It's art too! escrita por Arpus


Capítulo 14
Friendship? Not at All


Notas iniciais do capítulo

Hello povo de Deus! Tiveram um bom Natal? Porque eu devo ter engordado uns 20kg nessa brincadeira. Como eu prometi, o cap novinho postado logo após o Natal. E pasmem, esse é o maior de todos que já escrevi. Eu realmente achava que o cap 12 tinha sido um tapa na cara da sociedade, bem, esse aqui ta cuspindo na cara da sociedade. Ok, talvez nem tanto. Hope you enjoy it. Bye.
Músicas:
— Lovesong (Another Fucking) - Tiago e Caio(Original Amiel)
— Hit me with your best shot/One way or Another - Igor, Aline, Bruno, Manuella, Isabelle e SRebellion(Original Pat Benatar/Blondie)
— The Monster - Caio, Tiago, Amanda e Pablo(Original Eminem ft Rihanna)
— Singing in the Rain/Umbrella - Yanne, Caio, Igor, Bianca e SRebellion(Original Gene Kelly/Rihanna)



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/209415/chapter/14

A campainha tocou pela terceira vez, o moreno não queria levantar da cama e ir atender, seu corpo estava pesado e sentia muitas dores ao se mexer, mas o som irritante que ecoava pela casa sempre que apertavam aquele botão o estava deixando com uma dor de cabeça maior que qualquer desconforto físico. A campainha soou pela quarta vez e ele se levantou irado, foi até a sala e abriu a porta. Caio estava parado na soleira e olhava para trás. O sangue de Tiago ferveu e ele sentiu uma vontade imensa de fechar a porta na cara do rapaz, mas não o fez.

– Tudo bem? – ele perguntou com raiva contida e sem curiosidade alguma, apenas para chamar a atenção do garoto.

Caio virou-se rapidamente com um sorriso tímido no rosto, sorriso este que desapareceu ao ver o rosto do moreno.

– Cara, ta tudo bem? – Ele perguntou com receio – Você ta amarelo.

Tiago respirou fundo tentando espantar a vontade que tinha de estrangular o outro.

– O que... você... quer Caio? – ele perguntou pausadamente, não só por causa da raiva, mas porque estava zonzo.

– Bom, vim ficar com você.

O moreno ergueu uma sobrancelha.

– Como?

– Sua mãe esta viajando não esta? – ele perguntou embora já soubesse a resposta – E seus irmãos estão na escola. A Bianca me contou que você adoeceu e estava muito ruim. Vim aqui pra você não ficar sozinho nesse... estado.

– Não é nada grave. Sério. – ele tossiu – Eu não preciso de babá. – tossiu novamente, desta vez mais forte.

– Percebi. – falou Caio cinicamente – Com licença.

Ele empurrou Tiago com cuidado para dentro e fechou a porta, depois levou o rapaz pro sofá e o sentou.

– Você ta ardendo em febre. – ele constatou ao tocar na testa do moreno – Cara, você tem muita sorte mesmo.

– Por quê? – Tiago perguntou fracamente.

– Minha mãe é enfermeira e meu pai médico. – ele riu – Onde fica a caixa de remédios aqui?

Tiago fechou os olhos, a claridade o estava incomodando. Ele pensou um pouco até se lembrar do local onde estava o objeto que Caio queria. Só então se tocou de uma coisa que não estava certa.

– Como você sabe que tem uma caixa de remédios aqui em casa? – ele perguntou abrindo os olhos, mas se arrependendo do ato.

– Toda casa tem. – ele riu novamente – Onde fica?

– Na cozinha, eu acho. – ele tossiu novamente.

– Ok.

O loiro saiu pelo corredor à procura da cozinha e depois de um minuto gritou de onde estava:

– Onde fica a cozinha?

– Vire a esquerda no corredor, depois à direita. – Tiago gritou com muito esforço.

Depois de cinco minutos Caio estava de volta com uma pílula branca e um copo com água.

– Sua casa é enorme! E eu achando que só o quintal era grande. – ele sorriu e estendeu o remédio e a água – Aqui, vai demorar um pouco, mas você vai se sentir melhor.

O moreno tomou o remédio e tossiu um pouco.

– Ok. Deita ai. Eu vou voltar na cozinha e preparar um chá, vocês têm aqui?

– Na dispensa. – ele responde enquanto se deitava.

– Eu já volto, enquanto isso... – ele olhou em volta procurando algo até que encontrou o controle da TV, ele pegou o objeto e entregou pra Tiago – Você procura um filme pra passarmos o tempo...

Antes que o rapaz pudesse ir para a cozinha Tiago o chamou.

– Por que você esta aqui? – perguntou o moreno – A verdade, por favor.

Caio olhou para os próprios pés, respirou fundo e sorriu calmamente.

– Eu preparo seu chá, um pouco de pipoca, assistimos a um filme, você melhora da febre e depois conversamos ok?

O moreno assentiu e voltou a deitar-se no sofá.

–- --

– Muito bem, Geography Club, todos estão aqui? – Yanne entrou na sala de coral com seu humor ácido costumeiro e um sorriso estampado no rosto.

Manuella, que estava sentada na primeira cadeira da sala, se levantou e foi para a ultima fila, sentando ao lado de Bruno.

– Por incrível que pareça. – constatou Isabelle.

– Por que elas estão aqui? – Manuella perguntou para Bruno enquanto apontava para Isabelle e Thais. O rapaz deu de ombros.

– O que a senhora esta fazendo aqui? – perguntou Daniele sem se preocupar em ser educada.

– Além de encher a sala com o cheiro de enxofre. - falou Manuella.

– Bom, seu querido líder Tiago vulgo Mick Jagger de barzinho de esquina esta com uma doença, que Deus abençoe, vai impedi-lo de cantar por um bom tempo, assim não vamos precisar escutar mais nenhuma música sobre um fim de relacionamento horrível. – o comentário deixou todos espantados – Sério, ele já deve ter usado todas as músicas melosas, altamente emocionais, cheias de estrogênio que a indústria musical pode oferecer, se isso continuasse ele teria que apelar a Reginaldo Rossi, ou pior, Latino.

– E depois dessa manifestação nada cristã eu retorno a minha pergunta inicial; o que a senhora esta fazendo aqui?

