Quando Seus Olhos Brilham escrita por Dessa Farkash s2


Capítulo 10
Tudo ou nada


Notas iniciais do capítulo

Oi, novo capítulo, esse capítulo é muito importante prestar bastante atenção, por que a partir de agora em diante os personagens e etc., tudo vai ser baseado nisso aqui , bjs ;*



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POV. PHATON

O Hector fracassou na sua missão, a Carmel se apaixonou pelo irmão da Ella e agora? O que eu faço? Deve ter alguma coisa por aqui...

Procurei espelhos com almas em um armário e achei muitos, até que vejo um escondido lá atrás, bem no topo, a alma do vampiro era medonha, olhos brancos, presas grandes, olhar assustador, realmente temebroso. Peguei ele mas nem tive coragem de olhar direito, mas tenho que escolher o vampiro certo dessa vez. Olhei bem para o espelho e vi as características da alma dele: me pareceu um vampiro sanguinário, matador, cruel. Peguei um homem na rua para ser seu corpo. Assim que a alma ocupou a alma dele eu falei:

- Deixe-me apresentar. Eu sou Phaton, seu mestre. Preciso que você faça missões para mim.

- Missões? - Disse ele falando.

- Na verdade, me desculpe por ser apressado, qual é seu nome?

- Zaire. - O vampiro meu comprimentou com a mão gelada.

- Zaire, você é minha última esperança. Tem um vampiro chamado Leo, que eu preciso que você atrapalhe a missão dele. A missão dele é proteger a dividida.

- Dividida...Ella.

- Como sabe, Zaire?

- Eu sei de tudo. Você precisa que eu destrua isso? Essa estrutura?

- Exatamente.

- Já fiz trabalhos mais dificéis. Não irá se arrepender.

- Você vai se desfarçar de aluno no colégio dela e dele. Seja discreto. 

- Pode deixar. Vai se orgulhar, irei começar meu trabalho desde já.

Ele saiu.

Zaire se disfarçou como aluno. Zaire era um vampiro perigoso, esperto e muito atraente. Ella não conseguiu desfarçar e foi seduzida por ele de cara, parecia que para ela, o Leo nem existia mais.

- Ei, moça! - Gritou Zaire atrás de Ella, - Uma moça bem bonita aliás...

Ella deu risos, toda envergonhada com o elogio.

- Sabe onde é a sala de química?

- Segunda porta a sua direita.

- E você... tá afim de passar o intervalo comigo?

Ella olhou para Leo que estava vindo de longe.

- Na verdade...

- Gata, eu posso te ajudar em alguma coisa, sei lá, e talvez a gente pode dar um rolé por ai.

- Vai ser ótimo!

- No intervalo, te espero. - Ele passou a mão no cabelo dela e deu um beijo; Leo chega perto.

- Quem era aquele cara?

- Não te enteressa Leo.

Parecia que Ella estava enfeitiçada, e que não ligava mais para o Leo.

Ella ficou a aula toda pensando no Zaire e no Leo. O Leo deu a ela a noite mais maravilhosa do mundo, sendo que aquele corte ainda sangra as vezes. Já o Zaire apenas existe! No intervalo eles voltaram a se falar:

- Ei, Gata. - ( Nota da autora: toda garota mal acostumada com essa gíria fica envergonhada, imagina a Ella!).

- Oi, como foi a aula?

- Não vamos falar sobre a aula, vamos falar sobre sobre você. Estuda aqui a muito tempo?

- Não, só um ano mesmo. Eu e o meu melhor amigo Omer.

- Quem é ele?

- Ah, ele é timido. Sabe tudo sobre mim. Ele gosta de mim, mas isso não rola.

- Entendi. E quem é a aquele garoto?

- Ele é o Leo. Lindo, né?! Ontem foi maravilhoso com ele.

- Fala, eu vou adorar ouvir. - Zaire colocou o braço no ombro dela.

Ella ficou muito sem graça. Ela iria falar sobre relações ultra particulares com um garoto que acabou de conhecer. Mas ela gostava dele, ela não queria deixa-lo no vácuo.

- Ele provou realmente que me ama ontem.

- Mas foi pra valer?

- Foi. Eu não sei, a primeira vez foi maravilhosa. Principalmente com ele que eu amo tanto.

- Você namora ele?

- Não. Apenas me relacionei e mais nada.

