Chasing Pavements escrita por Melanie


Capítulo 1
Hiding my Heart Away


Notas iniciais do capítulo

Hiding my Heart Away - Adele



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Quinn POV

Ela ia se casar com aquele inútil. Ela realmente ia jogar todo o futuro brilhante que tinha pela frente só para satisfazer um capricho do Hudson. Aquele papinho de ela é a única coisa boa que sobrou na minha vida não me engana. Só porque ele descobriu que a vida dele é uma merda completa, não significa que possa fazer a vida das outras pessoas uma merda também. Principalmente a vida dela. Rachel Berry.

A garota cuja existência eu sempre desprezei, a garota que eu mais maltratei durante a vida, mas também a única pessoa que me salvou. A única que trouxe um ponto de luz para minha existência. A única pessoa por quem eu realmente me apaixonei. Depois de Beth, ela é a única pessoa que me dói perder. E o que mais dói é saber que eu nem tentei lutar por ela. Ou não lutei o suficiente.

Quer dizer, ou ela era cega ou realmente estava muito apaixonada pelo Hudson para perceber que eu morria lentamente de ciúmes. O pior é que eles iriam se casar em algumas horas e ela estava terrrivelmente chateada com a minha insistência em não apoiar o casamento. Nós não conversávamos direito desde o dia da escolha dos vestidos, quando eu deixei claro que não iria assistir a ruína da vida dela. E esse silêncio dela me matava. Mas mesmo assim ela queria a minha presença na maldita cerimônia. E eu daria isso a ela. Mesmo que me matasse por dentro. A amava o suficiente para deixá-la ser feliz com o que ela quisesse. E ela queria casar com o Finn.

Sai apressada pelos corredores e cruzei com Kurt e Blaine, que me elogiaram ao ver o uniforme das cheerios no meu corpo. Sorri verdadeiramente para os dois, que foram apressados na direção oposta a que eu ia. Então eu a vi. A baixinha mais linda e com as pernas mais longas – agora cobertas por um sobretudo – que eu já tinha posto os olhos.

– Hey. – murmurei suavemente, mas alto o suficiente para que ela me ouvisse. – Como estou?

Ela se virou lentamente em minha direção e por um mísero instante vi seus olhos castanhos me encararem com confusão ao me ver no uniforme vermelho.

– Treinadora Sylvester me deu um pouco mais cedo e eu não pude resistir. – dei um sorriso contido, que ela não retribuiu.

– Bem, estou feliz que você esteja feliz. – ela falou, mas a expressão em seu rosto era tudo, menos feliz. Era uma expressão ferida, que eu sabia ser minha culpa. – Todo mundo merece ser feliz.

Eu percebi a leve alfinetada que ela soltou. Sutil, mas fatal. Eu estava a deixando infeliz ao não apoiar o casamento. E maldito seja Finn Hudson por colocar essa ideia na cabeça dela. Respirei fundo e encarei os grandes olhos castanhos.

– Quando você estava cantando aquela música, - eu sabia que era uma pergunta estúpida, mas ela saiu antes que eu pudesse me conter. – você estava cantando para o Finn e apenas para o Finn, certo?

Como se eu não soubesse a maldita resposta. Era só olhar para aqueles olhos bonitos. Você podia enxergar a alma dela refletida ali. Ela ficou confusa, provavelmente se perguntando onde eu estava com a cabeça. Mas no fundo dos olhos confusos eu podia ver um brilho inconfundível de alegria e amor pelo Hudson, que massacrou todas as minhas esperanças e retalhou meu coração.

– Ele realmente te faz tão feliz. – eu já segurava as lágrimas que queriam escorrer dos meus olhos. Eu estava desmontando em frente a ela e não sabia como lidar. Iria abrir mão da minha felicidade para vê-la feliz. Era o preço a pagar. – Eu quero apoiar você Rachel, e Finn, e ir ao casamento, se não for muito tarde.