– Bom, minha querida Etta James, eu sei que o rapaz passa uma tarefa toda a semana para vocês e, por mais surpreendente que seja, pois as tarefas são as mais aleatórias e sem objetivos possíveis, vocês conseguiram passar nas Seletivas usando esse método. – ela continuou – Então, essa semana eu vou substituí-lo.

– Na verdade, o Tiago já me mandou a tarefa da semana por mensagem. – falou Bianca com receio.

– Ok, mas como orientadora do clube eu retiro essa tarefa e coloco a minha... – ela foi até o armário de metal no canto da sala e pegou um pincel, depois foi até o quadro branco e escreveu a tarefa.

– É muito importante que vocês tenham noção disso. – ela falou assim que terminou de escrever

– Competitividade? – perguntou Igor com um sorriso.

– Isso, e diferente das outras atividades que vocês já fizeram, eu já escolhi qual música vocês irão cantar e onde vão cantar.

– Estou com um mau pressentimento sobre isso? – Augusto cochichou para Aline.

–- --

– Bem melhor agora não é? – perguntou Caio enquanto passava a bacia de pipoca para Tiago.

– Claro. – ele respondeu rindo – Nada melhor que ver você chorando enquanto assistimos Shrek quatro. Com certeza renovou minhas forças. – ele pegou um pouco de pipoca e comeu.

Tiago estava deitado no sofá coberto com um lençol, do pescoço aos pés, enquanto Caio estava sentado embaixo, com as costas escoradas no móvel.

– Cala a boca. – o outro respondeu ríspido – Shrek Para Sempre é o filme mais emotivo de todos, principalmente quando ela beija o Shrek e o feitiço de desfaz. – ele virou-se para o moreno – E você esta se sentindo bem desse jeito por causa do meu chá.

– Com certeza, você tem mãos de um curandeiro. – ele debochou – minha febre passou e minha garganta melhorou, eu disse que só estava resfriado, não é nada demais.

– Bom, só tem um jeito de saber se você esta bem mesmo.

Ele se levantou e pegou um dos diversos violões que estavam pendurados na parede. Sentou-se no braço do sofá e tocou algumas cordas.

– Super afinado. – ele sorriu – Muito bem então, pronto?

Ele começou a tocar e ainda sorria para o moreno incentivando-o a cantar.

– Não acredito que você vai me obrigar a isso. – ele suspirou - Agora seu como a Jú se sente.

[CAIO]

It's one thing to ask why we break up
Have you ever
Wondered why it is we fall in love
Can you tell me

Tiago sentou-se no sofa o

[TIAGO]

Do you know what it is you're looking for
What do we need
Can you tell me why I care
How is it that we heed
That voice that says I want you there

[TIAGO e CAIO]

Thanks you've been fuel the thought
Now I'm more lonely than before
But that's okay I've just ready-made another stupid love song
Thanks you've been fuel the thought
Now I'm more lonely than before
But that’s okay I've just ready-made another stupid love song

Thanks you've been fuel the thought
Now I'm more lonely than before
But that's okay I've just ready-made another stupid love song
And thanks you've been fuel the thought
Now I'm more lonely than before
But that's okay I've just ready-made another stupid love song

[TIAGO]

Look into my eyes
“Our's” is no love sacrifice
For it has helped us to grow
And I'm sorry I know just how far I have to go alone

[TIAGO e CAIO]

Thanks you've been fuel the thought
Now I'm more lonely than before
But that's okay I've just ready-made another stupid love song
And thanks you've been fuel the thought
Now I'm more lonely than before
But that's okay I've just ready-made another stupid love song

[TIAGO]

I've just ready-made another love song

[CAIO]

Just ready-made another love song

Caio sorriu ao terminar a canção e devolveu o violão para seu lugar.

– Então, sua garganta já esta boa? consegue até cantar.

– Isso não é nada. Uma vez minha mãe cantou em um show de três horas com a garganta inflamada. – o moreno respondeu sorrindo.

– Uau. Eu não sabia que sua mãe é cantora! – Caio exclamou surpreso.

– Era... – corrigiu Tiago – Ela se aposentou. Ela é dona de uma grande rede de gravadoras agora, mas foi um grande sucesso nos anos oitenta. Talvez sua mãe tenha uns três cd’s dela.

– Vou perguntar. – Caio sorriu.

– Mas... – o sorriso de Tiago despareceu e ele se mostrou muito sério – Vai de dizer agora o verdadeiro motivo de ter vindo aqui?

Caio suspirou derrotado e assentiu.

– Claro... é um assunto meio delicado...

– Por quê? – perguntou o moreno.

– É sobre a Raisse...

–- --

– Que lugar é esse e por que estamos aqui? – Daniele perguntou assim que o ônibus escolar parou em frente uma casa de tijolos, pintados de várias cores e com uma enorme placa grafitada com palavras que ela desconhecia.

– Isso não é uma casa de paintball? – perguntou Aline descendo do ônibus.

A professora, que tinha descido antes dos garotos confirmou.

– Espera... Isso é árabe? – perguntou Isabelle lendo a placa.

– Acho que é Islâmico. – falou Igor.

– Isso é inglês. – falou Yanne – Mas esta escrito de cabeça para baixo, por favor, parem com o preconceito.

– Ela realmente falou isso? – Augusto cochichou para Manuella.

A professora acenou para que entrassem no prédio. Assim que o fizeram foram recepcionados por uma mulher, com um pouco mais de vinte e cinco anos, asiática e de cabelos cor de rosa, vestia um quimono de várias cores. Ela escrevia apressadamente em um bloquinho e sequer olhou para o grupo.

– SASHA!! TEMOS CLIENTES, NÃO OUVIU O SINO TOCAR?! – uma voz grossa gritou de um corredor – ATÊNDA-OS!

Sasha, a recepcionista bufou e largou o bloco no balcão.

– ESTOU ESCREVENDO A LISTA DE COMPRAS QUE VOCÊ ME PEDIU, SE DECIDA! – ela gritou de volta irritada, mas logo se acalmou e encarou os clientes – O que desejam? – ela então fixou o olhar em Yanne e seu rosto se iluminou – Professora Yanne! Que prazer ter a senhora aqui novamente.

Ela deu a volta no balcão e abraçou a professora.

– Trouxe uns alunos. – Yanne falou assim que se separaram – Quero usar o campo seis. É possível?

