POV - Hermione

Eu e Gina fomos circulando pelo salão, falando com garotas da Lufa-Lufa e da Corvinal. Procuramos evitar as garotas da Sonserina, por extinto.

– Ei, Mione. Tem umas garotas da Sonserina te encarando ali daquele lado - Gina sussurrou em meu ouvido, e eu olhei na direção em que ela apontava

– Oh, eu sei quem são. É a Mila, aquela que tava dando em cima do Ron lembra? E a outra é Mary, se eu não me engano... Eu vou falar com elas, tenho que agradecer sobre uma coisa que aconteceu

– Que coisa? Tem certeza que quer falar com elas?

– Tenho sim, fica aí tá? Já volto - após pedir licença as duas garotas da corvinal com quem eu estava conversando, saí em direção a Mary e Mila, que me deram um sorriso quando eu cheguei

– Ei, garotas. Não tive tempo pra agradecer a vocês por aquele dia. Se não fosse por vocês, eu provavelmente estaria brigada com o Rony agora. Muito obrigada.

– Ah, por nada. - Mila disse

– Pode ficar tranquila, Hermione - Mary falou

– Hum... tudo bem. Mas me digam, onde é que vocês estavam aquela hora, pois eu não vi vocês. Vocês duas apareceram do nada. E por que me ajudaram? Como sabiam que o Rony iria brigar se o Draco estivesse comigo? - perguntei, confusa

– Ah, é que... Nós... Nós estávamos andando por ali. - Mary gaguejou

– Nós queríamos sair da festa, respirar ar puro, sair da bagunça. Estávamos no corredor da frente quando vimos você e o Draco e o Rony vindo na direção de vocês com cara de bravo. E aí, resolvemos ajudar. Foi meio que uma ideia relâmpago

– Hum... Obrigada de novo

– De nada. Eu disse para o Draco que sabia que vocês dois se encontravam na Sala Precisa, e ele me disse que o Rony não podia ficar sabendo disso. Foi puro instinto, pulamos na frente de vocês e fingimos que você não estava com o Draco. - Mary explicou

– Ah, como descobriram isso? Que eu e Draco nos encontramos na Sala Precisa? - perguntei

– Eu já tinha visto vocês entrando lá algumas vezes. Mas eu nunca contaria para ninguém, nem eu nem a Mary - Mila disse

– Tudo bem então. E mais uma vez muito obrigada. E por que vocês estão aqui paradas? Não vão conversar com ninguém? É para interagirmos, lembram? - falei a elas

– Sabemos disso. Mas preferimos ficar aqui no cantinho mesmo

– Nada disso, se não querem sair daqui pra conversar, eu fico aqui com vocês. Andem, me falem um pouco mais sobre vocês! - Me sentei ao lado delas

– Ah, é o básico. Somos tratadas pelas outras casas como vilãs, por sermos da Sonserina. Mas não somos más, nem um pouquinho - Mary disse, fazendo contato visual com Mila

– Eu sei que não, tive prova disso no dia da festa. Nem todo Sonserino é ruim. O Draco é o meu melhor amigo, eu o amo. Ele já teve seus tempos de escuridão, mas hoje é uma nova pessoa.

– Sabemos disso.

– E aí? Vocês estão namorando com alguém? Gostam de alguém? - perguntei, curiosa

– Não, não estamos. Quem entende de romance aqui é você, Hermione. Já ouvimos suas histórias... Krum, Cormaco, Rony... – Mila falou

– Ah, me chamem de Mione. E não, eu não entendo nada de romance. Vocês não sabem como eu estava insegura quando eu e Rony começamos a namorar, eu já gostava dele há um bom tempo. Se eu não me engano, desde o terceiro ou quarto ano. Digamos que eu o achava o garoto mais irritante do mundo antes disso, mesmo sendo amigos.

– Então, Mione, conta tudo sobre você e o Rony pra gente. Vai ver assim vamos saber como lidar com os garotos

– Ah, não vai ser tão fácil. Não ouvindo as minhas histórias. Demorei anos para finalmente beijar o Rony pela primeira vez. Mas já que querem ouvir, eu conto tudo. Bem, no quarto ano eu comecei a deixar claro para o Rony que eu gostava dele, mas ele era um ignorante cabeça-dura que não entendia nada. Brigamos muito aquele ano. No sexto ano ele namorou a Lilá.