Zaire percebeu que a Ella era fácil o suficiente, até o ponto de ter relações sexuais com conhecidos.

- Mas fala sobre você Zaire. Tá gostando da escola?

Zaire avista Leo de longe em um corredor.

- Ella, na verdade eu to gostando muito. É... por que você não me mostra os corredores da escola?

- Claro.

Ele continua com os braços nos ombros dela. Quando ele vê Leo se aproximando dos dois, ele encosta ela em uma parede e beija ela.

- Mas o que foi isso?

- Eu gosto de você, Ella.

Leo viu ele beijar Ella e saiu. O sinal tocou.

- Tchau, Ella, tenho que ir.

Zaire foi embora e deixou Ella sozinha. Ella foi andando até a sala e Leo pegou ela pela blusa.

- O que tá fazendo?

- ME DIZ VOCÊ, BEIJANDO AQUELE GAROTO. POR QUE VOCÊ TAVA BEIJANDO ELE? VOCÊ GOSTA DELE?

- Leo, para! Foi só um beijo.

- VOCÊ GOSTA DELE?

Ella permaneceu em silêncio.

- GOSTA OU NÃO GOSTA?

- Sim.

Ele colocou a mão na cabeça e começou a amaçar todos os armários com a mão.

- PARA LEO.

Lágrimas começaram a escorrer no rosto dele.

- Para você, Ella. Nada que eu faço, nada que eu digo, NADA, NADA, NADA, te deixa feliz! Você não tem solução! Eu tento te fazer feliz, mas é impossível! Eu desisto de você, eu desisto!

- PARA LEO, NÃO ME DEIXA!

- Não te deixar? Você que não tem conciência. Não sabe quem te ama de verdade, vê se cresce. NÃO ME PROCURE MAIS.

Leo foi embora da escola e o diretor foi ver o que estava acontecendo:

- MEUS ARMÁRIOS! O QUE VOCÊ FEZ COM MEUS ARMÁRIOS, ELLA?

- Diretor Green, o Leo veio aqui e amaçou tudo...

- CHEGA! VAI LEVAR UMA ADVERTÊNCIA PESADA E VOU FALAR COM SEUS PAIS.

- Mas Diretor...

- VOCÊ VAI LEVAR DUAS ADVERTÊNCIAS, AGORA VÁ LOGO PARA SUA SALA ANTES QUE SEJA EXPULSA DESTE PRÉDIO!

Ella foi pra sala de aula, com muita raiva, zangada, com muito ódio. Depois de uma semana, nenhuma notícia dele. Ella desapareceu com Zaire, eles foram a lanchonetes, estudaram juntos, e a cada encontro mais a Ella revelava um pouco do seu segredo pra ele.

Ela não tinha notícia dele e nem ele dela. Ela ouviu alguns boatos segundo Ardack, que por Ella ter se afastado dele, ele se meteu em muitas encrencas, como drogas e festas. Ella ligou 100 vezes pro celular dele e nenhum sinal de vida dele. Ninguém sabia dele, e ao passar dias, as tardes eram tranquilas pois Ella não se lembrava dele e as noites eram horríveis sem ele pra esquentar o outro lado da cama.