Ela abriu aquele sorriso que eu amava – aquele que poderia iluminar a escuridão – e se atirou em meus braços, do mesmo modo que havia feito quando contei sobre Yale. O corpo pequeno se encaixou contra o meu, e não pude resistir a ideia de puxá-la mais contra mim. Enlaçei carinhosamente sua cintura, enquanto ela ficava levemente na ponta dos pés para alcançar meu pescoço com seu rosto. Aspirei profundamente o cheiro que saia dos seus cabelos, querendo guardar aquilo como uma lembrança.

Ficamos assim por longos minutos, e quando ela se afastou, senti imediatamente falta do calor que o pequeno corpo exalava. Seus olhos se encontraram com os meus e estavam marejados, mas o sorriso imenso em seu rosto me dava certeza da sua felicidade.

– Obrigada por estar lá para mim Q. – ela sussurou com a voz doce. – Eu sei que vai contra todas as suas convicções, e é importante para mim saber que você vai passar por cima disso só para me deixar feliz.

– Tudo para você Rach. – mordi o lábio inferior, tentando sufocar as lágrimas. – Vai logo. Tem que ficar linda para o Finn.

Ela riu suavemente e me abraçou mais uma vez. Então foi em direção a saída do colégio, me deixando estancada no meio do corredor. Quando não podia mais ver sua silhueta deixei as grossas lágrimas cairem pela minha face, e escorreguei pela parede até o chão. Cada parte de mim doia. Meu coração se partiu em inúmeros pedaços. Me abracei, tentando inutilmente juntar as partes de mim. Nunca havia sentido algo assim. Aquela sensação sufocante, agonizante, que entorpecia a alma.

Fui tirada do meu estado de letargia quando uma mão quente, mas que eu conhecia bem, tocou de forma suave meu ombro.

– O que aconteceu Q? – minha latina perguntou apreensiva. – E porque você está no uniforme das cheerios?

– A treinadora Sylvester me colocou na equipe novamente. – soltei uma risada triste.

– Então você está assim por causa da Berry. – ela pontuou. Eu a olhei com os olhos turvos por causa das lágrimas. – Você precisa impedir essa burrada Quinn.

– Não Sant, eu não vou fazer nada. – dei de ombros. A dor em meu peito aumentando a cada palavra pronunciada. – Ela ama o Hudson, e contrariando tudo, ele à faz feliz. Não posso tirar a felicidade dela.

– Ela seria mais feliz com você Quinn. – a latina retrucou. – Se você deixar isso acontecer vai se arrepender depois, quando a ver ficar presa em Lima.

– A Rachel escolheu o Finn. – falei exasperada. – E eu vou apoiar a decisão dela, mesmo que me arrependa pelo resto da vida.

– Você que sabe Fabray. – Santana sorriu triste em minha direção. – Te encontro no casamento então. Pensa bem, você ainda pode impedir isso. É só falar para a Berry.

– Eu já me decidi Sant. – respirei fundo. – Vejo você lá.

Santana se despediu de mim e foi procurar Brittany. Fiquei ainda alguns minutos no mesmo lugar, até criar a coragem necessária para ir em casa e vestir o maldito vestido de madrinha. Posso dizer que essa foi uma das tarefas mais difíceis da minha vida. Me preparar para o casamento do amor da minha vida com outra pessoa.

Tomei mais uma respiração profunda e finalmente entrei no carro. Tinha percorrido algumas milhas quando recebi uma mensagem. Não precisei olhar para saber que era da Rachel. A segunda mensagem chegou alguns minutos depois, e dessa vez eu resolvi a ler.

Rápido.

Onde você está? ? ?

No meu caminho.

Respondi rapidamente e ainda tive tempo de receber a confirmação de que a mensagem havia sido entregue antes de sentir o impacto contra meu carro.

Acho engraçado quando as pessoas dizem que a vida passa toda por seus olhos antes da morte. É a maior besteira do mundo. A única coisa em que eu pensei foi um rosto. As bochechas coradas, os lábios carnudos partidos em um sorriso afetuoso, os olhos castanhos brilhando e emanando calor, o cabelo castanho com cheiro de chocolate, a franja caindo delicadamente pela testa. Foi em Rachel Berry que pensei antes da escuridão ser minha companheira.


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Notas finais do capítulo

Vocês gostaram? Essa idéia não saia da minha cabeça desde que eu assisti o maldito episódio. Comentem.



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