– A Lilá? Lilá Brown? – Mary perguntou, boquiaberta

– É, a própria. Ela era totalmente e incondicionalmente obcecada por ele. Chamava ele de Uon Uon, não desgrudava dele um minuto. Aquilo tudo me dava nojo. Fiquei dias sem falar com ele, e mesmo assim ele não percebeu que eu estava louca por ele. Eu costumava dizer que o Rony tinha o emocional de uma pedra, e ele tinha mesmo. Mas enfim... Ainda no sexto ano, Rony foi acidentalmente envenenado e foi para a ala hospitalar. Não vou contar os detalhes, é tudo muito longo. Lá, ele estava um pouco desacordado e começou a chamar meu nome. Eu fiquei muito feliz e Lilá saiu de lá chorando. Só que depois ele não se lembrou do que tinha falado. Quer dizer, acho que se lembrou, mas não quis admitir. E no 7º ano, em meio a guerra.,, Já sabem as histórias da guerra né? – perguntei

– Sim, sabemos. E tenho que dizer o quanto você, Harry e Rony foram corajosos. Não conseguiria fazer metade do que fizeram – Mary disse

– Ah, obrigada. Foi tudo muito triste, horrível. A única lembrança boa daquilo tudo, a única memória que vale a pena ser lembrada é a do meu beijo com Rony. Um dos melhores momentos da minha vida – eu sorri com a lembrança

Mila pigarreou, ficou incomodada

– Algum problema, Mila? - perguntei

– Não, nenhum. Mas continue, como está seu namoro com ele hoje? Quais são seus medos, suas dúvidas? Tem alguma insegurança? – ela perguntou

– Sim. Pra falar a verdade, nunca estive tão insegura como agora. Tenho medo dele descobrir que eu e Draco ainda nos encontramos.

– Nunca vai contar pra ele? – Mary perguntou

– Claro que sim, não posso esconder isso a vida toda. Só preciso de um tempo, para que ele confie em mim totalmente. Para que eu possa contar a ele, e fazer ele entender que nunca aconteceria algo entre eu e Draco além de amizade. Mas eu não quero decepcioná-lo, não agora que nossa relação está ficando séria

– Com séria você quer dizer que... Vocês já... er... Você sabe! – Mila gaguejou

– Ah, sei do que você está falando. Não, ainda não fizemos. Mas já conversamos sobre isso, e vamos fazer quando chegar a hora. Ele sabe que ele é o único com quem eu faria aquilo, o único com quem eu me sentiria pronta. Acho que nada o magoaria mais do que se ele descobrisse que a minha primeira vez não foi com ele. Mas isso nunca vai acontecer, por que a minha primeira vez vai ser e só pode ser com ele

– Nada o magoaria mais? Acho que tem algo que o magoaria mais. – Mary disse

– O que?

– Ele descobrir que a sua primeira vez não foi com ele, mas que foi com o pior dos inimigos dele. Draco Malfoy – Mary olhou para Mila e sorriu

– Que horror! Isso nunca vai acontecer! Nem em brincadeira ele descobriria uma coisa dessas, por que nunca será possível. Nunca!

– Sabemos disso, Hermione. Sabemos... Bom, foi ótima a nossa conversa, Mione. Adorei saber mais sobre você, espero que esse seja o inicio de uma grande amizade – Mary disse

– Ah, claro que é. Obrigada por me ouvirem, vocês são ótimas. Vamos nos falar sempre ok? – Eu dei um abraço nas duas

– Conseguimos uma amiga, não foi? Era esse o propósito da noite – Mila me deu um sorrisinho simpático

– Sim, era. Espero que sempre venham falar comigo ta? Bem, eu vou ficar com a Gina. Foi um prazer, meninas. Tchau! – me levantei e sai

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Enquanto isso na ala dos meninos

POV – Rony

Essa provavelmente era a noite mias chata da minha vida. Preferia 1000 vezes ter passado esse tempo todo no sofá da Sala Comunal abraçadinho com a Mione do que ficar aqui sentado sem fazer nada.

