The First Time Ever I Saw Your Face I escrita por Migabcd


Capítulo 1
The First Time Ever I Saw your Face - Faberry


Notas iniciais do capítulo

Bom gente eu estou escrevendo essa fic o dia inteiro. É uma idéia que eu tive a muito tempo e caso vcs estiverem se perguntando o porquê do 1 no título, é pelo fato de eu fazer esta fic cm outos casais q eu gosto, e cmo Faberry é meu OTP, resolvi fazer delas primeiro. Bjs.



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The first time ever I saw your face – Faberry

Mudar não é fácil. Ainda mais mudar de cidade quando se está começando o ensino médio! Segundo minha irmã mais velha, Charlie, o ensino médio é o começo de nossas vidas. Onde ganhamos responsabilidade, passamos por mudanças, mas o mais importante, o ensino médio é uma prévia de como vai ser nossa vida. A popularidade é um sinônimo do que mais tarde vem a ser o sucesso. Eu sabia que isso era uma indireta para mim. Durante todo o ensino fundamental eu era tímida, quieta e apagada. Por um lado era bom, pois ninguém lembrava de você na hora de xingar, empurrar e etc, mas por outro lado era ruim, pois era sempre você quem restava e tinha que ficar com aquele nerd esquisito com uma verruga dentro do nariz nos trabalhos em grupo.

Meu pai veio para um fim de mundo chamado Lima, uma cidade insignificante de Ohio, o que significa que eu iria para um colégio novo. Não que na minha cidade antiga eu não fosse para um High School, mas, enfim... Por sorte eu consegui adiar meu sofrimento por uma semana, já que peguei catapora, mas agora eu tinha que encarar a realidade.

–Lembre-se Quinn, erga a sua cabeça e ande como se estivesse em uma passarela. - Charlie falava enquanto andávamos em direção ao McKinley, meu novo colégio. - E nada de sorrisos bestas ou feições idiotas no rosto. Não demonstre nenhuma emoção.

–Charlie... –comecei irritada, minha irmã estava falando a semana toda sobre como eu devia agir na escola e isto já estava me irritando.

–Não reclame Quinn. Eu sei que parece bobo agora, mas você vai ver como tudo isto faz a diferença. É só você começar andar como se dominasse aquele lugar e todos já vão te tratar diferente. – Minha irmã era mesmo rápida. Já em uma semana de colégio, havia se tornado uma das garotas mais populares da escola e a capitã do esquadrão de cheerios. –Certo, agora é com você. Lembre-se, treino das cheerios hoje, às 3. Boa sorte. – Ela disse ao entrarmos pela porta do colégio.

Minha irmã se dirigiu a umas amigas e me deixou sozinha, no meio daquele corredor, com pessoas de todas as formas e tamanhos passando por mim. Respirei fundo e aceitei: O ensino médio havia começado.

Q~R~Q~R~Q~R~Q~R~Q~R~Q~R

Entrei pela porta do ginásio. Uma fila horizontal de garotas estava lá e na frente delas, me encarando com uma cara nada boa, estavam Charlie e uma mulher já com seus cinqüenta anos, loira.

–Agora que estão todas aqui, - ela disse com desprezo, ainda me encarando – eu sou Sue Sylvester, a treinadora das cheerios e o sucesso em pessoa. E agora, me digam, por que estão aqui?

–Para entrarmos para as cheerios. – Todas responderam em uníssono.

–Errado! – A mulher gritou. Charlie só ficava parada do lado dela, sem mostrar nenhuma expressão no rosto. – Vocês estão aqui para terem sucesso! Olhem por este ponto de vista: O ensino médio representa a vida e o uniforme das cheerios representa o sucesso e é isso que vocês querem alcançar! Lembrem-se, o ensino médio é uma prévia sobre como serão suas vidas.

Impressionante como a tal Sue falava igual à Charlie. Enquanto ela falava, eu me perguntava se não foi essa mulher que disse essas coisas para minha irmã e indiretamente para mim.

–O que será que esta velha entende de sucesso? –Sussurrei rindo, para uma garota ao meu lado, que me lançou um olhar matador. – Nossa... – falei um pouco assustada e evitei olhar para ela o resto do dia.