– Claro! Claro! – a moça respondeu animada – Tudo pela professora!

Ela voltou para trás do balcão e pegou uma chave.

– VOVÓ!!! A PROFESSORA YANNE ESTÁ AQUI!!

Uma senhora, de aparentemente oitenta anos apareceu pelo corredor com um sorriso, ela também era asiática e vestia um quimono pintado de várias cores como a neta e possuía os cabelos completamente brancos.

– Professora! – exclamou contente, sua voz era grossa e altiva apesar de não medir nem mesmo um metro e meio.

Ela abraçou a mulher e depois se voltou para a neta.

– Menina burra! Por que não me avisou que a professora estava aqui?

– Porque acabei de vê-los! – a moça respondeu irritada.

– Se passasse mais tempo atendendo clientes, ao invés de vadiar, teria percebido mais cedo!

– Eu estava... Argh esquece. – ela cruzou os braços com raiva e não disse mais nada.

A senhora virou-se novamente para Yanne e os garotos.

– E esses são? – ela perguntou.

– Alunos. – respondeu a professora – Queremos fazer uma atividade no campo numero seis, a Sasha disse que estava disponível.

– Bom, uma família tinha reservado o campo para daqui vinte minutos, mas eles não são a professora não é? – ela sorriu – Sasha, leve a professora para o campo, providencie os materiais e depois volte para a recepção, menina lenta.

A moça acenou e seguiu pelo corredor.

– Me sigam, por favor. – ela pediu.

O grupo obedeceu a mulher.

– É impressão minha ou aquela senhora tem a voz do Hulk? – Augusto sussurrou para Manuella.

– Hoje você esta bem nos comentários maldosos. – a latina sorriu.

– Aprendo com a melhor. – ele sorriu também.

– A senhora com voz de Hulk também tem um ótimo ouvido! – a velha gritou da recepção e assustou a dupla que não falou mais nada.

O grupo continuou até chegar a uma bifurcação, que dividia o corredor em seis, eles seguiram pelo caminho do meio e depois de mais uma longa caminhada chegaram a uma porta de metal. Sasha colocou a chave e abriu a porta, depois convidou os garotos a entrarem.

Na verdade, a porta era uma saída e dava para um enorme campo, com muitas arvores e pequenas elevações de terra. A área era cercada por grades de ferro. Cada lado do campo possuía um palanque de madeira, coberto de trepadeiras, ainda palanques menores estavam dispostos pelo campo, assim como trincheiras. Uma cabana enorme estava do lado oposto da porta.

– Uau! – exclamou Igor surpreso.

A moça que os guiava andou até a cabana e a abriu.

– Aqui estão seus equipamentos, alguém aqui já jogou paintball?

Aline e Igor ergueram as mãos.

– Só? – ela perguntou desanimada – Ok. Vou explicar como devem se vestir com os equipamentos de segurança e como devem mexer com as armas.

Ela deu uma rápida explicação enquanto distribuía os equipamentos entre o grupo.

– A professora vai jogar? – ela perguntou.

– Não, apenas assistir. Sasha, você pode me trazer um bom aparelho de som?

A moça concordou e saiu do campo.

– Acho que entendi tudo. – falou Bianca.

– Se alguém ainda não entendeu como o jogo funciona pode entender enquanto joga.

– E como isso esta relacionado com a tarefa? – perguntou Daniele.

– Esperem.

Sasha retornou com o aparelho de som e entregou para Yanne.

– Só isso professora?

– MENINA BURRA! VOLTE PARA A RECEPÇÃO!

O grito da avó fez a menina ficar vermelha de vergonha, ela se desculpou com o grupo e se retirou.

– Bem, temos três horas para brincar. – ela retirou um cd do bolso e colocou no aparelho – Vamos precisar de dois capitães.

Igor e Manuella se ofereceram. Eles caminharam para perto da professora e ficaram frente a frente.

– Eu tenho experiência nesse jogo, porque acha que vai me vencer? – perguntou Igor tentando intimidar a adversária.

– Por favor, eu sou perfeita em tudo que faço e o que eu faço de melhor é esmagar minha concorrência.

– Ok. – ela jogou uma moeda e pegou no ar.

– Cara. – escolheu Igor.

– Fico com a Coroa mesmo. – resmungou Manuella.

Yanne mostrou a moeda, tinha caído em Coroa.

– Manuella escolhe primeiro.

– Ok. – ela pensou um pouco e então escolheu: - Isabelle.

A garota foi para o lado da latina.

– Devia ter escolhido alguém com experiência. – zombou Igor – Aline.

A menina foi para perto de Igor.

– Escolhi. – retrucou Manuella – A Isa tem muita experiência em acabar com idiotas. – ela riu – Daniele.

– Isso é o que vamos ver. – ele sorriu – Bruno!

– Você não vai ver nada quando estiver estirado no chão. Thais!

– Augusto.

– Bianca. – Manuella começou a contar o numero de integrantes em seu grupo – Espera, nosso time tem mais jogadores.

– Não tem problema, vamos acabar com vocês mesmo com uma pessoa faltando. – falou Igor.

– Ok. Times prontos. Eu acho que já entenderam o ponto. – falou Yanne – Vocês tem que cantar uma música enquanto caçam seu oponente pelo campo, o time que tiver mais jogadores quando a música acabar vence.

Ela apertou o play do aparelho de som.

– Vamos começar com clássicos.

Igor sorriu e preparou sua arma.

[IGOR]

Hit Me With Your Best Shot!
Why Don't You Hit Me With Your Best Shot!

Igor já começou atirando e sua primeira vítima foi Daniele que, indignada, largou a arma e foi se sentar perto de Yanne. O grande grupo se dispersou no campo.

[ALINE]

I'm gonna get ya', get ya', get ya', get ya'

[IGOR e SREBELLION]

Hit Me With Your Best Shot!
Fire Away!
I'm gonna get ya', get ya', get ya', get ya'

[ALINE e GAROTAS]

One way or another, I'm gonna find ya'
I'm gonna get ya', get ya', get ya', get ya'
One way or another, I'm gonna win ya'
I'll get ya', I'll get ya'

Aline atirou em Isabelle, mas errou. Thais tentou retaliação atirando na garota, mas também errou. Igor atirou em Thais e acertou, forçando a menina a sair da brincadeira.