– Rony, vamos. Eu já conheci tanta gente. Eles são legais, levanta daí - Harry tentava me convencer

– Não quero fazer amigos, Harry. Já disse que estou satisfeitos com os meus

– Lembra da promessa que fez a Mione? Não hesitaria em contar pra ela que você passou a noite toda com o traseiro nessa cama e de cara amarrada - ele ameaçou

– Ora seu grande imbecil - joguei um travesseiro nele e me levantei, relutante

– Vamos logo - ele me puxou até um grupinho onde estavam Neville, Simas, Dino, dois garotos da Lufa-Lufa, dois da Sonserina e um da Corvinal - Ei, gente. Esse é o Rony - ele me apresentou aos garotos que eu não conhecia

– Sabemos quem ele é, Hogwarts inteira conhece os Weasley. Prazer, sou o Michael -um garoto da lufa-lufa estendeu a mão para mim, eu a peguei

Em seguida mais quatro mãos se levantaram para mim, cumprimentei todos e começamos a conversar. Eles falavam sobre quadribol, criaturas mágicas, aulas, professores, ministério da magia, trouxas, etc... Nenhum dos assuntos me interessava, não conseguia tirar da minha cabeça que esse tempo eu poderia estar gastando com a minha namorada

– O que acha disso Rony? - Dino me pôs na conversa, interrompendo meu falatório interno

– É... eu acho que é legal... conversem mais sobre isso tá? Vou voltar para a minha cama - saí de lá antes que Harry me puxasse de novo. Me deitei na cama e começei a olhar pro teto.

– Ei, Weasley. - alguém me chamou

Olhei para o rosto conhecido e revirei os olhos

– O que quer, Malfoy?

– Eu queria conversar com você

– Querer não é poder

– Ah, deixe de ser infantil e me ouça

– Vai mesmo conseguir uma conversa comigo me chamando de infantil - ironizei

– Weasley, é sério

– Então tá - me sentei na cama, o encarando - sobre o que quer conversar hein? Começe logo antes que me arrependa

– É sobre a Hermione

– O que quer com ela?

– hãn? eu.. eu..

– Quer pedir minha permissão para namorá-la, Malfoy? Acha que eu não vejo você a encarando na hora das refeições? Ponha na sua cabeça que a Hermione me ama, e não você - fui rude

– Ah, por favor Ronald. Estou tentando ser civilizado! Não quero namorar a Hermione, quero que deixe sermos amigos. Eu sofro muito longe dela, ela se tornou minha melhor amiga. E eu sei que ela me considera também. Deixe de lado esse ódio que sente por mim e pense no que é melhor para sua namorada. Não quer deixá-la feliz? Você pode negar o quanto quiser, mas no fundo você sabe que ela ainda se importa comigo. Sabe que ela quer voltar a ser minha amiga.

– Cala a boca, loiro azedo.

– Rony, por favor

– Só meus amigos me chamam de Rony

– Ronald Weasley então. Entenda, eu sei que já fui ruim o suficiente para você, para Harry e para a Hermione. Mas eu mudei. Eu sou outra pessoa, Hermione sabe disso. Eu só quero o melhor para ela, eu me importo com ela. E você tem que superar. Ela já te explicou tudo o que aconteceu naquele dia. Ela nunca teria outras intenções comigo

– Mas você teria outras intenções com ela

– Eu nunca tentaria nada que ela não quisesse

– Então está dizendo que se ela não me amasse, você daria o bote certo?

– Claro que não, não foi o que eu quis dizer. Ronald, eu não a vejo com outros olhos. Eu a amo como amiga, e só. Por favor, seria tão bom se aprovasse a minha amizade com ela. E seria ainda melhor se deixasse de me odiar e percebesse que eu sou uma boa pessoa, e que você também pode ser meu amigo.

– Eu nunca seria seu amigo! - berrei

– É, foi o que eu pensei... Meu pedido está feito, pense nisso ok? Espero que leve em consideração os sentimentos de Hermione. Até Weasley - ele saiu

Me deitei de novo na cama, fechei os olhos e comecei a pensar. "Será que ele estava certo? Será que eu devia permitir a amizade dos dois? Ele não parece mais ser aquele Draco de antes, poderia ser um bom amigo até para mim" Estremeci com a ideia. Bem, eu poderia pensar nisso depois, resolvi dormir para que esse dia acabasse mais cedo.