Então, aquela mulher começou com um discurso fascista, incentivando-nos a torturar os underdogs do colégio e fazer com que eles nunca mais aparecessem na escola, com medo. “Até porque não tem nada de errado com colocar as pessoas em seus devidos lugares.”

Em algum momento, quando eu estava no auge da minha distração, Sue e minha irmã (ainda imóvel) se sentaram em dois bancos que surgiram do nada, assim como uma mesa, à frente delas, e as audições para as cheerios começaram. Das mais de setenta garotas ali, apenas dezessete foram aceitas. Entre elas estava aquela garota do meu lado, que eu descobri se chamar Santana.

Eu era a última a me apresentar. Assim que parei em frente a mesa de Sue, Charlie, minha irmã, se moveu pela primeira vez, tirando quando se sentou, e cochichou no ouvido da mulher. Então se sentou de novo, com a mesma cara de antes.

–Quinn Fabray, hm... – gesticulei com a cabeça. – Você está dentro.

–O que? Mas eu nem me apresentei...

–Você está dentro. – Ela disse pausada e friamente, o que fez minha nuca arrepiar. – Saia daqui.

Com medo dela surtar a qualquer momento, eu saí e fui me juntar ao bolo das dezessete calouras (comigo dezoito) que haviam entrado para as cheerios. Ela veio até nós e eu respirei fundo, querendo arranjar paciência para agüentar mais um discurso preconceituoso, mas ao invés disso, ela apenas falou:

–Até amanhã! E quem não chegar a tempo, bom, não vou estragar a surpresa. – Ela falou misteriosa e saiu.

Assim que Sue saiu do ginásio, todas as garotas fizeram o mesmo percurso, tirando eu, Charlie e mais umas cinco garotas, incluindo novamente, aquela tal de Santana.

–Q! Parabéns! – Charlie veio me abraçar. – Agora não preciso mais fingir que não te conheço. – Ela disse, como se aquela fosse a melhor notícia do mundo.

–Mas... mas eu não fiz nada.

–Eu fiz. Srta. Sylvester confia em mim e no meu talento Q. Siga meus passos e ano que vem, quando eu me formar, você será o braço direito dela.

–Ora, ora, ora – a voz de Santana ecoou pelo ginásio – parece que não se precisa ter talento para entrar nas cheerios afinal, não é mesmo? Basta ser uma macaca adestrada!

Charlie me largou e nós nos viramos ao mesmo tempo para a garota morena na nossa frente. Mas minha irmã não a encarava com medo, que nem eu estava fazendo, e sim como um ser inferior. Senti que isso amedrontou Santana e ela passou a olhar apenas para mim.

–Escuta aqui garota... – Charlie começou o que ia ser um grande discurso intimidador, mas parou de repente e se virou para mim com um sorriso confiante. – Acho que ela estava falando com você Q.

Assustada eu gesticulei com a cabeça que não, mas minha irmã apenas piscou para mim e saiu do ginásio. Não tinha melhor hora para ela me testar? Tomei coragem e me virei de volta para Santana, que estava de braços cruzados, esperando a briga começar. Ergui bem a cabeça e fiz meu rosto ficar impassível, como Charlie recomendara.

–Olha Santana, eu não sei de que país de terceiro mundo desprezível você veio, mas ninguém fala assim comigo e eu deixo barato, entendeu?!

–Há,há. Eu tenho tanto medo de você Quinn Fabray. E caso você não saiba, eu sou de Lima, Lima Heights na verdade. Não sabe onde é isso bonequinha de porcelana? Do lado errado da cidade. E isso significa que eu posso te retalhar em mil pedacinhos, se me insultar mais uma vez. – Ela dizia, em um tom irônico.

–E você queria o que? – Tentei imitar o tom frio e imprevisível de Charlie. – Que eu deixasse você me insultar a vontade?!

–É. – Ela respondeu, dando uma de cínica. – O que você pode fazer, além disso? Chamar a irmã ou a treinadora Sylvester? – As garotas presentes se reuniram em volta para ver a discussão.