[BRUNO]

Well you're the real tough cookie with the long history
Of breaking little hearts, like the one in me
That's O.K., let’s see how you do it
Put up your dukes, let’s get down to it!

Bruno caçava Bianca e atirou diversas vezes sem conseguir acertar. Isabelle, que estava escondida atrás de uma arvore atirou no rapaz e o acertou.

[IGOR e SREBELLION]

Hit Me With Your Best Shot!
Why Don't You Hit Me With Your Best Shot!

[ALINE]

I'm gonna get ya', get ya', get ya', get ya'

[IGOR e SREBELLION]

Hit Me With Your Best Shot!
Fire Away!

[ALINE]

I'm gonna get ya', get ya', get ya', get ya'

[IGOR]

You come on with a "come on", you don'tfightfair
But that's O.K, see if I care!
Knock me down, it's all in vain
I'll get right back on my feet again!

[SREBELLION]

That’s right!

[IGOR e SREBELLION]

Hit Me With Your Best Shot!
Why Don't You Hit Me With Your Best Shot!

Igor subiu em um dos palanques e acertou Bianca que corria por entre as árvores tentando escapar do caçador.

[ALINE]

I'm gonna get ya', get ya', get ya', get ya'

[IGOR e SREBELLION]

Hit Me With Your Best Shot!
Fire Away!

[ALINE]

I'm gonna get ya', get ya', get ya', get ya'

Isabelle e Manuella subiram em cima de outro palanque e começaram a atirar contra os adversários.

[MANUELLA]

And if the lights are all out

[MANUELLA e ISABELLE]

I'll follow your bus downtown
See who's hangin' out

Isabelle acertou Augusto e a latina acertou Aline, deixando somente Igor no time contrario, mas o rapaz se jogou em uma pequena trincheira escapando dos tiros e ainda conseguiu acertar Isabelle.

[IGOR]

Hit Me With Your Best Shot!
Fire Away!

[MANUELLA]

I'm gonna get ya', get ya', get ya', get ya'

Os dois adversários atiravam em vão. Um sempre conseguia escapar dos tiros inimigos.

[IGOR e SREBELLION]

Hit Me With Your Best Shot! (Manuella: Hit Me With Your Best Shot!)
Why Don't You Hit Me With Your Best Shot?
(Manuella: Hit Me With Your Best Shot!)

[GAROTAS]

I'm gonna get ya', get ya', get ya', get ya'

[IGOR e SREBELLION]

Hit Me With Your Best Shot!

[IGOR e MANUELLA]

Fire Away!!!!

[SREBELLION]

One way or another

[MANUELLA e SREBELLION]

I'm gonna find ya'
I'm gonna get ya', get ya', get ya', get ya'

[IGOR]

Hit Me With Your Best Shot! (SRebellion: One way or Another!)

[IGOR e MANUELLA]

Fire Away!!! (SRebellion: I get ya’, I get ya’)

[MANUELLA e SREBELLION]

I'm gonna get ya', get ya', get ya', get ya'

[IGOR]

Fire Away!! (SRebellion: I'm gonna get ya', get ya', get ya', get ya')

Manuella tentou se aproximar da trincheira onde Igor estava escondido usando as arvores para se proteger, mas ao chegar ao local o buraco estava vazio.

[IGOR]

Hit Me With Your Best Shot!

Ela virou-se surpresa de ver o rapaz as suas costas, ele atirou e ela caiu dentro da trincheira.

– Ganhamos!! – comemorou Aline.

– E estamos sujas de tinta barata! – Isabelle comemorou com falsidade.

Igor estendeu a mão para Manuella para ajuda-la a sair da trincheira. A latina aceitou a mão, mas ao invés de subir puxou o rapaz para baixo. Os dois começaram a rir.

– Ok. Você venceu essa, mas ainda temos outras músicas e três horas par ate fazer engolir poeira– ela falou se levantando e saindo da trincheira.

– isso eu vou querer ver. – Igor falou se levantando também.

–- --

– Então… A Raisse ainda acha que somos namorados? – perguntou Tiago confuso – É isso mesmo?

Caio coçou a cabeça sem jeito.

– Aparentemente, ela se esqueceu das duas últimas semanas, do acampamento, da competição, do acidente. – ele suspirou pesaroso – Os médicos disseram que é normal, e que aos poucos a memória dela vai voltar, mas pra ela... É como se nada que aconteceu nessas duas semanas tivesse acontecido. Mas ela já esta sabendo do acidente.

Tiago escutava atentamente o rapaz.

– Eu quis vir te avisar porque, sabe... se você receber uma ligação dela, toda melosa, não se assustar.

– Ela esta em casa?

– Sim, recebeu alta ontem à noite. Ela esta sendo cuidada pelos empregados da casa, por isso a Thais e a Isabelle voltaram a assistir as aulas, embora essa seja a última semana de aula antes das férias. Mas o grande problema não é esse...

– Ela quer me ver? – o moreno perguntou sem emoção.

Caio acenou com a cabeça, concordando.

– Eu entendo... se era só isso. Já pode ir?

– Esperar que você me perdoasse ia ser demais não é...

– Obrigado pelo chá e pelo remédio, mas eu já estou melhor e o recado esta dado, pode ir. – ele o cortou.

O rapaz se assustou com as palavras do moreno, mas sorriu e assentiu. Os dois se levantaram.

– Me desculpe... – falou Caio.

A porta foi aberta com violência e uma menina entrou voando por ela, se pendurou no pescoço de Caio e começou a beijar suas bochechas.

– Meu amor!!! Você já chegou?! – ela falava entre os beijos – Eu já disse que você não precisa deixar seus sapatos do lado de fora, deixe no quarto do Tiago.

Tiago pigarreou alto para chamar a atenção da menina.

– Amanda. – uma voz que vinha do lado de fora a chamou – Esse não é o Augusto.

A garota parou de estrangular e beijar Caio e o olhou atentamente. Ela o soltou rapidamente, assustada.

– Meu Deus! – ela se assustou – Me desculpe moço, eu confundi o senhor...

– Tudo bem. – falou Caio.

– Eu achei que era um amigo do Tiago que esta morando conosco, me desculpe mesmo.

– Você é mesmo uma cabeça de vento.

Um rapaz, muito parecido com Tiago estava em pé na porta da casa.

– Cala a boca Pablo!

