bem vazio por estar sendo um natal bem calmo. Entreguei os cookies pra Amy, cumprimentei o pessoal e fui procurar a Ali. Ainda não contei a história dela não é? Ela é órfã. O pai dela ninguém conhece e sua mãe tinha acabado de se formar no colégio quando engravidou, talvez o pai fosse um namoradinho dessa época, ou uma cara que ela conheceu numa balada. O que interessa é que ela estava sozinha e grávida, sem saber o que fazer ela acabou fugindo de casa e veio parar aqui em L.A. Depois que a Ali nasceu ela até conseguiu se estabilizar, arranjou um emprego, um lugar pra morar, tudo estava bem, até que quando a Ali completou 5 anos descobriram que ela tinha câncer na medula, a mãe dela ficou muito mal e não aceitava. Algum tempo depois do inicio do tratamento, ela morreu e a Ali ficou sozinha. Pensaram em coloca-la em um orfanato, mas com a doença ela tinha que passar muito tempo no hospital, então decidiram que era melhor ela ficar por lá mesmo.

Aquele quarto de hospital era o quarto dela e aquele hospital era a casa dela. Eu sempre tentava fazer tudo o que podia pela Ali, quando ela se sentia bem nós íamos tomar sorvete, íamos ao cinema. Era engraçado que sempre que eu brigava com o Bruno, ia falar com ela, e mesmo tendo 9 anos ela me dava altos conselhos, deixando minha faculdade de psicologia e eu no chinelo. Entrei no quarto.

- Ali? Cadê você?

- No banheiro, espera que eu já vou. – Me sente na cama e um minuto depois a porta se abriu. – Então...? – Ela perguntou toda sorridente dando uma voltinha na minha frente. Ela estava linda, com um vestido rosa, meia calça por baixo ~afinal era inverno~, sapatilha e um gorrinho. Morri de fofura *---*. – Fecha a boca Ash, eu sei que sou linda, mas não precisa babar u.u kkk.

- Vem cá sua pestinha, deixa eu babar em você então kkk.- A abracei, apertando e balançando. Ela ria.

- Ash, para com isso. – Ela falava se fingindo de brava, mas não deu certo. A soltei. – Cadê meu  presente? – Perguntou séria, eu ri.

- Senta aqui minha Top Model. – Abri a bolsa e a entreguei o enbrulho.

- O que é?

- Abre que você descobre u.u kkk.

- ASH O.O TÁ DOIDA? ¬¬ - Ela me olhou assustada. O que era o presente? Era um kit de maquiagem igual o que eu tinha. Eu sei que ela era uma criança, mas ela viu o meu e disse que queria um igual, então eu dei um igual u.u.

- Se você não quiser eu fico com ele e te dou outra coisa.

- Tá doida? Eu vou fica com ele u.u. – Me abraçou. – Obrigada Ash.

- Por nada meu amor.

- Agora eu tenho uma coisa pra você. – Ela pegou uma caixinha atrás do travesseiro.

- Não precisava.

- Precisava sim, agora abre. – Abri, tinha um gorrinho como o dela. Era bem simples mas eu amei, o coloquei.

- Agora somos gêmeas. – Ela riu.

- Você e o Bruno voltaram não é? – Ela sorriu pra mim.

- É, nós voltamos. Eu to tão feliz. – Me sentei de lado e a abracei ~deu pra perceber que eu amo abraçar né?~

- Ele te faz feliz e vocês dois são lindos juntos. PERFEITOS.

- Por mais que a gente brigue eu amo aquele idiota. Porque ele é o meu idiota.

- Acho que vocês ainda casam. – Ela me olhou rindo. Nunca tinha pensado em me casar, mas depois que ela falou eu pensei. Eu como um vestido branco entrando na igreja e o Bruno de terno, todo perfeito, me esperando no altar com aquele sorriso lindo que só ele tinha. Era cedo pra pensar nisso, mas eu o amava, não sei se iria casar com ele, mas que eu o amava, amava u.u. – Tava imaginando teu casamento não é? – A Ali tava rindo da minha cara.

- Culpa tua, sua pestinha ¬¬ kkk

Ficamos rindo e falando besteira. Ouvi uma batida na porta e ela se abrindo lentamente. Era o Bruno.

- Estão necessitando a presença dessas duas hienas lá na festa. – Ele disse rindo. Ali riu junto.

- Oi Bruno. – Ela sorriu pra ele.

- Você tá linda, eim?

- Se cuida tá Ash? – Até a Ali tirando sarro da minha cara. – Eu já vou indo. Vou dar privacidade ao casal, só não façam nada na minha cama u.u. – Ela saiu rindo e fechou a porta.

- Agora sei porque você gosta tanto dela.

- Ela é um amor, não é?

- Claro, mas você vai mesmo obedecer a uma garotinha de 9 anos? – Ele disse pegando na minha cintura e me puxando pra ele. Mordeu o lábio inferior. Me seduzindo? É, tava me seduzindo sim.

- Bruno, aqui não. – Quanta força de vontade eu tinha e além do mais tinha acabado de perder um filho, não podia fazer essa coisas ainda. Pensar no Little Peter me deixava triste, mas agora eu já não podia fazer nada.

- Só um beijinho? – Dei um selinho nele. – Não é assim.

- Não vou te dar beijinho u.u

- Por que? – Ele fez bico e eu ri.

- Porque sou uma hiena malvada ¬¬

- Se você não me der um beijo eu vou te morder u.u.

- Isso é uma ameaça?

- É, ou te mordo u.u. – Dei outro selinho nele, mas quando fui tirar a boca ele me mordeu ¬¬ e riu.

- BRUNO, SEU CAVALO ¬¬.

- Eu te avisei u.u

Bateram na porta.

- Eu realmente espero que vocês estejam apresentáveis. – Era a Amy, ela abriu a porta. – Se desgrudem e venham logo, a Aly ta achando que vocês tão “trepando” na cama dela.

- Tem certeza que é a Ali que tá achando isso? – Ri. Ela deu de ombros.

- Eu bem que queria fazer isso, mas a Ash é muito sem emoção na vida u.u Seria uma história legal pra contar pros nossos filhos. – Me assustei quando ele disse “nossos filhos”, o olhei de lado, mas ele nem percebeu. – Já pensou em chegar pro Little Peter ou pra Little Ash e falar “Meu filho (a), sabia que você foi feito numa cama de hospital?” – Ele riu. – Por que você tá me olhando assim?

- Você disse “nossos filhos”.

- Vai que você engravida de novo, não é? – Despistou.-  Tu é quase uma coelha de tão fértil.

- Gente, vem logo. Que demora é essa? – Kenji apareceu na porta. – Me mandaram vir ajudar a Amy a sei lá, acharam que vocês estavam fazendo algo inapropriado. Agora vamos logo.