–Escuta Santana, eu realmente não quero brigar, ok? – Falei, ainda mantendo o tom seco e frio de minha irmã. –Eu sei que isso não faz diferença para você, já que seu futuro vai se basear em uma cela de cadeia, dividindo um cigarro com uma vadia,ou melhor, com sua mãe...

Antes de terminar a frase, a mão de Santana me atingiu em cheio na bochecha, fazendo meu rosto virar para a direita involuntariamente. Pousei minha mão no local em que ardia graças ao tapa daquela garota e me virei lentamente até meus olhos se encontrarem com os dela de novo.

–Chega de violência Santana! – Uma garota loira, que também tinha passado para as cheerios, falou irritada.

–Não se mete Brittany. – A morena falou para a loira, que ficou encarando o chão triste. – Oh, desculpa Britt-Britt. – Santana falou arrependida e foi abraçar a amiga, ficando de costas para mim.

–Está apaixonada Santana? – Falei em um tom provocador. Aquela foi a única coisa que consegui inventar.

Com estas palavras, Santana lentamente foi largando a tal de Brittany. Ela se virou para mim novamente e ficou alguns segundos parada, me fitando com ódio, o que fez minhas pernas tremerem.

–AAAAAAAAAAH. – Ela gritou depois de certo tempo e praticamente voou para cima de mim, me derrubando e me dando tapas e mais tapas. Minha cara se virava de um lado para o outro e a única coisa que eu conseguia ver eram vultos.

–Chega de brigas Santy! – Ouvi Brittany gritar e a vi silhueta dela atrás de Santana, tentando afasta-la de mim. Mas a latina continuava lá.

Então ela parou de me dar tapas e veio com tudo, puxando meu cabelo para todos os lados, ainda colada em mim, me fazendo ficar imóvel. Eu gritava de dor, mas parecia que ninguém ouvia.

Agora que minha cara tinha parado de virar de um lado para o outro eu tinha uma visão mais ampla das coisas, enquanto gritava de dor e tentava chutar a garota em cima de mim, mas minhas pernas estavam prensadas com as dela. Conseguia ver Brittany tentando tirar Santana de cima de mim, em vão e as outras garotas restantes ainda olhando a cena feito estátuas.

–Não. – Uma ruiva veio falar com Brittany. – Santana está certa. Aquela irmã dela vai fazer dela a queridinha da treinadora. E aí, não vai ter para ninguém. Vem galera. – Ela chamou as outras duas meninas presentes.

–Ah! – Eu gritei ao ver todas se aproximarem de cima e mim.

Santana, ainda puxando meu cabelo e com um olhar maníaco no rosto, não se dava conta do que estava acontecendo a sua volta. Até que as três outras garotas jogaram Brittany para trás.

–Ah. – Ao ouvir o grito da loira, que havia caído no chão, Santana pareceu despertar de seu transe.

–Britt! – Ela exclamou e saiu de cima de mim.

As outras três pularam em mim, logo que Santana me “liberou” e aí que eu não conseguia mais ver nada mesmo. Eu fechei os olhos e só me senti ser atingida em várias partes do corpo, sentindo tipos de dores diferentes, lutando contra as lágrimas.

–O que fazemos com ela? – Ouvi uma voz dizer.

–Vamos fazer o mesmo que vimos a irmã dela fazendo com aquela baranga!

–Esperem por nós. – Santana falou.

Então senti as três garotas se levantarem de cima de mim e então abri os olhos. Santana me encarava com um sorriso malicioso no rosto. Fui levantada a força por duas garotas que me puxavam pelo braço. Estava ferida demais para me defender. Olhei para Brittany que estava sentada na arquibancada, encarando o chão para não ver a cena.

–Escuta Fabray, - disse Santana apertando minha bochecha – isso é um aviso: fica longe de mim! Ano que vem, eu que vou ocupar o lugar da sua irmã como a rainha da escola, entendeu? – Eu fiquei encarando Santana com ódio. Com toda a raiva que tinha dentro de mim, eu cuspi nela. Enojada, ela, lentamente, passou a mão em sua bochecha, onde eu havia cuspido, e passou a saliva em minha testa. – Levem ela! – A morena exclamou e eu me vi sendo puxada para trás por duas garotas, olhando aquela garota monstruosa, a sua amiga infeliz e uma outra figurante qualquer se afastando de mim, ou melhor, eu estava me afastando delas.