– Ora sua...

Ele avançou na menina e começou a apertar suas bochechas.

– Vocês podem para com isso? Estão constrangendo o Caio.

Ele apontou para o garoto que estava completamente vermelho. Pablo soltou a garota.

– Desculpa. – pediram os dois ao mesmo tempo.

Tiago suspirou e olhou para Caio.

– Esses são Amanda e Pablo, meus irmãos. Ela tem doze e ele é um ano mais novo que eu.

Caio finalmente teve tempo de observa-los com cuidado. Estavam vestidos com as fardas de uma escola que ele não conhecia, mas podia dizer, pela qualidade da roupa, que eram escolas particulares. A menina era alta para alguém que tinha doze anos, devia ser um palmo menor que Tiago, mas era muito bonita, tinha os cabelos levemente ondulados e castanhos, O garoto era uma réplica de Tiago, um pouco mais claro e dois dedos mais baixo, com o cabelo bem cortado em estilo militar.

– Esse é seu amigo mano? – perguntou Pablo.

– Ele veio morar aqui também? – Amanda jogou a bolsa no sofá – Por que eu não sei se a mamãe vai deixar mais um vir morar aqui, e eu não vou deixar o Guto ir embora, nunca.

– Provavelmente a mamãe vai virar fera se você trouxer mais um amigo para cá. – comentou Pablo.

– Primeiro, nós estudamos juntos. Segundo, não, ele não vai morar aqui. – falou Tiago calmamente, ou pelo menos tentando ser calmo – O Caio só veio me dar um recado.

– Ahhh então esse é o Caio. – falou Pablo com uma sobrancelha levantada – Prazer. – ele estendeu a mão e Caio a apertou. Ele pode sentir um pouco de força excessiva no aperto.

– Prazer. – falou Caio acanhado.

– Ele faz parte do Coral? – perguntou Amanda animada.

Caio assentiu e a morena deu pulos de alegria.

– Então vamos cantar uma música. O Guto já chegou? – ela perguntou para Tiago.

O irmão negou e ela pareceu um pouco mais desanimada.

– Ah, eu gosto da voz dele. – ela olhou para Caio – mas vamos ver como você se sai também... – ela sorriu e puxou o rapaz pelos corredores da casa. Pablo e Tiago a seguiram.

– Ah, espera, eu já estava...

– O Tiago já te mostrou a casa? – ela perguntou animada enquanto puxava o rapaz pelo corredor.

– Só a casa e a cozinha...

– Ah, ele ta doente, então é normal que não queira ficar mostrando a casa.

– Bem, não é só...

– Esse é o quarto da mamãe. – ela apontou para uma porta de madeira – Esse é o banheiro, esse é meu quarto, o quarto do Tiago e esse do Pablo.

Chegaram a uma bifurcação no corredor.

– Virando por esse lado você chega à cozinha, que já conhece. A cozinha leva a área exterior e por esse outro lado chegamos à sala de música.

Ela puxou o rapaz para o lado esquerdo. Tiago e Pablo os seguindo. Eles chegaram a uma grande porta de metal. A garota empurrou a porta e entrou com Caio. O quarto não era pequeno, e estava recheado com aparelho de som, microfone, instrumentos dos mais variados, estantes com partituras. Era um mini estúdio de gravação, não tão pequeno.

– “Parece com o do acampamento” – pensou Caio ao entrar no quarto.

– Essa é nossa sala de música.

Amanda finalmente soltou a mão de Caio e agarrou um violão.

– Então? Esta pronto?

Tiago e Pablo entraram na sala e fecharam a porta.

– Pronto pra...

– Tiago, Pablo, The Monster do Eminem. – ela interrompeu Caio.

Tiago suspirou e foi para detrás de um teclado. Pablo ficou com um aparelho de remixagem.

– Vamos ver do que você é feito ok? – perguntou Amanda com um sorriso.

Ela acenou para os irmãos e começou a tocar sue violão.

[AMANDA]

I'm friends with a monster that's under my bed
Get along with the voices inside of my head
You trying to save me
Stop holding your breath
And you think I'm crazy, yeah, you think I'm crazy

Ela entregou o violão para Caio e foi pegar uma guitarra.

[PABLO]

I wanted the fame, but not the cover of Newsweek
Oh well, guess beggars can't be choosey
Wanted to receive attention for my music
Wanted to be left alone in public, excuse me
Been wanting my cake, and eat it too
And wanting it both ways
Fame made me a balloon cause my ego inflated
When I blew; see, it was confusing
Cause all I wanted to do is
Be the Bruce Lee of loose leaf
Abused ink, used it as a tool
When I blew steam wooh!
Hit the lottery, oh wee
With what I gave up to get was bittersweet
With this like winning a huge meet
Ironic cause I think I'm getting so huge
I need a shrink
I'm beginning to lose sleep
One sheep, two sheep
Going cuckoo and cooky as Kool Keith
But I'm actually weirder than you think
Cause I'm

[AMANDA]

I'm friends with a monster that's under my bed
Get along with the voices inside of my head
You trying to save me
Stop holding your breath
And you think I'm crazy, yeah, you think I'm crazy

[AMANDA e TIAGO]

Well, that's nothing
Well, that's nothing

[CAIO]

No, I ain't much of a poet
But I know somebody once told me
To seize the moment and don't squander it
'Cause you never know when it all could be over tomorrow
So I keep conjuring
Sometimes I wonder where these thoughts spawn from

[PABLO]

Yeah, ponder it, do you want this?
No wonder you losing your mind
The way it wanders

[CAIO]

Yo-lo-lo-lo-yee-whoo
I think you've been wandering off down yonder
And stumbled onto Jeff VanVonderen
'Cause I need an interventionist
To intervene between me and this monster
And save me from myself and all this conflict
'Cause the very thing that I love is killing me
And I can't conquer it
My OCD is conking me in the head
Keep knocking, nobody's home, I'm sleepwalking
I'm just relaying what the voice
In my head's saying
Don't shoot the messenger, I'm just friends with the

[AMANDA e TIAGO]

I'm friends with a monster that's under my bed
Get along with the voices inside of my head
You trying to save me
Stop holding your breath
And you think I'm crazy, yeah, you think I'm crazy
Well, that's nothing
Well, that's nothing

[PABLO]

