Acordei no outro dia, triste como sempre, fez minha higiene matinal e fui tomar café da manhã, e como sempre na mesa só havia minha mãe, James e Alvo. Sentei-me ao lado de Gina.

-Bom Dia – eu falei quase que um sussurro

-Bom Dia – disse os três juntos

-Papai está em casa? – perguntei diretamente para Gina.

-Acho que sim – ela disse sem nenhuma emoção

-Não o vi no sofá – eu respondi olhando para ela.

-Mas, Lily o papai nunca saí do quarto; porque hoje ele estaria no sofá? – perguntou James.

Ah mas, eu tenho que falar antes de pensar... Só eu mesmo!

-Ouvi coisas – falei olhando para o copo com suco. Pela primeira vez nessa manhã Gina me olhou.

-O que você ouviu Lily? – perguntou Gina.

-Nada... – falei, colocando rapidamente o copo na minha boca.

Todos acabaram o Café da manhã. Gina foi para o quarto deve ter ido se arrumar para o trabalho (ela trabalha no Profeta Diário). James foi para sala e eu fui para o jardim e Alvo não sei não.

Eu estava sentada em um balanço velho que tinha no nosso jardim, James me contou que foi feito logo quando nasci, pois, Harry dizia que se eu fosse igual Gina eu iria gostar de me balançar, é parece que nisso ele acertou. Eu estava tão absorvida em meus pensamentos que só voltei a mim quando Alvo sentou do meu lado e falou:

-Lily o que foi que você ouviu?

-Nada não Alvo, foi besteira.

-Pode me contar?! Ou é segredo?! – ele falou debochadamente

-Eu só ouvi Harry falando para Gina que iria dormir no sofá...

-É bem estranho você não escutar brigas deles toda noite, porque o meu quarto é bem longe do deles eu quase toda noite escuto alguns gritos, já o seu que é bem do lado você não escuta nada... Estranho!

-Tenho um sono pesado – Menti.

E der repente ficou um silencio ensurdecedor.

Então comecei a lembrar de quando Draco me falava que ninguém me amava que eu deveria morrer logo assim as pessoas poderiam se livrar de mim.

Às vezes as pessoas falam sem saber que para causar bastante dor só bastam algumas palavras.

Fiz de tudo para que as lagrimas não escapassem, só uma conseguiu fugir e foi o bastante para Alvo ver.

-Lily, ta tudo bem?! – Perguntou Alvo me encarando.

-Ta tudo bem sim!

-Para de mentir para mim, eu sou seu irmão, você queira ou não!

-Alvo eu gosto muito de você, mas entenda fui acostumada a guarda meus sentimentos, nunca os mostrar, pois é mais que provável você quebrar a cara.

-Mas entenda sou seu I-R-M-Ã-O, pode sempre contar comigo. Para tudo!

-Obrigado Alvo! – Eu disse indo o abraçar, deitei minha cabeça em seu ombro e disse: - Ouvi-os brigarem ontem, gritavam, e papai disse que ia dormir no sofá, só que ele não estava lá... – falei começando a chorar e a soluçar compulsivamente.

-Eu também ouvi. – disse ele me apertando mais.

-A culpa é minha – Eu disse entre choro.

-Não é não! – Ele protestou – Escute e grave na sua memória “Nada disso é culpa sua”!

-Você não sabe o quanto me ajudou Alvo – falei saindo de seu abraço e limpando meus olhos.

-De nada! Lily, todos esperávamos ansiosos o dia que você reapareceria!

Dei um ultimo abraço, me levantei do balanço e disse:

-Eu vou subir Alvo, ok?!

-Ta! Vou ficar aqui. Pensando.

-Qualquer coisa pode me chamar.

-Eu que deveria falar isso.

-Haha, até mais.

Fui para dentro de casa e subi as escadas o mais rápido possível para meu quarto, eu sei que tudo que Alvo disse deveria me ensinar que eu não sou culpada de nada; Mas eu sou...

Como de costume peguei na primeira gaveta minha lamina, fui tirando devagar, escutei um barulho, mas não liguei muito, me concentrei em meu braço e minha lamina, quando passei a lamina sobre meu braço branco e o sangue aparecendo Alvo entrou rapidamente e gritando disse:

-LILY, O QUE VOCÊ TA FAZENDO?