As duas garotas, capachas de Santana, me levaram até um grande portão que eu deduzi ser o tal auditório. Um clipe estava na fechadura, trancando o grande portão. Elas cuidadosamente tiraram o clipe todo deformado, abriram a porta e me empurraram lá pra dentro. Corri até a porta antes delas fecharem, mas quando cheguei, elas já haviam me trancado.

–Me tirem daqui! – As lágrimas caíam, enquanto eu chutava e murrava a porta. – Me tirem daqui!

–Te trancaram aqui também?! – Ouvi uma voz indignada soar por trás de mim e me virei, tentando me recompor.

Uma menina com estatura alta estava em cima do palco. Ela era morena, seus cabelos eram negros e sedosos, lindos na verdade. A única coisa que disfarçava a sua beleza (por chamar muita atenção) era seu nariz esquisito.

Meus olhos se encontraram com os dela. Eram castanhos de um escuro tão profundo e tão hipnotizastes.

A primeira vez que vi seu rosto, eu achei que o sol nascia em seus olhos.

Ao notar que estava praticamente hipnotizadas com aqueles olhos, balancei a cabeça, me tirando do transe e me assustei com aquela garota e com a estranha sensação que ela me dava.

–Quem... quem é você? – Gaguejei ainda parada de costas para a porta.

–Foi aquela Charlie não foi?! – Irritadíssima, aquela garota veio andando até mim, que ainda estava paralisada de costas para a porta. – Essa garota já chegou mostrando à que veio! Como se meu ensino fundamental já não tivesse sido ruim o suficiente... – Ela falava feito uma matraca. Estava parada na minha frente. – Como ela, que nem...

–Ei! – Gritei, para prender sua atenção. Ela olhou para mim, assustada. –Quem é você? – Falei diretamente.

–Oh, mil perdões. Prazer. Rachel Berry, futura estrela da Broadway. – Ela esticou a mão para mim e eu, assustada com a agilidade da garota, a apertei receosa. –Não fique assim, só estou brincando. Na verdade não, eu vou ser uma estrela da Broadway. – Sorri, achando engraçado o jeito rápido dela de agir e falar. – Você tem sorte sabia?

–Sorte...? – Perguntei, sem entender o que ela quis dizer com isso.

–É. Você tem quantos metros? Um e trinta centímetros?

–Trinta e sete. Por que sorte? Você é bem alta para as garotas do nosso ano. Não é bom ser alta? – Então notei que estava falando que nem ela e corei.

–Trinta e sete?! – Ela exclamou impressionada. - Nossa, você vai crescer muito! No final deste ano, já deve alcançar um metro e sessenta. Enquanto eu, ficarei com um e cinqüenta e quatro pra sempre! Aposto que no ano que vem vão me chamar de Hobbit!

Eu ri da criatividade de Rachel. Então me lembrei de Santana e meu sorriso desapareceu. Era bem capaz de aquela monstra inventar este tipo de apelido.

Nós nos sentamos em frente a porta e de frente uma para a outra.

–As pessoas não gostam de você?

–Não, nunca entendi porquê. Na verdade, é bem capaz de ser minha fixação de alcançar o estrelato. E eu assumo, sou mesmo chata às vezes e bem mimada também. Sem falar que não sou bonita. Você por exemplo, você é linda. –Eu corei ao ouvir estas palavras. –Você tem muito mais peito e bunda...

–Você fala demais não é? – À cortei. Esses elogios estavam me constrangendo, mas pior que isso, eu estava gostando. Alguma coisa nela, na voz dela falando aquelas coisas me faziam corar.

–Nossa, desculpe.

Chateada, ela se levantou e desceu as escadas do auditório em direção ao palco. Meu coração apertou ao notar que eu a tinha magoado.

–Rachel, espere.

A garota desceu as escadas batendo pé e subiu no palco. Eu fui atrás dela, apressada.

–Rachel... – eu a chamava, mas ela ignorava.