Call me crazy, but I have this vision
One day that I walk amongst you a regular civilian
But until then drums get killed and I'm coming straight at
Emcees, blood get spilled and I
Take it back to the days that I get on a Dre track
Give every kid who got played at
Pumped up feeling and shit to say back
To the kids who played 'em
I ain't here to save the fucking children
But if one kid out of a hundred million
Who are going through a struggle feels
And then relates that's great
It's payback, Russell Wilson falling way back
In the draft, turn nothing into something
Still can make that
Straw into gold chump
I will spin Rumpelstiltskin in a haystack
Maybe I need a straight jacket, face facts
I am nuts for real, but I'm okay with that
It's nothing, I'm still friends with the

[AMANDA]

I'm friends with a monster that's under my bed
Get along with the voices inside of my head
You trying to save me
Stop holding your breath
And you think I'm crazy, yeah, you think I'm crazy

[AMANDA e TIAGO]

I'm friends with a monster that's under my bed
Get along with the voices inside of my head
You trying to save me
Stop holding your breath
And you think I'm crazy

[AMANDA, TIAGO, CAIO e PABLO]

Yeah, you think I'm crazy
Well, that's nothing
Well, that's nothing

A música terminou. Caio estava ofegante, mas de alguma maneira feliz. Pablo e Amanda encaravam o rapaz com olhares enigmáticos.

– Você manda bem. – falou Amanda – Nunca vi ninguém tocar violão desse jeito e ainda fazer rap.

– Tem uma boa voz. – comentou Pablo.

Caio agradeceu e devolveu o violão para o lugar.

– Então, vai ficar para o jantar? – perguntou Amanda enquanto guardava a guitarra.

– Ah, não eu... – ele olhou para Tiago, o moreno estava pálido e suava muito – Tiago?! Você ta bem?

O moreno assentiu, mas quando foi tentar andar caiu no chão. Caio e Pablo correram para ajudar o rapaz.

– Ele esta com febre de novo. – falou Caio ao tocar no moreno – E esta alta.

– O que fazemos? – perguntou Pablo nervoso – Você devia ter nos avisado que estava ruim desse jeito, mano.

– Eu estou bem... – falou Tiago fracamente.

– Não esta mesmo. – retrucou Caio – Amanda, você pode pegar o remédio para febre, por favor, eu devo ter deixado no balcão da cozinha.

A garota assentiu e deixou o quarto apressada.

– Precisamos que você tome banho... – Caio falou para Tiago, mas logo notou que o garoto estava quase desmaiando.

– Tem um banheiro no quarto dele. – falou Pablo.

– Vamos levar ele lá.

Pablo assentiu e juntos fizeram força para levar o moreno até o quarto.

– Aquela porta. – apontou Pablo assim que chegaram ao cômodo.

– Eu trouxe o remédio e um copo de água. – falou Amanda aparecendo no local.

– Ok. Obrigado. – Caio agradeceu – Primeiro precisamos colocar ele na água para abaixar a febre. Mas... duvido que ele consiga ficar me pé.

– Tem uma banheira ai dentro. – falou Pablo.

Caio sorriu com a noticia.

– Bom, podemos colocar ele lá.

– Eu vou encher a banheira. – falou Pablo – Você pode tirar a roupa dele?

– Eu? – perguntou Caio assustado.

– Precisamos ser rápidos não é? – perguntou Pablo – Eu encho a banheira, você tira a roupa dele.

– Eu vou ficar aqui fora mesmo, porque não quero ver meu irmãozinho como veio o mundo. – falou Amanda fechando a porta.

Caio olhou novamente para Pablo e depois para Tiago.

– P-por que você não faz isso?

– Eu não vou ter força para sustentar ele sozinho. – falou Pablo – Ele ta igual uma boneca de pano.

Caio suspirou, mas concordou.

– Ok, mas vai rápido. Eu também não o aguento por muito tempo.

O irmão mais novo assentiu e soltou Tiago, Caio se apressou em passar o braço pelo corpo do moreno e sustentar seu corpo, ele teve que puxa-lo para mais perto. Pablo correu para o banheiro.

– Eu vou fazer um suco de limão. – gritou Amanda do lado de fora.

– Ok. – respondeu Tiago fracamente.

Ótimo, pensou Caio, ele não estava totalmente desmaiado.

– Tiago? – ele chamou – Tiago? Pode me ouvir.

O moreno não respondeu.

– Consegue tirar sua roupa sozinho?

Nenhuma resposta novamente. Caio respirou fundo, criando coragem. Ele deitou o rapaz no chão e lentamente e com cuidado foi retirando sua camisa.

– Preciso que levante seus braços. – ele falou calmamente.

Para sua surpresa o moreno conseguiu, com muito esforço, erguer os dois braços. Caio retirou a peça de roupa rapidamente.

– Não vou tirar sua cueca ok? Mas preciso tirar a calça.

Ele olhou para a peça e deu graças a deus por ser de lã e não uma calça jeans. Mas ainda tinha um problema. Suas mãos foram para o cadarço da calça e o desamarram rapidamente, depois com cuidado ele puxou a peça até tira-la do garoto.

– “Merda, cueca branca?!” – pensou Caio com raiva.

– Ta frio. – Tiago sussurrou.

Caio se lembrou de que o garoto estava no chão e o sentou com cuidado, colando seus corpos para que o moreno não caísse.

– “Ele ta muito quente!”

Pablo retornou e ajudou Caio a erguer o irmão e a leva-lo ao banheiro. Depois com cuidado colocaram o rapaz na banheira. Caio teve que ficar segurando o moreno para que ele não afundasse e se afogasse na banheira. Com um braço ele sustentava a cabeça do garoto e com a outra molhava sua testa.

– Eu vou pegar o remédio no quarto. – avisou Pablo e então saiu do cômodo.

– Esse é o remédio errado. – gritou Pablo do quarto – Eu acho que a Amanda confundiu e trouxe outro. Eu vou La pegar o certo.

Caio esperou ele retornar, mas aos poucos foi percebendo que a febre ia diminuindo.

– Bianca? – Tiago perguntou fracamente, seus olhos estavam fechados.

Caio continuou a molhar sua testa.

– Não é o Caio.

– Bianca? – perguntou novamente depois de alguns segundos.