POV. LEO

Saindo pra baladas ensurdecedoras. Pegando a loira, prometendo casamento a ruivinha e tendo sexo casual com a morena que conheceu no banheiro sujo daquela boate, daquele dia, daquela noite. Torrando o dinheiro com porcaria, deixando a casa suja, mandando os outros vampiros  ir sentir coisas profundas atrás. Ignorando todos os dias os conselhos de Ardack e andando com ordinários que, no fundo, nunca confiará em você e te trapacearão na melhor oportunidade. Não atendendo os telefonemas da Ella metida á preocupada, apagando os recados dos vampiros insanos do bar - que liga e não sabe pra que. Negando a saudade daquela garota que conheci no primeiro ano do colégio e te fez pensar em um futuro melhor. Caçando confusões por ai, criando pilhas de inimigos. Sendo o cara fodão, pegador, com um carrinho bonito e lotado de fãs… Mas tão vazio de si mesmo. Te conheci naquele dia desesperador, onde teve mordidas e sangue. Você estava parada, e com seus olhos observando tudo quieta.  Te observei de longe, você disse algo baixo, eu te olhei e você me fitava sério. Seu olhar estava frio demais. Frio a ponto de me congelar também. Perfeito. Você precisava de mim. Segui-te até sua casa, fiquei ao seu lado nas noites que não dormira. Havia dias que pessoas me ligavam chamando-me pra uma balada que iria com os amigos. Sempre negava, de cara, você, na verdade,precisava de mim aquele dia. O tempo passou e você me procurava pra se sentir mais segura, contar quantas noites passou em claro e solitária. Eu te ouvia e entendia o quanto seu coração vazio pesava dentro de você. Tentei te dizer uma ou duas vezes que se esconder assim não te faria bem, você me retrucava dizendo que esse papinho furado era chato demais. Acabei por ser seu único amigo, a único que ficava, realmente, ao seu lado. Ao seu lado naquela noite que sua mente estava vazia, ao seu lado no colchão nas noites geladas. O único que te conhecia de verdade, por um olhar só. Eu sei. Eu sou insensível. Também nunca quiz ser amigo de ninguém, muito menos de uma menina perdida feito a Ella, mas a falta que o amor fazia em mim era enorme e acabei me apaixonando. Na manhã de domingo ela me ligou. Tocou, tocou e eu fitei o visor com as mãos tremulas. Meu rosto estava pálido, meus batimentos aumentaram de uma hora pra outra.  Peguei o celular e taquei na parede, pôs as mãos na cabeça, como se a fumaça dos cigarros não conseguissem mais estacar as lembranças que não queria lembrar. Eu sabia. Era ela. Era ela que o fazia pensar em viver de verdade. Era ela que eu afogava todos os dias com bebidas fortes. Era por causa dela que eu ouvia musicas altas demais, pra ensurdecer os gritinhos que a saudade dava em meus ouvidos. Era pra não se lembrar da doçura que um dia experimentei, que um dia amei ela, ou que ela foi amada,e que eu ficava com garotas amargas demais. E era por ela que ele pensava em se procurar de novo. Era por ela que eu pensava em encontrar o homem que já fui. Eu me perguntei o porquê de não atender os telefonemas dela, sendo que tá doendo tanto o vácuo ai dentro. Eu não queria que ela me visse daquele jeito, tão perdido na bagunça da sua casa, com a mente suja de fumaça, com os sentimentos embriagados com whisky e vodka. Pôs as mãos no peito, como se a alma quisesse abrir caminho e jogar-se pelas escadas. Me olhei por dentro e, pela primeira vez, me mostrei como criançinha perdida, triste. Meus olhos estavam molhados, meu rosto encharcado de lagrimas e os lábios trêmulos que, se abriram com dificuldade e me perguntei “Solidão, isso que é amor? ’’.  Com o amor não a espaço pra solidão. Não a espaço para mim, eu sinto saudade dela, minha companheira melancólica de todas as noites. Mesmo não me perdoando, não perdoando ela principalmente, toda pessoa é amiga da solidão, mesmo querendo ou não. Finalmente, o telefone toca de novo, é a Ella, e eu atendo:

- Cadê você? - Eu disse.

- Não te enteressa.

- Você está me ligando e não quer falar nada?

- Quero escutar sua voz.

- Pra que se você não me quer, Ella?

- Sempre te quiz.

- Não vou me doar mais a você então.

- Ótimo, vai lá com as suas amiguinhas. Vai lá se divertir.

- Você é fria, Ella.

- Que bom.

- Acha que isso é qualidade, menina?

- Eu acho que isso é resistência.

- Você diz que me quer e me trata com frieza. Atraente, não?!

- Desculpe, eu não sou como as outras meninas.

- Eu percebi. As garotas com quem eu fico são diferentes de você.

- Pode falar essas besteiras, Leo. Mas...Queria tanto ficar bem sem você, sem falar, sem contato, mas ao mesmo tempo quase morro quando você não me conta como foi seu dia. Já basta essa distância insuportável e ficar um dia sem ter noticias suas acaba comigo.

- Disso eu não quero saber mais. Nada de você quero saber.

- E a vontade de te beijar, como é que fica?

- É só você imaginar que aquela boca ensebada é a minha. Acostuma, tá?! Vai ser a primeira de muitas vezes que você vai beijar ele.

Desliguei na cara dela. Aprendi que não posso exigir o amor de ninguém, posso apenas dar boas razões para que gostem de mim, e ter paciência para que a vida faça o resto.


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Notas finais do capítulo

Obrigado por ler, comente, seu comentário é importante, beijus!