Subi no palco com ela. Ela pegou um microfone que estava no chão do palco, fechou os olhos e abriu a boca bem próxima do objeto.

–Rachel. – Eu a chamei mais uma vez. Nossa, ela adorava fazer um drama.

–Eu estou tentando ensaiar. – Ela falou irritada. –Silêncio por favor!

Irritada, eu me sentei no palco, vendo ela pelo seu ângulo esquerdo. Mais uma vez, a morena fechou os olhos, aproximou sua boca do microfone e começou a cantar.

The first time ever I saw your face

(A primeira vez que vi seu rosto)

I thought the sun rose in your eyes

(Eu achei que o sol nascia em seus olhos)

And the moon and the stars were the gifts you gave

(E a lua e as estrelas foram os presentes que você me deu)

To the dark and the empty skies.

(Para os céus escuros e vazios)

And the first time ever I kissed your mouth

(E a primeira vez que eu beijei sua boca)

I felt the earth move in my hands

(Eu senti a terra movendo em minhas mãos)

Like the trembling heart of a captive bird

(Como o coração trêmulo de um pássaro capturado)

That must stay at my command, my love.

(Isso deve ficar sob o meu comando, meu amor)

And the first time ever I lay with you

(E a primeira vez que eu me deitei com você)

I felt your heart so close to mine

(Eu senti seu coração tão perto do meu)

And I knew our joy would fill the Earth

(E eu sabia que a nossa alegria encheria o mundo)

And last and last and last till the end of time, my love.

(E durar, e durar, e durar até o fim dos tempos, meu amor)

The first time ever I saw your face,

(A primeira vez que eu vi seu rosto)

your face,

(Seu rosto)

your face,

(Seu rosto)

your face.

(Seu rosto)


Rachel tinha a voz mais linda que eu já tinha ouvido. Com certeza ela iria para a Broadway. As lágrimas escorriam de meus olhos. Eu normalmente não ficava emocionada com músicas românticas, mas a voz dela... a voz dela deu um poder à música, uma coisa inexplicável.

Ela deixou o microfone no chão do palco novamente e foi descendo dele, até que eu peguei seu pulso e ela olhou para trás.

–Rachel, você canta muito bem.

–Obrigada. – Ela agradeceu com um sorriso sincero no rosto. –Você está chorando? – Ela perguntou, enxugando uma lágrima que escorria pela minha bochecha com o dedão.

–Para você ver o que sua voz faz comigo.

Ela subiu no palco novamente e se sentou nele. Eu me sentei em sua frente. Eu sorria para ela e ela sorria para mim.

–Obrigada pelo elogio. Sério mesmo. E desculpe por ter sido tão seca com você, eu faço um drama às vezes.

Eu pousei minha mão sob o palco e ela pousou em cima da minha. Minha nuca arrepiou com seu toque e ela notou que eu me surpreendi.

–Oh, me desculpe. – Ela tirou sua mão de cima de mim e eu fiquei com vontade de pega-la e coloca-la sob a minha de novo, mas seria esquisito se eu fizesse isso. – E então... Ah é, você não me disse seu nome.

–Quinn Fabray. – Falei com um sorriso.

–Quinn Fabray? – Ela disse, com uma leve surpresa. – Você é a irmã de Charlie Fabray?

–Sou. – Falei, com medo de admitir. Já havia percebido que ela não gostava da minha irmã.

–Oh. Coitada. Se a Charlie faz estas coisas na escola, imagina em casa...

–Eu sei que o que a Charlie fez com você não foi certo, mas ela é uma pessoa boa.

–Não foi ela que te trancou aqui? – Ela perguntou, como se não acreditasse no que disse e eu fiz que não com a cabeça. – Bom pelo menos você não me parece ter uma cabeça vazia que nem ela.

–Como assim?

–Obcecada pela popularidade. Faz exatamente o que esperam de você. Não quer mais nada na vida alem de poder. Esse tipo de pessoa se prende muito a rótulos, é clichê, sem personalidade... Eu jamais seria assim!