– Não. É o Caio, já disse. – ele falou um pouco irritado – “Ele deve estar delirando”

Em um movimento inesperado Tiago agarrou o braço de Caio e se ergueu. Os lábios dos dois garotos se encontraram e eles ficaram naquele selinho por alguns segundos até Caio se afastar, mas sem deixar o rapaz cair. Pablo entrou nesse momento, com uma toalha. Ele ajudou Caio a tirar o irmão da banheira e enrolá-lo na toalha.

Os dois levaram o garoto para a cama e o deitaram.

– Pode deixar comigo agora. - falou Pablo.

O rapaz tirou a cueca do irmão por dentro da toalha e a jogou na cesta de roupa suja.

– Pode me passar aquela calça de lã? – perguntou Pablo, mas Caio não apareceu ouvi-lo – Caio? Caio?!

– Oi? – perguntou surpreso.

– Você ta bem?

O garoto assentiu e entregou a calça. Pablo agilmente colocou a roupa no irmão e depois retirou a toalha. Foi até o armário e puxou um lençol, depois cobriu Tiago. Caio encontrou o remédio e o copo de água na bancada do quarto e entregou para Pablo.

– Obrigado. – o garoto fez o irmão tomar o remédio – Mas... você ta bem mesmo? Parece pálido.

– Estou. – respondeu Caio – Só um pouco... impressionado com a febre do Tiago.

– É, mas você ajudou bastante. Obrigado. – Pablo sorriu e estendeu a mão para Caio – Se você não estivesse aqui eu nem sei o que teria feito.

Caio sorriu fracamente e apertou a mão do garoto.

– Eu escutei do Tiago o que você fez e isso me fez pensar que era um tipo de filho da puta. – o sorriso de Caio morreu – Mas, depois disso eu tenho certeza que você é amigo dele.

– Obrigado. – ele respondeu vermelho, seu olhar foi parar em Tiago – Mas eu provavelmente sou um filho da puta.

Pablo coçou a cabeça sem jeito.

– Eu tenho que ir. – falou Caio.

–- --

– O Tiago não veio novamente? – perguntou Manuella ao entrar na sala do destinada ao clube.

– Ele ainda continua doente? – perguntou Daniele para Augusto.

– Eu não sei. Dormi na casa da Manu ontem.

– Tínhamos que terminar o trabalho de Química. – a latina explicou.

A morena olhou para Bianca esperando uma resposta.

– Eu tentei ligar para ele ontem. – respondeu a garota – Mas ele não atendeu. Mandei uma mensagem, mas ele também não respondeu. – ela constatou triste.

Caio ficou calado. Aline que estava sentada ao lado de Bianca colocou o a mão em seu ombro.

– Ele devia estar dormindo. – ela falou tentando animar a garota.

– Eu espero. – ela sussurrou.

– Será que a Yanne vai dar assumir o clube novamente? – perguntou Isabelle se aproximando do grupo. Igor e Thais também se aproximaram.

– Não seria tão ruim. – comentou Igor – Ontem foi muito bom.

– Sério?! – perguntou Caio surpreso – Eu não consigo imaginar uma tarde com aquela professora sendo boa.

– Mas foi. – concordou Manuella – Até eu tenho que admitir isso.

– E como ela sabia tanta coisa sobre música? – perguntou Bruno – Ela nos corrigiu várias vezes e todas as ditas que ela deu são muito boas e uteis.

– Era de se esperar, ela era a antiga coordenadora do Coral. – falou Daniele displicentemente.

Seus companheiros a encararam com caras de surpresa.

– Como você sabia disso? – perguntou Manuella.

– Eu vi em uma dos arquivos da escola sobre o clube. Quando eu peguei do computador da secretaria. – ela ergueu uma sobrancelha – Aline, por que você esta com essa cara de surpresa? Você sabia disso. Você leu o arquivo comigo.

– Eu tinha esquecido. – a garota coçou a cabeça envergonhada.

– Ela foi coordenadora e orientadora do coral desde que entrou na escola há quinze anos e por dez anos ela ficou à frente do grupo. Até...

– Até? – perguntou Thais curiosa.

– Até cinco anos atrás. – continuou Daniele – Quando um dos estudantes, o líder do grupo, cometeu suicídio.

As expressões de espanto continuaram no rosto dos garotos.

– Por quê? – perguntou Augusto.

– Eles nunca venceram uma competição em dez anos. Eles sequer passavam das Seletivas. – falou Daniele – Mas há cinco anos o grupo conseguiu chegar até as Nacionais. O líder era um veterano e já estava há três anos no coral.

– E? – Isabelle incentivou a morena a continuar a história.

– E eles perderam. Não ficaram nem entre os dez melhores, tiraram o décimo segundo lugar.

– O troféu por participação. – lembrou Bianca – Ele esta exposto na entrada.

– Foi demais para o garoto. – concluiu Daniele pesarosa – Ele se matou no dia seguinte.

– Por isso ela é tão malvada todo tempo. – falou Augusto.

– Isso mesmo.

A voz de Yanne assustou a todos. Eles se viraram e viram que a professora estava em pé na porta da sala.

– É por isso que eu sou assim. Eu não quero passar pelo mesmo sentimento daquela vez. – ela falou com pesar – Ver um aluno tão bom, tão talentoso e jovem... – ela fungou um pouco e lançou uma olhar amedrontador para os garotos – E vocês, se já desistiram de ficar bisbilhotando o passado dos outros podem sair daqui.

– Mas e os ensaios? – perguntou Bianca.

– Esqueçam. Faltam apenas três dias para as férias do meio do ano, eu agradeceria se vocês reconhecem suas coisas e fossem embora. – ela respondeu ríspida e depois saiu da sala.

–- --

Tiago acordou se sentindo meio zonzo. Ao levantar-se da cama percebeu que essa sensação era só por causa da claridade. Coçou os olhos e se espreguiçou lentamente. Depois saiu da cama e foi para a cozinha onde o irmão e a irmã faziam a maior bagunça.

– Oi mano. – falou Pablo alegre – Eu sei que você não gosta que faltemos a escola, principalmente quando a mamãe viaja, mas considerando seu estado, achamos melhor ficar aqui.

– Você esta melhor? – perguntou Amanda.

– Sim. Bem melhor. – ele olha em volta – Onde esta o Caio?

– Foi embora. – ela responde – Ontem. Você dormiu demais maninho.