Impressionante como Rachel lia a minha mente. Eu realmente queria ser mais do que aquilo. Queria fazer a diferença. Queria ser diferente. Mas eu tinha tanto medo de ser julgada, que me deixava levar por Charlie. Mas eu queria ser como Rachel. Ser eu mesma e não ter medo de mostrar quem eu sou.

–É. Odeio gente assim. – Respondi sem graça. Como ela iria reagir quando soubesse que eu estava me preparando para ser exatamente assim? –Sabe Rachel, eu acho que essas pessoas deviam ser mais como você, orgulhosos de quem são.

–Obrigada. – Ela corou. – O que é isso? – Rachel falou de repente. – Alguém te bateu? – Então notei que ela estava olhando para minhas bochechas marcadas pela mão de Santana.

–Ah, não é nada. – Eu disse.

–Como nada? Isto é uma coisa muito séria Quinn! –Rachel se aproximava de mim. Parou do meu lado e checou minha bochecha. – Você tem que reclamar com alguém!

–Com quem? A treinadora das cheerios incentiva que as garotas massacrem os perdedores da escola! Os outros funcionários não devem ser muito piores!

–Mesmo assim! Alguém tem que fazer alguma coisa! Uma garota linda como você não pode andar machucada assim!

Meu coração apertou com esse elogio. Notei que Rachel havia corado. Ficamos nos encarando por segundos, sem se quer eu me dar conta, fomos aproximando nossos rostos e colamos nossos lábios. Ela tinha um gosto doce nos seus lábios macios. Me senti descobrindo um mundo novo. Um mundo proibido. Um mundo cheio de afeto e luxúria. Nossas línguas dançavam e eu a deixei conduzir. Senti que ela estava tão assustada com o que estava acontecendo quanto eu. Mas não nos importávamos. Queríamos sentir o sabor uma da outra.

Então, ao notar o que estava acontecendo, retirei meus lábios do dela e a encarei assustada. Nós duas estávamos muito vermelhas e também bastante ofegantes. Neste exato momento a porta se abriu.

–Mas o que é que está acontecendo aqui? – A voz de Sue ecoou pelo auditório.

Nós duas olhamos para ela assustada e aproveitando que a porta havia sido aberta, saímos correndo sem falar mais uma com a outra. Rachel e eu corremos apressadas, ignorando Sue. Passamos pelos corredores correndo. Estava muito abalada com o que tinha acontecido. Lágrimas escorriam de meus olhos. Quando tinha saído do colégio, uma voz ecoou por trás de mim.

–Quinn. – Charlie me chamou.

Me virei para ela irritada, não conseguindo conter as lágrimas.

–Que é?

–Por que está chorando? Eu que devia chorar. Você me decepcionou hoje Q.

–Você... você viu... – me assustei. Como ela poderia ter visto?

–O que aquelas garotas fizeram com você? Eu vi tudo Quin. Quem me dera ser uma mosquinha para ver o que aconteceu no auditório. Para mim foi bem feito! – Mesmo aliviada por ela não ter visto o que aconteceu entre mim e Rachel, fiquei irritada.

–Você viu o que elas fizeram comigo e nem se quer me defendeu?!

–Era para você se defender sozinha Q! Se quiser alcançar a popularidade...

–Talvez eu não queira alcançar a popularidade! – Eu gritei com raiva e corri até em casa chorando.

Chegando em casa, eu me tranquei em meu quarto, me deitei em minha cama e chorei por horas, pensando na possibilidade de gostar de uma garota. Era errado! Eu mais do que ninguém deveria saber disso. Eu vinha de uma família religiosa, fui educada... Por que eu?!

Apenas a noite, eu saí de meu quarto e encontrei Charlie secando seu cabelo no banheiro.

–Mana, - eu a chamei, parada na porta do cômodo.

–Que é?! – Ela exclamou irritada.

–Eu só queria dizer que eu blefei. Eu quero fazer de tudo para ficar popular! E ninguém vai me impedir! Vou atropelar todos que ficarem no meu caminho!- Esta foi a pior frase que já poderia ter saído de minha boca.