Os dois riram da cara de confuso de Tiago.

– Acho que sim. Eu só lembro da música, ai, acho que desmaiei?

Amanda confirmou.

– Ele foi embora depois disso?

– Depois que você estava dormindo. – falou Pablo – Ele ajudou a cuidar de você.

Tiago ficou surpreso.

– Tenho que agradecer a ele.

Ele pegou o telefone na bancada, mas lembrou-se de uma coisa.

– Na verdade... eu tenho uma coisa muito importante para fazer agora. Depois eu falo com ele.

Amanda e Pablo se entreolharam.

– Eu vou sair. – anunciou o moreno.

– Tem certeza? – perguntou Pablo.

– Sim. Estou bem melhor... e o que eu tenho que fazer é muito importante. – ele falou enquanto ia para o quarto.

–- --

– O que é isso? O desfile da caridade? – Yanne perguntou rispidamente ao ver os alunos do Coral entrando em sua sala – Eu não mandei vocês embora?

– Viemos pedir desculpas. – falou Bianca – Por nos metermos na sua vida.

– Eu, na verdade. – falou Daniele – Foi sem intenção de machuca-la, mas nos desculpe.

Yanne soltou a papelada que preenchia em sua mesa e suspirou pesadamente.

– Eu peço desculpas por tratar vocês de maneira tão cruel, mas... – ela olhou para as próprias mãos – Vocês podem entender o que eu senti quando o Coral foi refeito? Os sentimentos tristes, de derrota que passaram por mim?

Ninguém ousou dizer uma palavra.

– Dez anos perdendo, um aluno morto. – ela respirou fundo – Eu não queria isso de novo.

– Não vai acontecer novamente. – falou Isabelle com convicção – Nós vamos ganhar.

– E ninguém aqui é estúpido a ponto de se matar.

– Como vocês sabem? – perguntou Yanne cética – Quando uma pessoa esta no fundo qualquer coisa, qualquer coisa mesmo, pode ser uma fagulha que acende o desespero e leva a ações como essa. O acidente da Raisse prova isso.

– Por que nós somos uma família. – falou Augusto sem jeito – Nós damos suporte uns aos outros quando um está em dificuldade. Estamos unidos pela música.

– Isso mesmo. – falou Bruno – Não vamos deixar nenhum aqui cair no desespero.

Manuella estendeu um guarda-chuva para Yanne.

– E agora queremos que você faça parte dessa família também.

Yanne olhou para cada um dos presentes ali. Seus olhos se encheram de lágrimas, mas ela se controlou.

– Bom... – ela pegou o guarda-chuva – Então me mostrem do que vocês são capazes.

–- --

Os alunos e a professora estavam em cima do palco do Auditório, todos vestidos com roupas de chuva pretas e com guarda-chuvas de mesma cor, alguma máquina fazia cair água como se fosse chuva no palco e a banda não estava no seu lugar de costuma, mas embaixo do palco, nos corredores.

[SREBELLION]

Aham, aham ...

[IGOR]

Yeah, Yanne

[SREBELLION]

Aham, aham ...

[IGOR]

Good girl gone bad

[SREBELLION]

Aham, aham ...

[IGOR]

Take three ... Action

[SREBELLION]

Aham, aham ...

[YANNE]

You had my heart
And we'll never be worlds apart
Maybe in magazines
But you'll still be my star
Baby 'cause in the dark
You can't see shiny cars
That's when you need me there
With you I'll always share
Cause I

[CAIO]

I'm singing in the rain (Garotos: We'll shine together)
Just Singing in the rain
(Garotos: I'll be here forever)
What a glorious feeling
(Garotos: Be your friend)
I'm happy again
(Garotos: Stick it out 'till the end)
I'm laughing at clouds
(Garotos: It's raining more than ever)
So dark up above
(Garotos: We'll still have each other)
I'm singing
Singing In the rain
(Garotos: Under my umbrella)

[CAIO e YANNE]

You can stand under my umbrella
Ella ella eh eh eh
Under my umbrella
Ella ella ella eh eh eh

[YANNE e BIANCA]

These fancy things
Will never come in between
You're part of my entity
Here for infinity

When the war has took it's part
When the world has delt it's cards
If the hand is hard
Together we'll mend your heart

[CAIO]

I'm singing in the rain (Garotos: We'll shine together)
Just Singing in the rain
(Garotos: I'll be here forever)
What a glorious feeling
(Garotos: Be your friend)
I'm happy again
(Garotos: Stick it out 'till the end)
I'm laughing at clouds
(Garotos: It's raining more than ever)
So dark up above
(Garotos: We'll still have each other)
I'm singing
Singing In the rain
(Garotos: Under my umbrella)

[YANNE e SREBELLION]

You can stand under my umbrella (Caio: Umbrella!!)
Ella ella eh eh eh
(Caio: Just singing in the rain)
Under my umbrella
Ella ella eh eh eh
(Caio: I’m singing, singing in the rain)

[YANNE, CAIO e SREBELLION]

It's raining, raining
Oh baby it's raining, raining
Baby come here to me, come here to me

[CAIO]

I'm singing in the rain (Yanne: It's raining, raining)
just singing in the rain
(Yanne: Oh baby it's raining, raining)
The sun is in my heart
(Yanne: Baby come here to me)
And I'm ready to love

[YANNE, CAIO e SREBELLION]

My umbrella, eh eh eh eh
My umbrella, eh eh eh eh
My umbrella, eh eh eh eh
My umbrella.

–- --

Tiago apertou o interfone da enorme mansão.

Quem deseja? – perguntou a voz feminina pelo aparelho.

– Meu nome é Tiago. – ele hesitou um pouco antes de continuar – E eu gostaria de falar com a Raisse.

Ele ouviu um barulho eletrônico seco e o portão se abriu.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Então povo, o que acharam do cap? Podem comentar que eu não mordo. O próximo sai antes do dia 31 (não sei quando, mas sai antes disso), vai ser o ultimo cap de 2013 e vai trazer uma das músicas de amor mais bonitas da Disney (chutes?) . PS: Aqueles que acharam o cap muito ofensivo para a sociedade, por favor não me matem, mas a intenção era essa mesma.

"Vocês não esperavam que eu fosse ficar uma semana sem insultar alguém né? É quase uma blasfêmia pensar isso." Manuella.



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "It's art too!" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.