E eu fiquei popular. Depois que Charlie se formou, eu tomei o posto dela. Virei a rainha da escola, a capitã das cheerios... Até Santana fazia o que eu mandava durante um tempo. Por fora eu parecia feliz, mas por dentro, eu estava quebrada em pedacinhos. Eu namorei Finn, namorei Sam, dei uns pegas no Puck, mas não conseguia esquecer Rachel. Mesmo quando eu torturava ela, tentava me convencer de que ela era tudo aquilo que diziam, a baixinha sempre dominou meu coração. E o pior, ela havia me esquecido!


Quatro anos depois...

Lá estava eu, andando pelos corredores mais um a vez com meu uniforme de cheerio. Agora, tudo tinha voltado a ser como era antes. Bem, quase. Agora eu prezava mais do que minha popularidade, não era mais uma bitch, mas o melhor, virei amiga de Rachel. Ela não me amava e era hora de aceitar isso. Minha diva iria se casar com Finn e seria feliz, vivendo a vida que sempre quis.

–Oi. – Falei, ao encontrá-la no corredor. Rachel se virou e sorriu ao me ver com meu antigo uniforme vermelho e branco.

– A treinadora Sylvester deu para mim hoje mais cedo e não resisti.

–Estou feliz que esteja feliz. Todos merecem ser felizes! – Ela disse.

–Quando você cantou aquela música, cantou para o Finn, certo? – Perguntei, com esperança da resposta ser outra. Ela fez sim com a cabeça e meu coração apertou. – Eu quero apoiá-la Rachel. E se o Finn é quem você escolheu, irei ao casamento. – Falei lutando contra as lágrimas. Ela sorria com minhas palavras. – Se não for tarde demais.

–Não! Você sempre será bem vinda! – Ela disse e me abraçou.

Quando ela já não podia ver meu rosto, deixei as lágrimas saírem de meus olhos. Eu a havia perdido pro meu orgulho, pro meu preconceito. Não consegui segurar um soluço e Rachel me soltou.

–Q, por que está chorando? O que houve? – Ela falou, quando voltou a me encarar de frente.

–Rachel, você se lembra quando nós éramos calouras e ficamos presas no auditório? – Rachel fez que sim com a cabeça, estranhando minha pergunta. – E lembra quando nós nos... beijamos?

–Quinn, porque está perguntando isso?! – Ela disse nervosa. – Da onde você está tirando estes assuntos?! – Lágrimas escorriam pelos seus olhos também.

–Sinto muito Rachel, eu sei que você ama o Finn, mas não dá mais para esconder! Eu te amo! Eu te amo muito, dês da primeira vez que vi seu rosto naquele auditório há quatro anos atrás! E eu preciso saber, antes que seja tarde, você me ama? – Rachel hesitou em responder, mas eu continuei antes que ela tivesse a chance. – Só me diga isso, depois faça o que quiser.

–Quinn, eu... – ela fez uma pausa, para liberar as lágrimas – eu te amo muito. Eu sempre te amei! Talvez não dês de que te vi, mas aquele beijo... aquele beijo significou muito para mim. Você não sabe como me doeu quando, no dia seguinte, você chegou me maltratando, me jogando slushie... Eu achei que você não se sentia atraída por mim, tentei te odiar com todas as minhas forças, tentei te esquecer ficando com Finn, até achei que tinha conseguido, mas agora, eu percebi, eu sempre te amei! E esse tipo de amor não se apaga nunca!

Eu corri até ela, envolvi sua cintura e encostei nossos lábios novamente. Experimentando mais uma vez dos lábios que tiraram minha boca virgem e dos lábios que mais me satisfizeram. Mais uma vez, senti como se eu estivesse experimentando algo novo, pois cada beijo, cada toque, sempre era uma descoberta com ela. Desta vez ela que separou nossos lábios e me olhou incerta.

–Você me ama mesmo? – Ela perguntou.

–Mais do que jamais amei qualquer outra pessoa! –Dito isso, eu a abracei. –Mas... e o casamento?

–Esquece o casamento. Vamos pular para a noite de núpcias.



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Notas finais do capítulo

E aí gostaram? Estou pensando em fazer uma segunda parte, com o POV da Rachel. Me digam oq acharam e se aprovam esta ideia que eu posto ela.



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